Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2010, Anais do XXX Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte Arte > Obra > Fluxos
Esse artigo pretende compreender as principais questões do boicote da comunidade artística brasileira à 10ª Bienal Internacional de São Paulo de 1969. Para isso, o texto desenvolvido foi pautado em acontecimentos artísticos e históricos anteriores a esse fato, e em dados resgatados da documentação histórica gerada pelo evento (incluindo-se aqui também os artigos de jornais publicados pela imprensa do período) e conservada no Arquivo Histórico Wanda Svevo da Fundação Bienal. Além disso, ao levantar os dados históricos também procuraremos discutir qual era o envolvimento dos artistas participantes da mostra e daqueles que boicotaram o evento, bem como se deu a assimilação desses nomes por uma história da arte oficial.
41. COLÓQUIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE (CBHA), 2021
Ao final dos anos de 1960, após a instauração do AI-5, um boicote internacional ganhou impulso afetando a organização da X Bienal de São Paulo, denunciando o autoritarismo do regime civil-militar e as insuficiências na direção da FBSP. Essa manifestação política, impulsionada por um grupo de artistas e intelectuais, propagou-se rapidamente alcançando diversos países, provocando uma série de cancelamentos à participação na mostra de 1969. Ao afetar a organização da X Bienal, o protesto coletivo interferia nas relações internacionais, na política cultural entre nações. Diante disso, aliando esforços, o boicote foi duplamente combatido, pela FBSP e também por instâncias do regime civil-militar, como o DSIEC (Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Educação e Cultura), que empreendeu uma investigação para identificar os autores do protesto e impedir o esvaziamento da Bienal.
Caderno de Resumos - 41o Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte, 2021
Propomos abordar as obras da artista contemporânea Carla Guagliardi (Rio de Janeiro, 1956), utilizando a delicadeza como chave de leitura. Partindo da fragilidade e da instabilidade, inerentes a todo trabalho de arte, encaramos a sutileza como potência poética. Poderíamos pensar numa política da delicadeza? No vocabulário plástico da artista, ela toma delineamentos próprios, como uma espécie de reação às diferentes violências-políticas, econômicas, sociais e institucionais-que operam no Brasil. Podemos abordar a sutileza como resposta às diversas precariedades que afligem o país? Sutileza e delicadeza repercutem afirmativamente nos trabalhos de Guagliardi e alcançam dimensões propositivas de grande força poética. Entre 1988 e 1993, ela integrou o Visorama, coletivo responsável pela recuperação da atitude questionadora de artistas da década de 1970. O grupo foi formado no Rio de Janeiro por importantes nomes das artes visuais, entre os quais se destacam: Analu Cunha, Brígida Baltar, Eduardo Coimbra, João Modé, Rosângela Rennó, Ricardo Basbaum, Valeska Soares, etc. O Visorama propunha uma posição não passiva frente ao circuito, contemplando também a produção discursiva. Ainda que seu trabalho tenha surgido na chamada Geração 80, as obras de Guagliardi extrapolam a análise que atrela a produção artística da década com o retorno à pintura. Depois de um período de formação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, entre os anos 1980 e 1990, em 1997, mudou-se para Berlim, cidade na qual vive e trabalha. Ela vem realizando exposições individuais e integrando coletivas no Brasil e na Europa. Sua pesquisa se concentra nas relações entre tempo e espaço, explorando possibilidades escultóricas e instalativas, e também vem produzindo fotografias, vídeos e desenhos. Além da fortuna crítica que inclui textos de críticos e curadores nacionais e internacionais sobre os trabalhos da artista, também embasará a comunicação uma entrevista realizada em 2020, ainda inédita. Como arcabouço teórico, utilizaremos as análises propostas por Rodrigo Naves em A forma difícil. Mas, ao contrário do que atesta o crítico, a "relutância em estruturar fortemente os trabalhos", não faz com que as obras ameacem "ceder a qualquer momento". De maneira oposta, inscrevem sua vitalidade justamente nesses espaços simples e delicados, tais como aqueles dos haicais japoneses.
Visualidades
Resumo Este artigo tem como objetivo discutir a participação de joalheiros em edições da Bienal de São Paulo durante as décadas de 1960 e 1970, fato pouco conhecido e divulgado no estudo dessas exposições. A partir de documentos pertencentes ao Arquivo da Fundação Bienal de São Paulo e de catálogos das exposições, o texto discorre sobre fatos para a adesão da exposição de joias no evento de arte, citando nomes e momentos importantes que influenciaram a abertura da Bienal para as joias artísticas. This paper aims to discuss the participation of jewelers in the São Paulo Bienal during the 1960's and 1970's, a few known and popularized fact when we read about Bienal's history. By documents owned by Bienal of São Paulo Foundation Archieves and the catalogues from anterior editions, the text discusses the facts that made possible the adhesion of the jewelry exhibition in the art event, analyzing how the jewel exposition has worked and the names of the participants jewelers.Re...
Texto de comunicação em palestra proferida no auditório do Espaço Cultural Egydio Antônio Coser - Palácio do Café, Vitória, Espírito Santo, Brasil, em 20 de setembro de 2006, publicado em www.cccv.org.br / http://www.cccv.org.br/port/t_mesa.asp.
Esta dissertação discute a X Bienal de São Paulo, de 1969, buscando investigá-la dentro de uma conjuntura sociopolítica e cultural marcada pelas arbitrariedades de um regime ditatorial, pelas manifestações coletivas contrárias às injustiças, e pela tomada de uma consciência social por artistas e críticos de arte. O estudo procura, dessa forma, ampliar a discussão para além do boicote que atingiu a organização e realização da mostra. Por meio de uma extensa pesquisa dos documentos relativos ao assunto acumulados no Arquivo Histórico Wanda Svevo – Fundação Bienal de São Paulo, foi possível juntar um material informativo que auxiliou na reconstrução dos fatos. Ao lado disso, para estabelecer uma análise crítica dos dados encontrados, recorreu-se aos relatos dos acontecimentos publicados na imprensa escrita da época e a uma bibliografia atualizada do campo da política, da sociologia, da história e da arte. A pesquisa apresenta os diversos ângulos de visão e atitude que permearam o boicote e a X Bienal inseridos no contexto efervescente do final da década de 1960. A mostra se concretizou marcada por contestações políticas e culturais e reverberou internamente os mesmo conflitos e contradições ideológicas do cenário macropolítico. Essa agitação teve como origem o impulso utópico por transformações radicais das estruturas conservadoras.
The archives of the Balé da Cidade de São Paulo offer a panoramic vision of its institutional life, since 1968 till 2007. In spite of the lacks we observe in several series of records, it is possible to describe them and elaborate a finding aid where the essential characteristics of the whole are indicated, under a functional approach. Besides its role as a guide to researchers, this work also intends to offer an example of how to preserve our choreographic memory.
Anais do Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas [Recurso eletrônico] / Sheila Cabo Geraldo, Luiz Cláudio da Costa (organizadores). - Rio de Janeiro: ANPAP, 2011. , 2011
O presente artigo pretende analisar a IX edição da Bienal Internacional de São Paulo e a I Bienal Nacional de São Paulo, que aconteceram nos anos 1969 e 1970, respectivamente. Para isso, estamos desenvolvendo uma pesquisa pautada primordialmente em dados resgatados da documentação histórica gerada por tais eventos e conservada no Arquivo Histórico Wanda Svevo da Fundação Bienal. Ao levantar os dados históricos, também discutiremos o envolvimento dos artistas participantes desses eventos com a arte produzida no período, bem como se deu a assimilação desses nomes por uma história da arte oficial. Por fim, pretendemos refletir sobre a questão da crise da exposição de arte convencional, que se evidencia no Brasil durante esse período.
MODOS, 2020
Depois de receber prêmio de aquisição na primeira Bienal de São Paulo, Sophie Taeuber-Arp ganhou grande exposição em sua homenagem na terceira Bienal, de 1955. Para isso, a Embaixada Suíça organiza, conjuntamente com Hans Arp, a exposição das obras dessa artista, que morrera tão prematuramente, mas que tinha deixado contribuição seminal para a arte de tendência construtiva. O fato é que a sala especial de Taeuber-Arp na Bienal foi e ainda é a exposição mais completa de suas obras. Na sala expositiva da artista havia além de pinturas, fotografias, maquete e relevos. Aquilo que não poderia ser trazido foi copiado em fotografia ou pintura mesmo. Não havendo material explicativo sobre a origem de cada obra e a explicação de que se tratava de fotografia ou até mesmo réplica de trabalhos desaparecidos, ou inacessíveis, o público que visitava a Bienal foi certamente confundido pela certeza de que tudo ali tinha sido realmente produzido pela artista suíça, o que não era absolutamente verdad...
Encontro Internacional de Pesquisadores em Arte Oriental, 2014, São Paulo. Encontro Internacional de Pesquisadores em Arte Oriental : Oriente-se : ampliando fronteiras; Anais [recurso eletrônico] ; org. Cibele Elisa Viegas Aldrovandi, Michiko Okano. São Paulo: UNIFESP, 2014. p. 965-974
Museologia & Interdisciplinaridade
A partir da primeira etapa da pesquisa em andamento sobre as obras incorporadas ao acervo do antigo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) – hoje no acervo do Museo de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), que resultou na exposição Um Outro Acervo do MAC USP: Prêmios-aquisição da Bienal de São Paulo, 1951-1963 (MAC USP, 2012-2013), procuramos reavaliar algumas premissas adotadas pela historiografia da arte no Brasil na análise da premiação de aquisição e seu papel na constituição de um acervo internacional de arte moderna para o País. Tais aspectos nos levaram a revisar a dimensão do debate em torno das experiências de abstração nos anos 1950, o sistema de seleção das obras para a premiação (que sugere um engajamento muito próximo com o contexto internacional), a constituição de um sistema internacional de circulação de artistas e de obras, dentre outras questões.
Revista USP, 2002
RESUMO Este artigo investiga o embate entre artistas, críticos de arte e a Bienal de São Paulo nos anos que antecederam o boicote de 1969, para mostrar que o debate em torno dos acontecimentos políticos veio acompanhado de questionamentos sobre o sentido da " obra de arte " , o papel da instituição e o formato da mostra, pressionando a Fundação Bienal a rever seu funcionamento para abrir-se às novas experiências artísticas. A certa altura dos acontecimentos, após várias tentativas de se estabelecer um diálogo com a instituição, já não havia mais a ilusão, para aqueles que apoiaram o protesto, de que seria possível salvaguardar o espaço da Bienal para o livre exercício da arte e da crítica, e desse modo, para a livre comunicação com o público. ABSTRACT This article investigates the clash between artists, art critics and the Bienal de São Paulo in the years before the 1969 boycott, to show that the debate on political events was accompanied by questions about the meaning of "work of art" the institution's role and the exhibition format, pressing the Biennial Foundation to review its operation to open up to new artistic experiences. At one point in time, after several attempts to establish a dialogue with the institution, there was no longer the illusion, to those who supported the protest, it would be possible to safeguard the Biennale space for the free exercise of art and criticism and thus, to open communication with the public.
2014
A maioria dos monárquicos portugueses apoiaram o Estado Novo, não apenas reconhecidos pelo derrube da I República, mas também, e sobretudo, pela convergência com os valores com o governo autoritário e conservador de Salazar. Todavia, a partir da década de 50, após o fim da II Guerra Mundial e o triunfo das democracias na Europa Ocidental, emergiram diversos grupos monárquicos não alinhados com o regime-autoproclamados monárquicos independentes-que reivindicavam uma abertura política e a restauração das liberdades públicas. Em face da abertura política promovida por Marcello Caetano, constituem uma Comissão Eleitoral-a Comissão Eleitoral Monárquica-que se apresenta a sufrágio nas eleições para a Assembleia Nacional em 1969. Embora não tenham eleito deputados, afirmaram no decurso da campanha eleitoral um programa político reformista e defenderam a restituição dos direitos de cidadania que o Estado Novo havia suprimido.
Revista de História da Arte e da Cultura
Este artigo tem como objetivo a discussão de alguns aspectos apontados na correspondência enviada pelo crítico de arte Marco Valsecchi ao secretário da Biennale di Venezia, Rodolfo Pallucchini, em novembro de 1951, a propósito de suas impressões acerca da primeira Bienal de São Paulo. Esta correspondência localizada no Arquivo da Biennale di Venezia é bastante relevante na medida em que ilumina não somente a opinião e expectativas dos italianos sobre a mostra brasileira, mas também os bastidores de sua realização.
Recibo 80 - um dossiê de arte brasileira
Este artigo tem como objetivo adensar as discussões que têm como pressuposto investigar as histórias das exposições e de suas instituições, no Brasil. Para tratar da questão, meu foco, aqui, será analisar o projeto de realização da 3ª Bienal da Bahia , e em particular, de uma das suas estruturas temáticas, dedicada à psicologia do testemunho e ao desenvolvimento de ações e pesquisas em torno de arquivos.
Remate de Males, 2010
Apresentam-se aqui os primeiros resultados de uma pesquisa sobre a repercussão inicial dos livros simbolistas em periódicos cariocas desde 1893, ano em que saíram à luz Missal e Broquéis, de Cruz e Sousa, até 1905, ano da publicação póstuma dos Últimos sonetos, do mesmo autor. 1 Em sua primeira fase, a pesquisa restringe-se aos periódicos cujas coleções em microfilmes estão incorporadas ao acervo do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP), sediado na Faculdade de Ciências e Letras de Assis (UNESP). Para este artigo, que analisa as resenhas e notícias de livros simbolistas do ano de 1899, consultaram-se apenas A Notícia, Gazeta de Notícias e Cidade do Rio. Em 1899, a inovação na poesia brasileira era representada pelo movimento simbolista, cujo principal poeta, Cruz e Sousa, falecera no ano anterior. Sem seu líder, os simbolistas perderam força e fecharam-se cada vez mais em sua torre de marfim. Os parnasianos, ao contrário, continuaram desfrutando do prestígio público e do apoio amplamente favorável da crítica de rodapé. Os jornais, a propósito, divulgavam com frequência e destaque a poesia de Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Luís Murat e Raimundo Correia, entre outros parnasianos. Para compreender melhor o fenômeno curioso da pequena repercussão do simbolismo no Brasil, cabe investigar como foram recebidos pela imprensa diária os seguintes livros:
Anais do 33º Encontro Nacional da ANPAP, 2024
O objetivo deste artigo é investigar intervenções artísticas de Denilson Baniwa, especialmente na performance “Hackeando a 33ª Bienal de Artes de São Paulo”, em 2018. Nessa performance, o artista problematiza usos institucionais de fotografias históricas de indígenas Selk’nam, reivindicando dessas imagens o direito ao futuro, isto é, a presença genuína de indígenas em contextos museais e o direito de contar as suas próprias histórias. Além da revisão crítica da historiografia da arte, que reconfigura os modos de remontar o passado histórico, a fabulação dessas narrativas cultiva na poética de Denilson Baniwa uma clínica da polinização, pela qual novas gerações de indígenas brotam na arte contemporânea brasileira.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.