Academia.eduAcademia.edu

A Guerra dos Hinos

Racismo, Racialismo e Identitarismo no sul do Brasil Mário Maestri** Nenhum gremista raiz canta o hino do glorioso Esporte Clube Internacional. Nem um monarquista francês entoaria a Marseillaise. Um mexicano que se preze não coloca a mão no peito quanto tocam a "Bandeira Estrelada" estadunidense. Os hinos objetivam expressar valores e solidificar laços de uma comunidade real, construída ou inventada. São, assim, produtos culturais com objetivos performáticos. Ou seja, espécies de mercadorias que procuram determinar o comportamento do consumidor. A impugnação e a proposta de modificação de dois versos do Hino Rio-grandense devido ao seu pretenso racismo anti-negro discutem o secundário e saltam por sobre as duas questões principais. Primeira: qual é o caráter daquele hino, como um todo? Segunda: existe razão para que a população sul-riograndense, em forma conjunta, entoe aquele ou algum outro hino regional?