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Do Islã na democracia

Abstract

Muitos são os especialistas, brasileiros e estrangeiros, que, ao refletirem e analisarem questões vinculadas à geopolítica, as Relações Internacionais e os mundos árabes e islâmicos -(faço questão de utilizar a forma plural para enfatizar melhor sobre a complexidade desses mundos), tem apresentado dificuldades em reconhecer o caráter golpista envolvendo o recente afastamento da irmandade muçulmana da esfera política no Egito. Não raro, essa dificuldade parece despontar em situações relacionadas a um processo ainda incipiente de eleições democráticas, mais especificamente, em se tratando da provável vitória de um partido de obediência islâmica -seja em Túnis, Gaza ou Cairo -e provém de um medo intrínseco de que recaiam acusações tais como ser pró-islamista 2 ou de aderir ao jogo de extremistas, salafistas, terroristas ou jihadistas conforme o vocabulário à la mode. Na maioria das vezes, os próprios analistas têm optado por recomendar cautela, alguns inclusive, deixando de assumir uma postura mais clara, talvez por medo de cometerem um ato próprio a qualquer ser humano: um erro de analise.