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Revista PHILIA | Filosofia, Literatura & Arte
Macunaíma: o herói sem nenhum caráter (1928), de Mário de Andrade, é o romance-rapsódia que versa sobre a trajetória de um herói baseado nas lendas indígenas amazônicas e apresentado como autenticamente brasileiro. A paródia se faz presente como intenção em diversas cenas da obra. Todavia, neste trabalho, será tratada a paródia enquanto deformação e transformação (ou imitação) com distanciamento crítico da figura do herói romântico indianista idealizado, que a personagem Peri, de O Guarani (1857), de José de Alencar, encarna. Palavras-chave: Macunaíma. Peri. Herói. Paródia.
Ensaio, 2017
Modernismo brasileiro, Semana de Arte Moderna, Semana de 22, Oswald de Andrade, Mário de Andrade
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, 2024
Propõe este artigo um estudo de recepção dos clássicos no capítulo “Ci, Mãe do Mato”, da rapsódia de Mário de Andrade, Macunaíma, de 1928, particularmente de dois episódios do Satyricon, de Petrônio, o importante romance latino do século I d.C.: o do efebo de Pérgamo (Sat. 85-87) e o de Crotona (Sat. 116-141). Atentando-se para sua estrutura e conteúdo, analisa-se como eles são incorporados na fatura do capítulo, através de um complexo processo de adaptação em que se dissolvem as fronteiras entre mito ameríndio, literatura clássica e literatura brasileira
REVISTA POIÉSIS
Em 1928, o escritor Mario de Andrade apresentava à conservadora sociedade brasileira as páginas de Macunaíma, um herói sem nenhum caráter. Quatro décadas depois, Joaquim Pedro de Andrade levava às telas o filme Macunaíma, inspirado no livro. Duas aparições criativas sobre o mesmo personagem em diferentes linguagens, que se tornaram símbolos de movimentos artísticos: o Modernismo e o Cinema Novo. Este trabalho propõe analisar as tensões intersemióticas criadas a partir de signos escritos que identificam o herói Macunaíma, e sua transposição para a mídia audiovisual, levando em conta os limites de cada suporte e as influências sócio-políticas de cada época.
Revista Ícone, 2019
Macunaíma remains as object of interest and challenge to criticism. Studied as a synthetic work of the Movement of 1922, it is the key for understanding the relationship between the modernist generations, their aesthetic-ideological projects and the Andrade’s project itself, thus occupying a place of synthesis in the investigation of the work of Mario and of Brazilian(s) Modernism(s). This article aims, therefore, to analyze author and work in the transit from the study of Modernists by Lafetá, reviewed by Bueno, as well as to operationalize the critical reading from the critical edition organized by Telê A. Lopez.
Revista Literatura em Debate, 2020
O presente artigo objetiva investigar a relação entre espaço e cultura em Macunaíma, de Mário de Andrade. Para tanto, são examinadas as trocas culturais proporcionadas pelo protagonista quando de seu deslocamento da Floresta Amazônica para a cidade de São Paulo. Nessa perspectiva, os trânsitos de Macunaíma por diferentes regiões do Brasil são compreendidos como basilares para o desenvolvimento da narrativa, à medida que fomentam contatos entre espaços e culturas distintos, os quais são postos em fricção pelas ações das personagens. A análise baseia-se nas discussões de Michel de Certeau (2002) sobre espaço, de Clifford Geertz (2008) a respeito da cultura e de Ruben Oliven (1984) e Sandra Pesavento (1995; 1999) acerca das mudanças sociais e urbanas no Brasil do século XX.
Mauro Luciano Souza de Araújo é Mestre em Imagem e Som pela ufscar, professor da ufba, e autor de vários artigos sobre cinema. Josette Monzani é Dra. em Comunicação e Semiótica pela puc/sp, com pós-doutorado em cinema pela eca/usp. É professora dos Mestrados em Estudos de Literatura e em Imagem e Som da ufscar. Autora de Gênese de Deus e o diabo na terra do sol, entre outros textos sobre cinema.
1996
Desde a independência política, os homens de estado e de letras no Brasil tiveram de se haver com a questão da nacionalidade. A política, a historiografia e a literatura, imbricadas que eram, estiveram, ao longo de todo o século XIX, empenhadas na definição da brasilidade. O movimento geral oscilou entre a afirmação da especificidade brasileira e o desejo de produzir uma civilização de tipo europeu. A ambigüidade básica estava na tentativa de definir uma tradição brasileira que nos faltava -ao menos nos moldes europeus -e que teria, portanto, de ser senão inventada, ao menos recriada 1 . No Segundo Reinado, o romantismo foi o grande molde desta tentativa de responder o que era o país e qual deveria ser o seu futuro; o indianismo foi o conteúdo hegemônico de brasilidade que ele forjou, comparecendo na formulação dos símbolos nativistas do Império, e na formação da visão oficial do país, para constituir-se em matriz intelectual do período. Por esta via, o Brasil apresentava-se como o representante da civilização européia na América face a seus vizinhos bárbaros, construindo uma imagem de si mesmo na qual vinham conciliadas a herança européia e a tradição indígena.
ConTextura, 2017
O artigo tem por objetivo demonstrar como o diálogo Cármides é uma resposta hábil e sutil de platão às contradições e desafios do seu tempo; e não, como poderia parecer, apenas uma busca infrutífera por uma definição ou um mero exercício intelectual. Para tanto, oferecemos contextualização do diálogo através de uma reconstrução da conjuntura histórica e política dos períodos arcaico e clássicos, valendo-nos da noção de temperança (σωφροσύνη) como fio-condutor. The article attempts to show how the dialog Charmides is a skillful and subtle response by Plato to the contradictions and challenges of his time; and not, as one could assume, a fruitless search for a definition or a vain intellectual exercise. In order to do that, we’ll contextualize the dialog through a reconstruction of the historical and political conjuncture of the archaic and classical periods, using the notion of temperance (σωφροσύνη) as our guide.
Letras Letras, 2011
Vincula-se à linha de pesquisa Trabalho e Cultura do programa de Mestrado/ Doutorado em Tecnologia, PPGTE, Programa Interdisciplinar, da UTFPR. Projeto de pesquisa: A formalização discursiva do universo do trabalho e do trabalhador(a) em textos literários representativos do século XIX e XX no Brasil.
Odisseia, 2018
Pretende-se demonstrar, neste artigo, que Macunaíma é um malandro. Para isso, é feita uma apresentação de tal conceito, de acordo com a obra de Roberto DaMatta, Carnavais, malandros e heróis, cotejando-o com as definições de renunciador e de caxias, igualmente apresentadas pelo antropólogo. São extraídas as características essenciais do malandro e é verificado se Macunaíma as possui. Chega-se a uma resposta afirmativa, o que leva à conclusão de que o personagem marioandradiano é um malandro. Passa-se a um breve estudo da alegoria e a uma análise do caráter alegórico de Macunaíma, buscando-se compreender o que pretendeu o autor do clássico modernista ao criar um protagonista que é uma alegoria de um trickster mitológico, qual seja, Makunaima. Ao final do artigo, esperase que reste demonstrado que Macunaíma não é o ansiado herói nacional, pois tal função redentora caberá a um renunciador, não a um malandro, pelas razões que foram apresentadas.
Brasil/Brazil: Revista de Literatura Brasileira, 2017
RESUMO: O trabalho interpreta Macunaíma (1928), de Mário de Andrade, enquanto ficção de arquivo da narrativa produzida sobre o Brasil. Para tanto, é feita uma discussão do que se entende por arquivo, bem como por ficção de arquivo a fim de se articular a teoria com o projeto intelectual e artístico desenvolvido na escrita de Macunaíma. Defende-se que Mário de Andrade trabalha, na composição da narrativa, apropriando-se de textos ficcionais e não-ficcionais tidos como fundadores da nacionalidade. No entanto, essa apropriação, até certo ponto, se dá dentro de um projeto consciente do caráter discursivo e ideológico desses textos fundadores, os quais são rasurados na escrita de Macunaíma através da articulação da linguagem do mito com a do sarcasmo e humor. As ideias de origem e autoridade, inerentes ao arquivo, são questionadas pela figura do narrador da história, um papagaio, o qual dá a entender que "as origens" são narradas em segunda mão por um copista. Por outro lado, é também verdade que a composição do livro se dá de acordo com o que Còdebo (2010) chama de paradigma da legitimidade, uma vez que o arquivo funciona como a base realista da ficção. É nesse sentido, portanto, que se faz necessário investigar como se dá o uso do arquivo na composição de Macunaíma, que em 2018 chega aos 90 anos de idade e que virou, ele mesmo, um documento literário da nacionalidade brasileira. ABSTRACT: This paper interprets Macunaíma (1928), by Mário de Andrade, as an archive fiction of the narrative produced on Brazil. For that, it is done a discussion of what is meant by archive, as well as by archive fiction in order to articulate the theory with the intellectual and artistic project developed in the writing of Macunaíma. It is argued that Mário de Andrade works, in the composition of the narrative, appropriating fictional and non-fictional texts understood as founders of nationality. However, this appropriation, to a certain extent, takes place within a conscious project of the discursive and ideological character of these founding texts, which are scraped in the writing of Macunaíma through the articulation of the language of the myth with that of the sarcasm and humour. The ideas of origin and authority, inherent in the archive, are questioned by the figure of the narrator of the story, a parrot, who implies that "the origins" are narrated second hand by a copyist. On the other hand, it is also
Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea
Em torno de certas obras giram relatos capazes de se fixar de forma quase mítica no imaginário de quem as lê. Compreender o contexto em que o livro que temos em mãos foi produzido, mais do que luxo ou satisfação de curiosidade, é um dado precioso quando a proposta é seu estudo. O toque mítico de tais histórias de pano de fundo residiria no fato de não termos presenciado a criação e sabermos que essa cena existiu, mas que o acesso a ela só é possível através do que contam terceiros, a obra ou o próprio autor. Segundo Mário de Andrade, não foi necessário mais que seis dias, um punhado de cigarros e uma rede armada na Chácara de Sapucaia, em Araraquara, pertencente a um primo a que chamava de tio. Quase uma semana envolto pela fumaça do cigarro, ao balanço de uma rede preguiçosa, e temos Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928), obra basilar do Modernismo brasileiro. Conta-nos Leminski que, ao ser visto portando uma não pequena pilha de papéis que continham uma história, uma ideia em que trabalhava fazia muito tempo, era questionado: "E esse catatau de folhas, quando fica pronto?". A resposta viria na primeira página de seu romance-ideia Catatau (1975), em que diz: "Me nego a ministrar clareiras para a inteligência deste catatau que, por oito anos agora, passou muito bem sem mapas. Virem-se" (2004, 11).
Voluntas, 2020
Resumo: O objetivo deste texto é evidenciar o papel desempenhado pela noção de "aporia" no Parménides de Platão. Depois de ter descrito alguns dos usos da noção nos diálogos platónicos, o texto concentra-se no Parménides, analisando: 1. O debate de Sócrates com Zenão; 2. O conjunto de objeções apresentadas por Parménides ao uso por Sócrates das noções de "separação" e "participação", focadas em particular no "Argumento do Terceiro Homem"; 3. Algumas conclusões paradoxais resultantes das oito "Hipóteses sobre o Um", na segunda parte do diálogo. Com o objetivo de sustentar a unidade da Obra, argumentando a favor do uso dos "resultados atingidos na II parte do diálogo para resolver os problemas levantados na I", defendemos que o exercício de Parménides sobre o Um e os Outros propõe uma reformulação da dialética, denunciando a deficiência da prática atribuída a Zenão, de reduzir ao absurdo as consequências da hipótese "Se há muitos". Em vez disso, o Eleata examina as consequências de "Se há Um", mediante a relacionação do Um consigo próprio e com cada um dos Outros; depois dos Outros consigo próprios e com quaisquer outros, primeiro afirmando, depois negando, a hipótese.
2018
Buscando contribuir com a pesquisa das traducoes dos classicos greco-romanos e com a recepcao desses textos em lingua portuguesa, o presente trabalho propoe-se a estudar a traducao do Satyricon, de Petronio, levada a cabo pelo poeta Paulo Leminski, que foi um conhecedor e divulgador da lingua e da literatura latina. Esse idioma antigo constituiu uma importante fonte criativa revisitada durante toda sua carreira literaria. Alem de traducoes feitas diretamente do Latim, como as da Ode I, 11, de Horacio (1984) e do Satyricon, de Petronio (1985), o trabalho com textos literarios latinos pode ser encontrado em obras como Metaformose e Catatau. O trabalho tem por base o confronto entre o texto latino e a traducao leminskiana e procura fornecer um estudo da recepcao do romance petroniano na literatura brasileira contemporânea, que encontra em Leminski um de seus expoentes. Como apoio metodologico para a analise comparativa incluimos a comparacao com outras traducoes da obra em lingua portu...
2020
In a time of constant change, including intellectual traditions, Macunaima traced the vision of man, hero and language in the modernist period, promoting a rupture of traditionalism in the manifestations of Brazilian artistic intelligence. In search of freedom of expression and creation, the work, which deals with the national reality and the valorization of popular culture, mainly of popular speech, reconstructs meanings and instigates self-critical revisions about the genuinely Brazilian language. In this article, we seek to highlight the language view proposed by modern authors, especially Mario de Andrade. In view of this, the postulates of Sociolinguistics are used to analyze the representations of the stigmatized linguistic phenomena highlighted in the work, by elucidating the recurrent use of terms of the non-standard variety, explaining how each linguistic phenomenon occurs and how much these processes are related to today.
DISSERTATIO Revista de Filosofia, 2020
Nossa investigação propõe a hipótese de que os introitos dos diálogos platônicos não se esgotam enquanto mero recurso dramático para suas respectivas ambientações, mas visam, sobretudo, expor as disposições de espírito necessárias para o fazer filosófico e o método que o põe em movimento. Ante a impossibilidade de recorrer ao exame particular de cada introito, escolhemos Parmênides como diálogo exemplar a ser investigado. Os resultados obtidos apontaram que há, no introito selecionado, uma compreensão do método dialético enquanto condução fortuita, global e paradoxal que leva à rememoração e que, como tal, é acompanhado de uma disposição que se explicita enquanto um fazer-se presente no lugar do encontro e da conversa, deixando-se conduzir corajosamente à rememoração pela ausculta cuidadosa.
2020
A biografia de Paulo Freire serve como uma bussola a sua praxis pedagogica. No presente estudo, excertos dos seus textos e das suas entrevistas constituem um conjunto de textos que sao submetidos a analise para dai se deduzir momentos que foram chave na vida dele. Tambem deduz, neste trabalho, que o filosofo e educador pernambucano pertence a linha nobre dos românticos e que os seus antecessores ideologicos incluem Jean-Jacques Rousseau e William Morris. O modo como Freire trata as questoes humanas o colocam diametralmente na posicao antagonica a qualquer tipo de conservadorismo ou neoconservadorismo.
Navegacoes, 2010
Resumo: "Não sou futurista" -declarou Mário de Andrade em 1922, embora reconhecendo pontos de contato entre suas ideias e o movimento fundado por Marinetti. Seis anos mais tarde, ao publicar Macunaíma, tal ambivalência se evidencia ainda mais: se o livro realiza uma candente crítica da noção europeia de progresso, ele também se vale do operador simbólico da máquina de forma inusitada. Ao incessante movimento dos maquinismos modernos se opõe a indolência do personagem-título, o qual afirma o tempo todo sua vocação para a preguiça. Mais que a refutação de uma das principais tópicas do Futurismo, porém, a inclinação do protagonista ao ócio, supõe uma produtividade paradoxal. A rigor, Macunaíma pode ser pensado como uma verdadeira "máquina de preguiça".
Revista Expressão Católica
O presente artigo objetiva apresentar uma breve reflexão quanto à dialógica entre a (des)construção de uma identidade nacional e as interpretações do Brasil presentes na obra Macunaíma – o herói sem nenhum caráter de Mário de Andrade. Para tal, buscamos identificar os conceitos de caráter presentes na obra enfatizando os diferentes aspectos que o autor utiliza na produção da obra e como pensar a nacionalidade em contradição com as produções que o precederam. A leitura da obra nos impulsionou a realização de algumas reflexões e questionamentos sobre as formas como Mário de Andrade percebe o Brasil. Na construção de um posicionamento quanto à rapsódia marioandradeana, as leituras em Beriel (1987), Cândido (1993/2008), Ortiz (2013) e Wisnick (1990) se fizeram essenciais. Quantos Brasis cabem em Macunaíma? Questionamento como esse foi o ponto de partida dessa escrita. Com base nessa perspectiva, buscamos demonstrar os conceitos de caráter cabíveis na obra, especialmente quando se busca ...
Estudos Avançados, 2013
O artigo tem como escopo repassar o contexto histórico-político no qual surge a chamada "geração de 37" e sua adaptação do romantismo no Rio da Prata. Para isso, analisam-se as diferentes abordagens críticas do Facundo. Civilização ou barbárie de Sarmiento, texto considerado fundador das letras argentinas, assim como as peripécias e publicações dos exilados do regime de Juan Manuel de Rosas, o caudillo a que estão dirigidas todas as críticas dos jovens românticos.
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