Academia.eduAcademia.edu

Semiótica e epistemologia: condições de um diálogo

2020, Estudos semióticos

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2020.178539

Abstract

ssociar o termo epistemologia à semiótica não é algo original. Há uma certa apetência dos semioticistas para a epistemologia. A atitude reflexiva e crítica, um certo rigor argumentativo e veleidades de formalização que encontramos nos trabalhos, os conceitos abstratos e as ideias gerais manifestadas nos textos, tudo contribui para fazer da semiótica um projeto de conhecimento sustentado por desenvolvimentos epistemológicos. Essa associação está de fato mais e mais presente no pensamento dos semioticistas. Aos pensadores que alimentaram as primeiras reflexões-seja Peirce, Saussure ou Hjelmslev-tem sido atribuído um pensamento epistemológico. Dizemos "atribuído" porque o termo epistemologia não aparece em seus escritos, ou ao menos eles não a reivindicam como parte de suas próprias reflexões. A posteriori, entretanto, a leitura de suas obras sugere frequentemente a presença de reflexões epistemológicas-até mesmo de um tratado completo de epistemologia. Os leitores semioticistas não são os únicos responsáveis por esse viés de leitura: filósofos, linguistas e pesquisadores em ciências humanas e sociais concordam a esse respeito. Aqui estão alguns indícios. Ao reler Peirce, três artigos recentes ressaltam o alcance epistemológico do pensamento do filósofo norte-americano para as ciências sociais: