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Os Projetos Integrados Multidisciplinares têm como sua principal característica estrutural o desenvolvimento do trabalho no formato de um projeto, de acordo com as normas da ABNT.
Autor sérgIo Palma brITo Editor © sPI -socIedade PorTuguesa de Inovação consulTadorIa emPresarIal e FomenTo da Inovação edIFícIo «les Palaces», rua JúlIo dInIs, n.º 242, 208 O presente trabalho é exemplo máximo de uma das dificuldades da investigação, do estudo, do debate e das conversas correntes sobre turismo: a ausência de definições rigorosas, conhecidas e aceites sobre os conceitos mais habituais. No volume sobre sustentabilidade, adoptámos um conceito simples e operacional de tempo livre, de que o tempo de lazer é uma parte variável. Em português, expressões como «casa de férias», «segunda residência», «especulação» ou «imobiliária» eram frequentes em meados do século XX. «Imobiliária turística» e, depois, «imobiliária do lazer» são expressões de meados dos anos 90 que procuram qualificar a referência à oferta de alojamento turístico, a qual viria a ser designada por «turismo residencial». Por sua vez, a designação de turismo residencial deu lugar a dois conceitos diferentes. Um desses conceitos figura no plano estratégico nacional de turismo de 2007 como «resorts integrados de turismo residencial»; é definido, sem mencionar a designação de turismo residencial e a do PENT, pelo Regime Jurídico da Instalação e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos, de Março de 2008; e é adoptado, com ou sem entusiasmo, pelos promotores de empreendimentos turísticos em propriedade plural, com destaque para os conjuntos turísticos (resorts). O segundo conceito é o que utilizamos no presente texto: o turismo residencial existe a partir do momento em que há aquisição, financiada por transferência de recursos de um não-residente, de uma unidade de alojamento cuja utilização pelo proprietário ou em exploração turística está ligada à vivência do tempo livre. No seio da vasta oferta de turismo residencial, a política de turismo ou a iniciativa privada podem criar diferenças administrativas ou de posicionamento do mercado. A maior parte da procura e da oferta de turismo residencial está ligada à viagem para estanciar durante o tempo livre em local fora dos perímetros urbanos tradicionais. Não ignoramos o turismo residencial em meio urbano e, ainda menos, o seu potencial de crescimento, mas o seu lugar neste modelo de negócio ainda é pequeno. A oferta de turismo residencial é um elemento importante e quase indissociável da oferta de turismo, cuja relação com o ambiente e o ordenamento do território descrevemos noutro volume desta colecção. A leitura dos dois volumes é quase obrigatória. A actualidade do turismo residencial e desta oferta de turismo só pode ser compreendida no quadro de uma genealogia que se estende por dois milénios e é objecto do Capítulo 1. A nossa análise limita-se ao período da «Europa da Abundância», que vai dos anos 50 do século XX à crise de 2008-2009, já na «Europa da Dívida». O Capítulo 2 é Capítulo 1 GENEALOGIA da OFERTA de TURISMO para ESTANCIAR durante a VIAGEM para VIVER o TEMPO LIVRE S U M Á R I O A genealogia da oferta do turismo e do turismo residencial remonta a Roma, com a villa, para viver tanto o culto do lazer como o do prazer mais desbragado, tendo-se concentrado na baía de Nápoles e na urbe de Báias, o qual foi fruto exclusivo desta função. No Renascimento, reaparece a villa, no campo, para a vivência do prazer, já não reservada apenas aos privilegiados da realeza, aos nobres e aos clérigos, mas obra da burguesia, que cria a urbe. Entre o século XVIII e o surgimento do caminho-de-ferro, a nova dimensão da procura exige a criação de estâncias (de termas, praia e bom clima) onde surgem as primeiras promoções da imobiliária do lazer. O caminho-de-ferro e o barco a vapor exigem uma concentração urbana na origem e uma oferta de instalações e serviços crescentemente organizados nos destinos. Os capítulos seguintes ocupam-se do período que vai de meados dos anos 50 do século XX à crise de
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