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2009, Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Trata-se de apresentar brevemente alguns dos pontos discutidos por Kant no Começo conjetural da história humana, indicando a conexão deste texto com outros momentos da filosofia da história kantiana. Chamamos atenção para os pressupostos teleológicos que estão na base desta história conjetural, mostrando as imbricações entre o desenvolvimento das disposições naturais humanas e a destinação moral da humanidade.
Uma passagem das pequenas notícias do exemplar doze do Gothaischen gel. Zeit. (Gazeta académica de Gotha) deste ano, extraída decerto da minha conversa com um douto companheiro de viagem, obriga-me a publicar este esclarecimento, sem o qual aquela não teria nenhum sentido compreensível.
2010
O ensaio Das diferentes raças humanas, publicado em 1775, foi inicialmente concebido como um anúncio das preleções (Vorlesungen) de geografia física, que seriam ofertadas por Kant no semestre de verão daquele ano na Universidade de Königsberg. De acordo com Daniel Heinrich Arnoldt (1706-1775), era costume em Königsberg, durante o século XVIII, que apenas os cursos dos professores (titulares ou associados) fossem anunciados no catálogo oficial de preleções (Catalogus lectionum), impresso em latim. Os docentes privados (Privatdozenten) deviam anunciar suas preleções no quadro de avisos (schwarzes Brett) da universidade, ou podiam ainda divulgá-las mediante a distribuição de breves prospectos ou programas, que delineassem o teor das preleções que pretendiam oferecer naquele semestre 1
Ethic@: an International Journal for Moral Philosophy, 2009
[109] Certamente é permitido mesclar conjecturas no desdobramento de uma história com a fi nalidade de preencher lacunas nas informações, pois o que precede, como causa distante, e o que segue, como efeito, podem, para tornar concebível a passagem, oferecer uma direção consideravelmente segura na descoberta das causas intermediárias. Contudo, deixar que uma história surja totalmente e apenas a partir de conjecturas não parece ser muito melhor do que o projeto de escrever um romance. Além disso, ele não poderia levar o nome de uma história conjectural, mas de uma mera ¿ cção. -Entretanto, o que não se permite ousar no desdobramento da história do agir humano, bem pode ser tentado através de conjecturas em relação ao primeiro início mesmo, desde que a natureza o produza. Ora, não se permite inventá-lo, mas ele pode ser tirado da experiência se se supõe que ela, no primeiro início, não era melhor nem pior do que como nós a encontramos agora: uma suposição que está de acordo com a analogia da natureza e não traz consigo nenhum risco. Uma história do primeiro desenvolvimento da liberdade a partir de sua disposição originária na natureza do homem é, por isso, algo completamente distinto da história da liberdade em seu desdobramento, a qual pode fundar-se apenas sobre informações. Contudo, não se permite que as pretensões de aprovação daquelas conjecturas cresçam demasiadamente, mas elas devem, quando muito, anunciar-se apenas como um exercício permitido da imaginação em companhia da razão para o descanso e saúde do ânimo e não como uma ocupação séria. Assim, essas conjecturas também não podem se comparar com aquela história, que a respeito do mesmo acontecimento é acreditada e estabelecida sobre informações reais, cujas provas descansam sobre fundamentos completamente distintos, como mera fi losofi a da natureza. Justamente por isso e por que ouso aqui apenas um mero passeio, concedo-me a permissão de me utilizar de um documento sagrado como mapa e de me colocar simultaneamente nas asas da imaginação [110]mas não sem um fi o condutor conectado à experiência por meio da razão -, a qual toma exatamente o mesmo curso da narrativa apresentada naquele texto sagrado. O leitor abrirá as páginas daquele documento (Gênesis. Cap. II-VI) e acompanhará passo a passo se o caminho que a fi losofi a toma segundo conceitos coincide com aquele que a história indica.
Kant e-Prints, 2012
║Os conhecimentos, que as recentes viagens têm disseminado acerca das multiplicidades no gênero humano, contribuíram até o momento mais para incitar o entendimento à investigação desse ponto do que para satisfazê-lo. É muito importante ter previamente bem determinado o conceito, que se quer esclarecer por meio da observação, antes que se interrogue a experiência por sua causa; pois, nela se encontra o que se necessita somente quando de antemão se sabe o que se deve procurar. Muito é dito sobre as diferentes raças humanas. Alguns entendem que se trata de espécies muito diferentes de homens; outros, ao contrário, se restringem a um significado mais estreito, no entanto, parecem julgar essa distinção não muito mais considerável do que aquela que os homens estabelecem entre si quando se pintam ou se vestem. Meu objetivo é agora tão-somente determinar de forma precisa esse conceito de uma raça, se é que isso existe no gênero humano; a explicação da origem das raças realmente existentes, as quais se considera aptas a receber essa denominação, é apenas uma ocupação secundária, com a qual se pode│proceder como se quiser. E, no entanto, eu vejo que homens de resto perspicazes, na sua avaliação daquilo que foi dito alguns anos atrás unicamente a esse respeito, 2 direcionaram sua atenção exclusivamente a esse tópico secundário, a saber, à hipotética A 391
Kant e-Prints, 2010
| 1) DA DIFERENÇA DAS RAÇAS EM GERAL 1 No reino animal, a divisão natural em gêneros [Gattungen] e espécies [Arten] fundase na lei comunitária da reprodução [Fortpflanzung], e a unidade dos gêneros não é outra coisa que a unidade da força procriante [zeugenden Kraft], que vale universalmente para uma certa diversidade de animais. Por isto, a regra | buffoniana 2 , a qual afirma que animais que procriam [erzeugen] conjuntamente crias [Junge] férteis pertencem a um único e mesmo gênero físico (não importa a diferença de feição [Gestalt] que os mesmos possam ter), na verdade, tem de ser vista apenas como a definição de um gênero natural de animais em geral, em contraste a todos os gêneros escolares dos mesmos. A divisão escolar se baseia em classes e divide por semelhança. A divisão natural, por outro lado, leva em conta troncos [Stämme] e divide os animais segundo parentescos, com vistas à procriação [Erzeugung]. Aquela proporciona um sistema escolar para a memória, essa última um sistema natural para o entendimento: a primeira tem por objetivo unicamente intitular as criaturas, a segunda colocálas sob leis.
Uma passagem das pequenas notícias do exemplar doze do Gothaischen gel. Zeit. (Gazeta académica de Gotha) deste ano, extraída decerto da minha conversa com um douto companheiro de viagem, obriga-me a publicar este esclarecimento, sem o qual aquela não teria nenhum sentido compreensível.
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2013
Resumo: Pretende-se, neste ensaio, propor uma leitura das Resenhas escritas, por Kant, às Ideias para uma filosofia da história da humanidade, de Herder. A partir de algumas das principais objeções que Kant dirige a essa obra, ser--nos-á possível compreender as diferenças mais fundamentais entre os projetos filosóficos dos dois autores. Veremos, então, que, ao contrário do que pensava Kant (cuja leitura das Ideias é, de fato, muito pouco generosa), Herder também contribuiu, à sua maneira, para uma reconsideração da metafísica.
* Uma passagem das pequenas notícias do exemplar doze do Gothaischen gel. Zeit. (Gazeta académica de Gotha) deste ano, extraída decerto da minha conversa com um douto companheiro de viagem, obriga-me a publicar este esclarecimento, sem o qual aquela não teria nenhum sentido compreensível.
2012
A Determinação do conceito de uma raça humana, publicada em novembro de 1785, na Berlinische Monatsschrift, é o segundo de três ensaios dedicados por Kant ao tema das raças humanas. 1 Sua publicação foi, provavelmente, motivada por uma recepção desfavorável (ou, ao menos, divergente das expectativas do autor) do ensaio de 1775. Essa suposição parece ser confirmada pelo protesto que o filósofo dirige, logo no início do ensaio de 1785, a certos homens 2 que, embora perspicazes "na sua avaliação daquilo que foi dito [por ele] alguns anos atrás unicamente [a respeito da origem das raças humanas realmente existentes], direcionaram sua atenção exclusivamente a esse tópico secundário, a saber, à hipotética aplicação do princípio, mas o próprio princípio, 1 Das diferentes raças humanas (1775) e Sobre o uso de princípios teleológicos na filosofia (1788) foram, respectivamente, o primeiro e o terceiro ensaio acerca desse tema. 2 É difícil saber com certeza a quem exatamente Kant se refere nesse trecho, uma vez que ele não cita qualquer nome. Mas, é provável que o ensaio de 1785 tenha sido endereçado tanto à Eberhard August Wilhelm Zimmermann (1743-1815) quanto à Johann Gottfried Herder (1744-1803). Zimmermann, ainda que não discordasse diretamente do conceito de raça, levantou sérias dúvidas acerca das exposições e interpretações apresentadas por Kant das supostas propriedades raciais, como, por exemplo, se a baixa estatura de certos povos nórdicos era causada pelo frio polar ou por outras influências externas (Cf. ZIMMERMANN, E. A. W. Geographische Geschichte des Menschen, und der allgemein verbreiten vierfüßigen Thiere, nebst einer hieher gehörigen zoologischen Weltcharte. 04 de julho de 1779, Kant menciona que tem pronto, já há algum tempo, o material para uma continuação do ensaio das raças humanas, porque "foi motivado a seguir refletindo acerca dessa questão por intermédio da História geográfica dos homens de Zimmermann (que avaliou a parte precedente [acerca desse tema])" (KANT, Brief an Johann Jacob Engel, 1779, Ak X 256). * No que diz respeito à Herder, na segunda parte da suas Ideias para uma filosofia da história da humanidade (1784), ele explicitamente rejeita o conceito de raça proposto por Kant (Cf. HERDER, J. G. Ideen zur Philosophie der Geschichte der Menschheit. Vol. XIII, pp. 257-258 [Herders Sämmtliche Werke. Hrsg. von Bernhard Ludwig Suphan. Berlin: Weidmann, 1909]). Kant observa, na sua resenha de 1785 das Ideias de Herder, que este provavelmente rejeita o conceito de raça, pois, para o filósofo em questão, "o conceito de uma raça ainda não [estava] claramente determinado" (KANT, Rezenzion zu Johann Gottfried Herders Ideen. Zweiter Teil, 1785, A 154-155; Ak VIII 62). Logo, é plausível assumir que o ensaio kantiano sobre as raças, de 1785, foi, ao menos em parte, uma resposta à Herder. * Note-se que as referências das obras de Kant precedidas pela letra "A" ou pela letra "B" dizem respeito à paginação original, conforme a edição de Wilhelm Weischedel (KANT, I. Werke in sechs Bänden. Hrsg. von Wilhelm Weischedel. Darmstadt: WBG, 1983), ao passo que aquelas precedidas pela sigla "Ak" correspondem à paginação da edição da Academia (KANT, I. Kants gesammelte Schriften. Hrsg.: Bd. 1-22 Preußische Akademie der Wissenschaften, Bd. 23. Deutschen Akademie der Wissenschaften zu Berlin, ab Bd. 24 Akademie der Wissenschaften zu Göttingen. Berlin und New York: Walter de Gruyter, 1900ss). Para simplificar, as referências aos textos da edição da Academia serão abreviadas da seguinte forma: Ak VIII 91. Nesse contexto, os algarismos romanos representam o volume, no qual se encontra o texto, e os algarismos arábicos a página do texto citado. do qual tudo depende, apenas tocaram levemente". 3 A insatisfação de Kant se deve, ao que parece, à excessiva importância atribuída, pelos intérpretes do seu ensaio de 1775, à narrativa da origem histórica das raças humanas, em detrimento de uma adequada apreciação do conceito de raça humana e do seu princípio (para a divisão dos homens), do qual dependeria, na visão do filósofo, todo discurso científico acerca das diferenças físicas entre os homens. É certo que Kant atribuía grande importância àquilo que ele denominava história da natureza, já que a tomava como superior à mera descrição da natureza. Para ele, tal descrição, ou "conhecimento das coisas da natureza, como elas agora são, sempre deixa Alexandre Hahn Kant e-Prints. Campinas, Série 2, v. 7, n. 2, p. 07-27, jul.-dez., 2012. história humana (1786), para ilustrar "a história do primeiro desenvolvimento da liberdade com base nas predisposições originárias próprias à natureza humana". 11 A compreensão do significado do conceito kantiano de raça humana e do seu princípio (isto é, da regra para o uso desse conceito) requer que se tenha presente as circunstâncias e as prováveis ambições do filósofo de Königsberg, envolvidas na composição dos seus ensaios de 1775 e 1785. John Zammito sustenta que, no início dos anos 1770, entrou "em circulação na Alemanha um conjunto de idéias e indagações que Kant [considerou] profundamente perigoso para o 'rigor' escolar alemão". 12 Por isso, o filósofo teria se empenhado, "com crescente veemência, em policiar esses impulsos transgressivos no discurso público alemão, especialmente na 'ciência' alemã, para o resto da sua carreira 'crítica'". 13 Um dos maiores desafios enfrentados por Kant, nessa Kant e-Prints. Campinas, Série 2, v. 7, n. 2, p. 07-27, jul.-dez., 2012. "[habilitava-se] a operar como um conceito explicativo da história natural". 62 Para Lenoir, o objetivo de Blumenbach era (à semelhança de Buffon) construir um sistema natural de classificação, baseado, todavia, em um critério morfológico, diferente daquele buffoniano da fertilidade. 63 A noção de Bildungstrieb (impulso formativo) parece ser de fundamental importância para a compreensão da concepção kantiana de epigênese e, por consequência, do seu conceito de raças ou variedades humanas. Particularmente, porque Kant manteve a noção de "germe" (Keime) como parte central da sua teoria epigenética, apesar da refutação de Blumenbach. Supostamente, o fato de o conceito kantiano de raça (tanto no ensaio de 1785 quanto, posteriormente, no de 1788) ter sido afirmado em termos de germes revelaria uma incompetência científica do filósofo, já que ele não Kant e-Prints. Campinas, Série 2, v. 7, n. 2, p. 07-27, jul.-dez., 2012.
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2016
Trata-se de acompanhar a especificação do método adequado à história natural que ocorre nos três famosos ensaios de Kant sobre as raças à luz da discussão sobre as funções da faculdade de imaginação nas suas Preleções sobre Antropologia. Pretende-se com isto indicar o modo como as disciplinas de geografia física e de antropologia se articulavam no interior da Weltkenntnis em vista das investigações de Kant sobre a natureza das faculdades humanas.
Dissertamos que o romantismo germânico influenciou, decisivamente, a reelaboração das ciências humanas, neste caso, estudamos especificamente a ciência geográfica e sua constituição a partir do século XIX. Para isso compreendemos o juízo estético como fundamental para entender o desdobramento do romantismo germânico, já que defendemos que a estética romântica germânica, influenciada por Kant, proporcionou o desenvolvimento da ciência geográfica antecedida pela paisagem. Neste sentido a compreensão da paisagem do século XIX foi precedida pelos ideais românticos e se firmou, naquele momento, enquanto categoria estética-geográfica; assim, posteriormente, possibilitou o desenvolvimento das ciências da natureza e das ciências humanas, o que resultou na Geografia. Um dos primeiros interlocutores entre o romantismo, as ciências humanas e as ciências da natureza foi Humboldt que baseou suas observações também nos elementos estéticos para a natureza, daí a importância em verificarmos a relação estética na Geografia a partir de Kant, Schelling, Fichte, e Goethe para compreendermos as relações conceituais que compõe a paisagem do século XIX e o desenvolvimento da Geografia.
Tempo da Ciência, 2011
RESUMO: Este artigo tem como principal objetivo apresentar a concepção kantiana do homem como "cidadão de dois mundos", aquela aparente concepção dualista fundada a partir da doutrina do Idealismo Transcendental do Sujeito kantiano. É desde a compreensão da razão em sentido tríduo (como razão teórica, razão especulativa e razão prática) que podemos conceber de que modo a distinção efetuada entre "o que podemos conhecer" e "o que podemos pensar" reflete ou produz conseqüências em relação à questão acerca "do que podemos fazer". Ao falar do homem como cidadão tanto do mundo sensível como do mundo inteligível, Kant é incisivo em assinalar o modo pelo qual deve ser adotada tal perspectiva. Como opções há um modo de adotá-la como tratando de dois mundos ontologicamente separados ou somente como dois pontos de vista conceitualmente adotados. No decorrer do estudo se demonstrará porque o filósofo admite claramente apenas a distinção conceitual e por isso, possível apenas desde a esfera do puro pensamento. Conforme será demonstrado, esta questão mostra-se atrelada ao problema da elucidação kantiana sobre o desenvolvimento do conceito de liberdade. PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento Prático. Razão Prática. Liberdade Transcendental. Unidade da Razão.
Revista Dialectus - Revista de Filosofia
O presente artigo pretende apresentar a tese epistemológica de Kant na Crítica da Razão Pura como um empirismo conjectural. A parte da obra que foi enfocada nesse projeto é a Analítica Transcendental, com especial olhar para o argumento da Dedução Transcendental. Foi sugerido que a teoria dos princípios sintéticos – usados para identificar uma unidade objetiva nas representações – aponta para uma epistemologia centrada em princípios heurísticos, (embora essa conexão só fique clara quando Kant discute o uso regulativo das ideias, na Doutrina do Método). Esse apontamento será explorado através da sugestão de que a combinação de teses racionalistas e empiristas na Crítica da Razão Pura é melhor compreendida como um empirismo conjectural. Pretendemos apresentar a noção de conjectura como uma chave de leitura para entender a singularidade do complexo doutrinal de Kant na sua primeira obra do período Crítico, especialmente para explicar sua posição intermediária (entre diversas teses, com...
2011
Resumo: O presente trabalho buscara localizar, de maneira geral, o primeiro livro da “Analitica Transcendental”, intitulado “Analitica dos conceitos”, no interior do projeto da “Logica Transcendental”, delineada por Immanuel Kant em sua obra Critica da Razao Pura, e procurara mostrar, resumidamente, o curso argumentativo que foi ali seguido ate chegar a segunda secao, intitulada “Deducao Transcendental dos conceitos puros do entendimento”. Palavras-chave: Conceito; Logica; Kant. Abstract: The aim of this work is focused on describing the place of the Book I of the “Transcendental Analytic” (entitled “Analytic of concepts”), in the project of Kant´s “Transcendental Logic” at the Critique of Pure Reason. Then, I shall show briefly how Kant's arguments follow through the second section, entitled “Transcendental Deduction of the pure concepts of the understanding”. Keywords: Concept; Logic; Kant.
Revista Aurora
O problema dos direitos do homem é retomado para a filosofia do direito, dentro do contexto da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 10 de dezembro de 1948. Norberto Bobbio tratou desta questão sob duas perspectivas: uma como problema histórico e empírico e, outra, como problema filosófico e teórico. O desenvolvimento histórico das conquistas dos direitos do homem é concebido pelo jusfilósofo segundo a perspectiva de uma história universal kantiana. Para Kant, a lei moral é o motor da progressividade histórica: o dever moral de agir segundo uma máxima universal é o que faz o homem sair do estado de natureza para se organizar autonomamente numa sociedade regida por uma constituição política perfeita e, desta, para uma ideia de organização cosmopolita, alcançando a realização da ideia da paz perpétua. Já Bobbio, apesar de não se voltar para as condições do agir moral, assume o pressuposto de que há no gênero humano uma disposição para o progresso, porque a história é prova emp...
Educacao, 2005
Proyecto académico sin fines de lucro, desarrollado bajo la iniciativa de acceso abierto
2009
Apresentamos a seguir a tradução de algumas Reflexões (Reflexionen) de Kant, a maior parte delas extraída do volume XIX da edição da Academia, que reúne escritos esparsos sobre moral, direito e religião. Trata-se do início de um projeto mais amplo em que pretendemos traduzir uma quantidade significativa dessas reflexões, bem como de outros textos póstumos, inéditos em português, que, embora localizados em outros tomos da edição da Academia, versem sobre assuntos ligados aos temas da moral, da política, da filosofia da história e do direito. É o caso do Direito Natural Feyerabend (Naturrecht Feyerabend) e da Filosofia Moral Collins (Moralphilosophie Collins), ambos constituídos a partir de notas de alunos, que julgamos interessante incluir na seleção.
À Paz Perpétua: um projeto filosófico (Vozes/São Francisco), 2020
Em 1795, a maneira sarcástica com a qual Kant inaugura um de seus textos mais influentes referindo-se ao letreiro de uma pousada holandesa sobre o qual está pintado um cemitério cujo lema é a “paz perpétua”, diz muito sobre a situação permanente de guerra em que se encontrava não só os países europeus daquele tempo, mas também, de um modo geral, os povos na história da humanidade. Com o objetivo de colocar um fim definitivo em todas as guerras, Kant propõe os fundamentos de uma teoria integral do direito público tripartida nos âmbitos do 1) direito do Estado, 2) do direito das gentes e 3) do direito cosmopolita. Exige-se, na primeira esfera, a instituição da constituição republicana, o que deve tornar os Estados sistemas políticos representativos. Em relação à segunda esfera, os Estados republicanos devem se reunir em uma liga livre de povos contrária à guerra E, na última, os seres humanos devem ser reconhecidos como cidadãos do mundo, o que lhes garante um direito à hospitalidade. Não é de se surpreender, levando em conta estas inovações, que o opúsculo kantiano “À paz Perpétua” tenha se tornado tão rapidamente popular e que a sua influência tenha se estendido para o contexto jurídico-político do século XX, materializando-se no aparecimento de organizações internacionais como a Liga das Nações (1919) e a Organização das Nações Unidas (1945).
Estudos Kantianos [EK]
Há uma extensa bibliografia que busca detalhar a influência do pensamento de Jean-Jacques Rousseau na filosofia de Immanuel Kant. Entre aqueles que defendem um impacto decisivo do genebrino na estruturação da filosofia crítica, decidiu-se, talvez muito rapidamente, que ele deveria ser apenas buscado nas considerações de Kant atinentes à razão prática. É o caso da tese clássica de Ernst Cassirer, que pode ser tida como ponto de referência entre os primeiros exames sobre os elementos rousseauístas que estariam em jogo na moral kantiana e os trabalhos posteriores que procuraram rever, reforçando ou corrigindo, semelhante influência.
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