Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2020, Revista Kratos 3ª ed
…
30 pages
1 file
Graduanda em Jornalismo (UFG,) que atua em assessoria de imprensa e com participação em projetos sociais, como acolhimento de refugiados pela organização Recomeço e atendimento à população de rua.
A Terra é redonda, 2021
Por mais que se tente criar laços entre Ciência e Democracia, é forçoso reconhecer que a Ciência só dialoga com ela própria. Para duvidar ou discordar, em termos da Ciência, de uma proposição que esteja circulando como conhecimento científico, não é mais possível “chamar Deus”, que para tratar desse assunto foi substituído pela Razão do Homem (branco europeu) na aurora da modernidade, ou pelo menos assim nos diz a história europeia. Tampouco é possível “chamar o Príncipe”, recorrer ao Estado, porque os modernos com força estabeleceram que as decisões sobre questões de Ciência dizem respeito à Natureza (o mundo das “coisas-em-si”) que não se misturam com a Sociedade (o mundo dos “humanos-entre-si”). E menos ainda se pode “chamar o Povo” uma vez que a Ciência logo tratou de convencer a (quase) todos de que o senso comum pode facilmente nos enganar. De fato, seria ridícula a proposta de fazer um plesbicito para decidir uma controvérsia científica. Para que uma proposição de conhecimento discordante não seja negada ou simplesmente ignorada pela Ciência, e seja cientificamente discutida, é preciso que ela venha de um “contralaboratório”. (Latour, 1987/1997:131) O custo é altíssimo e é diminuto o número de entidades (pessoas, empresas, instituições ou mesmo países) capazes de, cientificamente, levar adiante uma discordância científica.
Blog Café com Sociologia, 2020
BODART, Cristiano das Neves. O negacionismo científico na sociedade contemporânea. Blog Café com Sociologia. pp. 1-6, set. 2020. Disponível em: < https://cafecomsociologia.com/?p=13752&preview=true>. A expressão negacionismo, em geral, refere-se a prática de negar uma realidade como meio de escapar de uma verdade desconfortável. Esse termo já foi amplamente utilizado para designar a prática de negar a existência do Holocausto (CASTRO, 2014) e mais recentemente o aquecimento global. A negação aos conhecimentos científicos de forma sistematizada e organizada vem sendo denominada "negacionismo científico". Vale destacar que o negacionismo pode ser entendido também como resposta de grupos fundamentalistas (no sentido de firmados aos seus fundamentos culturais) ao avanço da Ciência, já que essa contesta as explicações tidas como insuficientes, incluindo explicações religiosas e/ou tradicionais. Contextualizando o negacionismo científico Primeiramente, importa compreender o que estamos denominando Ciência. A palavra ciência tem origem no latim, de scientia, que se traduz por conhecimento.
Research, Society and Development, 2021
A crítica de qualquer conceito passa necessariamente pela capacidade de se compreender suas origens e sua esfera de alcance. Talvez um dos legados mais tristes da pós-modernidade seja o negacionismo, quando se compreende que ele faz parte de uma estratégia de dominação a partir de uma guerra declarada à Ciência e à Razão. O escopo principal desse ensaio é, portanto, colocar algumas questões básicas sobre a origem do negacionismo científico na mesa, ainda que para elas não se tenham respostas definitivas. Por exemplo, em que medida ele se insere num processo de valorização do fanatismo e do individualismo? A falta de uma divulgação científica institucionalizada pode ser considerada uma causa do negacionismo vigente em nosso país? Está o negacionismo relacionado ao problema geral da educação? Há como identificar seus pilares na sociedade contemporânea? Essas são algumas perguntas que serão discutidas aqui, para as quais é urgente que se encontrem respostas, se desejamos evitar um enor...
Ciência & Educação (Bauru), 2022
Iniciamos, tristemente, a escrita deste editorial, ao saber que mais um jovem negro é morto, de forma extremamente violenta, por xenofobia e racismo, ou, como preferem alguns autores, xeno-racismo. Ao congolês Moïse Mugenyi e a toda a família dele, pedimos perdão e choramos pela ignorância, truculência e fascismo que assolam presentemente nosso país. Fugindo da guerra na República Democrática do Congo (RDC), um país de imensas riquezas minerais, mas que ocupa a posição 179 de 189 no Índice de Desenvolvimento Humano (NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2019), essa família buscava uma vida melhor e mais segura, mas acabou encontrando no Brasil muitos retrocessos na política, um aprofundamento da intolerância e do ódio que promove racismo, feminicídio, homofobia e, certamente, xenofobia racial, ou xenoracismo (FAUSTINO; OLIVEIRA, 2022). Instada a se pronunciar sobre o bárbaro assassinato de Moïse Mugenyi Kabagambe, a diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, afirmou que a xenofobia brasileira está vinculada ao racismo: "O estrangeiro que tem pele clara não vai ser tratado como igual, mas os que têm pele escura são tratados como seus nacionais de pele escura: com violência e exclusão" (BRASIL..., 2022). Sua afirmação é completada pelo anúncio de que "[...] todos os cargos de poder aqui no país são de descendentes de italianos, suíços e alemães. Em contrapartida, haitianos, angolanos, senegaleses, bolivianos e peruanos, por exemplo, não experimentam a mesma coisa: 'Eles são rechaçados o todo tempo'" (CASO Moïse..., 2022). Talvez, o que melhor resuma o xeno-racismo se encontra na dolorosa constatação de Lina, refugiada congolesa no Rio de Janeiro: "O Brasil recebe, mas não acolhe" (BRASIL..., 2022). Como se não bastassem os dramas enfrentados pela população negra brasileira, a violência e a discriminação atingem indistintamente os brasileiros ou imigrantes citados por Werneck, em função de sua condição racial, jogando-os em condições de vida
2021
This essay deals with the scientific denialism in the context of the Covid-19 pandemic, pointing out the fake news, the false testimony and the hate speech as potential to give discredit to science and the stimulus to the strengthening of movements around the culture of post-truth as a basis for propagation, dissemination of (mis)information about the new coronavirus.
Trabalho, Educação e Saúde, 2022
Negacionismo científico: do debate epistemológico à luta de classes Scientific denialism: from epistemological debate to class struggle Negacionismo científico: del debate epistemológico a la lucha de clases Cátia Corrêa Guimarães 1 Resumo O texto debate o negacionismo científico com base em duas referências principais. A primeira é de ordem epistemológica e remete ao discurso pós-moderno sobre a ciência, com sua relativização dos critérios de busca e definição da verdade. Compreende, no entanto, que, contemporaneamente, esse fenômeno ultrapassa os espaços de discussão científica, atingindo o conjunto da sociedade. Para dar conta dessa particularidade, tem, como segunda referência, discussões sobre o processo de formação de opiniões, concepções de mundo e convicções do que o filósofo italiano Antonio Gramsci chamou de 'homem do povo'. São usados, para esse fim, o conceito de senso comum, do mesmo pensador e militante sardo, e a teorização de Agner Heller sobre como a adesão aos diferentes conhecimentos que atravessam o cotidiano das pessoas depende de sentimentos de identidade como a fé (não religiosa) e a confiança que, segundo a autora, têm motivações e efeitos distintos. Defende, por fim, que é preciso reafirmar a objetividade como um critério da ciência no debate epistemológico, mas que é igualmente necessário enfrentar esse problema no terreno da luta de classes, fortalecendo relações orgânicas de identidade e confiança como parte da disputa de hegemonia. Palavras-chave negacionismo científico; verdade; hegemonia; organização popular.
Araripe, 2023
Parte das concepções pseudocientíficas propagadas pela comunidade científica em seus principais periódicos, especialmente no início do século XX, tomaram alcance com os conceitos de Eugenia e Darwinismo Social, em que o cerne das discussões considerava as distinções de raça enquanto fenômeno biológico. O presente ensaio expõe a contribuição nefasta promovida pela renomada revista Nature, que, há até pouco tempo, indiretamente acabou por reforçar crenças e culturas racistas, como o apartheid, a colonização, o trabalho forçado e a escravidão, deixando uma marca indelével em sua trajetória histórica. As discussões sobre a inferioridade de raças, povos e indivíduos não somente fomentaram o negacionismo, uma vez que careciam de evidências, de consenso e de ceticismo científico adequados, como foram utilizadas como uma camada de verniz científico para legitimar projetos colonialistas e expandir os interesses do grande capital à época. Esse texto assinala ainda que as estratégias adotadas pelo capitalismo para alcançar seu patamar atual de forma hegemônica de sociabilidade somente tiveram êxito devido à apropriação do conhecimento científico que forneceu os aperfeiçoamentos tecnológicos para a conquista de novas terras e povos e, por fim, o acúmulo de capitais. Em conclusão, destacam-se autores que defendem uma perspectiva do negacionismo atual enquanto fenômeno social, o qual mais se liga às consequências da negação do fato do que propriamente ao fato em si. Essa perspectiva amplia o debate em torno do negacionismo para além das ideias difundidas nas mídias sociais, situando-o numa dimensão em que é necessário discutir o impacto das mudanças propostas pela ciência na hegemonia de determinados setores e de países dominantes da economia global.
Revista de Educação Matemática
O ano de 2021 fica marcado para o mundo pela pandemia, mas em alguns países o agravamento foi potencializado, inclusive no Brasil, pois em meio ao caos da saúde publica, os cidadãos brasileiros se sentiram desnorteados com a quantidade de informações falsas disseminadas, principalmente, por autoridades públicas. Foi um ano marcado por mais de 400.000 brasileiros mortos pela Covid, e ao mesmo tempo um presidente da república provocando aglomerações e tratando o grave problema de saúde pública como uma "gripezinha". Muitos dos cidadãos que estavam impedidos de trabalhar e estudar, continuavam frequentando praias, parques e palanques políticos, motivados por informações falsas. Um ano que nos revela a importância de a Ciência não ficar restrita aos espaços acadêmicos, mas sim ser divulgada e debatida constantemente com a sociedade.
Revista Opinião Filosófica
O artigo apresentado resulta de uma pesquisa etnográfica realizada mediante observação participativa em três grupos de WhatsApp bolsonaristas, em que foram examinados os conteúdos das conversas e outros tipos de publicações neles compartilhados visando promover o engajamento político daqueles que se reconhecem como conservadores, sobretudo, pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e pelo polemista e autointitulado filósofo, Olavo de Carvalho. O objetivo desta investigação consistiu em identificar: 1) o alinhamento das narrativas negacionistas da pandemia de Covid-19 e das medidas sanitárias destinadas ao seu controle com os discursos que vêm sendo manejados para garantir apoio e estabilidade ao governo Bolsonaro; e 2) evidenciar a chamada guerra cultural como dispositivo de desinformação que atua como máquina de guerra a partir do uso do WhatsApp, apresentado como máquina técnica.
Educação, Ciência e Cultura
Este artigo procura investigar os impactos dos movimentos de negação da ciência para a sociedade e as suas consequências na área da educação. As similaridades entre ciência e democracia são analisadas, junto com as formas pelas quais os movimentos de negação destas duas instituições se valeram de mecanismos existentes nas mídias sociais para adquirir mais destaque a partir da segunda metade da década de 2010. A importância de aprofundar o debate sobre os modos usados pela ciência para compreender e explicar a realidade é enfatizada, de forma a provocar uma reflexão sobre os desafios colocados, no âmbito da educação científica, pelos movimentos de negação da ciência mais notórios existentes atualmente, sobre temas tais como: o aquecimento global, a eficácia das vacinas e o formato da Terra. Certas conexões dos movimentos de negação da ciência com o crescimento da produção de notícias falsas e com o conceito de pós-verdade são apresentadas. Esse trabalho analisa também a forma como a ...
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
História das ciências e tecnologia: onde estão as mulheres?, 2021
Ciencia & Saude Coletiva, 2022
ClimaCom, 2021
Cadernos do GPOSSHE On-line, 2020
Coletânea do Congresso Paulista de Ensino de Ciências: discutindo EC em países Iberoamericanos, 2022
Afluente: Revista de Letras e Linguística, 2018
Revista Sociologias, 2022
RFB Editora eBooks, 2022
Trilhas Filosóficas, 2020
Crise e Crítica - Revista latino-americana de filosofia e política, 2023
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação