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Aletria: Revista de Estudos de Literatura
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Resumo: Este estudo pretende analisar o conto “Famigerado”, de Guimarães Rosa, à luz das Formas Simples, de André Jolles, e da psicanálise. O texto é lido como uma adivinha às avessas, invertendo as posições do inquiridor e do questionado. Tendo como fundo a modernização do sertão nos anos 60, o embate entre o letrado e o jagunço revela tensões e ambigüidades, abordadas pela estilística e pela psicanálise.Palavras-chave: conto brasileiro; Guimarães Rosa; adivinha; ambigudade; Psicanálise.: This study analyses “Famigerado”, a short story by Guimarães Rosa, taking Simple Forms, by André Jolles, and psychoanalysis as theoretical references. Rosa’s story is seen as an inverted riddle, by which questioner and answerer switch positions. The modernization process in Brazil’s hinterland during the 60s provides a framework to the conflict between the story’s hero, an illiterate “jagunço”, and its learned narrator. The tensions and ambiguities thus revealed can find in psychoanalysis and styl...
Estudo sobre a dimensão do termo enigma através das Escrituras
Ideação
Este artigo estuda a poesia oral enquanto ato de enunciação e performance e analisa o espetáculo Pelas ordens do rei que pede socorro, do grupo de teatro de rua “O Buraco d’Oráculo”. Metodologicamente, transita entre constatar um fenômeno observável, realizando ora descrições desse dado, ora análises de aspectos instáveis em contextos sociais, econômicos e políticos. Trabalha-se a hipótese de que o intercâmbio entre o corpo do(a) intérprete, o corpo escrito do texto e a carne sonora da palavra interferem na produção de sentido. Questiona-se, ainda, o envolvimento mútuo desses elementos que alteram e/ ou mobilizam significados e significantes. Este trabalho divide-se em duas partes. A primeira apresenta o grupo teatral em estudo. Recorre-se a outras abordagens para uma leitura panorâmica de suas atividades como artistas e ativistas. Nesse histórico, destacam-se as apresentações de obras em espaços públicos e abertos como forma de partilha de questões políticas e sociológicas. Além di...
Viso: Cadernos de estética aplicada
O artigo examina o conflito das imagens na contemporaneidade, a partir da reflexão estética de Jean Baudrillard. Mostra que para Baudrillard a imagem hegemônica na sociedade da simulação total é o simulacro: imagens planas; sem enigma, sem mistério; sem face oculta; nos termos do autor. Partindo desse diagnóstico, o texto conjectura se nessa sociedade hiper-real, é possível, ainda, produzir uma imagem-enigma, uma imagem que “force o pensamento”, no sentido de Gilles Deleuze, algo como o “chegante”, diria Jacques Derrida; algo que “aconteça no acontecimento”, diria Jean-François Lyotard; algo como “o impensado” afirmaria Foucault; algo como uma “possibilidade indefinida” na expressão de Hans-Thies Lehmann; algo que rompa, enfim, com o horizonte do provável, interrompendo toda organização performativa, todo contexto dominável por um convencionalismo; porque somente, assim, na subtração de elementos de poder, é que se liberaria, nesse drama da percepção, a força não meramente comunicat...
Por que a imagem da vagina provoca estranhamento? É o desafio que a pintura de Gustav Courbet instiga ao longo da sua trajetória acidentada; o quadro chegou a ser velado mesmo por Jacques Lacan, seu último dono, que o descortinava apenas a visitantes seletos. Uma leitura psicanalítica situa o estranhamento para além de convenções morais e/ou contexto histórico; a chave para o enigma do quadro é o significante fálico; o estranhamento causado no espectador, mais do que advir da confrontação com a representação da castração (aquilo que lançou o ser vivente na dimensão simbólica) é o de quem se depara com o que escapa a ela, o Real irrepresentável. O contato com o Real causa angústia, no entanto, abre a possibilidade do sujeito, a partir do confronto com o vazio que resiste em sua constituiçãovazio inapreensível -contorná-lo através da sublimação, elevando o objeto à dignidade da Coisa.
Todas as letras, 2018
Busca-se neste trabalho dar uma visão do processo compositivo que estrutura o romance Tratado das paixões da alma (1990), de António Lobo Antunes. Destacaremos como, em termos narrativos, a diversidade de vozes constantemente entrelaçadas, além da variedade de tempos e espaços mobilizados pela obra, criam um sentimento de fragmentaridade e simultaneidade que estilhaçam a ideia de um discurso unívoco e colocam em xeque a voz narrativa impessoal que atravessa o romance.
A palavra e seu estudo científico 1 I -Noções iniciais Antes de se começar o estudo da lexicologia, é necessário fazer uma reflexão sobre o que é exatamente a "palavra" em linguística, pois além de saber sua definição, identificar os seus limites é essencial para uma ciência que se propõe a estudá-la, pois toda ciência precisa ter muito bem definido o seu objeto de estudo. A primeira constatação é de que a noção de palavra é ambígua. Podemos pensar em frases como: Ela escreveu a palavra exceção de forma incorreta. Meu chefe me disse que quer ter uma palavra comigo. Eu te dou a minha palavra neste compromisso. Em cada um dos contextos, "palavra" é empregada com um sentido diferente, mas é possível compreender os sentidos pelo contexto. No dicionário Houaiss, por exemplo, a primeira definição de palavra é "unidade da língua escrita, situada entre dois espaços em branco, ou entre espaço em branco e sinal de pontuação". Esta definição refere-se à ideia gráfica de palavra, ou seja, um agrupamento de letras que é limitado à direita e à esquerda por espaços brancos ou pontos. Essa definição deixa de considerar aspectos fonéticos, pois se pensarmos a língua de maneira desvinculada da escrita, teríamos de definir palavra como uma sequência de sons separados por pausas. Mas, mesmo a cadeia falada é passível de segmentações alternativas, que resultam em sentidos diferentes: Ele deu uma surra na mulher, bateu com as mãos e com a pá nela. Ele deu uma surra na mulher, bateu com as mãos e com a panela. Desta forma, percebe-se que o critério fonético também não é suficiente para delimitar cientificamente a noção de palavra. Sabe-se que para que uma sequência de letras ou de sons seja considerada uma palavra, esse conjunto precisa remeter a um sentido, precisa ter uma significação, o que mostra que o aspecto semântico também é constituinte da palavra. O linguista André Martinet (1908Martinet ( -1999) ) definiu palavra como um complexo de traços significativos, e identificou as unidades mínimas de significação. Na frase: O menino chegou em casa. A divisão em unidades mínimas de significação seria algo como: O / menin / o / cheg / ou / em / cas / a. Ao priorizar a significação, a divisão em segmentos menores, sonoros, não é válida, pois os fonemas são unidades apenas do plano da expressão. A partir dessa segmentação, Martinet definiu que o objeto de estudo não seria a palavra, mas a unidade mínima de significação, que ele chamou de "monema", e que pode ou não coincidir com a segmentação gráfica. Desta forma, é possível segmentar a palavra "trabalhador" em dois monemas: "trabalh-", que contém a ideia de atividade remunerada "-ador", que indica o agente, quem executa tal atividade Com base nesse exemplo, ele diferenciou os monemas de tipo aberto (numerosos), como "trabalh-", que ele chama de lexemas, dos monemas de séries pouco numerosas, como "-ador", "-amos", que ele chama de morfemas. O desenvolvimento da noção de lexema resolveu o problema da ambiguidade da noção de palavra para os estudos do léxico e foi possível definir que o sistema linguístico é composto por unidades léxicas abstratas, chamadas de lexemas. Segundo Biderman (1978, p. 130-131), a noção de lexema, como unidade mínima de significação, está no nível da "langue", ou seja, lexema é unidade do sistema da língua, virtual, está à disposição para o uso efetivo dos falantes. O lexema, que também é chamado de morfema lexical ou unidade lexical, é uma unidade de sentido e de som que não é funcional ou derivacional (gramatical). Para tratar das unidades lexicais na "parole", na realização (atualização) da língua, Bernard Pottier (1924-) criou o conceito de lexia. Desta maneira, podemos dizer
Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga, 2018
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Revista Hypnos, 2019
Resumo: O artigo pretende destacar o papel da imagem na escrita de Platão que, para além dos estereótipos envolvendo os princípios a ele atribuídos, para criticar a representação, a imagem e os mitos, usando a representação no seu discurso, para impossibilitar a compreensão de uma teoria da representação. Nesse sentido, a República mostra-se como topos privilegiado para observar a profusão de imagens utilizadas por Platão ao longo de sua narrativa, justamente o que leva a propor que sua reflexão sobre a noção de representação é mimética. Palavras-chave: Platão; palavra; imagem; mímesis. Abstract: This article intends to highlight the role of images in Plato's writing, who allows himself, besides all the stereotypes involving the principles attributed to him, to criticize representation, image and myths by means of representation in his speech, so as to enable the understanding of a representation theory. Thus, the Republic presents itself as the privileged topos in which we can envisage the profusion of images used by Plato throughout his narrative. That allows us to set forth that his reflection upon the notion of representation is mimetic. Keywords: Plato; word; image; mímesis. [...] Lembro que Bernard Shaw disse que Platão foi o dramaturgo que inventou Sócrates, tal como os quatro evangelistas inventaram Jesus. Isso talvez seja ir longe demais, mas há nisso uma certa verdade. Num dos di-álogos de Platão, ele fala sobre os livros de modo um tanto depreciativo: "O que é um livro? Um livro, como uma pintura, parece um ser vivo; no entanto, se lhe perguntamos algo, não responde. Vemos então que está morto". Para fazer do livro um ser vivo, ele inventou-felizmente para nós-o diálogo platônico que se antecipa às dúvidas e perguntas do leitor. A imagem de Borges, faz referência a dois momentos específicos do Fedro, o primeiro na retomada da crítica ao discurso de Lísias: "Mas suponho que isto ao menos tu admitirias: todo discurso deve ser organizado assim como um ser vivo, tendo ele mesmo uma espécie de corpo, de modo a não ser desprovido de pé e nem de cabeça, mas ter partes medias e finais, escritas adequando-se umas às outras e também ao todo" (264c); o segundo na continuidade da crítica
2020
Esta pesquisa adentra o campo da literatura policial, investigando de que maneira as configuracoes detetivescas modernas criadas por Edgar Allan Poe, fazem-se presentes, reinventando-se na contemporaneidade. Assim, para responder a essa questao, busca-se entender as configuracoes detetivescas modernas e analisar os romances policiais brasileiros As iniciais (1999), de Bernardo Carvalho, e O silencio da chuva (2005), de Luiz Alfredo Garcia-Roza, para visualizar como essas configuracoes sao postas nos livros. Destaca-se que o romance policial contemporâneo, apesar de manter muitas configuracoes modernas, nao tem uma estrutura fixa e linear, dividindo-se em duas areas: o whoddunit e o roman noir.
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia
Para Schopenhauer, a filosofia consiste em uma reflexão conceitual que nos permite compreender o enigma colocado pela existência inevitável do sofrimento e da morte, através de uma metafísica que ele qualifica como imanente. Por ser imanente, a sua metafísica não deve ser entendida como uma explicação obtida através de um conhecimento situado fora ou além da experiência, pois ela consiste na interpretação que considera os fatos da experiência interna e externa que estão ao alcance de todos e as relações desses fatos com o mundo, através da qual podemos compreender a ligação mais profunda e oculta existente entre eles. Consequentemente sua metafísica não formula conclusões sobre aquilo que esta fora de toda a possibilidade de experiência, razão pela qual ela deixa em suspenso todas as questões cujas respostas não podem ser assimiladas por meio das formas e funções do nosso intelecto.
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outra travessia, 2013
Semina - Revista dos Pós-Graduandos em História da UPF