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A ética do vácuo

2010, Revista USP

Key takeaways

  • É interessante justamente inverter a chave de leitura da professora Moretzsohn, por exemplo quando ela aponta no título de sua resenha que o livro se perde "no vácuo da ética".
  • Como professora de jornalismo, Moretzsohn contrapõe ao trabalho de aproximação entre jornalismo e "vácuo ético" proposto a necessidade de recorrer aos teóricos e formuladores de uma espécie de ciência do jornalismo, que deteriam um cabedal de parâmetros em que a objetividade não é um polo antitético à dúvida e à interpretação, apenas uma oportunidade para o exercício do bom senso ou algum outro parâmetro que se possa tomar como dotado de objetividade científica (que, ela insiste, não é dogma, como supostamente Caio Túlio Costa denunciaria).
  • Aprender a perguntar não é o mesmo que aprender a seguir parâmetros.
  • Pensar e praticar a ética do vácuo é conceber o universo da notícia como uma tábula rasa que a cada dia caberá a um editor reparametrizar.
  • A visão pós-moderna de Caio Túlio Costa não se reduz a um surrado "tudo é relativo", mas à constatação ética fundamental a partir da qual a própria comunicação humana é possível e necessária, ainda que criando véus sucessivos de representação: tudo é provisório, mesmo que seja temporariamente absoluto ou ocasionalmente nos sirva de parâmetro.