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MARIA REGINA CELESTINO DE ALMEIDA

Resumo: Coroa e Igreja associaram-se no projeto da colonização, conferindo às ordens religiosas papel essencial. O artigo aborda as complexas relações sociais e políticas dessas ordens entre si e com outros grupos sociais e políticos no Rio de Janeiro. Enfoca-se especialmente a Companhia de Jesus que alcançou ali privilégios consideráveis em grande parte em razão das funções exercidas junto às populações indígenas. Palavras-chave: Missão, Companhia de Jesus, Indios, Rio de Janeiro Colonial, Ordens Religiosas EVANGELIZAR E REINAR: PODER E RELAÇÕES SOCIAIS NA PRÁTICA MISSIONÁRIA DO RIO DE JANEIRO COLONIAL orquanto a primeira e principal obrigação dos reis de Portugal é promover a obra da conversão por todos os meios a seu alcance […]" (BOXER, 1981, p. 227). Esta observação inicial, presente em inúmeros despachos reais dirigidos a autoridades civis e eclesiásticas no além-mar, evidencia a dimensão religiosa da expansão ultramarina portuguesa e aponta para o papel relevante desempenhado pelas ordens religiosas na colonização, como principais agentes do trabalho missionário nas mais longínqüas regiões do Império. Afirmar o ideal religioso da colonização não significa, de forma alguma, subestimar os interesses políticos e econômicos tão fortemente aí associados. Tratase, ao contrário, de enfatizar o vínculo estreito entre esses aspectos, indissociáveis, deve-se dizer, na Europa quinhentista e, sobretudo, nos países ibéricos. O padre jesuíta Antonio Vieira e sua intensa atuação " P