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Revista Visuais
Na história da arte do século XX em Portugal, o nome de Nadir Afonso ascende, merecidamente, ao mais alto cume, e a passagem do tempo apenas o vem confirmando. Não apenas, e desde logo, por ter sido um dos pioneiros da arte abstracta feita entre nós, ao lado de Fernando Lanhas e de poucos mais, como sobretudo pela imensa originalidade do seu trabalho plástico. Ao que se deveria juntar também o reconhecimento internacional que, desde muito cedo, o seu trabalho mereceu, ao ser convidado a expor em Paris numa das galerias marcantes na divulgação das neo-vanguardas europeias da década de cinquenta, a célebre galeria Denise Renée. Ali Nadir expôs ao lado de outros destacados artistas internacionais como Victor Vasarely, Jacobsen, Dewasne ou Mortensen, quase todos associados à exposição-manifesto "Le Mouvement" de 1955.
Revista Visuais
Aos 4 anos de idade Nadir pintou um círculo vermelho na parede da sala de sua casa, e, este facto foi como que um prenuncio, de que a matemática sempre orientaria a sua vida. Bem cedo, Nadir enunciou que a arte é um reflexo das leis da natureza, que a essência da obra de arte é a geometria, A Arte, para Nadir, era a chama que lhe dava sentido à vida, era o ar que respirava. Já enquanto aluno das Belas-Artes Dórdio Gomes lhe notara a «paixão irresistível pela pintura», Nadir dedicou-se inteiro à Arte e à compreensão do fenómeno artístico com uma lucidez e independência de espírito invulgares. A arte, qual corrente caudalosa, ninguém a pode suster e pintou sempre desde que aos quatro anos pinta um círculo vermelho na parede da sala de sua casa.
Transverso, 2022
RESUMO (PT): A dissertação de mestrado "Manifesto sobre a Osmose das Artes" analisa a relação de dualidade entre arquitetura e pintura ao longo do tempo, desde o renascimento à contemporaneidade. Este artigo apresenta de maneira sumária o caso de estudo da dissertação, a obra do arquiteto-pintor Nadir Afonso. A investigação sobre a obra de Nadir torna-se importante para a comunidade científica pelo seu contributo na arte contemporânea portuguesa, onde o convívio com diferentes arquitetos e artistas-como Le Corbusier, Fernand Lèger, Oscar Niemeyer, Victor Vasarely-proporcionou a construção de uma obra singular, articulando teoria e prática. Destacam-se neste artigo dois períodos da obra de Nadir, nos quais o cruzamento entre as duas artes existe com maior evidência: i) O período do "Pré-Geometrismo" e ii) O período do "Espacillimité". Palavras chave: arte moderna portuguesa; arquitetura; pintura; obra de arte ABSTRACT (EN): The master's thesis "Art Osmosis Manifesto" analyzes the double relationship between architecture and painting over time, from the Renaissance to the contemporary. This article briefly presents the case study of the thesis the work of the architect-painter Nadir Afonso. Research on Nadir's work becomes important for the scientific community due to his contribution to contemporary Portuguese art, where interactions with different architects and artists-such as Le Corbusier, Fernand Lèger, Oscar Niemeyer, Victor Vasarely-have allowed the construction of a singular work, articulating theory and practice. In this article, two periods of Nadir's work stand out, in which the intersection between the two arts exists with greater evidence: i) The period of "pre-Geometrism"; ii) The period of "Espacillimité".
Revista Visuais, 2018
Ao longo dos últimos anos, entre diversos textos escritos, tenho vindo a interpelar o método conceptual do arquiteto (que gostava de ter sido escultor) Álvaro Siza, procurando descodificar (como se isso fosse possível) a sua notável capacidade de reinventar memórias, de interpretar geografias, de se deixar contaminar por tantas “culturas-outras”. Esse exercício de alteridade - ser simultaneamente eu e o outro; ser daqui e do mundo, ser local e universal -, de clara afinidade pessoana ou torguiana, leva Siza a criar obras que são suas, originais e irrepetíveis, mas que ressoam, na nossa memória, como espaços familiares; ou, dito de outra forma, como se tivessem pertencido sempre à vida de um lugar, de uma cidade ou de um personagem.
Revista Visuais
Desejamos propor, em Nadir Afonso, a arte como uma diáspora, um olhar mais actual e mais contemporâneo sobre a obra nadiriana numa perspectiva integrada das artes. A muito pouco tempo de se comemorar os cem anos do nascimento deste pintor português (em 4 de Dezembro de 2020), é já num registo de procura de conhecimento e de homenagem que o presente dossier se faz publicar, justamente, no Brasil.
2010
Nadir Afonso (b. 1920), a multidisciplinary personality, painter, writer and architect, is the object of this research project. In the main, the body of this work is imperfectly known, scarcely disclosed and hardly studied. The aim of this undertaking is to contribute to a better understanding and dissemination of his work and from an enlarged perspective establish the relations between painting and aesthetics, concentrating above all on his pictorial output that appears in connection with the city as its theme. In our research we came across unfounded reflections fabricated about his plastic and aesthetic work, due to their authors' delusions of knowledge. In response to this we have outlined and transcribed fragments of aesthetic texts by Nadir Afonso to refute such allegations. Although this is an excessively lengthy work, through it we have become comprehensively acquainted with most of his artistic production. This has allowed us to recognise his pioneering spirit and the originality of his creative and theoretical solutions and the consequent demonstration of the importance of his work. To the artist each process of artistic creation is done with meticulous attention to contemplation and meditation, which culminates in the search for the essence of art, which he believes is mathematical in origin. The city is an ever-present theme in the history of painting in the Western world and also in the work of Nadir Afonso. We will reveal how real or imaginary cities mark his work and are the result of a time-consuming and persevering task. We also provide an overview of his aesthetic theory, in which the representation of the object does not give specificity to the work of art.
Anais do 41º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte: Arte em Tempos Sombrios (evento online), 23-27 nov. 2021, 2022
Nesta comunicação pretende-se explorar o fato de que os "tempos sombrios", frequentemente condicionados pelo contexto em que os indivíduos estão inseridos, não raro carregam como componente principal conflitos inerentes ao próprio artista, o que por vezes o faz chegar, como diz Diderot, ao "limite extremo da arte". Para isso, articulando o pensamento de autores como Hubert Damisch, Georges Didi-Huberman e Honoré de Balzac, e tendo como exemplo situações ocorridas com pintores como Cézanne, Tiziano e Pontormo, serão cotejadas duas possibilidades: a dúvida instaurada na Primeira Época Moderna a partir do ceticismo, de Montaigne e Descartes, e a dúvida obsessivo-compulsiva tal qual identificada na segunda metade do século XIX.
2013
Ilídio Salteiro presented, on the 32 rooms of the military museum in Lisbon, a rescue exhibition. His corpus of more than a hundred paintings, prepared between 2007 and 2013, is an interpretation proposition of the global landscape, witch encompasses us all, included, represented, and safe kept. On the context of this exhibition, entitled "The centre of the world," the dialectic of representation and substitution is revisited, under the theme of landscape.
Revista de Letras, Artes e Comunicação
O artigo pretende apresentar algumas reflexões sobre a obra "Barco a Seco", de Rubens Figueiredo, escritor brasileiro contemporâneo. Na obra, o ato literário se encarrega de abrir circunstâncias para a relação entre literatura e artes plásticas. No entanto, ao longo das páginas, questões como o duplo, o falsário, o simulacro e, mesmo a possível falsificação das obras do pintor-personagem, deixam pistas sobre o fingimento atuante no próprio texto. Neste sentido, apresentamos algumas possíveis idéias para a leitura dessa obra, a partir, principalmente, da seguinte questão: os recursos literários na obra estabelecem um jogo de fingimento, no qual o leitor tem um papel a cumprir, ao abrir algumas possibilidades de leituras na medida em que se falseia a autoridade necessária para discursar sobre artes plásticas.
bocc.unisinos.br
Resumo: A partir de Cézanne, considerado o pai da abstracção, a pintura regressou a si própria, depois do longo caminho renascentista. Isto é, começou a questionarse como medium, independentemente da representação do espaço esterior. A abstracção será, então, uma histeria onde tudo está à superfície numa espécie de dança dionisíaca, onde não há profundidade nem narrativa temporal.
Rui Macedo. (In)dispensável ou A pintura que inquieta a colecção do museu, 2019
Começo este texto com uma asserção: o acto de ver enforma toda a acção criativa. Sustento-o na assunção de que ver é sempre o resultado de um leque de variáveis: vemos o que está disponível, o que nos é permitido ver, o que conseguimos descortinar com o conhecimento que temos, e o que consideramos relevante. Toda a acção humana, aí compreendida a Arte, é tecida desses cruzamentos que se multiplicam com o passar do tempo e a sedimentação do conhecimento, e com a pluralidade dos intervenientes. Os museus integram este quadro de modo particularmente eloquente, e têm sido, desde o seu surgimento, escolas alternativas, lugares de estudo e de encontro entre gerações de artistas que, em muitos casos, jamais se encontrariam de outro modo. O discurso sobre o que constitui a herança cultural e artística (ou património) é gizado, em grande parte, dentro das paredes da instituição museológica, pelo modo como as obras, que constituem as suas colecções, são estudadas, colocadas em diálogo entre si e comunicadas-não apenas pelos investigadores, curadores e educadores, mas também pelos visitantes. Entre estes, há uma estirpe que os museus desejam, desde a sua génese, seduzir: os artistas. Não porque a relação destes com o passado da Arte (seja ele mais ou menos recente) seja especialmente devota ou respeitadora-embora essa forma de relação não seja de excluir-, mas porque, em particular na tradição ocidental desde o final da Idade Média, a obra dos mestres constituiu território apetecível para a indagação artística dos mais novos, para a experimentação de caminhos alternativos, na rejeição do que cada tempo e autor ou autora considera dispensáveis, desadequados ou menos urgentes, e na recuperação e continuação de pressupostos, técnicas ou pontos de vista tomados como pertinentes.
2020
Este artigo procura abordar o poder da presenca da imagem em tres periodos historicos do seculo XX, algo que se tornou omnipresente nestas epocas historicas, mas que nao e exclusivo das mesmas: veja-se a referencia ao impacto da visao de parte do corpo descoberto de Frine, levada a julgamento no seculo IV a.C. A imagem, em dois dos casos aqui apresentados (o nazismo e o estalinismo), constituiu um instrumento ao servico do poder, com o objetivo de encenar simultaneamente a “heroicidade” e uma normalidade em contraste radical com uma brutalidade que marcou decisivamente a historia e constituiu um dos principais momentos de trevas vividos no seculo XX. Por seu turno, sob Estaline, a imagem e manipulada, tornando o processo de rasura de personagens uma alegoria macabra da sua aniquilacao real. A eficacia da reconstrucao da realidade, atraves da manipulacao da imagem, passa, assim, por uma ilusao de omnipotencia: como se os ditadores tivessem o poder de enunciar, construir e destruir a ...
Repositório de produção científica e intelectual da UNICAMP, 2019
Este trabalho pretende mapear, na obra do filósofo alemão Theodor Adorno (1903-1969), as linhas que versam especificamente sobre pintura; quero mostrar como as poucas linhas que Adorno dedicou à pintura são coerentes diante da teoria filosófica do autor, e continuam sendo um campo vivo de investigação e fortuna crítica, de grande valor para a decifração da arte contemporânea.
POIÉSIS
O problema que enfrentamos no texto que se segue é como a imagem-potência no nível mental retorna para o mundo na forma de pintura e, como essa pintura, preserva tais fluxos e energia de seu tema, no caso, a natureza como objeto. Ao considerar o acaso como via de acesso às imagens mentais, nossa investigação encontra no estado de transe um potente mecanismo de conexão entre os demais estágios da pintura. Esta forma de consciência é fundamental para orquestrar o processo construtivo da pintura em que elementos intrínsecos ao fazer artístico, como intuição, gesto, ritmo, afeto, imaginação, substância e ateliês são conjugados para criar uma forma de reconexão entre o artista, o observador e o mundo.
A PINTURA É UMA LIÇÃO sciencia potentia est, 2022
Em Sobre imagens como pinturas, Mauricius Farina desenvolve um ensaio centrado na imagem, e na sua dupla relação entre pintura e fotogra'a. O que quer dizer, uma deambulação histórica no sentido de uma determinação histórica decorrente a partir de um pensamento da antiguidade clássica. Diz-nos Mauricius Farina (MF), que “não se pode colocar nas sombras, para um princípio de interesse sobre a relação entre pintura e as imagens, a importância que o norte europeu determinou tendo na origem um destacado interesse pela imanência do real”. MF apresenta então a tese de que é “a partir do início do século XV, [que] muitos artistas ocidentais usaram a óptica – (...) espelhos e lentes (ou uma combinação dos dois) - para criar projeções 'éis”, desse modo valorizando as intermediações instrumentais como um conhecimento secreto presente na pintura. Se, por um lado, “as práticas estabelecidas pela necessidade de conhecer as superfícies moldadas pela luz, puderam, de fato, auxiliar para uma compreensão relacionada com a aparição da fotogra'a”, por outro, e “diante dos processos de apagamento da referência, a pintura moderna promoveu a quebra da ideia de janela que a representação perspectiva promovia na superfície do quadro”. MF refere-nos a existência da imagem como projeção, os novos enfrentamentos da pintura, e os “(...) esgarçamentos do conceito pintura”. Assim, a inclusão de experiências artísticas, bem como o processo de reprodutibilidade da pintura, possibilita o diálogo conceptual, a desconstrução de de'nições, e o acontecimento artístico transformador. Desse modo, o manifesto interesse de MF por um processo de constituição de uma poética visual, onde as experiências das imagens especulares são experiências de fabulação por imagem, que “ao elegerem a espacialidade do quadro, permitiram que se produzisse uma resiliência e uma renovação para as imagens e também para a pintura, ignorando por princípio os vários decretos de sua desaparição. Poderíamos dizer [para concluir] que nunca como antes precisaremos tanto de materialidades e de pinturas, basta reconhecer a importância de cada coisa em sua própria natureza”.
Cadernos do Arquivo Municipal, 2.ª Série | Nº 7 | janeiro - junho 2017 Lisboa e as Artes Decorativas: Obras, Artistas, Projetos, 2017
A Arte Nova foi um movimento estilístico internacional desenvolvido em vários países, entre eles Portugal. Na cidade de Lisboa os primeiros registos são diversas ilustrações e gradualmente influenciou outras criações artísticas. Particularmente o azulejo, o vitral, a pintura a fresco e a pintura sobre vidro. Neste artigo debruçaremos sobre as influências estrangeiras na criação destas obras em Lisboa, suas especificidades e originalidade no panorama da Arte Nova. Palavras-chave: Arte Nova, Arquitectura, Azulejo, Pintura a Fresco, Vitral Abstract: Art Nouveau was an international stylistic movement developed in several countries, including Portugal. The first records that appeared in the city of Lisbon were several illustrations and it gradually influenced other artistic creations, partculary the tiles, fresco painting, stained glass and painting on glass. In this article we will focus on these works made in Lisbon, its foreign artistic influences, its characteristics and originality in the Art Nouveau panorama. Keywords: Art Nouveau, Architecture, Tile, Fresco painting, Stained Glass
2016
Para o entendimento da i magem deferi da desenvolve-se uma análise específica de alguns aspetos da Arte Pop. Revê-se 129 DIE IN JET (1962) de Andy Warhol e di sserta-se, sobretudo, sobre a utilização da "image tr ouvée" e sobre a repeti ção em pintura. Depois expõe-se o nosso entendimento acerca do deferimento da imagem e sobre a consequente remateri ali zação plástica. Para completar o estudo, estabelece-se uma correlação da pintura com a filosofia analítica e fala-se da pintura como uma proposi ção plásti ca. De seguida abordam-se os seus aspetos críticos e contundentes. Por fim, é apresentado Ilegal, um projecto/trabalho em pintura desenvolvido especificamente para esta tese e explorando a sua latitude concetual .
1982
Primeiro ensaio de caracterização, estudo evolutivo, linhas de contextuselização e definição estilística do Maneirismo português no campo da produção pictórica. Acentuam-se as potencialidades desse esquecido 'tempo' artístico (antes, só, devidamente avaliado por Adriano de Gusmão, Jorge Henrique Pais da Silva, Túlio Espanca e Dagoberto L. Markl) como fase de originalidade e de actualização de modelos. Desenham-se as linhas fundamentais de evolução do estilo, desde a ‘geração experimental’ (Gregório Lopes, Diogo de Contreiras, Mestre de Abrantes, Francisco de Campos), passando pela ‘geração romanizada’ (António Campelo, Gaspar Dias), pela terceira geração (síntese da Bella Maniera com novos valores de retórica tridentina), onde avultam Francisco Venegas, Fernão Gomes e Diogo Teixeira, e por uma última etapa de Contra-Maniera, em que o formulário tende a esgotar-se face ao novo disciplinamento tridentino (Simão Rodrigues, Amaro do Vale, Domingos Veira Serrão, Pedro Nunes) face aos primeiros ecos da nova linguagem barroco-naturalista. Análise do estatuto social dos artistas, das tendências criadoras dos grandes centros (Lisboa, Évora, Coimbra), do ambiente e estruturas de produção, das influências exteriores (sem esquecer o peso da gravura) e das «curvas de vanguardismo» assinaladas no seio do movimento.
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