Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
Revista Investigações
A narrativa fantástica contém a ruptura entre o real e o irreal promovendo a quebra da estabilidade fixa ao apresentar o conflito do impossível como um mistério a ser desvendado, se é que é possível. Com isso em mente, a narrativa machadiana nos apresenta um universo em que a presença do real e do contraditório são marcantes, gerando dúvidas nas personagens bem como nos leitores. No presente artigo, analisaremos o conto O Imortal tendo em vista as definições do fantástico de Todorov.
Revista Água Viva
Considerando o conto O imortal de Machado de Assis, objetiva-se entender como as pulsões de vida e morte entram em conflito na psique do personagem imortal. Para tanto, observam-se os conceitos de Freud e André Green tanto em relação às teorias pulsionais quanto ao conceito de imortalidade. Conclui-se que a imortalidade do personagem é fruto de um desejo narcísico que, por fim, acaba imbricando ainda mais as pulsões, e que possui ramificação pelo ato de escrita.
Revista Miguilim, 2024
Este artigo tem por objetivo analisar a presença do fantástico no conto "Sem olhos" (1876), de Machado de Assis, bem como identificar e contextualizar os elementos do gótico brasileiro presentes na narrativa. A obra, datada do final do século XIX, oferece um terreno fértil para explorar como o fantástico se desdobra na trama e para examinar de que forma os espaços descritos e os comportamentos e costumes das personagens contribuem para a atmosfera gótica. A metodologia adotada pretende elucidar o cenário do gótico no Brasil, a partir de uma abordagem fundamentada nas contribuições teóricas de França (2017), além de uma análise apoiada nos estudos de Todorov (2017) e de Roas (2014) para compreender o elemento fantástico presente no conto. Desse modo, será realizada uma introdução referente à contextualização histórica e literária do gótico, além de um panorama acerca da vida e de algumas obras de Machado de Assis que se configuram em um cenário gótico brasileiro. Em seguida, serão apresentados os elementos que caracterizam o gótico e o fantástico, respectivamente. Por fim, os conceitos teóricos apresentados serão aplicados à análise da obra. Com isso, pode-se argumentar que a relação com o medo e com a violência manifestam ainda mais o gótico nessa narrativa machadiana, e criam um campo fértil para o desenvolvimento do fantástico. As estratégias discursivas empregadas não apenas atenuam o efeito fantástico do conto, mas também amplificam sua atmosfera sobrenatural.
Luso-Brazilian Review, 2004
This essay discusses an aspect of the narrative of Machado de Assis that I call "entreabertura" (the state of being half-way open). This "in-betweenness" is examined by analyzing the role of the narrator in several of Machado's novels and short stories. In these works, the Brazilian author simultaneously makes full use of his authorial power while still allowing the reader plenty of opportunities for creatively filling in the gaps of the text, helping to bring it to life. Moreover, on several occasions Machado also leads the reader to make conclusions about the text only to deconstruct them afterwards. Machado's narrative is analyzed in the light of works by contemporary authors such as Umberto Eco, Roland Barthes, Jacques Derrida, and Linda Hutcheon, as well as those of Machado scholars such as
Língua, Literatura e Ensino - v. 16 (2022): 18º SePeG - Seminário de Pesquisas da Graduação, 2022
Este artigo esboça um aparato teórico acerca do fantástico com o objetivo de abordar contos escritos por Machado de Assis. Através de um percurso por algumas teorias da literatura fantástica e contrapondo os conceitos de fantástico como “gênero” e como “modo”, foram desenvolvidas categorias específicas que permitem uma melhor abordagem dos contos fantásticos machadianos. Essas categorias consideram não apenas a forma como os contos machadianos subvertem a ideia de fantástico, mas também como a ampliam, e permitem entender como Machado de Assis trabalhou esse tipo de narrativa em seu tempo, contribuindo para um conhecimento renovado da obra de Machado de Assis e de sua figura autoral.
Contraponto, 2020
Resumo: O objetivo deste artigo é apontar como algumas configurações fantásticas ajudaram Machado de Assis a revelar tendências fundamentais da história do século XIX, sobretudo em sua específica dimensão brasileira. Veremos que o uso fantástico (seja em Memórias Póstumas de Brás Cubas ou em diversos de seus contos) ao mesmo tempo que afasta a obra machadiana de qualquer naturalismo, aprofunda sua aptidão realista de retratar as estruturas sociais e ideológicas do Brasil, cumprindo com isso um papel importante na evolução literária de Machado de Assis. Essa perspectiva de investigar o realismo nas próprias formas fantásticas usadas por Machado de Assis busca complementar a crítica literária que analisa sua obra sob um prisma histórico-dialético, como a realizada por Roberto Schwarz.
2009
Este artigo analisa, em tres historias da Literatura Brasileira, como se processa a representacao do escritor Machado de Assis e de sua obra, com o objetivo de vislumbrar, por meio de uma teoria sistemica, novos aportes para a escrita de historias da literatura. Privilegia-se a investigacao das relacoes entre os diversos sistemas sociais e a literatura na construcao da narrativa historica.
Miguilim, 2024
Este artigo tem por objetivo analisar a presença do fantástico no conto "Sem olhos" (1876), de Machado de Assis, bem como identificar e contextualizar os elementos do gótico brasileiro presentes na narrativa. A obra, datada do final do século XIX, oferece um terreno fértil para explorar como o fantástico se desdobra na trama e para examinar de que forma os espaços descritos e os comportamentos e costumes das personagens contribuem para a atmosfera gótica. A metodologia adotada pretende elucidar o cenário do gótico no Brasil, a partir de uma abordagem fundamentada nas contribuições teóricas de França (2017), além de uma análise apoiada nos estudos de Todorov (2017) e de Roas (2014) para compreender o elemento fantástico presente no conto. Desse modo, será realizada uma introdução referente à contextualização histórica e literária do gótico, além Miguilim-Revista Eletrônica do Netlli | v. 13, n. 1, p. 433-450, jan.-abr. 2024 de um panorama acerca da vida e de algumas obras de Machado de Assis que se configuram em um cenário gótico brasileiro. Em seguida, serão apresentados os elementos que caracterizam o gótico e o fantástico, respectivamente. Por fim, os conceitos teóricos apresentados serão aplicados à análise da obra. Com isso, pode-se argumentar que a relação com o medo e com a violência manifestam ainda mais o gótico nessa narrativa machadiana, e criam um campo fértil para o desenvolvimento do fantástico. As estratégias discursivas empregadas não apenas atenuam o efeito fantástico do conto, mas também amplificam sua atmosfera sobrenatural.
Itinerarios Revista De Literatura, 2010
O presente trabalho visa destacar os conceitos de ficção e história segundo a análise de obras do escritor Machado de Assis, abordando contextos sociais, políticos que permearam a sociedade brasileira no século XIX e como se dão as inserções dos mesmos no corpus literário escolhido
Remate de Males, 2010
Com base nas condições de produção literária oferecidas pela revista A Estação (1879-1904), este trabalho propõe uma análise do conto “Um para o outro” (1879), o qual permaneceu parcialmente perdido durante os cem anos decorridos da morte de Machado de Assis. Situado no ponto de convergência das polêmicas fases de produção, o interesse de examinar esse conto, recentemente recuperado, está na possibilidade de redefinir os conceitos críticos estabelecidos em torno dessa dicotomia. Investindo numa perspectiva dialética que considere a interação entre aperfeiçoamento e permanência, pretende-se demonstrar que, no período de criação das inusitadas Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis continuaria a incorporar em sua ficção os influxos das demandas imediatas de cada meio de divulgação literária a que estava vinculado.
De todos os contos que aqui se acham há dois que efetivamente não levam data expressa; os outros a têm, de maneira que este título Histórias sem Data parecerá a alguns ininteligível, ou vago. Supondo, porém, que o meu fim é definir estas páginas como tratando, em substância, de coisas que não são especialmente do dia, ou de um certo dia, penso que o título está explicado. E é o pior que lhe pode acontecer, pois o melhor dos títulos é ainda aquele que não precisa de explicação. M. de A. A IGREJA DO DIABO ÍNDICE CAPÍTULO PRIMEIRO CAPÍTULO II CAPÍTULO III CAPÍTULO IV CAPÍTULO PRIMEIRO DE UMA IDÉIA MIRÍFICA
Mestrado, FFLCH-USP, 2012
Partindo do efeito de leitura percebido nas escrituras autorrreflexivas de Machado de Assis e Gustave Flaubert que, por meio de uma intensa solicitação a discursos já-escritos, pareciam escrever verdadeiros livros feitos de livros , o presente trabalho se propôs estudar a interdiscursividade dos autores, compreendida dentro de suas práticas de escrita e de leitura, a partir do que chamamos de biblioteca fantástica, num diálogo explícito com a teoria de Michel Foucault. Seguindo dois eixos principais, nos quais pretendíamos observar a obra dentro da biblioteca (o espaço das bibliotecas reais dos autores enquanto o lugar privilegiado da enunciabilidade das obras) e a biblioteca dentro da obra (a ficcionalização do livro e dos elementos concernentes ao sistema literário presente nas escrituras), fomos levados a entrever a relação tensional com o já-escrito operada pelas escrituras dos dois autores, aspecto reforçado pelo recurso a ardis ficcionais distintos, a saber, o autor ficcional machadiano e o discurso indireto livre flaubertiano. Ao longo de nosso percurso crítico, percebemos que a biblioteca fantástica dos autores estudados, construída no intervalo entre os dois citados eixos, mostrou-se reveladora da problemática concernente à enunciabilidade e à legibilidade das obras, já que a interdiscursividade de suas escrituras autorreflexivas questionava as formas naturalizadas ou impostas de escrever e de ler, recolocando a literatura enquanto questão. Having as a starting point the reading effect of Machado de Asiss and Gustave Flauberts self reflecting narratives which, due to the intense recourse to other discourses, seem to be books made of other books , the aim of this work is to study these writers interdiscursivity practices, as observed in their writing and reading practices through the concept of the fantastic library, in an explicit dialogue with Michel Foucaults theory. Following two main paths from which we would like to observe the literary work inside the library (the space of the writers real libraries as a privileged viewpoint of their enunciability) and the library in the work (that is, the image of the book and of elements of the literary system represented in the books), we noticed a tense relationship with these other discourses in these two writers practices, which is reinforced by the recourse to different narratological devices such as the fictional author in Machado and free indirect style in Flaubert. As our analysis progressed, we perceive that the fantastic library of those authors, construed between those paths already mentioned, revealed some of the problems related to their enunciability and legibility, as the interdiscursivity of these self reflecting narratives questions not only naturalized or imposed manners of reading and writing but literature itself.
Opiniães, 2016
Este artigo pretende fazer uma análise das alusões à vida urbana na cidade do Rio de Janeiro, verificando como as menções à vida moderna aparecem na literatura de Machado de Assis, a partir de dois contos selecionados, “A cartomante” e “Pai contra mãe”, componentes, respectivamente, das coletâneas Várias histórias (1896) e Relíquias de casa velha (1906). Outros contos, como “O diplomático” e “O astrólogo”, também são abordados. A categoria conceitual de Georg Simmel, de “aventura”, sugere como o acaso e o risco são elementos da vida urbana, inviabilizando a determinação dos resultados das ações individuais. Nos contos mencionados, a cidade se mostra um ambiente de imprevisibilidades, e os personagens tentam resolver tais indeterminações a partir do próprio deslocamento pelas ruas. Há diferentes grupos sociais que compartilham os mesmos espaços coletivos, mas a convivência não é, necessariamente, harmoniosa. Embora o léxico político estivesse fundado sobre a matriz liberal, os valore...
Anais do VIII Seminário de Literatura Brasileira: Tra(d)ições e Traduções. 4 a 6 de junho de 2014 / Osmar Pereira Oliva (Coord.). Montes Claros, MG: Unimontes, 2014. 1 disco a laser para computador: 4 3/4 pol. ISSN: 1984-0497. p. 43/1-12.
Publicado originalmente na imprensa e posteriormente incluído em Papéis avulsos (1882), o conto “O alienista” pertence ao grupo dos trabalhos mais adaptados e recriados de Machado de Assis. Conta com edições independentes, traduções para várias línguas e já foi levado para o cinema e para o teatro. Com sextilhas do cordelista cearense Rouxinol do Rinaré – pseudônimo de Antônio Carlos da Silva – e xilogravuras de Erivaldo, os terríveis acontecimentos de Itaguaí, “universo” de Simão Bacamarte, figuram, também, entre os títulos da literatura de cordel. Nesta comunicação, apresentamos uma leitura comparativa d’O alienista em versos de Rouxinol do Rinaré (1. ed., 2008) com o conto de Machado, destacando os contextos de produção das obras e algumas das tradições a que se inserem seus autores.
Palimpsesto, 2023
O objetivo deste artigo é levantar reflexões acerca das contribuições de Machado de Assis para o desenvolvimento do conto moderno na literatura brasileira, com foco na relação existente entre os materiais literários e seus suportes impressos: o jornal e o livro. Para tanto, opera-se uma articulação entre a ideia de conto, teorizada por Poe; o desenvolvimento do gênero nos jornais oitocentistas; e a modernização da imprensa periódica no mesmo período histórico. Na sequência, discute-se a atuação de Machado de Assis como contista no Brasil do século dezenove, entre os jornais e os livros de contos, considerando os impactos da modernização da imprensa na literatura. Com isso, abrem-se caminhos fecundos a novas discussões acerca da relação imbricada entre textos e suportes literários, especialmente na literatura brasileira oitocentista. *** ASSUMPÇÃO, Juliana Gama de Brito. O conto moderno e seus suportes no Brasil: Machado de Assis, os jornais e os livros. Palimpsesto - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 41, p. 340-362, abr. 2023. ISSN 1809-3507. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/palimpsesto/article/view/67608. Acesso em: 09 jun. 2023. doi: https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2023.67608.
Anuário de Literatura, 2019
narrative.In this process, the short story by João Padilha shows, indirectly, the way the readers should read the story because it activates references that work as reading metaphors, as a way of going through Machado de Assis's work/text through the principle of palimpsestic construction. Through this reading operation, the reader is invited to be a traveler, but she/he should, therefore, activate a determinate reading repertoire which equals to moving through a vast series of literary traditions.
Revista Vértices (Campos dos Goytacazes), 2012
O presente artigo faz um estudo da poesia e da prosa de Machado de Assis, partindo da leitura do poema "Mundo interior", em contraponto às ideias de outros autores como Shakespeare, Goethe e Poe acerca da natureza humana e das contradições inerentes ao homem.
Humanidades Em Diálogo, 8, 211-216, 2017
Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muito anos, contava eu dezessete, ela trinta." (ASSIS, 1899, p. 77) 1 . Assim se inicia um dos contos mais conhecidos e emblemáticos de Machado de Assis: Missa do galo. Nogueira, já velho, é o narrador em primeira pessoa que nos conta, de forma um tanto quanto enigmática, uma passagem de sua juventude, quando foi morar no Rio de Janeiro, na casa de Meneses, marido de uma prima que falecera, junto com Conceição, sua mãe e duas escravas -a família pequena é uma constante na obra machadiana .
2011
Este artigo pretende apresentar algumas questões decorrentes de nossa pesquisa de Mestrado, financiada pela Fapesp, acerca da obra de Gustave Flaubert e Machado de Assis. Partiu-se da observação do espaço da biblioteca encarado tanto como o lugar real onde o escritor entra em contato com outros discursos, visando uma relação preponderantemente discursiva com o já-escrito, quanto como um lugar metafórico vislumbrado na figuração do literário presente nas obras estudadas, compreendida como a incorporação de elementos concernentes ao livro e ao fazer literário no próprio discurso ficcional. Dando especial atenção à construção do autor ficcional de Memórias póstumas de Brás Cubas, da qual decorre a ficcionalização do processo de escrita e de leitura da obra, e a ficcionalização irônica do processo de pesquisa e de leitura de Bouvard et Pécuchet, apontamos para o aspecto autorreflexivo das escrituras dos autores. THE LITERARY FICTIONALIZATION IN THE FANTASTIC LIBRARIES OF GUSTAVE FLAUBERT AND MACHADO DE ASSIS This article aims to present the issues which resulted from our master’s degree research, financially supported by Fapesp, regarding the work of Gustave Flaubert and Machado de Assis. Our starting point was the apprehension of the library taken as a real place where the writer encounters with other discourses aiming a preponderantly discursive relationship with what has already been written, the library can also be seen as a metaphorical place conjectured in the literary outline present in the analyzed works, understood as an incorporation of elements regarding the book and the literary production in the authors’ fictional discourse itself. Drawing attention to the construction of the fictional author in Memória póstumas de Brás Cubas, from which originates the fictionalization of the writing and reading process of the work, and also drawing attention to the ironic fictionalization of the research and reading process in Bouvard & Pécuchet, we bring forward the self-reflexive aspect of the writings of these authors.
Resumo Este artigo analisa, em três histórias da Literatura Brasileira, como se processa a representação do escritor Machado de Assis e de sua obra, com o objetivo de vislumbrar, por meio de uma teoria sistêmica, novos aportes para a escrita de histórias da literatura. Privilegia-se a investigação das relações entre os diversos sistemas sociais e a literatura na construção da narrativa histórica. Abstract This research examines, in three histories of Brazilian literature, the way how the representation of the writer Machado de Assis and his work is made, in order to discern, supported by a systemic theory, new contributions to the writing of histories of literature. The text privileges to investigate the relationships between different social systems and literature in the construction of historical narrative.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.