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2020, Anais Leirienses - Estudos e Documentos
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Corrigem-se muitos dos mitos sobre a permanência de Eça de Queirós em Leiria e apresenta.se algumas outras histórias sobre ele em Leiria
Nesse tempo ainda vivia, na sua solidão nas montanhas da Umbria, o divino Francisco de Assis -e já por toda a Itália se louvava a santidade de Frei Genebro, seu amigo e discípulo.
This article aims to analyze two founding texts of the Brazilian Queirosian critique. On the one hand, the first journalistic text about the work of Eça de Queirós signed by Machado de Assis in the Rio newspaper O Cruzeiro, 1878; on the other side, the first published book on the life and work of the Portuguese writer Eça de Queirós, written in 1911 by Miguel Mello. We have verified how these readings have thrown critical tendencies and were conceived as the cornerstone of the Queirós studies in the country, highlighting the critical method of each text and valuing the intellectual field of the moments of production. In order to carry out this brief study, we have the theoretical-critical support of Carlos Reis (2000), Benjamin Abdala Júnior (2000), Paulo Franchetti (2000), José Maria Bello (1952) and Machado da Rosa (1964) to reflect the controversies and misunderstandings in the genesis of Brazilian literary criticism about Eça de Queirós.
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2013
O presente estudo apresenta uma análise das representações do Extremo Oriente nas obras do escritor português Eça de Queirós (1845-1900). Através de um estudo amplo de obras de diversos momentos da carreira do escritor português, procuramos demonstrar que o Extremo Oriente queirosiano estabelece uma representação complexa das relações Ocidente-Oriente, não se limitando às imagens cristalizadas do Oriente na literatura portuguesa, em que se destacam o exotismo e o caráter imaginário. Como principais pilares teóricos, nos apoiamos nas teorias orientalistas, principalmente as de Raymond Schwab (1950) e Edward Said (1978), e da fortuna crítica queirosiana. Realizamos uma análise comparativa de textos ficcionais e não ficcionais do autor que, nomeadamente, compreende os romances O Mistério da Estrada de Sintra (1870), escrito juntamente com Ramalho Ortigão, O Mandarim (1880) e A Correspondência de Fradique Mendes (1900); os textos de imprensa “A Marinha e as Colônias” (1871), “A Pitoresca História da Revolta da Índia” (1871), “A França e o Sião” (1893), “Chineses e Japoneses” (1894), “A Propósito da Doutrina Monroe e do Nativismo” (1896), “França e Sião” (1897); e o relatório consular A Emigração como Força Civilizadora (1979).
O artigo em questão traz à baila o resultado de pesquisa inédita acerca da recepção do autor português Eça de Queirós no Suplemento Literário de Minas Gerais (SLMG), de 1966 a 2016. Para a realização da pesquisa, visitamos três centros de referências: a coleção literária e cultural da Secretaria Estadual de Cultura, de Minas Gerais; a coleção de obras raras da biblioteca da Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Minas Gerais; e a coleção eletrônica do Suplemento Literário de Minas Gerais. Após a realização da pesquisa de campo, analisamos o papel do SLMG no cenário do jornalismo cultural no Brasil, verificando, sobretudo, a participação na divulgação da literatura portuguesa, em especial, Eça de Queirós. Além disso, apresentamos os dados da pesquisa e a catalogação e análise das publicações sobre a vida e obra do autor realista no periódico mineiro no período proposto.
Portugal-China: 500 Anos, 2014
No tempo de Eça de Queirós, o Oriente estava na moda. E também na ordem do dia, do ponto de vista político, pois que por lá se decidiam questões relevantes de que dependiam poderes imperiais e interesses económicos. Mas nesse mesmo tempo, o Oriente era vastíssimo e incluía muitas terras, muitas gentes e muitas culturas. Do chamado Próximo Oriente ao Japão, dito do Sol Nascente para quem o considerava a partir de um lugar de observação eurocêntrico, iam distâncias consideráveis. Entre a Europa e o Japão estava o Império do Meio (entenda -se: no centro do planeta), ou seja, a China que resistia aos ventos da Revolução Industrial e que só pela força militar usada nas chamadas Guerras do Ópio se foi abrindo ao comércio com o Ocidente. A pouco e pouco, os estrangeiros deixaram de ser, como até então, bárbaros. Arrastam -se estas tensões e os derivados conflitos bélicos por várias décadas, ao longo do século , com consequências que o Eça da segunda metade de Oitocentos conhecia bem, sendo, como era, leitor atento da melhor imprensa de então.
Iniciação a Eça de Queirós surge como uma espécie de roteiro da vida e da obra do escritor português Eça de Queirós (1845-1900), as quais já receberam atenção de diversos manuais e literaturas comentadas, que traziam textos selecionados, análise histórico-literária, biografia e atividades de compreensão de texto. Tendo como público-alvo, sobretudo, estudantes do Ensino Médio e pré-vestibulandos, esses roteiros informavam o básico para que os leitores adquirissem uma compreensão geral acerca de Eça. Diante desse cenário, surge a ideia da organização de um livro que publicasse textos mais atuais e completos sobre o autor, entretanto, mantendo o teor didático dos roteiros. Nesse sentido, pensando no público universitário, especificamente estudantes do curso de Letras, os quais têm disciplina de Literatura Portuguesa, estas páginas compõem um retrato importante dos aspectos mais relevantes da vida e da obra do autor português, resultado de uma força conjunta entre pesquisadores de diferentes instituições do país e de Portugal.
Nascido em Angra do Heroísmo, no arquipélago dos Açores, em Portugal, Carlos Antônio Alves dos Reis é ensaísta e professor, formado em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra, onde se doutorou em Literatura Portuguesa (1983). Professor catedrático desde 1990, dedica boa parte de suas investigações à vasta obra de Eça de Queirós, tendo já publicado muitos livros e artigos a respeito da literatura queirosiana.
Eça de Queirós é um dos escritores da Literatura Portuguesa mais estudados e sobre quem mais se tem escrito, o que diz bem do valor literário e cultural da sua obra. É também um dos autores mais citados, sobretudo por políticos que gostam de ostentar a, por vezes ilusória, cultura literária e bagagem cultural, o que traduz a atualidade do escritor, homem do seu tempo mas cujas ideias o ultrapassam. Assim, falar sobre um homem e uma obra que já tanta tinta tem feito correr é tarefa ingrata mas, apesar de tudo, sempre desafiante. Por onde começar? O que dizer e selecionar entre a riquíssima miríade de temas que a obra queirosiana suscita? Como fugir à banalidade ou à repetição do já dito, quando abordamos uma obra e um escritor canónicos? Estas dúvidas assaltam-me sempre que sou desafiada a falar publicamente sobre Eça. Quando a Dra. Helena Carvalhão me dirigiu o simpático convite de vir aqui à vossa associação falar sobre Eça de Queirós, inevitavelmente pensei em Amaro Vieira, Amélia e S. Joaneira... pensei nos campos de Leiria e na sua negra Sé. Mas rapidamente concluí que este era um tema saturado, para mais sobre o qual já escrevi diversas vezes, uma delas para o jornal Notícias de Colmeias, cujo diretor me deu a honra de estar aqui entre nós.
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Cadernos de literatura comparada, 2021
ITINERÁRIOS – Revista de Literatura (UNESP- Araraquara), 2017
Nau Literaria, 2012
Anais do XXII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa – ABRAPLIP, 2009
Revista de Estudos Literários, 2016
Revista Letras, 2014
International Journal Semiarid, Ano 7, Vol. 9 , 2024