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Sofrimentos Sociais em Debate

2003, Psicologia USP

Abstract

Este texto analisa algumas dimensões do sofrimento social (humilhação, vergonha, falta de reconhecimento) vividas por adolescentes de categorias subalternizadas e os efeitos gerados nos contextos comunitário, grupal e social. A hipótese desenvolvida é a de que o sofrimento social não tem visibilidade: ele se inscreve no interior das subjetividades sem, no entanto, ser compartilhado coletivamente. Na última parte do texto são analisadas possíveis formas de intervenção junto a instituições e a organizações, objetivando criar trabalhos que atuem sobre as violências simbólicas, geradoras de sentimentos que desqualificam os sujeitos.

Key takeaways

  • O autor destaca que não há mais, para essas pessoas, zonas de inclusão social que sejam portadoras de sentido ou que lhes favoreçam um sentimento de pertencimento na organização social.
  • Podemos dizer que os dois imaginários são figuras emblemáticas da contemporaneidade.
  • A análise do tráfico é extremamente complexa, mas não podemos fazer economia do déficit narcísico de muitos indivíduos que dele participam.
  • Aqui é importante pensar na construção de espaços intermediários que restaurem o sentimento de confiança, onde os sujeitos não se sintam fazendo parte de uma massa de desqualificados, mas acolhidos em suas singularida-des.
  • Neste desafio é importante colocar outros saberes tais como a história, a arte, a ciência política, a arquitetura, a economia e também atores que têm um saber não adquirido pela academia.