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2018, A escrita contra a cultura
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2018v5n8ID15615…
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Neste artigo a antropóloga Lila Abu-Lughod discute e critica as proposições anunciadas pelo livro Writting Culture, editado por James Clifford e Marcus Fisher. A autora propõe que os antropólogos e as antropológas passem a escrever contra o conceito de cultura, enfatizando um tipo de etnografia do particular que seja capaz de fugir da cristalização das diferenças e das generalizações. O artigo também é uma reação a ausência de feministas e pesquisadores de multipla origem étnica e regional no conjunto de capítulos publicados por Clifford e Fisher que inauguraram por sua vez todo um movimento teórico na antropologia comumente conhecido como antropologia pós-moderna. O texto de Abu-Lughod, tão influenciador quanto o livro de Clifford e Fisher, marca um importante momento teórico e etnográfico para a disciplina, ao enfatizar e mostrar a posicionalidade do conhecimento para além da parcialidade enunciada pelos autores pós-modernos.
O Observatório Itaú Cultural dedica-se ao estudo e divulgação dos temas de política cultural, hoje um domínio central das políticas públicas. Consumo cultural, práticas culturais, economia cultural, gestão da cultura, cultura e educação, cultura e cidade, leis de incentivo, direitos culturais, turismo e cultura: tópicos como esses impõem-se cada vez mais à atenção de pesquisadores e gestores do setor público e privado. Os LIVROS DO OBSERVATORIO formam uma coleção voltada para a divulgação dos dados obtidos pelo Observatório sobre o cenário cultural e das conclusões de debates e ciclos de palestras e conferências que tratam de investigar essa complexa trama do imaginário. As publicações resultantes não se limitarão a abordar, porém, o universo limitado dos dados, números, gráficos, leis, normas, agendas. Para discutir, rever, formular, aplicar a política cultural é necessário entender o que é a cultura hoje, como se apresenta a dinâmica cultural em seus variados modos e significados. Assim, aquela primeira vertente de publicações que se podem dizer mais técnicas será acompanhada por uma outra, assinada por especialistas de diferentes áreas, que se volta para a discussão mais ampla daquilo que agora constitui a cultura em seus diferentes aspectos antropológicos, sociológicos ou poéticos e estéticos. Sem essa dimensão, a gestão cultural é um exercício quase sempre de ficção. O contexto prático e teórico do campo cultural alterou-se profundamente nas últimas décadas e aquilo que foi um dia considerado clássico e inquestionável corre agora o risco de Coleção Os livros do observatório Dirigida por Teixeira Coelho
Gostaria de iniciar esta reflexão, lembrando que o livro provou ser um dos objetos mais antigos da história, que, além de duradouro, é provavelmente uma das criações mais úteis e versáteis que o homem já inventou. Tornou-se o artefato indispensável ao desenvolvimento e domínio humano devido à portabilidade, facilidade de referência e a grande capacidade de concentrar informações. O livro teve significativa participação em momentos decisivos da história ocidental. O Renascimento, a Reforma, a Revolução Científica e o Iluminismo valeram-se todos das suas escrituras para sua difusão e influência.
Revista Anpoll, 2000
RESUMO: O artigo discute a oralidade da linguagem, destacando algumas das questões mais relevantes para o estudo do tema, prin cipalmente quando abordado em relação à língua escrita. Parte-se das concepções sobre a oralidade para enfocá-la dentro de uma equação possível num paralelo com a escrita. Na busca da trajetória da oralidade, traça-se um percurso desde afórmula de Homero aos valores sociais dafala e da escrita, associados ao letramento.
Filologia, cultura escrita e estudos culturais, 2018
Ao longo da tradição ocidental, diversos intelectuais tomaram a palavra Filologia compreendendo-a como adjetivo para significar erudição ou como uma atividade crítica e de explicação do texto e, até mesmo, ciência, como fizeram os pesquisadores nos oitocentos. Independente da perspectiva, a estratégia lançada por todos eles foi sempre produzir fissuras nas bases etimológicas da palavra Filologia, que, a depender do estudioso, passa a ser entendida como “amor pelos argumentos, pela dialética” (Platão) (CUNHA, 2004, p. 342) e/ou, como podemos ler nas páginas contemporâneas – e apaixonadas? – dos manuais de Crítica Textual em língua portuguesa, “[...] a ideia básica originalmente expressa pelo termo [Filologia] em questão seria ‘amor à palavra’” (CAMBRAIA, 2005, p.15). Aprendemos com a professora homenageada com esta publicação que Filologia é “amor às letras”. Para alguns filólogos, importa que “filo-”, na explicação etimológica – primeira parte da forma composta greco-latino de Filologia, que, por sinal, advém de um verbo (CAMBRAIA, 2005) – se traduza por uma palavra de ação “amar”, e não pela palavra “amor”. Desse modo, teríamos “amar as palavras/letras”. Esse matiz importa para esta discussão filologia, cultura escrita e estudos culturais principalmente para que entendamos que, na contemporaneidade e na interface com os Estudos Culturais, a Filologia é uma ação, uma prática que se constrói a partir da leitura crítica e material do texto, atentando-se para os usos sociais do texto: o modo de produção, circulação, recepção e transmissão histórica. A partir disso, temos uma filologia como práxis, dada a sua natureza mais material, não abstrata e, frequentemente, não oprimida por uma teoria aprioristicamente concebida, principalmente, em torno tanto das concepções de objeto e sujeito de pesquisa, quanto dos motivos tópicos da pesquisa texto, língua e cultura. Assim, ainda para reelaborar os esquemas tradicionais que explicam Filologia, desejamos aqui ampliar os limites do “amor” no étimo do termo em questão, ou seja, por amor queremos entender afeto (SACRAMENTO; SANTOS, 2017); por afeto (SODRÉ, 2012), tencionamos não apenas aquilo que diz respeito ao sentimento subjetivo ou à empatia, mas todo compromisso político, ético, estético que vise buscar uma crítica humanística democrática (SAID, 2007), empenhada em práticas de visibilização, empoderamento e combate a situações de vulnerabilidade sociais, raciais, étnicas, de gêneros e sexualidades. Por outras palavras, mais modestas, dizemos que precisamos compreender o corpo e o que nos afeta enquanto sujeitos pesquisadores preocupados com os problemas políticos e sociais. Desse modo, a intersecção proposta nos textos deste volume, por itinerários distintos, tentam encontrar pontos de leitura crítica que visam, ainda pelas palavras de Muniz Sodré (2006, p. 8), à construção do reconhecimento epistemológico do outro e à “prática ético-política de aceitar outras possibilidades humanas, de aceitar a diversidade, num espaço de convivência”. Esse tecido teórico e pragmático, que aproxima reflexões que se repeliram metodologicamente em algum momento de suas trajetórias epistemológicas, é o que diversos intelectuais (HALL, 2005) chamam de Estudos Culturais (EC). Apesar de ter ganhado fôlego nas instituições acadêmicas, os EC não são uma disciplina com procedimentos teórico-metodológicos rígidos. É, ao contrário, um ponto de articulação reflexiva que assume a rasura das perspectivas disciplinares e compreende a cultura como elemento estruturante das diversas sociabilidades, muito mais próximo ou engendrado pelas questões que foram ditas mais regularmente como importantes, a saber: a economia, a política, o social etc. Mas, como esta vertente de estudo, diversa e atravessada pela descolonialidade do pensamento, contra o epistemicídio e etnocentrismo europeu pode estabelecer relação com a Filologia, uma vez que foi a partir do terreno filológico que se assentaram narrativas de nacionalidade, purismo cultural, por meio de paradigmas que reivindicavam a reconstituição dos originais, textos fidedignos que se dirigiam a matrizes culturais puras e originais? Para responder a isso, precisamos compreender como o labor filológico se transformou com os impactos promovidos pelo que se tem chamado de pós-modernos e/ ou pós-coloniais. Nesse sentido, argumenta Warren (2003, p. 19), [...] a filologia pode atingir o próximo “pós” juntamente com “moderno” e o “colonial”? Como uma disciplina dedicada a metanarrativas sobre a linguagem pode lidar com as críticas da unidade de ambas linguagem e subjetividade? E como uma disciplina forjada no colonialismo europeu do século XIX pode tecer críticas a esse legado e a essa história? transformação dos hábitos críticos e teóricos da Filologia em direção ao reconhecimento das pluralidades textuais, a uma possibilidade de interpretação que não se estabelece em termos de unidade de sentido (fidedignidade). A leitura de Santos (2015, p. 11) sobre a pós-filologia de Warren concorre a favor desta argumentação, pois [...] uma pós-filologia é a recusa completa de qualquer intenção de resgate de uma origem: “[...] a pós-filologia vai além da questão da origem, dispersando a hierarquia valorativa segundo a qual o estudo dos “materiais originais” [...] são mais valiosos do que os estudos de edições [...]” (WARREN, 2003, p. 27, tradução minha) E mesmo o estudo das edições não está assentado no julgamento das melhores edições, mas nos investimentos ideológicos de uma edição particular: “[...] a pós-filologia exige mais do que uma crítica de aspirações positivistas [...]” (WARREN, 2003, p. 27, tradução minha). No que diz respeito ao estudo de manuscritos, a pós-filologia, aponta Warren (2003), reconfigura as hierarquias que orientavam a compreensão das relações entre textos, imagens e elementos não-linguísticos. Na classificação de manuscritos, a pós-filologia recusa o estabelecimento de relações familiares entre os vários testamentos dos textos, que servem para definir a versão mais velha de um texto. Essa outra prática filológica, que se organiza em torno da renovação epistêmica descrita por Warren, foi a proposta assumida pelos diversos autores deste volume. Por meio do manejo com um dado texto assumido como fonte, há propostas que tomam a escrita, os suportes e o texto como objeto de suas reflexões.
Outra Travessia 37, 2024
Escrever e teorizar sobre literatura nos foram apresentados – se pensarmos que a história da literatura brasileira é marcada por apagamentos, formações de estereótipos e repetições de desigualdades de gênero, região, raça e classe – como atos possíveis apenas para grupos seletos. Na contramão, notamos resistências e “hackeamentos” dessas desigualdades, estas enquanto reminiscências do colonialismo. Interessa-nos aqui pensar como leituras e escrituras enquanto atos e perspectivas contracoloniais apontam para modos de semear saberes que contrariaram e contrariam a colonialidade e as suas desconexões. As escritas e as reescritas das multidões nos mobilizam. Para isso, colocamos em diálogo conceitos como contracolonização, de Nêgo Bispo (2023) e literatura de multidão, de Luciano Justino (2015), ao pensarmos as obras de Carolina Maria de Jesus (2014) e Geovani Martins (2018).
Boletim de Pesquisa NELIC, 2001
A Argumento — revista mensal de cultura teve apenas quatro números publicados durante o ano de 1973 e início de 1974, sendo retirada de circulação pela ditadura. Através do slogan Contra fato há argumento anunciava-se como um meio de resistência ao regime então vigente no país. Apresentava-se ainda como um "espaço onde os intelectuais brasileiros que foram arrancados de seu mundo pudessem se reintegrar, como um ponto de encontro com o pensamento de outras terras, notadamente as do continente" e, também, como um meio de comunicação preocupado em preencher um "vácuo cultural" existente, sem utilizar da "dependência", da "acomodação" nem do "arrivismo".
Varia Historia
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Vale lembrar uma parte do artigo sobre “Definições exatas de conduta científica” publicada na revista Fapesp de São Paulo em edição número 204 – Fevereiro de 2013 escrita por por Daniel Bueno. “Após avaliar centenas de publicações, um grupo de pesquisadores da Universidade de Barcelona, Espanha, e da University of Split School of Medicine, Croácia, constatou que, sem a formulação de políticas que definam explicitamente quais são os tipos de más condutas na ciência e quais procedimentos devem ser adotados, a padronização das boas práticas acadêmicas é dificultada.. … Dos 399 periódicos científicos analisados, 140 forneceram definições explícitas de má conduta. Falsificação foi diretamente mencionada por 113 publicações; fabricação de dados, por 104; plágio, 224; duplicação, 242; e manipulação de imagem, por 154.
Cuiabá, a mulher e a cidade: literatura, cinema e artes da cena, 2021
Este livro inverte e multiplica a proposição de Calvino: são mulheres que narram as cidades que vivem, imaginam, percebem, distinguem, anseiam. Ainda que o nome seja apenas um, ao ser narrada por todas essas mulheres, descobrimos a verdade sobre Cuiabá: sua insofismável multiplicidade e que, em sendo uma mulher, poderia muito bem dizer, como Pessoa “– eu sou muitas”.
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Revista Trama Interdisciplinar, 2013
Revista Brasileira de História da Educação, 2016
Boletim de Pesquisa NELIC, 2001
Suplemento Pernambuco , 2018
InterEspaço: Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, 2020
Trabalhos Em Linguistica Aplicada, 2009
Revista Extraprensa, 2016