Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2014, Anais do Clube Militar Naval
Activities of Portugueses Navy in the initial fase of War.
A Marinha Portuguesa na Grande Guerra (1916-1918): O afundamento do caça-minas Roberto Ivens, 2018
O caça-minas Roberto Ivens foi o primeiro navio da Marinha Portuguesa a perder-se durante a Grande Guerra. No seu naufrágio desapareceram 15 elementos da guarnição, todos eles vítimas acidentais de uma mina submarina alemã colocada na barra do rio Tejo. Talvez relegado para segundo plano pelo encontro do patrulha-de-alto-mar Augusto de Castilho com o submarino alemão U139, combate desigual que se viria a tornar o grande momento iconográfico da participação da Armada Portuguesa na Grande Guerra, o episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens nunca mereceu mais do que duas ou três linhas na bibliografia portuguesa sobre “a guerra que iria acabar com todas as guerras”. Neste livro aprofunda-se o estudo do episódio do afundamento do caça-minas Roberto Ivens e propõe-se uma abordagem multidisciplinar que permita apresentar várias reflexões sobre aspectos tão diversos como as pensões de sangue e a conquista dos direitos sociais durante a Iª República, o reconhecimento público dos ex-combatentes através da falerística, memória e história oral, arqueologia e património cultural subaquático, e ainda a moderna tecnologia usada na prospecção geofísica e na exploração dos fundos marinhos aplicada à arqueologia subaquática e à história.
2012
Portugal participou na Grande Guerra em quatro grandes frentes: Angola, Moçambique, Flandres e no Mar. Em Angola e Moçambique houve consenso, a defesa das nossas colónias era uma prioridade assumida pelas várias sensibilidades políticas; na Flandres houve fortes divisões sobre a participação portuguesa, interna e externamente. No Mar fizemos o que os meios possibilitaram. As somas destas quatro frentes, por si só, traduziram-se num esforço “gigantesco” para Portugal.
The two decades before World War I, frequently cited as a period of “armed peace”, were for the European powers, the USA and Japan a time of naval rearmament, within the framework of the growing rivalry between England and Germany. The investigation of the involved dynamics appeals to the consideration of a number of different issues, with special attention to the technical innovations as well as to the recent contributions to naval strategic thinking. These new fields of knowledge quickly travelled to Portugal and were soon made part of the debates over the long recognized needs for the fleet renewal. This paper aims to contribute to the understanding of the naval plans put forward during the period between 1897 and 1916, both inside the Navy department and proposed by individual naval officers.
E m 1890, no contexto de uma disputa territorial colonial entre Portugal e a Grã -Bretanha, o então primeiro -ministro britânico, Lord Salisbury, queixou -se de uma Pequena Potência «muito cansativa» que nem fazia exatamente o que lhe era exigido pela Grã -Bretanha, nem a desafiava abertamente apresentado um alvo adequado. Salisbury resumiu a questão nestes termos paradoxais: «os portugueses estão fazendo o máximo uso da sua fraqueza». Reclamações semelhantes a esta -mas em termos ainda mais acrimoniosos e num contexto ainda mais dramático -podem ser encontradas nas relações entre Grandes Potências e Pequenas Potências nas crises que levaram à I Guerra Mundial, nomeadamente no quadro dos ultimata da Áustria -Hungria à Sérvia e da Alemanha à Bélgica em julho e agosto de 1914 2 . Mas como é que num sistema internacional de anarquia nas relações de entre estados -com estes últimos consequentemente preocupados principalmente com a sua sobrevivência mediante a defesa dos seus interesses recorrendo ao máximo de meios disponíveis -pode ser possível retirar vantagens da fraqueza? E, no entanto, Lord Salisbury, que é corretamente considerado como um Realpolitiker paradigmático, um realista puro e duro, considera que uma potência fraca pode ter poder de influência ou de capacidade de ação. Pode estar errado, mas se o afirmou não foi a partir de qualquer inclinação ideológica ou preconceito nacionalista, mas da sua observação da política internacional. Mas será que é
JORNADAS DO MAR 2014 - MAR: UMA ONDA DE PROGRESSO, 2015
AS PERDAS DA FROTA MERCANTE PORTUGUESA DURANTE A GRANDE GUERRA O mês de Março de 1916 assinala o início da participação oficial da recém-criada República Portuguesa na Grande Guerra. Na sequência da requisição dos navios mercantes Alemães surtos em portos Portugueses, a Alemanha declara formalmente guerra a Portugal no dia 9, a que se segue a declaração de guerra da Áustria dois dias depois. Com a entrada no conflito a frota mercante portuguesa passa a constituir um alvo legal para os submarinos alemães, e entre 1916 e 1918 vários navios arvorando pavilhão Português são afundados em acções de guerra. De cargueiros a vapor de grande tonelagem a simples caíques de pesca, do Mar do Norte aos Açores, da Terra Nova ao Mediterrâneo, a frota mercante Portuguesa acumula perdas que se estimam, grosso modo, em quase um terço do seu efectivo. A indemnização pelas perdas da frota mercante constitui precisamente um dos pontos que Portugal pretende apresentar na Conferência de Paz de 1919, em Paris, pela mão dos delegados Portugueses Egas Moniz, Freire de Andrade e Conde de Penha Garcia. No entanto, talvez fruto dos tempos conturbados da Iª República, o rigor da listagem de navios perdidos é hoje em dia questionável. Diferentes fontes apresentam nomes, quantidades e causas de afundamento diferentes para os navios perdidos. São essas fontes que nos propomos analisar, comparando-as, numa tentativa de elencar que navios constituíram as perdas reais da frota mercante. Ao mesmo tempo, e porque são volvidos quase 100 anos sobre o seu afundamento, procuraremos apontar, tanto quanto possível, as áreas dos naufrágios, com especial enfoque naqueles que ocorreram na costa Portuguesa, na expectativa de contribuir para a eventual identificação e valorização do Património Cultural Subaquático, bem como para a sua historiografia.
2014
O desenvolvimento industrial do século XIX levou as potências europeias a olhar para os recursos naturais africanos como matéria-prima fundamental para o seu desenvolvimento económico. Portugal mantinha sob sua soberania diversos territórios em África, desde os séculos XV e XVI , e viu os seus interesses seriamente ameaçados pela Inglaterra e pela Bélgica. A conferência de Berlim de 1884-85 alterou o paradigma da soberania territorial ultramarina. Todavia, a ocupação efetiva dos territórios ultramarinos decorreu num período de grandes dificuldades económico-financeiras e o orgulho nacional ficou ferido após o rei D. Carlos I ter, sob ultimato inglês, mandado retirar as tropas nacionais de uma região disputada entre os dois reinos. Em 1910, o desagrado geral nacional levou à implementação da república mantendo-se, todavia, uma grande instabilidade política. Logo depois, em 1914, iniciou-se a I Guerra Mundial, tendo Portugal entrado no conflito em 1916. No período conturbado da guerra, a defesa dos interesses nacionais implicou a ação da Marinha e a sua transformação genética, organizacional e operacional. Foram montados dispositivos de defesa portuária, realizado transporte de tropas para França, Angola e Moçambique, foram realizadas escoltas de proteção a navios mercantes. Foi edificada a capacidade de aviação naval e reforçada com três navios a capacidade submarina. O crescimento dos recursos humanos foi, essencialmente, realizado com base no recrutamento de marítimos. Ao nível da organização, foi garantida a unidade de comando através da subordinação da Direção Geral da Marinha e da Administração dos Serviços Fabris à Majoria General da Armada. Este artigo identifica e descreve as ações militares realizadas pela Marinha durante a I Guerra Mundial, bem como as alterações organizacionais e genéticas realizadas para responder às necessidades nacionais no âmbito marítimo e naval.
Na Grande Guerra todas as Nações sentiram dificuldades idênticas no seu início. O exemplo da Grande Guerra em África é elucidativa desta realidade. Uns tomaram a iniciativa (os Alemães), outros reagiram de forma decidia quando descobriram a enorme impreparação das suas forças (como a Bélgica ou o Reino Unido) e houve quem, partindo das mesmas condições, não conseguiu reagir e omitiu uma resposta política para as necessidades operacionais das suas forças. Tomando como exemplo as operações na África Oriental (Alemã, Britânica e Portuguesa) vamos elaborar sobre este tema. (Texto da palestra a ser publicado em breve pela Assembleia da República mas a mesma pode ser visualizada no site da AR)
Militares e Sociedade, Marinha e Política.Um Século de História, 2012
A Marinha, ainda que não tivesse toda a sua esquadra disponível em Lisboa, foi a trave mestra do triunfo da revolução de 5 de Outubro de 1910, ao emprestar os seus meios, estruturas, comando e militares aos revoltosos. Os altos dirigentes do Partido Republicano Português proclamariam das varandas da Câmara Municipal de Lisboa um novo regime, nesse dia, reunindo-se em seguida para escolher um governo provisório. As dissidências entre os vários republicanos haveriam de vir logo ao de cima nessas reuniões, o que era um sinal bem claro do que viria a ser a vida política portuguesa nos dezasseis anos seguintes, repletos de grupos digladiando-se nas ruas, golpes e contragolpes, governos efémeros e ditaduras. Nesse ambiente, a Marinha iria continuar a ter uma presença forte entre as forças militares, mas, à medida que nos vamos aproximando do ocaso dessa Primeira República portuguesa, o seu papel ativo na política vai também diminuindo.
Prémio "Almirante Augusto Osório" atribuído ao melhor artigo publicado nos Anais do Clube Militar Naval no ano de 2018, Vol. CXLVIII, julho - dezembro , 2018
World War I, which ended with the Armistice on November 11, 1918, is infamous for its horrific battlefield conditions, its grinding, bloody clashes – the Battles of the Somme(1916), Verdun (1916), Passchendaele (1917) and others – and the resulting human slaughter. Some 8.5 million soldiers were killed and 21 million more were wounded. Less is remembered about the role of the sea and the navies in the conflict. The war hastened technological progress with navies and the war at sea. The German submarines prowled under the waves. Aviation, in its infancy at the war’s start, roared into maturity by the end. It was by the end of the Great War that happened in the Azores a Sea battle , between a Portuguese Navy trawler turned into a minesweeper and then a high seas patrol, NRP Augusto de Castilho, and a big German cruiser submarine: U139. The captain of the Portuguese ship was Carvalho Araújo. The battle lasted about two hours and Carvalho Araújo ended up losing his life, hit by grenade shrapnel. This naval battle is a metaphor, which reflected the great differences between two countries in war, Portugal and Germany. KEY WORDS: Carvalho Araújo, Naval Combat, Great War, German Submarine
2017
19 Mastanduno refere-se às duas faces da ação do estado procurando atingir objetivos internacionais através de estratégias domésticas e atingir objetivos domésticos através de estratégias internacionais. Cf. Mastanduno, Op. Cit. pp. 461-465. 20 Por exemplo Fareed Zakaria avalia os Estados Unidos, William C. Wohlforth a União Soviética, Thomas J. Christensen os Estados Unidos e a China e Randal L. Schweller os estados beligerantes da II Grande Guerra. Cf. Rose, Op. Cit., pp. 154 e 157. Por outro lado, Lobell considera que, se o realismo neoclássico pode explicar as políticas externas das grandes potências, também pode explicar aquelas políticas de potências regionais, potências menores, estados em vias de desenvolvimento, ou mesmo estados falhados.
A guerra submarina alarga a zona do conflito naval a todo o Atlântico Norte e ao Mediterrâneo. Ela é mais intensa nos acessos Oeste aos portos da GB e da França, alargando-se às rotas do Norte, que ligam a Grã-Bretanha aos EUA e Canadá. Mas muito cedo (desde 1915) a zona da guerra submarina abarca a rota de Gibraltar e as que vêm do Atlântico Sul, atingindo em cheio o que podemos chamar o Atlântico Português. (da Introdução)
2015
O presente Trabalho de Investigação Aplicada aborda uma investigação sobre “As campanhas Militares Portuguesas no centro e norte de Moçambique 1886-1916”. O trabalho enquadra-se na participação portuguesa no teatro de operações de Moçambique durante as campanhas militares de ocupação e pacificação do território. Analisa-se também neste trabalho os acontecimentos relativos à fase inicial da Grande Guerra naquela colónia. Com este trabalho pretende-se descrever a forma de atuação e organização das forças militares portuguesas de forma a contribuir para o conhecimento da história militar de Portugal e de Moçambique durante este período. Para a elaboração deste trabalho, utilizou-se uma metodologia baseada na pesquisa e investigação histórica que teve por base a consulta e recolha de informação relacionada com a temática. Do estudo efetuado conclui-se que, após a conferência de Berlim, Portugal teve que adotar novas medidas de ocupação e pacificação baseada no envio de guarnições milita...
A Grande Guerra e a Construção do Mundo Moderno, 2017
A arte militar é a expressão do pensamento criativo do chefe militar no emprego de forças para vencer adversários. Depende da logística, tecnologia militar e equipamentos que influenciam a organização militar e a conduta das operações, bem como das circunstâncias em que o combate ocorre. Por conseguinte, o comandante militar tem deve ser capaz de capturar o carácter da guerra que se adapta a cada momento histórico. Assim, cada plano de guerra deve ter em atenção ao carácter contemporâneo do combate 1 para que as opções se adaptem aos recursos à disposição, que são utilizados de acordo com o espírito e caráter geral da época 2 .
«O Regimento 14 de Infantaria de Linha foi incorporado em Tavira, no Algarve, e é, creio eu, em termos gerais, o melhor Regimento do Exército. Quando eu observei este regimento na Chamusca, em Fevereiro de 1811, reunia cerca de dois mil e quinhentos homens em parada. O 14 era comandado, e excelentemente disciplinado, pelo tenente-coronel Le Mesurier, ex-oficial do Regimento 21 de Sua Majestade Britânica, que é actualmente governador da vila de Almeida (…) constitui com o Regimento 2 a Brigada do Algarve (…) O Regimento 14 encontra-se actualmente sob o comando do coronel Alexandre Magno d'Oliveira.» (The present state of Portugal and of the Portuguese Army, Andrew HALLIDAY, 1812, p. 189) «Os granadeiros da Brigada do Algarve atraíram particularmente a minha atenção: eram todos robustos e corpulentos e a sua tez escura, com bigodes pretos e grandes olhos escuros, dava-lhes um aspecto verdadeiramente marcial.» (Moyle Sherer, Recollections of the Peninsula, 1824, ed. Longman, Hurst, Rees, Orme, and Brown, p.104)
Revista Militar, 66º Volume, Nº5 (Número Temático extraordinário sobre: Portugal na I Guerra Mundial – Operações em África (1914-1918), pp. 429-458., 2014
O esforço militar português em África era então, como ainda o é hoje, pouco conhecido e pouco falado em Portugal, quando comparado com o esforço e a visibilidade do envio de forças para a Flandres europeia: “A organização e partida das forças expedicionárias a Angola e Moçambique quase que despercebida tem passado”. O Tenente-coronel de infantaria Barbosa tenta justificar esta apatia pública pela necessidade de se garantir o deslocamento por mar em segurança num “fundado receio de ataques inesperados em alto mar” e, por isso, na hora do embarque vão “quase que abandonados, como que esquecidos, atravessam as ruas da cidade (…) cabisbaixos, silenciosos” e termina este autor: “parece que um misterioso silêncio envolve tudo quanto diga respeito ao nosso trabalho em África” (Barbosa, 1917: 837). Palavras premonitórias, infelizmente, ainda plenas de atualidade, passados quase cem anos.
Historia. Revista da FLUP, vol. 8, n. 2, 38-56, 2018
Quando Portugal entra na Grande Guerra, os portos portugueses não se encontravam preparados para se defenderem de quaisquer ataques alemães, mesmo o porto de Lisboa. Só após Portugal entrar na guerra é que as autoridades navais e do Exército estabelecem os primeiros planos para a defesa de Leixões e do Douro. No entanto, apesar dos meios conseguidos, os portos do norte mantêm-se encerrados até os ingleses implementarem novas medidas defensivas. Mais tarde, são os franceses que estabelecem uma base de patrulhas em Leixões para apoiar os comboios de cabotagem em viagem entre o Mediterrâneo e o Atlântico, apoiados por uma base aérea em S. Jacinto, Aveiro. Através de documentação inédita, tentaremos analisar os acontecimentos navais na zona de Leixões e do Porto durante a Grande Guerra.
Instituto da Defesa Nacional, 2016
Nação e Defesa Mulheres Portuguesas em Tempo de Guerra (1914-1918) 2016 N.º 145 pp. 109-121 Resumo Este artigo aborda o ativismo das mulheres portuguesas durante a Grande Guerra, materializado em experiências de intervenção social nas áreas da educação, da organização hospitalar, da assistência a feridos, doentes e mutilados e do apoio material e moral aos combatentes. O contributo patriótico de monárquicas e republicanas para o esforço de guerra concretizou-se em obras semelhantes, num cenário contaminado pelas lutas partidárias e religiosas e numa conjuntura política em que os governos as apoiaram ou hostilizaram, consoante as ideologias e estratégias na condução da guerra. A colaboração das mulheres no projeto nacionalista da beligerância portuguesa será contextualizado no movimento do voluntariado feminino dos países em guerra, procurando estabelecer ligações e influências na ação desenvolvida na frente interna e na frente de combate.
"A ação de um oficial da Marinha na Grande Guerra" in A Grande Guerra e os Açores : da estratégia naval à pneumónica / coord. Ana Paula Pires, Rita Nunes, Sérgio Rezendes, 2019
The book and this research, in particular, is the outcome of the meeting that took place in Ponta Delgada, in 2018, June, and aimed to analyze the relationship of the Atlantic, with particular emphasis on the Azores, the complex logistical support to the belligerents, regardless of the stage of war being European or colonial, and the multiple dynamics involved, whether political, economic, ideological or geographical. This book contains a diversity of studies and analyses, one of which is about the Portuguese Admiral Neuparth. This navy officer played an important role in the diplomatic maneuver and in carrying out of the Portuguese State's strategy to the war, in the relationship with the North American forces that were centered in the archipelago of Azores, where it had established a naval base in Ponta Delgada.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.