Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2020, Le Monde Diplomatique Brasil
Discuto se poderíamos falar de um "desgoverno Bolsonaro".
Revista Serviço Social em Perspectiva, 2021
O cenário contemporâneo da política brasileira, que se encontra fortemente tensionado por dissensões entre a classe dominante no atual governo Bolsonaro, encontra-se agudizado diante da pandemia do novo coronavírus. A conjuntura, no entanto, incide negativamente sobre a classe trabalhadora, que é impactada pelas ações do governo federal em suas tentativas de salvaguardar a dinâmica capitalista em meio as incertezas e instabilidades que pairam sobre o mundo do trabalho. O presente artigo tem por objetivo realizar uma análise dessa combinação, que é a crise do governo Bolsonaro e o quadro pandêmico. Buscar-se-á fornecer elementos para uma interpretação crítica da realidade nacional atual, haja vista uma perspectiva histórico-crítica da trajetória brasileira sob a hegemonia neoliberal.
Policy Paper - Fundação Friedrich Ebert Brasil, 2020
Em mais uma pesquisa de caráter qualitativo com eleitores de Jair Bolsonaro de renda média (faixas C e D de rendimentos, residentes na Região Metropolitana de São Paulo), que foi levada a cabo entre os dias 9 e 18 de maio de 2020, Esther Solano e Camila Rocha mapearam as principais narrativas relacionadas às diferentes avaliações do presidente Jair Bolsonaro e constataram que a idéia da COVID-19 ser uma “gripezinha” não convence nem mesmo os bolsonaristas mais fiéis.
Documento entregue à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 do Senado Federal (28 de abril, 2021) Documento elaborado por: Ligia Bahia (médica especialista em saúde pública) Jamil Chade (jornalista) Claudio S. Dedecca (economista) José Maurício Domingues (sociólogo) Guilherme Leite Gonçalves (sociólogo do direito) Monica Herz (cientista social) Lena Lavinas (economista) Carlos Ocké-Reis (economista) María Elena Rodríguez Ortiz (advogada e socióloga) Fabiano Santos (cientista político)
O julgamento da Cautelar na ADPF nº 347/DF, da relatoria do ministro Marco Aurélio, envolvida a problemática do sistema carcerário brasileiro, instigou o debate acadêmico sobre o “estado de coisas inconstitucional” (ECI). O interesse foi imediato. Entre as principais manifestações, destacam-se dois textos críticos: o primeiro, dos ilustres professores Raffaele de Giorgi, José Eduardo Faria e Celso Campilongo, publicado no Estadão ; o segundo, do eminente professor Lenio Luiz Streck, compondo sua coluna semanal nas páginas do Conjur . Este pequeno artigo tem o propósito de manter a discussão sobre o ECI, sendo apresentadas, contudo, discordâncias profundas em face dos dois textos.
Lugar comum, 2021
O objetivo desse artigo é conhecer os tipos de discursos sobre a retórica do presidente Bolsonaro, para discutir sua função psicossocial e governamental. Como método de trabalho realizamos uma revisão sobre os diferentes tipos de análise crítica que fazem de Bolsonaro na grande mídia. Como resultados, encontramos e discutimos quatro modalidades discursivas: 1. Bolsonaro é louco, psicopata. 2. Bolsonaro é genocida. 3. Bolsonaro intensifica a necropolítica neoliberal 4. Bolsonaro utiliza estratégias discursivas para despistar outras ações. Os dois primeiros tipos de discursos são reducionistas e psicologizantes. Deslocam o debate de uma problemática política, para o campo do psicológico e da moral. Já o terceiro e quarto tipos de discurso estão relacionados à governamentalidade neoliberal, seja com a função das políticas da morte ao neoliberalismo, ou a função da heurística de acessibilidade como mecanismo de persuasão que utiliza a confusão e o deslocamento. Palavras-chave: Psicologia Política; neoliberalismo; discurso; necropolítica; persuasão.
Artigo em coautoria com Lenio Streck. "Lemos na Folha de São Paulo que a Professora Clarissa Gross considera que o Inquérito das fake news aberto pelo Supremo Tribunal é perigoso e pode ter como possível efeito a dissuasão da participação das pessoas no debate público. Além de contestar o poder de o STF instaurar o inquérito, ela diz que discursos contra ministros do STF, mesmo que usem de linguagem de ameaça, não necessariamente devem ser punidos, verbis: "A meu ver, depende do contexto, o que quero dizer com isso? A ameaça tem que ser crível. Ela tem que ser feita por alguém num contexto que traga indícios que a pessoa de fato terá condições de tomar medidas para impedir o exercício da magistratura pelos ministros do STF." Para ela, inclusive discursos que defendem o fechamento do Supremo deveriam ser protegidos pela liberdade de expressão. "Por mais que elas não tenham o direito de implementar, eu acho que elas têm o direito de defender essa ideia." Por exemplo, se alguém escreve: 'Cuidado, ministros do STF, como vocês vão se comportar em relação a uma ação x. E a depender do que fizerem, nós vamos derrubar vocês'". Disse ainda que "a defesa de convicções que contrariam a tese de base do Estado democrático de Direito não viola por si só esse Estado democrático de Direito e o seu funcionamento". Não vamos discutir aqui se o STF poderia ou não ter aberto o inquérito. Já dissemos que sim, o STF poderia ter aberto, pois estava sob Contempt of Court (ver aqui). E o próprio STF assim o reconheceu, por 9x1."
Revista Orbis Latina, 2022
O objetivo deste artigo é compreender a ascensão de Bolsonaro e do bolsonarismo no Brasil sob a lente de um quadro mais amplo de mudanças no cenário político mundial com a crise da democracia, a onda de autocratização, o retrocesso cultural e a chegada das novas mídias. O desenho é analítico de reflexão crítica e o subsídio empírico se vale de dados do Latinobarômetro, Variedades de Democracia (V-Dem), Ministério Público Federal (MPF), e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Os resultados preliminares esclarecem que se deve compreender o fenômeno da chegada ao poder da extrema direita no Brasil a partir de um redirecionamento do xadrez ideológico mundial, com o anti-iluminismo compondo o seu verniz de fundo. Palavras-chave: crise da democracia; retrocesso cultural; Bolsonaro; bolsonarismo; extrema direita.
Anuário Janus, 2021
Diagnóstico do Programa de Localização de Pessoas Desaparecidas, 2018
Sexta-feira, 05 de março de 2021. Acordei bem cedo e, como moro perto da Unicamp, decidi pegar minha bicicleta e pedalar pelo campus. Ao adentrá-lo, vejo o lugar pelo qual me encantei desde a primeira vez que o vi há tantos anos. Mas já não é mais o mesmo lugar. Falta-lhe o mais importante: gente. Vou até à Arcádia 2 e por lá encosto minha bicicleta e me sento em um dos banquinhos. Nesse momento, sinto uma sensação de vazio a partir da visão angustiante do espaço também vazio de pessoas, o que, por alguns segundos, me faz fechar os olhos e voltar no tempo em que via diariamente professores, funcionários e, sobretudo, estudantes por ali passarem e se sentarem para ler e conversar. Depois desse breve momento nostálgico, ainda ali sentado, lembro-me também que, há exatamente um ano, escrevi uma breve crônica, publicada no Portal da Unicamp 3 , intitulada "Coronavírus e mudança histórica"... Na época, quando ainda não se usava o termo "pandemia" para se referir à COVID-19, mas sim como a expressão "risco de pandemia", eu já havia apontado que universidades brasileiras, como a Unicamp (primeira, no país), suspenderam suas atividades de ensino e pesquisa. Todavia, na contramão disso, o presidente Bolsonaro, estava cumprimentando e tirando selfies com pessoas em uma manifestação, agindo, portanto, de forma displicente e irresponsável. Mais ainda, além de descumprir medidas de segurança, Bolsonaro, então, tratava com descaso e deboche a propagação do coronavírus, ao ter dito, entre tantas coisas, que havia um "superdimensionamento" da doença pela mídia. Um ano se passou e já estamos com quase 11 milhões de casos e mais de 261 mil mortos no Brasil 4. Diante desses números estarrecedores, deveríamos contar com 1 Professor e diretor associado do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. E-mail: [email protected]. 2 A Arcádia é um espaço, assim carinhosamente chamado há muitos anos, localizado em uma área externa bem arborizada e com bancos e mesas no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, que já foi palco, inclusive, de muitas apresentações artístico-culturais e manifestações políticas históricas no instituto. 3 Coronavírus e mudança histórica | Unicamp 4 Coronavirus Update (Live): 116,312,031 Cases and 2,583,455 Deaths from COVID-19 Virus Pandemic-Worldometer (worldometers.info)
Revista de Administração Pública
Resumo Este artigo analisa como o federalismo brasileiro tem afetado o combate à COVID-19. Tendo por base uma análise histórico-institucional do caso brasileiro, busca-se compreender como o modelo federativo construído pelo governo Bolsonaro influenciou as respostas ao combate da pandemia no país, bem como os resultados do confronto de dois modelos federativos nesse processo. De um lado, o ideário e as estruturas institucionais da Constituição de 1988 com características cooperativas e forte coordenação federal. De outro, o federalismo bolsonarista baseia-se numa visão dualista de relações intergovernamentais, com menor participação da União na redução de desigualdades territoriais e no apoio a governos subnacionais, além da postura centralizadora e hierárquica nas questões de impacto nacional. O estudo mostra que o federalismo bolsonarista aumentou o conflito com governos subnacionais e tem descoordenado políticas públicas de enfrentamento à pandemia. Conclui-se que as crises sanit...
Scielo preprints, 2022
Argumentamos que as medidas do governo Bolsonaro contra os colegiados nacionais e seus efeitos não são homogêneas e que a compreensão de sua variação requer uma abordagem analítica e empiricamente sensível à lógica da mudança institucional nos subsistemas de políticas. Especificamente, sustentamos que o conjunto de medidas contra os conselhos e os efeitos por elas produzidos variam em função de dois fatores:i) a pauta para aspolíticasdos atoresda sociedade civil que ocupam os conselhos como parte de suas estratégias de institucionalização e defesa dessas pautas; ii) a resiliência dos conselhos. Trabalhamos o primeiro fator como um movimento prévio para focar no segundo. A pauta dos conselhos para a respectiva área de política importa, defendemos, porque a estratégia do governo em relação à participação é política, não doutrinária.Nesse sentido, o decreto 9.759 é expressão de uma posição adversa às pautas de determinadas áreas de políticas que desafiam as apostas programáticas e políticas do governo Bolsonaro, fazendo com que a labor da desinstitucionalização afete desigualmente essas áreas. O segundo fator, a resiliência, é resultado da combinação de duas dimensões: o desenho institucionalmais forte ou mais fraco e sua inserção mais ou menos central nas respectivas comunidades de políticas Sendo assim, propomos analisar os efeitos do decreto considerando a distinção entre as macroáreas de políticas: desenvolvimento econômico e infraestrutura, políticas sociais, direitos humanos e defesas de minorias, e meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Em síntese, a análise nos permite afirmar que os conselhos mais fortemente afetados em seu funcionamento estão relacionados às áreas de políticas em queas agendas defendidas nos colegiados se apresentam de forma contrária à agenda política do governo Bolsonaro, os quais possuem, em grande parte, menor resiliência, considerada em suas duas dimensões.Proporcionalmente, a área do meio ambiente foi mais atingida pela revogação e os colegiados da área de direitos humanos, por sua vez, sofreram mais alterações.
O governo Bolsonaro aponta no sentido de fazer o Brasil caminhar para a submissão total em relação aos Estados Unidos no cenário internacional ao romper ainda mais com a tradição de sua política externa – reconhecida mundialmente por pautar suas ações por alguns princípios dos quais quase nunca abriu mão, como os de não intervenção, de autodeterminação dos povos e de solução pacífica de controvérsias. A política externa brasileira do governo Bolsonaro vai em direção ao alinhamento ainda maior aos interesses dos Estados Unidos para a política externa, deixando de lado as iniciativas de inserção autônoma em um mundo multipolar na qual o Brasil teria uma margem de barganha muito maior.
Revista Desenvolvimento Social, 2021
Parte de estudo mais amplo sobre as raízes do bolsonarismo, este breve ensaio dedica-se à retrospectiva histórica de traços marcantes da cultura política encarnada por bolsonarismo e bolsonaristas. Vistos desde a ditadura militar (1964-1985), antecedentes e percursos analisados buscam salientar o caráter processual da relação entre sociedades política e civil no Brasil contemporâneo, sublinhando a conjugação operada entre autoritarismo político e “instinto animal” do mercado na base ético-política ora exposta por bolsonarismo e bolsonaristas. Frutos da aliança empresarial-militar dos tempos de ditadura, arenistas, malufistas, colloridos, entre tantos, deram vida política aos termos ditados desde os militares, atualizando-os periodicamente durante o processo de democratização da vida civil no país. Produtos das contradições entre sociedades política e civil, colecionadas em série, bolsonarismo (fenômeno) e bolsonaristas (sujeitos) são compreendidos assim enquanto a face contemporânea...
Orbis, 2023
Este artigo se propõe a refletir sobre os possíveis caminhos do bolsonarismo após o fim do governo Bolsonaro, identificando-o como um movimento político de matriz neofascista que vai além da figura de seu líder maior. Nessa visada, levanta-se a hipótese de que mesmo após a comoção pública – e de todo establishment político – decorrente dos atos golpistas de oito de janeiro e de uma possível condenação judicial do ex-presidente, o bolsonarismo – com ou sem Bolsonaro – tende a se “normalizar” como uma ideologia de viés autoritário, mas integrada ao jogo político institucional e, portanto, mais palatável para a direita tradicional.
Estadão (blog O Estado da Arte), 2021
Qualquer pessoa minimamente informada sabe que, se fosse levado a um divã de psiquiatra quando foi descoberto com planos de jogar bombas na represa do Guandu para protestar contra seus baixos soldos, o tenente Jair Bolsonaro seria, no mínimo, classi cado como disfuncional. Por consequência, teria de ser sumariamente afastado das Forças Armadas, tal a gravidade de sua iniciativa, e, no limite, poderiam até ser aplicados a ele os dispositivos legais que tratam dos incapazes-ou seja, pessoas que não têm condições de exercer pessoalmente atos da vida civil. Contudo, o que se viu à época não foi o país legal, das instituições de direito. Foi o país real, no qual prevalece o homem cordial de que falava Sérgio Buarque de Holanda ao estudar a transição de uma sociedade rural de raiz ibérica-cujos valores patriarcais e privados precedem a autoridade pública-para uma modernidade urbana americana, baseada no império da lei e em uma burocracia impessoal e meritocrática. O que prevaleceu, em outras palavras, foi uma solução contemporizadora, baseada na acomodação corporativa. Em vez de ser expulso do Exército, o tenente foi reformado, o que lhe assegurou a patente de capitão sem jamais ter capitaneado em sua curta e opaca vida militar. Com isso, seus superiores acabaram tomando uma decisão em causa própria, pois sabiam que ele se tornaria líder sindical da corporação. O que parece ter prevalecido é a ideia de que, se aquele disfuncional militar de baixa patente estivesse em um ambiente diferente do da caserna, no qual prevalece uma hierarquia bem de nida, respeito irrestrito ao superior e valorização da antiguidade e da meritocracia como critérios de promoção, ele poderia ser um aliado corporativo.
PLURAL - Revista de Psicologia UNESP Bauru, 2023
Nas reconfigurações geopolíticas contemporâneas, as mídias sociais e as estratégias psicológicas assumem centralidade nos novos modos de exercício do poder. Nesse contexto, memes bolsonaristas constituem registros importantes dos processos psicopolíticos operantes nos últimos seis anos no Brasil, marcados por ataques ao seu sistema político-democrático. Por meio de análise temática e semiótica, este estudo examinou as estratégias utilizadas por 56 memes bolsonaristas para manipular emoções com conteúdos relacionados à masculinidade. Identificou-se que os memes centraram-se no ataque à masculinidade dos "esquerdistas", por três vias temáticas: 1) homofobia e representação dos homens de esquerda como gays; 2) desvirilização e masculinidade dos homens de esquerda representada como fraca e "feminina"; e 3) ataque à dimensão laboral dos homens de esquerda. Destaca-se que, por meio de conteúdos que atingem o cerne identitário da masculinidade hegemônica, os memes buscam incitar o ódio e repúdio contra a esquerda e fortalecer a fratura social "nós x eles/outros".
Revista Aurora, 2021
Este artigo discute como a descoordenação intergovernamental durante a pandemia da Covid-19 afetou o debate sobre as desigualdades educacionais no Brasil, tendo como pano de fundo os embates em torno do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A partir de uma análise sobre as práticas políticas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Educação, argumenta que a retomada do movimento pendular entre os modelos dual e cooperativo de federalismo afastou o governo federal do papel de coordenador dos sistemas de políticas públicas. Os debates sobre as desigualdades foram, então, desqualificados e as unidades federativas transformadas em adversárias políticas. Conclui-se que os freios e contrapesos contribuíram para minimizar os danos institucionais. Isolado, o governo federal deixou de coordenar políticas públicas que mitigariam os problemas socioeconômicos agravados com a pandemia. Submetido em: 29/05/2021Aprovado em: 10/08/2021
Estadão (blog O Estado da Arte), 2021
Não foi só a maneira desabrida e insensata com que o presidente Jair Bolsonaro agiu com o ministro da Defesa e com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica que chama a atenção. Se for correto o que a imprensa divulgou, também é digna de nota a orientação que o presidente deu ao novo ministro, obrigando-o a anunciar aos comandantes militares que estavam demitidos, antes que eles pudessem colocar o cargo à disposição. O objetivo do inquilino do Planalto, como os jornais informaram, era mostrar força, de um lado humilhando os três comandantes e, de outro, reforçando a narrativa de que o presidente é quem manda.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.