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O livro "A universidade no século XXI: para uma nova universidade" é composto de textos que buscam contribuir com o debate da reforma da universidade em contexto mundial, inclusive textos parcialmente apresentados no âmbito do debate oficial sobre a Reforma Universitária no Brasil, em 2004, período em que teve início a parceria sobre o tema entre os autores Boaventura de Sousa Santos e Naomar de Almeida Filho, este então Reitor da Universidade Federal da Bahia -UFBA que propunha o projeto Universidade Nova. No capítulo 1, o texto de Boaventura A Universidade no Século XXI: Para uma Reforma Democrática e Emancipatória da Universidade, já publicado em diversos países 1 , com foco inicial no contexto latino-americano e brasileiro em especial, nesta edição ganha novos matizes, após investigações sobre o contexto africano e o contexto europeu onde o processo de Bolonha estava em curso. O autor analisa as transformações recentes no sistema de ensino superior e o impacto destas na universidade pública, identifica e justifica os princípios básicos de uma reforma democrática e emancipatória da instituição. No capítulo 2, Universidade Nova no Brasil, Naomar apresenta seu projeto para a UFB, segundo ele, referenciado em três obras fundamentais: The Future of the City of Intellect, de Clark Kerr 2 , seus conceitos de "cidade do intelecto" e de "multiversidade"; A Universidade e a Vida Atual, de Renato Janine Ribeiro 3 , com argumentos em favor das humanidades como eixo da cultura universitária e da necessidade de abertura da instituição acadêmica para a sociedade que a abriga e sustenta, indo além do Estado e do mercado, incluindo família e 1 Texto publicado anteriormente em diversos países latino americanos e como capítulo do livro The University, State, and Market, The political economy of globalization in the Americas. Stanford: Stanford University Press, 2005. 2 KERR, Clark. Os usos da universidade. Universidade em questão. Brasília: Editora UnB, 2005. Kerr foi reitor da Universidade da Califórnia em Berkeley durante a fase da contracultura. 3 RIBEIRO, R. Janine. A Universidade e a Vida Atual. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
O título deste trabalho peca, talvez, por ser demasiado atrevido, porque inovador e ambicioso. Na verdade, não é comum alguém propor a supervisão para a docência no ensino superior, pois considera-se que a este nível de ensino as práticas pedagógicas são, por serem de nível «superior», naturalmente boas. Todavia, os tempos estão a mudar e hoje olha-se com mais cuidado para o que estabelece o Estatuto da Carreira Docente Universitária 1 , onde a mesma poderá estar contemplada.
Nos próximos anos, as universidades precisarão se reinventar para sobreviver. O uso de ferramentas tecnológicas e inovações no processo de ensino-aprendizagem são tendências que vieram para ficar e desenhar um novo cenário educacional.
31 Desafios para o Ensino Superior - Ensaios, 2019
De uma Universidade encarada como projeto civilizacional a uma Universidade virada para projetos civilizacionais ancorados nas comunidades que lhe são mais próximas O lugar das Universidades numa sociedade de soberania mitigada. Nos últimos anos, todos o podemos reconhecer com facilidade, encontramo-nos face a um País/ Países com uma soberania mitigada e a uma universidade com autonomia limitada. Controlados de perto por instâncias europeias e transnacionais que, mesmo quando não eleitas pelos cidadãos, se arrogam ao direito de opinar sobre tudo e todos, com o caos instalado nas diferentes áreas do serviço público, devido a uma economia de "ajustamento" que fomos obrigados a adotar, enquanto que, silenciosos ou silenciados, continuamos a ver enormes somas do produto interno bruto dos diversos Países ser desviadas para "resgates" bancários que parecem não ter mais fim em consequência das atuações organizadas de grupos de interesse, até ao momento, nunca inteiramente clarificadas. Como explica Slavoj Žižek, a nossa cúpula está "… distorcida não só por tolerar a violação das leis, mas ainda mais abertamente pelas tentativas sistemáticas que visam adaptar essas mesmas leis aos interesses daqueles que a cúpula protege." (Žižek 2017: 43, 44). É frequente que todos nós nos insurjamos contra a desonestidade e a ganância que impera um pouco por todo o lado e nos interroguemos com Žižek acerca do que é feito dos valores fundamentais das nossas sociedades. Mas, como este refere de forma desabrida e certeira: "… os políticos, os banqueiros e os gestores foram sempre gananciosos, a questão está naquilo que, no nosso sistema económico e jurídico, lhes permitiu satisfazerem tão espetacularmente a sua ganância." (Žižek 2017: 42). Por outro lado, como aconteceu em todas as outras áreas em que a intervenção estatal se definia pela regulação e regulamentação, passou-se a uma supervisão definida e fundamentada por e numa quantofrenia que correspondeu apenas, na maior parte dos casos, ao aumento de uma burocracia infinita que se estende a todas as atividades das universidades e não só, materializada num infindável e repetitivo preenchimento de formulários e avaliações (autoavaliações, avaliações internas e avaliações externas), sustentadas pelas próprias instituições. Na verdade, as nossas sociedades, incluindo as universidades, ainda não descobriram muito bem o que fazer com o crescimento exponencial dos dados que apuram nos inúmeros formulários on line, cujo preenchimento repetitivo (surgem sempre pequenas alterações para impedir o copy/ paste) custam muitas horas de trabalho aos, neste caso, docentes, funcionários e também aos estudantes que procedem, por exemplo, à avaliação dos seus professores, serviços e universidades. Revisitámos os estudos que realizámos há mais de dez anos atrás acerca do ensino em geral e do ensino superior artístico universitário em particular (Sardinha 2007). O balanço deixa-nos entristecidos. Sonhámos então, com outros pedagogos (estávamos, então, a iniciar a implementação do Processo de Bolonha), um outro futuro e um outro modelo educativo para o nosso ensino superior. Em 1993, por exemplo, Fraústo da Silva e Tavares Emídio tinham escrito: "O 'produto' que corresponde a uma 'ideia' de Universidade é uma atitude perante o saber, a conviviabilidade, a vida; o produto que decorre das 'funções' sociais que outros lhe solicitam mede-se qualitativamente e quantitativamente pela eficácia em termos de números de profissionais 'formados', artigos de investigação 'publicados', serviços prestados ao 'exterior', leia-se ao sector produtivo" (Silva e Tavares 1993: 7). Como, pois, conciliar estes dois entendimentos de produto, sem dúvida contraditórios, com o resultado de análises que têm sobretudo em conta atitudes não quantificáveis, com outros critérios bem mais atuais de aquisição de competências?
Introdução Parte I Os últimos quinze anos A descapitalização da universidade pública A transnacionalização do mercado universitário A oferta transfronteiriça O consumo no estrangeiro A presença comercial A presença de pessoas Do conhecimento universitário ao conhecimento pluriversitário O fim do projecto de país? Da fala ao écran Parte II Que fazer? Enfrentar o novo com o novo Lutar pela definição da crise Lutar pela definição de universidade Reconquistar a legitimidade 3 Acesso Extensão Pesquisa-acção Ecologia de saberes Universidade e escola pública Universidade e indústria O reforço da responsabilidade social da universidade Criar uma nova institucionalidade Rede Democracia interna e externa Avaliação participativa Regular o sector universitário A universidade privada O Estado e a transnacionalização do mercado da educação superior Conclusão Capítulo 2 Universidade Nova no Brasil Naomar de Almeida Filho Introdução Reformas da Universidade: breve histórico A Universidade Medieval Kant, Humboldt e o Conflito das Faculdades Da Reforma Flexner ao Processo de Bolonha No Brasil: primeiras escolas superiores Reformas Universitárias Brasileiras no Século XX Modelos de Educação Superior Modelo Norte-Americano Modelo Unificado Europeu ( Processo de Bolonha) 8 Na preparação deste capítulo contei com o apoio decisivo de um conjunto vasto de colegas e amigos que comigo partilham a luta pela defesa e dignificação da Francisco. Com excepção dos erros, que são todos meus, este texto pertencelhes em boa parte. Mesquita, Maerbal Marinho, Álamo Pimentel, Marcelo Embiruçu, Osvaldo Barreto e Albino Rubim têm transformado, na difícil prática institucional cotidiana, o imaginado em realizações. Márcia Pontes e sua equipe foram responsáveis pelo referencial histórico e normativo da proposta. João Augusto Rocha, Presidente da Fundação Anísio Teixeira e guardião do seu legado intelectual, em muito contribuiu com o marco conceitual do projeto. Marcos Palácios, Ronaldo Mota, Murilo Camargo e Ieda Diniz, juntamente com o Gonçalves entre muitos que têm participado de reuniões, debates e seminários, enriquecendo e ajudando a modelar o nosso projeto de reforma da universidade.
2010
Por meio de uma discussão teórica com um estudo bibliográfico, aborda-se os conceitos de Universidade, do agir educacional proposto por Paulo Freire, do agir comunicativo de Habermas entre outros conceitos pertinentes à reflexão de como está a Universidade na atualidade e como ela pode sair desta inércia e alcançar novos rumos e conquistas no século XXI. Alguns afirmam que a Universidade vai acabar, será substituída, mas é necessário pensar não do papel somente de ensino. A universidade tem que ser o núcleo transformador da sociedade, baseada em conhecimento e cooperação, sendo aberta e lidando com a complexidade inerente a sua natureza. Não se deve tentar simplificá-la, sua alma é complexa e é isso que a difere, que a torna importante e admirável. Assim, a Universidade no século XXI precisa mudar. É necessário uma busca da integração entre o agir educacional e o agir comunicativo. Preparar as pessoas para essa dinâmica, com práticas para desenvolver a autoridade do argumento. E enfim, contribuir para uma sociedade mais cooperativa e voltada ao entendimento. Palavras Chaves: Agir Comunicativo. Agir Educacional. Universidades. 1 INTRODUÇÃO "Animou-nos, antes, o propósito de discutir assunto cada vez maior na problemática nacional" (FREIRE, 2001, p.9). Esse referencial de Freire demonstra o anseio inicial deste artigo, discutir a educação, especificamente o ensino superior, por meio da conversa com autores da teoria crítica e seus seguidores. Ao começar a estudar a perspectiva crítica, pode parecer um pouco arriscado, pois envolve abandonar o mundo seguro do funcionalismo (PAULA, 2008). Contextualizando a teoria crítica, Paula (2008, p.4) afirma que:
2009
This article analyses the emergence of the modern university, the roles attributed to or expected from it, the crisis of this model in current times and some of the elements that characterize the contemporary university. The institution that was constituted as the "modern university" has its origin in the organization of the University of Berlin, in 1808. After two centuries, we can affirm that the formulations of Humboldt, as well as its more general presuppositions, are still relevant. However, its principles have been neglected or substituted for less noble ones. Presently, a period which we can characterize as post-modern, a new project for the university has to be discussed in order for it to continue to be an important institution for our time.
2020
Neste artigo, analisamos o livro "A cor da ternura" da autora Geni Guimarães, destacando a relevância da obra para a reflexão das relações étnico-raciais na sociedade brasileira como um todo e nas escolas em particular, e com isso, sublinhamos a possibilidade de sua utilização em sala de aula como forma de cumprimento da Lei 10.639 de 2003. Neste sentido, partimos de uma concepção de educação que se preocupe com o enfrentamento do racismo, a diminuição do preconceito no ambiente escolar e a construção da identidade da criança negra em sala. Tentando desta forma, construir além de uma identidade e sentimento de pertencimento, um resgate de contribuição do negro em sociedade. Tentamos, pois, abordar uma temática tão delicada tendo como norte a história da personagem Geni, que em sua narrativa de vida nos traz exemplos de superação. O aporte teórico utilizado baseia-se nos estudos de Gislene Santos (que abordam questões ligadas à formação e (re)construção identitária negra, como Anete Abramowicz, (2006), Eliane Cavalleiro (2000), Ademir Santos (2006), Kabengele Munanga (2006), Vera Lúcia Neri da Silva (2002). Os estudos referentes à literatura infantil negra serão concentrados nas pesquisas desenvolvidas por Maria Anória de Jesus Oliveira (2010); Heloisa Pires de Lima e Literatura infanto-juvenil com personagens negros no Brasil, com Ione da Silva Jovino. PALAVRAS-CHAVE: Identidade. Negritude. Anti-racismo. INTRODUÇÃO O presente artigo trata da leitura do livro de literatura infanto-juvenil A cor da ternura, de Geni Guimarães. Um breve levantamento etimológico e significativo sobre (cor e ternura) nos traz as seguintes afirmações. Cor: é a impressão que a luz refletida ou absorvida pelos corpos produz nos olhos. Ternura: é um substantivo que indica uma atitude ou atributo de quem é terno e significa meiguice, afeto, carinho. Destacamos que a palavra cor pode perpassar vários contextos, se referindo por exemplo, a cor de (cabelos, olhos, peles) e, fazendo uma associação entre cor e ternura, palavras presentes no título do livro, colocamos a cor de pele negra na obra em estudo
Revista Gestão Universitária na América Latina - GUAL, 2012
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Educação & Sociedade, 2020
Problemas contemporâneos das migrações transnacionais, 2019
Revista Tecnologia e Sociedade, 2013
PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG
V. 11, n. 03, 2018
Motrivivência
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 2023
Proálcool - Universidades e Empresas: 40 Anos de Ciência e Tecnologia para o Etanol Brasileiro, 2016
Ciencia & Saude Coletiva, 2013