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Desaparição e Fantasmas

In: No Coração do Mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 2012

Abstract

O desejo de desaparecer é menos como fuga da dor e mais um desejo de leveza, de ser outro. Por mais belo que tenha sido o vivido, sua lembrança, é preciso esquecer. Por mais difícil e desejado, é preciso esquecer. Buscar outras companhias, para poder lembrar um dia (quem sabe?) de outra forma, totalmente inusitada, inesperada. A Stella Manhattan, Dulce Veiga, Caio F., aos personagens de Shinji Aoyama, Hirokazu Koreeda e Tsai Ming Liang se junta um outro fantasma, o de Paulo Leminski, que resmunga pelas ruas de Curitiba ou no romance Fantasma (2001), de José Castello. Talvez não seja de todo um mal. “Um dia sobre nós também/vai cair o esquecimento/como a chuva no telhado/e sermos esquecidos/será quase a felicidade” (LEMINSKI, 1991, p. 91). Quase.