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Ensinar Linguística na Escola: um confronto com a realidade

2017, Working Papers em Linguística

Abstract

Este artigo trata da linguística como matéria de ensino na escola. A ideia é contrastar, por meio de um diálogo crítico, a abordagem gramatical contemporânea com a gramática escolar. A finalidade deste trabalho é refletir sobre a inserção da linguística no contexto escolar, considerando a realidade enfrentada pelos professores de gramática e pelos alunos. Este estudo também mostra que a linguística pode mudar as relações professor-aluno e de ensino-aprendizagem dentro do espaço escolar. Não se tem a intenção de relacionar o ensino da linguística à arte de bem escrever. A proposta apresentada privilegia a entrada da linguística na escola enquanto estudo científico e descritivo de fenômenos gramaticais do português brasileiro. Este trabalho está ancorado em Perini (2006, 2010, 2016) e no estudo recente de Pires de Oliveira e Quarezemin (2016).

Key takeaways

  • Acreditamos que a linguística, bem como a física, a química ou a biologia, é uma ciência que pode ser empregada para despertar no aluno/aprendiz a curiosidade pela sua própria língua, além de fornecer subsídios ao professor de gramática sobre o funcionamento da língua portuguesa.
  • 5007/1984-8420.2017v18n2p69 ao aluno e ao professor o desenvolvimento do pensamento gramatical, da consciência linguística, que é bem diferente da mera reprodução de regras e esquemas previamente estabelecidos pela convenção da língua portuguesa, as quais limitam o aluno à memorização de conceitos e de uma metalinguagem que por si só não é muito esclarecedora.
  • Infelizmente, o ensino da gramática que desconsidera as contribuições da linguística contemporânea é apresentado de forma maçante e sem reflexão crítica sobre a língua do aluno, da gente!
  • 5007/1984-8420.2017v18n2p69 Observe que a reflexão sobre a língua do aluno, não sobre uma gramática em desuso, pode ajudá-lo a compreender fenômenos gramaticais que vistos de forma isolada não fazem muito sentido.
  • A questão, como já discutido neste trabalho, é que isso pode ser feito partindo de uma boa base linguística, via um tratamento científico da língua, o qual valoriza o português brasileiro, a língua dos alunos.