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Os Clássicos na literatura da Restauração

Abstract

Foi numa terçaJeira, dia 4 de Dezembro de 1640, que chegou a Coimbra o rumor dos sucessos ocorridos três dias antes, em Lisboa: a restauração da monarquia portuguesa na pessoa de D. Joã0, oitavo duque de Bragança, neto de D. Catarina, a neta de D. Manuel, que disputara, sem sucesso, em 1580 a coroa de Portugal com Filipe ll de Espanha. 0 rumor era incerto, vago, duvidoso, demasiado extraordinário para que todos nele acreditassem num primeiro momento. 0 optimismo era, ainda assim, dominante. ConÍiava-se na nobreza, que se uniria para sacudir o jugo castelhano. Tinha-se por certo o apoio estrangeiro e a fragilidade espanhola, a braços com a revolta da Catalunha, e em guena Íeroz com a França, no contexto da Guerra dos 30 Anos. Não havia dúvidas de que as Íronteiras se deÍenderiam com Íacilidade, e de que os presídios castelhanos em território português se tomariam sem diÍiculdade, por mal deÍendidos. Esperanças até certo ponto bem Íundadas, mas demasiado optimistas, como se sabe, pois haveriam de passar três décadas quase completas de guerra e grandes diÍiculdades, nem sempre com apoio estrangeiro, até se chegar à paz de