Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2014, Cadernos De Etica E Filosofia Politica
…
13 pages
1 file
Resumo: O objetivo do artigo é discutir a importância e a valorização da retórica no renascimento e a natureza da relação que se estabeleceu entre retórica e política no pensamento republicano renascentista e, em especial, na obra de Maquiavel. Procura-se mostrar o estreito vínculo entre a filosofia, a retórica e a política, seguido de uma breve exposição a respeito dos gêneros retóricos e da preeminência, do gênero deliberativo sobre os outros gêneros. A relação entre retórica e política na renascença será considerada a partir da análise de dois discursos deliberativos, o primeiro retirado da História do povo florentino de Leonardo Bruni, o outro é extraído da História de Florença de Maquiavel. A análise deverá expor não apenas o vínculo estreito entre retórica e política em Bruni e Maquiavel, mas também que, precisamente por causa deste vínculo, que os discursos analisados manifestam concepções distintas de república. Palavras-chave: retórica-renascimento-política-filosofia-república
Mais de cinco séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí têm sua origem. Maquiavélico e maquiavelismo são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do cotidiano. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções, porém, o maquiavelismo está associado à ideia de perfídia, a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano. A verdade efetiva das coisas " o destino determinou que eu não saiba discutir sobre a seda, nem sobre a lã; tampouco sobre questões de lucro ou de perda. Minha missão é falar sobre o Estado. Será preciso submeter-me à promessa de emudecer, ou terei que falar sobre ele". (Carta a F. Vettori,de 13/03/1513.) Este trecho de uma carta escrita por Maquiavel revela sua "predestinação" inarredável: falar sobre o Estado. De fato, sua preocupação em todas as suas obras é o Estado. Não o melhor Estado, aquele tantas vezes imaginado, mas que nunca existiu. Mas o Estado real, capaz de impor a ordem. Seu ponto de partida e de chegada é a realidade concreta. Daí a ênfase na verità effettuale-a verdade efetiva das coisas. Esta é sua regra metodológica: ver e examinar a realidade tal como ela é e não como se gostaria que ela fosse. A substituição do reino do dever ser, que marcara a filosofia anterior, pelo reino do ser, da realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável? O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos. Ao formular e buscar resolver esta questão, Maquiavel provoca uma ruptura com o saber repetido pelos séculos. Trata-se de uma indagação radical e de uma nova articulação sobre o pensar e fazer política, que põe fim à ideia de uma ordem natural e eterna. A ordem, produto necessário da política, não é natural, nem a materialização de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. Ao contrário, a ordem tem um imperativo: deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie, e, uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois há sempre a ameaça de que seja desfeita. Tem-se sempre a sensação de que é necessário ler, reler, e voltar a ler a obra e que são infindáveis as suas possibilidades de formalização. Sua armadilha é atraente-fala do poder que todos sentem, mas não conhecem. Porém, para conhecê-lo é preciso suportar a ideia da incerteza, da contingência, de que nada é
Sapere Aude, 2017
Helton Adverse RESUMO O presente artigo visa examinar as relações entre poder, força e retórica no pensamento de Maquiavel. A obra do secretário florentino nos liberta da ilusão segundo a qual o poder é idêntico à força, nos mostrando que seu exercício é impossível sem a dimensão discursiva. Apenas levando esse fato em consideração, podemos apreender a realidade política em sua complexidade.
O artigo leva em conta as diferentes leituras da obra de Maquiavel – as quais tentam explicar a dualidade do autor (ao mesmo tempo republicano e conselheiro de Lorenzo de Médici) – e traz para o primeiro plano de análise a defesa da liberdade e a articulação desta com a dinâmica dos humores da cidade a fim de pôr em relevo a decisiva contribuição de C. Lefort para a discussão do caráter democrático dos ensinamentos do pensador florentino. Em seguida, trata-se de encontrar no Discurso da servidão voluntária, de La Boétie, e nos Ensaios, de Montaigne, isto é, na recepção francesa da filosofia política de Maquiavel orquestrada no século XVI, novas evidências da articulação entre desejo e liberdade. Tais elementos não apenas se mostram consoantes a interpretação fornecida por C. Lefort, mas também promovem desdobramentos importantes no que se refere à reflexão sobre a institucionalização do desejo do povo e sobre o poder deste para salvaguardar a liberdade da república frente à ambição dos grandes.
Páginas de Filosofia, 2013
Naquele tempo não havia rei em Israel, mas cada um fazia o que lhe parecia bem aos olhos" Juízes 21,25 RESUMO Este trabalho apresenta, primeiramente, várias considerações/interpretações feitas sobre a obra de Maquiavel (1469-1527), figura eminentemente polêmica, em vários tempos, para depois discutir, a partir da leitura de O Príncipe, sua obra mais conhecida, o verdadeiro sentido da ética maquiaveliana 1 , fazendo relação, quando necessário, com outras obras desse autor e buscando elementos históricos da época, por vezes, para entendê-lo. Com esse trabalho visamos contribuir para uma desmitificação da figura desse autor visto por muitos como um sujeito pérfido e imoral, visão nítida no uso feito popularmente do termo maquiavélico, sempre com uma carga semântica bastante negativa.
Figura: Studies on the Classical Tradition, 2019
The aim of this article is to examine the problem of political knowledge and its relation to political action in Machiavelli’s thought. In order to achieve this purpose, our methodological choice consists in comparing certain passages of Plato’s Statesman with Chapter XXV of The Prince. The comparison between the two authors allows us to grasp some specific features of Machiavelli’s reflection, clarifying how it distances itself from the tradition of classical political philosophy.
Cadernos De Etica E Filosofia Politica, 2014
Resumo: O objetivo desse artigo é estudar a maneira como Maquiavel pensa a esfera da vida privada em relação com suas ideias sobre a política. Para levar a cabo nossa pesquisa recorremos a textos literários em particular à comédia A Mandrágora. Palavras-chave: Maquiavel-vida privada-esfera pública-Mandrágora.
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2011
Mãos se encontrando, cantando, esperando servir-se de justiça. Impaciência de gerar outra carne, outra polícia diferente destas armas sempre justas para o crime. 1 Publicado originalmente no número 1 da revista Vesta, de Königsberg, em 1807, o ensaio de Fichte sobre a obra de Maquiavel é, decerto, um texto de divulgação e elogio da obra do "nobre florentino" para o leitor alemão da época. Retomando o texto-homenagem de Goethe escrito como um monumento erigido a Winckelmann, o propósito inicial de Fichte é o de recuperar a obra de Maquiavel, dando-lhe a sua devida importância-o que significa pretender menos que Goethe, afinal, se no caso do historiador da arte antiga se trata de alguém já com perfeita honra e dignidade, no caso de Maquiavel, embora haja alguns simpatizantes de sua obra, ele se encontra também "totalmente mal-compreendido e medido segundo uma medida que ele expressamente proíbe, depois caluniado, ultrajado, seu nome usa-1.
Filosofia do Renascimento e Moderna (Livro de textos da ANPOF)
No capítulo XVIII do Príncipe, Maquiavel julga que o governante deve se utilizar da aparência para manipular os meios, pois estes serão suficientes para que a maioria o apoie em seus fins. Se relacionarmos tal prática à narrativa do anel de Gyges contada por Gláucon no Livro II da República de Platão (359b-360b), poderemos entender a capacidade de ficar invisível de Gyges como um meio legítimo para se chegar ao poder. Gyges, dessa forma, ao ser visto pela ótica maquiaveliana, representaria o uso de sua política real empregada ao extremo, onde todos os meios são válidos quando o fim desejado consiste na conquista e na manutenção do Estado. Nosso trabalho se propõe com isso a analisar na narrativa de Gyges tal relação meios e fins dada por Maquiavel. In chapter XVIII of the Prince, Machiavelli believes that the ruler must use appearances to manipulate the means, as these will be enough for the majority to support him in his ends. If we relate this practice to the narrative of the ring of Gyges told by Glaucon in Book II of Plato's Republic (359b-360b), we can understand Gyges' ability to go invisible as a legitimate means to reach power. Gyges, therefore, when seen from the Machiavellian perspective, would represent the use of his real policy employed to the extreme, where all means are valid when the desired end consists in the conquest and maintenance of the State. Our work therefore proposes to analyze in Gyges' narrative such relationship between means and ends given by Machiavelli.
Resenha do livro "O Príncipe", de Maquiavel
Brazilian Journal of International Relations - BJIR, 2013
This article searchs demonstrate how main arguments on Maquiavel´s work, many of them deepened by Hobbes and other realistics authors, were incoorporated on the begning of the XX century as a found basis subject of International Relation. Since then, many authors have contributed on elaborating a realistc theorical model of Iternational Politics. Realism predominated on the theorical discussions of the subject for decades. It fullfiled an essencial fuction of instituzionalizing the International Relations as an independent area of study on Social Science. However, as a side efffect, “encapsulated” Maquiavel´s classic lessons in analitical reducionist arranges. Narrowing this way, the thought´s fertility of the maquiavelic´s thinking to the analyses of the research´s agenda on the International Relations area.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Cadernos De Etica E Filosofia Politica, 2014
Maquiavel e a compreensão da política, comunicação, informação e poder, 1998
Vol. 46, 1, 2023
Comunicação & Política (Rio de Janeiro) vol.32, 2014
Trans Form Acao, 2007
Kriterion: Revista de Filosofia, 2006
Mediações - Revista de Ciências Sociais, 2004
Revista Brasileira de Ciência Política, 2013
Rafael Salatini; Marcos Del Roio, 2014
Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), 2023