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2021, A LIBERDADE DE MICHEL FOUCAULT COMO CONDIÇÃO DE PODER
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O presente artigo tem como finalidade principal expor a reflexão sobre a liberdade, a partir das diferentes tecnologias de poder, cuja perspectiva traz uma acentuada sistematização do Direito e sua correlação com o Estado. Para Michael Foucault o conceito de liberdade se mostra como uma possibilidade estratégica de se opor às relações de poder, que operam por meio de dispositivos estranhos e móveis em todos os espaços da vida social na sociedade capitalista. O material de análise usado neste artifo são documentos apresentados em forma de entrevista, artigos e em compilados de livros proferidos por Foucault.
2022
LORENA MARTONI DE FREITAS drenadas superficialmente ou se infiltravam no solo, formando lençóis freáticos e novas nascentes. Concomitantemente a toda essa empreitada de navegação fluvial no continente Foucault, outra experiência se constituía na política brasileira que, por sua vez, parecia tomar cada vez mais a forma de um imprevisto tsunami. Após nos lançarmos vitalmente em mar aberto no Junho de 2013, fomos arrebatados por sua ressaca nos Movimentos Contra a Corrupção de 2014, até naufragarmos em uma ilha deserta, depostos em 2016 1. Em seguida vieram o sal e a sede: o desmonte, o desamparo, o desespero, os delírios negacionistas, a milícia armada e os falsos profetas, o fogo, a praga, o isolamento, o sufoco, o genocídio... Esse encontro de águas foi, portanto, crucial para o desenvolvimento deste trabalho, inclusive, para a inflexão que se impôs nos caminhos da pesquisa. E isso porque, inicialmente, esta 1 Refiro-me aqui à tomada massiva das ruas brasileiras em Junho de 2013, inicialmente encabeçada pelo Movimento Passe livre-ligado a pautas urbanas por melhorias no transporte público-, mas que com o decurso dos dias se expandiu vertiginosamenteem especial, após demonstrações violentas de repressão policial-, passando a incluir uma miríade de demandas e manifestações. Já em 2014, outros movimentos como o "Vem pra rua" e o "Movimento Brasil Livre"-com um alinhamento ideológico bastante distinto da esquerda radical que marcou o início dos protestos de Junho de 2012são formados sob a bandeira de "combate à corrupção", e assumiram um importante protagonismo na deposição da presidenta Dilma Rousseff em 2016. Há hoje uma vasta bibliografia voltada a discutir a complexidade dos movimentos de Junho de 2013, seu campo de formação e desdobramentos. Dentre elas, destaco algumas que me parecem fundamentais para a compreensão desse complexo acontecimento: ALBAGLI, Sarita;
Operando uma disjunção entre instituição e poder, Foucault forja novos instrumentos conceituais para uma analítica do poder nas sociedades contemporâneas. Gestada durante os “anos rebeldes”, esse poderoso arsenal teórico – e político – permite-nos compreender os principais aspectos da crise da chamada sociedade disciplinar, que se expressa pela crise das grandes instituições tais como o Estado, o sistema prisional e a escola, com o advento de uma nova tecnologia de poder que vem presidindo, desde os anos de 1970, as chamadas reformas neoliberais, responsável por novas formas de subjetivação presentes na sociedade atual, onde a liberdade parece constituir o elemento central. O presente artigo procura demonstrar os principais deslocamentos efetuados pelo autor em relação ao aparelho conceitual disponível em seu tempo – ao analisar as transformações que se operaram na transição da prática punitiva do antigo regime para a modernidade na França – e demonstrar, a partir de um novo regime de visibilidade, a existência de uma estratégia geral de poder em nossas sociedades, a despeito da crise se manifestar num determinado momento em uma instituição particular – como atesta o surgimento da prisão no sistema punitivo moderno – , bem como lançar luz sobre a dificuldade do enfrentamento das crises institucionais apartando-as do caráter geral da tecnologia política. De maneira geral, podemos dizer que a crítica foucaultiana atesta, de um lado, a ineficácia do aparato conceitual tradicional para a compreensão das mudanças recentes na alta modernidade, e de outro, a necessidade de uma revisão epistemológica como condição de possibilidade para a transformação social tendo em vista a descoberta da íntima relação entre saber, poder e subjetivação na cultura ocidental.
Tópicos Especiais em Estudos do Campo Discursivo I, 2024
Este artigo analisa a concepção de poder em Michel Foucault, comparando-a com a visão marxista e destacando suas contribuições e limitações. Foucault apresenta o poder como difuso e capilar, rejeitando a centralidade da economia e da luta de classes. Apesar de oferecer insights valiosos sobre as relações de poder modernas, sua abordagem é criticada pela falta de um quadro normativo claro e de um projeto político definido, limitando sua aplicabilidade prática na busca por transformações sociais efetivas.
RESUMO: Pretende-se analisar como, no pensamento de Michel Foucault, a investigação em torno da ética do cuidado de si pode ser lida como desdobramento da ideia de governamentalidade, problematizada a partir de 1978; procura-se indicar, ainda, que essa ética do cuidado de si é a condição do governo político dos outros, na leitura da tradição socrática, o que possibilita uma revisitação da política. Mas, desde a avaliação que Foucault faz da figura de Sócrates em relação à política ateniense até seu diagnóstico da política contemporânea, essa revisitação tem sido conflitante, pelo menos quando se trata da constatação da maneira como as instituições políticas cuidam dos cidadãos. Esse conflito beira ao paradoxo, posto que, ao mesmo tempo em que a biopolítica afirma uma política da vida, no sentido de proporcionar seu cuidado, preservação, longevidade, observa-se também a atuação de uma política sobre a vida, enquanto vida controlada e submetida ao biopoder. Essa discrepância entre dispositivos discursivos e práticas efetivas demonstra uma ausência do cuidado da verdade, entendido aqui como coerência entre o que se diz e o que se faz. Enquanto desdobramento do cuidado de si, o cuidado da verdade pode ser interpretado como uma chave de leitura fundamental para o diagnóstico dos riscos e perigos que ameaçam recorrentemente a vida humana.
RESUMO: O objetivo de nosso trabalho é esboçar uma compreensão acerca das noções de discurso e poder em Michel Foucault (1926-1984 e Ernesto Laclau . Iniciando nosso trabalho a partir das obras de Foucault, explicando o conceito de discurso e da regularidade em dispersão, conceitos estes que aparecem no livro de Laclau (e Mouffe), buscaremos expor como discurso, sujeito e poder estão diretamente ligados, noções às quais a teoria do discurso posterior à teoria foucaultiana desenvolvem como pontos essenciais na compreensão de um sujeito e de um poder descentrados. Direcionaremos a presente análise no sentido de indicar as convergências e disparidades entre os autores para, por fim, buscar demonstrar de que modo Foucault foi essencial à teoria do discurso e como Laclau e Mouffe, e principalmente Laclau, a incorporam em sua própria reflexão.
A pesquisa analisa a interferência do poder na sociedade e nas transformações da vida individual através do estudo dos seus mecanismos e das práticas sociais observadas no Brasil a partir do século XIX, verificando o sistema legal que levou as instituições a alterarem seu cotidiano implantando os mecanismos disciplinares junto com a aplicação de políticas públicas voltadas para a população juntamente com a produção de novas verdades que transformaram o comportamento das pessoas, com consequências políticas e econômicas interferindo na liberdade. Para tanto, a pesquisa bibliográfica e o método observacional foram utilizados para construção do arcabouço teórico e desenvolvimento dos questionamentos que fazem parte da pesquisa. Assim, percebeu-se que os mecanismos de poder atuam como fonte de interferência sobre a vida de uma população modificando comportamentos em direção a outros hábitos mais favoráveis aos efeitos políticos e econômicos desejados ao mesmo tempo em que aparecem novas práticas sociais como demonstrações de liberdade se opondo ao poder e, por isso, representam espaços de antagonismo a comportamentos que são impostos, normalizados e regulamentados, concretizando o aparecimento de novas verdades.
Outramarge,, 2020
RESUMO: O objetivo do presente trabalho é analisar o conceito de estratégia em algumas obras de Michel Foucault, notadamente a Histoire de la sexualité Ila volonté de savoir. A partir de uma avaliação das posições filosóficas de Foucault, contida nos Dits et écrits e na edição brasileira conhecida como Microfísica do Poder, sustentamos que é possível aduzir um conceito de estratégia que se choca com aquela fornecido por um dos mais famosos dicionários do pensamento do mestre francês, o Vocabulário Foucault, de Castro. Neste mister, nos debruçamos sobre alguns textos de Foucault, lançando mão de comentadores, a fim de descobrir se existe um conceito filosófico de estratégia em Foucault e qual seu alcance.
This article presents an overview of the work "Discipline and Punish - History of Violence in Prisons" by Michel Foucault. It is intended to highlight in political contexts, especially the torture and deprivation of liberty as a penalty, contextualizing and contrasting with ideals of great natural law thinkers on the subject. During the work, Foucault makes a scientific study on the "historical evolution of criminal law and its methods and punitive coercive ways adopted by the government in the repression of crime"¹. Keywords: Foucault, Law, Social Relations, Violence, Torment. 1 Available in: <Http://livraria.folha.com.br/livros/filosofia/vigiar-punir-michel-foucault-1014169.html>. Access: 28 March 2015. O presente artigo objetiva apresentar uma análise geral da obra “Vigiar e Punir – História da Violência nas Prisões” de Michel Foucault. Pretende-se destacar em contextos políticos, principalmente, os suplícios e a privação da liberdade como penalidade, contextualizando e contrapondo com ideais de grandes pensadores jusnaturalistas acerca do tema. No decorrer da obra, Foucault realiza um estudo científico acerca da “evolução histórica da legislação penal e respectivos métodos e meios coercitivos punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinquência”². Palavras-chave: Foucault, Direito, Relações Sociais, Violência, Suplício. 2 Disponível em: <http://livraria.folha.com.br/livros/filosofia/vigiar-punir-michel-foucault-1014169.html>. Acesso em: 28 mar. 2015.
Revista Griot , 2020
RESUMO: Nesse artigo, empreenderemos uma reflexão sobre a analítica do poder em Michel Foucault. Nossa intenção é percorrer a produção foucaultiana a partir de meados dos anos setenta até início dos anos oitenta, buscando compreender os deslocamentos ou "reviravoltas" pelos quais o conceito de poder sofreu ao longo do tempo. Procuraremos mostrar que é possível identificar três momentos na pesquisa de Foucault. Em primeiro lugar, ao tentar se afastar da tradicional compreensão jurídica-discursiva do poder, ele introduz uma análise inédita a respeito da dinâmica do poder disciplinar e dos micropoderes que compõem o campo social. Pode-se considerar esse um deslocamento, de modo geral, em relação à tradição política ocidental. Com o curso Em defesa da sociedade encontramo-nos diante de uma modificação na compreensão do poder, ao identificá-lo como guerra ou luta. Por fim, com a introdução dos conceitos de biopoder/biopolítica, Foucault é levado a uma grande expansão de suas pesquisas, tematizando conceitos que não faziam parte de seu interesse até então, como, por exemplo, o conceito de Estado. É nesse contexto que o conceito de governo fará sua entrada nas reflexões de Foucault. Entendemos que o conceito de governo se configura como um refinamento e, igualmente, deixa mais ampla e complexa sua análise do poder a fim de dar conta do presente político. ABSTRACT: In this article, we will undertake a reflection on the analytics of power in Michel Foucault. Our intention is to cover Foucault's production from the mid-seventies to the beginning of the eighties, seeking to understand the shifts or "twists and turns" through which the concept of power has suffered over time. We will try to show that it is possible to identify three moments in Foucault's research. First, when trying to move away from the traditional legal-discursive understanding of power, he introduces an unprecedented analysis of the dynamics of disciplinary power and the micro-powers that make up the social field. This can be considered a shift, in general, in relation to the western political tradition. With the course Society must be defended we are faced with a change in the understanding of power, when identifying it as war or struggle. Finally, with the introduction of the concepts of biopower / biopolitics, Foucault is led to a great expansion of his research, focusing on concepts that were not part of his interest until then, such as, for example, the concept of State. It is in this context that the concept of government will enter Foucault's reflections. We understand that the concept of government is a refinement and, likewise, makes its analysis of power broader and more complex in order to account for the political present.
2018
RESUMO: Fazer a genealogia do poder nunca foi o propósito claro de Foucault. No entanto, a questão do poder foi tema recorrente em suas investigações a ponto de estudiosos do trabalho do filósofo sugerirem uma divisão e organização de seu trabalho a partir de três eixos teóricos. Dentro dessa perspectiva, a analítica do poder marcaria a trajetória filosófica de Foucault na década de 1970. De fato, até 1994, ano de publicação do conjunto de textos, entrevistas e conferências de Foucault no Dits et écrits, a questão da analítica do poder era majoritariamente conhecida a partir de livros como Surveiller et punir (1975) e Histoire de la sexualité I: la volonté de savoir (1976). Com o início da publicação dos cursos no Collège de France a partir de 1997 as interpretações a respeito da analítica do poder sofrem um alargamento. Mas é somente em 2015 que a totalidade dos cursos de Foucault no Collège de France foram publicados, abrindo um importante caminho para a investigação a respeito das primeiras reflexões a respeito do poder. No presente artigo procuramos mostrar como os primeiros passos da analítica do poder de Michel Foucault se dá a partir de um contexto gauchiste ainda configurado em termos de dinástica do saber. Nesse sentido, procuramos mostrar como o período da dinástica corresponde a um esboço teórico, tentativas primeiras de conceituação do poder, marcadamente desenvolvido em contraposição com o marxismo. Essa contraposição se dá sobretudo na recusa tanto do esquema marxista de infra-superestrutura, quanto do modelo contratualista (hobbesiano) de sociedade estatal. ABSTRACT: Making the genealogy of power was never Foucault's clear intent. However, the power issue was always a recurring theme in his investigations, to the point of scholars suggesting a division and organization of his work as from three theoretical axis. Within this perspective, the analytic of power would mark Foucault's philosophical path in the 70's. Indeed, until 1994, the year of publication of a series of texts, interviews and conferences by Foucault on Dits et écrits, the issue of the analytic of power was mostly known from books like urveiller et punir (1975) and Histoire de la sexualité I: la volonté de savoir (1976). With the beginning of the publication of the classes in Collège de France from 1997 the reading towards the analytic of power might undergo an enlargement. But it isn't until 2015 that the entirety of Foucault's classes on Collège de France were published, opening an important path towards the investigation concerning the first reflections regarding power. It is our intention to show on this paper how the first steps of the analytic of power by Michel Foucault comes to life from a gauchiste context still set in the terms of a dynastic of knowledge. Accordingly, we try to show how the dynastic period matches a theoretical sketch, first attempts of formulation of the power concept, distinctively elaborated in contrast with marxism. This opposition occurs mainly in the refusal both of the Marxist infra-superstructure scheme and of the contractualist (Hobbesian) model of state society.
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Uma reflexão sobre atitudes lingüísticas
psicanaliseefilosofia.com.br, 1982
REVISTA QUAESTIO IURIS, 2016
Revista Ética e Filosofia Política , 2024
REVISTA DA AGU, VOLUME 18, N. 02, ABR./JUN., 2019
A CONFISSÃO EM MICHEL FOUCAULT:, 2021
Políticas da performatividade: levantes e a biopolítica, 2019