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Com uma localização geográfica estratégica, as cidades do litoral sempre vislumbraram o mar como uma fonte de oportunidades: a pesca, o sal, o transporte, o comércio, para além da própria necessidade de comunicações intercivilizacionais. No entanto, é óbvio que não basta a presença do mar para que surja uma cidade junto à costa. Geralmente é preciso mais do que isso: a existência de um porto, lugar de intercâmbio entre um meio marítimo e outro terrestre.
O porto de Viana nos séculos XIV E XV
2014
A presente dissertação aborda o domínio senhorial em Cantanhede nos finais do Antigo Regime, protagonizado pela Casa Cantanhede-Marialva. Procuramos numa primeira fase analisar o domínio senhorial numa vertente jurisdicional e territorial e encetamos, em seguida, uma abordagem à formação da Casa senhorial de Cantanhede-Marialva apresentando os privilégios e direitos jurisdicionais que deteve ao longo da sua existência. Prosseguimos com a análise dos territórios do Concelho de Cantanhede onde o donatário detinha domínio. Destacamos a Coutada como território de reserva de recursos naturais que suscitou problemas com a população gerando alguns processos. Por fim, encetamos uma viagem pela contestação anti-senhorial que se verificou no Antigo Regime português, terminando com a análise da situação cantanhedense. Com o estudo deste tema, procuramos contribuir para um maior conhecimento sobre o domínio senhorial da Época Moderna e, de forma particular, sobre contestação anti-senhorial em vigor nos finais do Antigo Regime. A Carta enviada pela Câmara Municipal de Cantanhede às Cortes Constituintes em 1821 constitui-se como um documento singular neste contexto.
O poder local em tempo de globalização: uma história e um futuro, 2005
Introdução «Eu creio que a primeira origem da nossa desgraça é a seguinte-impor continuamente o maior peso dos encargos públicos sobre a classe mais pobre dos cidadãos. » (Lourenço Guimarães Moreira, O espírito da economia política naturalizado em Portugal ... 1781) Embora o Portugal de finais do Antigo Regime tenha sido objecto, na última década, de um significativo conjunto de estudos, que contribuiu consideravelmente para um melhor conhecimento dessa época de transição, a verdade é que existem ainda numerosas áreas que continuam a aguardar pelo seu investigador. No campo socia l, por exemplo, unanimemente se proclama a situação miserável do povo, principalmente do lavrador, sobrecarregado com tributos de todo o género; mas não se conhecem estes, a não ser de um modo impreciso, ou apenas enunciando os mais importantes, esquecendo a forçosa diversidade regional, o diferente regime de propriedade, o tipo de contrato de exploração da terra e, o que não é de menosprezar, a brandura ou a dureza do proprietário, rendeiro ou arrematante, na cobrança dos direitos, impostos e dízimos. Não bastará, contudo, indicar os encargos, contribuições ou impostos, directos 149 ou indirectos, que recaíam sobre a população, para se ter uma ideia do seu nível e qualidade de vida. Para além da enunciação daqueles impostos que, dentro do espaço português, podemos classificar como gerais, extensivos a toda a população não privilegiada-os privilégios e as «isenções» constituem o traço mais característico e intrínseco da sociedade do Antigo Regime, os quais, lamentavelmente, persistiram, ainda que consideravelmente atenuados, até aos nossos dias-, importa ainda conhecer as violências exercidas pela administração regional e local que, nas comarcas e concelhos, não obstante as leis gerais do Reino, se tornavam, não raras vezes, ainda mais insuportáveis que as contribuições régias, eclesiásticas e senhoriais. Quadro n.O 1-OUVIDORIA DE BEJA Aplicação das rendas da câmara de Moura (1787"1788) Receita média anual Despesa dos caminheiros da sede da comarca Despesa dos caminheiros da seda da provedoria Despesa com as propinas do ouvidor, juiz de fora, Vereadores e procurador, escrivão da câmara e outros oficiais 900 000 a 1 000 000 ré!s 25043 réis 38930 réis 730578 réis ApliCação das. rendas da câmara de Serpa (1787"1788) Receita média anual Despesa com aS propinas do ouvidor, juiz de fora, Vereadores e procurador, escrivão da câmara e outros oficiais Aplicação das rendas da câmara de Beja (1787) Receita em 1787 Despesa aprovada pela provedoria Despesa efectuada com o pagamento de propinas 1 000 000 réis 784074 ré!s 754283 réis 803898 réis 729056 réis Depois de D. João IV, as provisões para mais e maiores propinas, passaram a ser «abusiva e arbitrariamente» interpretadas em proveito próprio. O ouvidor, juiz de fora, vereadores e procurador do concelho levavam, «por costume», propinas para lutos e luminárias, pela morte, nascimento ou casamento dos príncipes e soberanos,
" ARQUIPÉLAGO, 2005
Historia. Revista da FLUP, vol. 8, n. 2, 38-56, 2018
Quando Portugal entra na Grande Guerra, os portos portugueses não se encontravam preparados para se defenderem de quaisquer ataques alemães, mesmo o porto de Lisboa. Só após Portugal entrar na guerra é que as autoridades navais e do Exército estabelecem os primeiros planos para a defesa de Leixões e do Douro. No entanto, apesar dos meios conseguidos, os portos do norte mantêm-se encerrados até os ingleses implementarem novas medidas defensivas. Mais tarde, são os franceses que estabelecem uma base de patrulhas em Leixões para apoiar os comboios de cabotagem em viagem entre o Mediterrâneo e o Atlântico, apoiados por uma base aérea em S. Jacinto, Aveiro. Através de documentação inédita, tentaremos analisar os acontecimentos navais na zona de Leixões e do Porto durante a Grande Guerra.
Biblos, 2010
Al_Madan II série (19) Tomo I, 2014
Reflections on the navigation conditions of the coast of Cascais during Roman times based on the presentation of new underwater archaeological findings from off the coast of Guia (Cascais, Lisbon). The authors study the works carried out within the Cascais Underwater Archaeological Map Project (PROCASC) and a more general approach to the Maritime Cultural Landscape of the area.
Talia Dixit: revista interdisciplinar de retórica e …, 2009
This paper deals with the harangue used in a naval context, as presented in 16 th-century Portuguese overseas historical writing. The first part of the article analyses the way in which such speeches can be integrated-by means of settings-in the narrative discourse. The second part identifies in the harangues different rhetorical topoi and their functions. In short, the intention of this work is to characterize the standard harangue used by captains and Portuguese governors before a naval battle in the Indian Ocean.
Este texto resulta de um desafio que me foi feito para tentar caracterizar o tipo de "racionalidade" que é possível deduzir da gestão dos patrimónios monásticos no período final da existência das casas das grandes ordens, entre o século XVII e 1834. Nele se
Within the pioneer work of Algarve’s archaeological cartography undertook by Estácio da Veiga, the Ancient Fish salted industry issue plays a relevant role, for it was not a fashionable subject in his times. The peculiar XIX century’s Algarve economic conjuncture, with a growing and successful fishing industry might explain the reason why he had paid such an attention. His huge survey of Algarve’s coastal areas produced several sites recognition with fissh processing factories dating from Roman times. Nevertheless, Estácio da Veiga thought that all the remains of that powerful Ancient industry dated from an earlier period which continued to be used in Roman times. He worked within XIX century’s Romantic / Nationalist paradigm, which despise the Roman period, seen just as an historic intermission between the Lusitanian ancestor’s ages and the medieval Portuguese times. That point of view is actually conspicuous in Veiga’s works, as in other authors of that period. But, the positivist...
2007
Within the pioneer work of Algarve’s archaeological cartography undertook by Estácio da Veiga, the Ancient !sh salted industry issue plays a relevant role, for it was not a fashionable subject in his times. The peculiar XIX century’s Algarve economic conjuncture, with a growing and successful !shing industry might explain the reason why he had paid such an attention. His huge survey of Algarve’s coastal areas produced several sites recognition with !sh process- ing factories dating from Roman times. Nevertheless, Estácio da Veiga thought that all the remains of that powerful Ancient industry dated from an earlier period which continued to be used in Roman times. He worked within XIX cen- tury’s Romantic / Nationalist paradigm, which despise the Roman period, seen just as an historic intermission between the Lusitanian ancestor’s ages and the medieval Portuguese times. That point of view is actually conspicuous in Veiga’s works, as in other authors of that period. But, the positivist method he used give us a large and comprehensive well recorded data base on !sh salted Roman industries still very useful, despite its peculiar opinions. Estácio da Veiga’s interpretation on the causes of coastal sites destruction was particular interesting, as he blames the natural continuous destruction by the ongoing sea, in the path of the emerging modern Geology, and not the tra- ditional one, claiming that great earthquakes and catastrophes should be responsible for those destructions.
Viana, a cidade através do tempo
Ao contrário do que sucedeu com a maioria das povoações portuguesas, Viana resultou não de uma concentração espontânea e gradual de moradores, que de ordinário se faz de uma forma casual e desordenada, mas de uma expressa vontade política, incarnada no rei D. Afonso III, que, no foral assinado em 1258.06.28 e depois, com ligeiras alterações, reoutorgado em 1262, decidiu criar um novo município, cuja cabeça colocava num aglomerado urbano (numa vila) no lugar de Átrio, a que atribuía a nova designação de Viana. De acordo com as Inquirições feitas na mesma data, Átrio correspondia a uma das três áreas em que se dividia a paróquia do mesmo nome e aí se localizava a sede paroquial. As outras duas eram as «vilas» de Castro e Figueiredo. A primeira, como o nome sugere, incluiria o território que descia desde a velha citânia de Santa Luzia, para Oeste até ao oceano, ou, como alguns querem, para Este, em direcção ao rio. Do lado oposto, ficava a «vila» de Figueiredo. A meio das duas, e ocupando terrenos mais próximos do rio, situava-se a «vila» de Átrio. Átrio constituía já um pequeno aglomerado habitacional, que tinha como componentes um reguengo agrícola e um ancoradouro, onde aportavam as embarcações. O movimento deste cais devia ser significativo, porque, em caso de guerra, tinha já uma certa expressão estratégica. Os moradores, diz-se, nessa contingência, «Vam sobre Gallecia um corpore Regis in quaes navios ouverem» 1. Esta circunstância proporcionou o desenvolvimento deste local e, em conjunto com a sua posição central, contribuiu para que aqui se construísse a igreja e se localizasse a sede da paróquia. Na outra margem, situava-se Nossa Senhora das Areias, que, na mesma época era, ainda que não muito desenvolvido, o mais importante aglomerado da margem sul da foz do Lima. Também aí se desenvolveu uma actividade marinheira interessante, pois já na
Os desmandos dos nobres voltaram a ser verberados nas Cortes que se seguiram. Em 1455, nas que tiveram lugar em Lisboa, os procuradores solicitaram ao monarca que regulasse o uso dos pesos e medidas tradicionais, para evitar os abusos que nesse âmbito se cometiam 6. Mas é nas Cortes de Coimbra-Évora, de 1472-1473, que pela primeira vez se reclama publicamente a necessidade de reformar os forais, uma vez que os antigos documentos se achavam gastos ou mesmo rotos e adulterados, carecendo de autenticação, e eram indevidamente interpretados, pelo que necessitavam de ser revistos e corrigidos: "Outro si, Senhor, os Foraes de cada Luguar, per onde se mais rege, e guoverna voso Reinno, estes são oje em dia, e assy todos, ou moor parte falseficados, antrelinhados, rotos, não autorisados, e os tirão do seu proprio entender, nem são interpretado a uso, e costume d'ora, nem são conforme a alguus artigguos, e Ordenaçoens vosas, homde se portagem deve paguar, salvo de emtrada, ou saida, a levão já geralmente de passada, homde amde levar huum real de carregua levam quinze, porque, jaa de toda carregua fazem carregua liada; muitos erros, e per muitas maneiras erram nesses Foraes, são mostrados outros trelados falseficados, e os que taaes de mercê de vos hão mandan'as tirar como querem, e honde ha não haja, fazem de novo. Senhor, seja Vossa mercê reformardes ora de novo todos vossos Reinnos, e examinardes, e exterpardes as bulrras, e enganos de taaes Foraes, per esta guisa, Senhor, mandarees vir todos os Foraaes de vosso Reinno, que huum não fique, posto que diguão os de alguum Luguar que não se aggravao, ou não querem sobre ello requerer" 7 .
Instituto de Estudios Riojanos eBooks, 2005
«O mar, para os homens de entáo, era um mal necessário. Servia para tránsito e para dar alimento mas no para viver perto dele. O vento e o ar marítimo tolhiam as colheitas, faziam vergar as árvores, inundavam de areia as terras. Só em vilas e cidades, cercadas de altos muros que criavam, no interior, ambientes protegidos e acolhedores, é que se aceitava a vizinhanga do mar».
As faianças de Viana
A crise económica em que Portugal mergulhou, no terceiro quartel do século XVIII, levou à adopção da política industrializadora que constitui a segunda fase do despotismo esclarecido do Marquês de Pombal. Nessa política se enquadram os primeiros passos dados no caminho da industrialização, em Viana da foz do Lima, futura Viana do Castelo, que então se encontrava muito longe dos tempos áureos do século XVI. João de Araújo Lima e Carlos de Araújo Lemos, pioneiros dessa industrialização, instalaram, já em 1770, no sítio de Gontim, uma fábrica de curtumes, na qual eram tratados anualmente, em média, uns 4500 couros; por sua vez, em 1782, Carlos de Araújo Lemos, de parceria com Manuel José Felgueiras, estabeleceria uma fábrica do mesmo ramo, que curtia cerca de 1500 couros por ano.
2009
Resumo: a visita régia de 1901 representou um momento único na história dos arquipélagos atlânticos. Pelo seu simbolismo e impacte, volvidos mais de cem anos sobre a sua ocorrência, continua a perpetuar-se na memória colectiva local. A análise dos seus antecedentes, da organização e do contexto em que se efectuou, das causas ou motivações que levaram D. Carlos a vir às ilhas, bem como dos múltiplos significados e interpretações que a visita assumiu e suscitou constitui o principal objectivo deste trabalho que, todavia, não esgotará, de certo, esta questão que tem merecido já a atenção de diferentes historiadores.
1. Uma das manifestações da chamada graça régia era a comutação de penas e o perdão de determinados delitos, possível na medida em que o monarca era o juíz supremo do reino. Nos séculos XVI a XVIII, tal acabou por se tornar uma prática rotineira, eliminando o carácter excepcional que terá começado por manifestar. Ao tomar esta atitude, o rei nunca deveria ir, em princípio, contra os interesses dos que haviam sido vitimados pela acção criminosa, uma vez que só deveria perdoar se o réu tivesse previamente obtido o perdão da parte ofendida. Ao conceder as comutações e os perdões, o monarca contribuía também para alterar o curso normal da justiça, não poucas vezes injusta. Reintegrava os delinquentes, que não mais poderiam vir a ser processados pelo crime de que haviam sido perdoados; restabelecia a paz entre súbditos desavindos; criava laços especiais na ligação entre os Portugueses e a instituição real; reforçava a sua própria imagem; e, numa outra perspectiva, assegurava várias realidades de ordem mais prática, como o povoamento de áreas afastadas dos centros de poder, constantemente carentes de gente, como era o caso dos coutos de homiziados, das praças do Norte de África e do Brasil; o guarnecimento financeiro de instituições como a Arca da Piedade, o Tribunal da Relação, o Hospital Real de Todos-os-Santos e o Desembargo do Paço; o financiamento de obras mais prementes, por exemplo, em igrejas e mosteiros 1 .
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