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2020, Fundação Japão em São Paulo
A imaginação da catástrofe tem uma longa história na cultura japonesa. A começar pelo Kojiki (século VIII), os desastres naturais foram associados aos deuses e vários rituais foram desenvolvidos para tentar aplacar a fúria da natureza. Essa conceptualização da natureza como algo provido de personalidade, majestosa e temível, é retomada nas artes — seja no século XIX, na obra de Hokusai, como no século XX, em filmes como Godzilla ou nos títulos do Estúdio Ghibli. Kamo no Chômei, no século XII, busca refletir sobre as catástrofes como indícios da fragilidade da condição humana. A natureza, no Japão, não é vista como um inimigo a ser aniquilado — ainda que seja respeitada como perigosa e formidável. A guerra, as epidemias e a destruição do meio-ambiente são temas recorrentes da literatura japonesa, a começar pelos autores imbuídos do conceito de mappô, na Idade Média, até os dias de hoje, na obra de escritoras como Ogawa Yôko, por exemplo — sem esquecer importantes nomes, como Ibuse Masuji, Ôe Kenzaburô e Miyazawa Kenji. As atitudes japonesas tradicionais e as reflexões contemporâneas sobre esses temas são um interessante tópico a abordar nesta era em que vivemos, quando o luto, a catástrofe e o desequilíbrio do meio-ambiente são cada vez mais fenômenos de alcance global. Palavras-chave: catástrofe, cultura japonesa, pandemia, luto coletivo, concepção de natureza CUNHA, A. A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe. São Paulo: Fundação Japão, 2020. Disponível em: <https://fjsp.org.br/estudos-japoneses/artigo/cultura_japonesa_e_imaginacao_catastrofe/>. Acesso em: 5 ago. 2020.
Estudos Japoneses
Artes tradicionais do Japão, como a cerimônia do chá, as danças, os teatros e as gravuras do mundo flutuante (ukiyo-e) sempre despertaram grande fascínio, tanto entre artistas japoneses como estrangeiros. No entanto, os modos de lidar com a tradição variam muito, desde o aprendizado de técnicas específicas concernentes a linguagens diversas (a dança Fujima, a xilogravura ou o teatro nô) até o uso de metodologias de criação e a apropriação de princípios estéticos e modos de percepção (como o intervalo de espaço-tempo ma, o mitate e assim por diante). Esta pesquisa discute como essas estratégias vem desencadeando fabulações do Japão tradicional através da reativação de situações particulares que não olham apenas para o passado, mas lançam indagações para o futuro, dialogando com temas contemporâneos relativos a questões de gênero, estados de violência e vulnerabilidade.
História, Fronteiras e Identidades: Imagens, Mídias e Culturas , 2021
História (São Paulo), 2014
O pós-guerra traz mudanças importantes nas práticas discursivas de dois nacionalismos concorrentes e concomitantes: o movimento sionista e o movimento nacional palestino. Se desde o início do século XX os dois grupos disputavam o mesmo território sob lógicas de pertencimento difusas e complexas, referências às suas tragédias coletivas passam a ser centrais em seus respectivos discursos nacionais a partir dos anos 1940. Aqui, tanto a Shoá quanto a Nakba passam a constituir tentativas constantes de reafirmar justeza e legitimidade de suas demandas políticas. Neste artigo discutimos a centralidade dos usos políticos da Nakba e da Shoá por palestinos e sionistas em cenários de confronto ideológico, nacional e territorial. Palavras-chave: sionismo; nacionalismo palestino; memória; Nakba; Shoá.
The japanese graphic design have strong global representation compared to other asian countries. This phenomena could be in part explained by the Japan’s receptiveness to Western influences and by indigenization of these foreign ideas to japanese local taste. The adjustments made to the Japanese public are sometimes so specific to the local habits that the chances to succeed outside of Japan would be almost nil. "Galapagos Syndrome” is the name given to the Japanese consumer Market and its solutions in the area of design. Examples of images produced in Japan will be analyzed according to a prior theoretical framework regarding at least three characteristics peculiar to Japanese society and culture: the problem of Galapagos Syndrome, the cultural phenomenon of kawaii and systems written chains in Japan (hiragana , katakana, kanji and rōmaji).
PORTUGAL, A EUROPA E O ORIENTE • Circulação de artistas, modelos e obras. COLÓQUIO de HISTÓRIA DA ARTE • PALÁCIO FRONTEIRA, Lisboa, 2010
Da história de Portugal e da Europa no Japão, no século XVI, a efusão artística nascida do encontro de culturas extremas na geografia e na forma, é o mais consistente testemunho de uma mistura que só durou cem anos. Designaram-na por arte Nanbam utilizando o termo japonês Bárbaros do Sul e pela primeira vez na história do “Descoberto” é a Europa que é considerada bárbara e sem civilização. A curiosidade entre ambas as culturas é no entanto mais forte que o grau de civilidade que nos atribuíram e o interesse dos japoneses em relação aos bárbaros chegados às ilhas do Sul vai deixar pinturas notáveis em biombos, e contagiar não só as formas de arte no Japão no século XVI como a pintura - na qual se inclui a cartografia - a música e o teatro, mas também, as ciências e tecnologias e a cultura em geral. Armando Martins Janeira considera este encontro um “momentoso fenómeno de intercâmbio civilizacional”
Estudos Japoneses, 2014
Fundamentando-nos na visão do estudioso Kato Shuichi (2007; 2012) de que na cultura japonesa há uma tônica no agora=aqui e que mostra como esse aspecto se faz notório na composição das obras literárias japonesas em geral no tocante às escolhas linguísticas, e pretendemos, a partir desse apontamento, proceder a uma reflexão sobre a ênfase no presente na literatura japonesa. Para tanto, serão tomadas como exemplo algumas obras pertencentes a autores e épocas diversas, tecendo comentários a respeito de seus finais que deixam a impressão de uma interrupção que aponta para uma continuidade do enredo e que lembra o poema japonês waka quanto ao recurso estilístico conhecido como yoin.
Estudos Japoneses
Este artigo analisa o discurso salvacionista tomando como materialidade o tokusatsu O Fantástico Jaspion, lançado entre 1985 e 1986. O objetivo principal é descrever e interpretar o funcionamento do salvacionismo na relação interdiscursiva com os discursos econômico, político e religioso. O corpus é composto por sequências discursivas (SDs) transcritas das falas dos personagens a partir das quais se inserem os campos discursivos de referência (o econômico, o político e o religioso) que regulam a extração das SDs. Mundialmente conhecido e parte da memória cultural não só oriental como também ocidental, Jaspion é uma das tantas formas mitológicas que, pelo entroncamento do econômico, do político e do religioso, faz falar efeitos de sentido de resistência ao poder.
Estudos Japoneses, 2014
Em julho de 1936, Shimazaki Tôson (1872-1943) partiu do porto de Kôbe com destino à Buenos Aires com a incumbência de representar o Japão no 14º Congresso Mundial do PEN Clube. A viagem que durou cerca de meio ano-de julho a janeiro do ano seguinte-seguiu a rota sul via Ásia, África, América do Sul, América do Norte e Europa. As memórias desta viagem foram publicadas na revista Kaizô (Reconstrução) em série e, posteriormente, reeditadas num livro intitulado Jun'rei (Peregrinação, 1940), considerado uma obra representativa da fase final de sua vida. Shimazaki Tôson era natural da região de Shinshû e não poderia estar indiferente diante da possibilidade de conhecer países como o Brasil, a Coréia e a Manchúria, locais de emigração de seus compatriotas. Há de se convir que o desejo de ver com os próprios olhos o destino daqueles que outrora partiram deveria ser grande, uma vez que o protagonista de sua obra Hakai (A quebra de um mandamento, 1906) também não resistiu às propagandas que incitavam os japoneses a emigrarem e decidiu ir para o Texas em busca de trabalho. Tôson, sua esposa e seu amigo Arishima Ikuma (1882-1974) embarcaram no navio Rio de Janeiro-maru juntamente com 850 emigrantes com destino ao Brasil e Paraguai: um velho escritor em sua viagem de "peregrinação" e os emigrantes com destino à América do Sul. Enquanto que a "peregrinação" de Shimazaki Tôson tinha como premissa seguir as pegadas deixadas pelos japo
Universidade Federal de Goiás, 2021
Esta pesquisa tem como questão problema a indagação: “Como a imaginação melodramática é construída nas animações Children Who Chase Lost Voices (2011), Garden of Words (2013) e Your Name (2016) de Makoto Shinkai?”. Parte-se do entendimento de que as animações japonesas escolhidas como objetos utilizam características da imaginação melodramática como estratégias para elaborar suas narrativas. As histórias são construídas de forma a explorar as emoções, produzir efeitos dramáticos e emocionais, atingir a subjetividade dos espectadores e levá-los à identificação e reflexão. Assim, buscou-se perceber as características gerais dos animês, destacar sua história e evolução, compreender o melodrama como gênero, a forma pela qual se adaptou ao longo dos anos até chegar à noção de imaginação melodramática, observar alguns de seus aspectos no contexto japonês e identificar suas características dentro dos filmes escolhidos. Como percurso metodológico, realizou-se pesquisas bibliográficas sobre os temas que envolvem o estudo e análises fílmicas das três animações para identificar traços da imaginação melodramática a partir de pontos específicos, como a construção dos personagens, as músicas, narrativa, a moral, dentre outros. A pesquisa alcançou seus resultados esperados, garantiu maior conhecimento acerca das animações japonesas e do melodrama, encontrou características melodramáticas nas obras analisadas de Makoto Shinkai e mostrou que esses atributos podem servir de auxílio para aproximar pessoas de nacionalidades e culturas diferentes ao atingir o emocional e a subjetividade dos espectadores.
Based on the analysis of texts and illustrations published in the maganizes O Malho and Revista da Semana between 1903 and 1908, this article aims to present how the discussions related to the oriental immigrants in Brazil were constructed/deconstructed. We intend to focus on the plurality of these discourses, comparing them, besides identifying the stereotypes linked to the objective of stigmatizing, first, the Chinese (chim), and then the Japanese people. Palavras-chave: Imprensa no Brasil, Imigração Japonesa, Perigo Amarelo. "For Old Japan was like an oyster:-to open it was to kill it" (sir Basil Hall Chamberlain)
Diálogo com a Economia Criativa, 2021
Este artigo apresenta uma análise da animação japonesa a partir da perspectiva da mundialização e do hibridismo cultural em consonância com a reflexão de que produções culturais são históricas e construídas imersas na dinâmica do campo. A pesquisa encontra fundamento central nos estudos de Bourdieu, Ortiz e Canclini, e suas considerações a respeito tanto da capacidade de combinação, reprodução e renovação da cultura. Sob esse prisma, é analisada a animação “Little Witch Academia” (2017) através da apropriação de esquemas presentes no subgênero Mahou Shoujo, e como esses esquemas são tensionados tanto por forças dentro do campo da animação japonesa quanto por forças externas ao campo. Como resultado, este artigo traz uma reflexão de que através da dinamicidade do campo e da prática do hibridismo cultural, a animação japonesa se renova constantemente, podendo produzir de maneira efetiva, em decorrência de um contexto de transnacionalização potencializada pelo streaming, uma construção...
Diálogo com a Economia Criativa, 2023
Este artigo aborda o modo como a animação japonesa adquiriu uma marca distintiva no Ocidente a partir de toda uma construção histórica. Assim, é discutido como a compreensão sobre a animação japonesa no Ocidente foi influenciada pelas imagens construídas e propagadas a partir de uma visão limitadora e orientalista preexistente acerca do Japão, uma vez que construções estereotipadas podem interpelar o modo como as populações de diferentes localidades interpretaram as produções desse país. Em seguida, é delineada a trajetória da recepção e da distribuição da animação japonesa em contextos ocidentais, utilizando como ponto central de análise os Estados Unidos, que é historicamente o maior consumidor de animação japonesa do bloco ocidental. Com isso, destacamos que o termo "anime" se consolidou no Ocidente como um rótulo que representa uma série de valores agregados relacionados à noção de diferença, mas que, nos últimos anos, com o aumento de animações produzidas fora do Japão que incorporam esquemas estilísticos que durante muito tempo foram relacionados às produções desse país, essa noção estabelecida em torno da animação japonesa está sendo tensionada.
Kinesis, 2016
Resumo: O corpo-samurai, marca a identidade do Japão desde a era medieval. A genealogia desse corpo indica que ele assume formas diferentes em função do prestígio dessa imagem e de sua relação com o Bushido. Na era Tokugawa, privilegiado pelo poder, torna-se uma metáfora da sociedade, depois na era Meiji, torna-se ícone do Japão. E atualmente desloca-se para o plano simbólico. Nesse estudo, analisamos a eficácia desse corpo-samurai e sua ética no Karatê. Observamos que a apropriação dessa imagem altera a subjetividade dos praticantes e tende a reduzir a eficácia do Bushido. Palavras-chave: Samurai. Buchido. Karatê. Metáfora. 1 O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização
2023
Em Descida ao cotidiano: o surgimento da arte contemporânea no Japão, Pedro Erber revela a história ainda pouco conhecida da radicalização e politização do conceito de arte e das práticas contundentes surgidas num Japão em franca transformação sociocultural. O livro percorre as corajosas e irreverentes experiencias artísticas de inserção da arte no cotidiano, e mostra como estiveram intrinsecamente ligadas a novas formulações críticas que alteraram a paisagem artística japonesa dialogando com propostas de ruptura entre arte e vida levados a cabo em outros contextos.
Pensamento japonês, vol. 1, 2024
CUNHA, Andrei; NAGAE, Neide (org.). Pensamento japonês, vol. 1. Porto Alegre: Bestiário, 2024.
Culturas Midiaticas, 2011
Entre os programas televisuais do Japão, há um ficcional de duas horas de duração, que tem a morte como elemento gerador das histórias e considerado uma das marcas das produções televisuais daquele país. Este trabalho destaca alguns aspectos que se repetem em todos os programas desse gênero, como o esquema básico, o uso dos planos e o tratamento dado à morte, apontando as suas características e diferenciais em relação a outros ficcionais.
Animation is the technique to create the illusion of life3, from static images that seemingly gained motion through the rapid projection of images. Analyzing production of motion in animation is to explore trails that can help to reveal this strange interest in animated forms. We refer to the strange force (animate) that creates the illusion of life (animation) and the attraction that the outcome (movement) might mean. We intend to work this underlines the importance that movement has to animation (1), what consequences the "no movement" may have for the art of animation (2) and to relate the movement that produces the animation trend with the post-human attractiveness, or fears, by another "movement" (3). Through the consultation of important works in the state of the art of animation and anime, we aim to compare results of initial three starting points research described above, to obtain a solid arguments for a future research that will aspire a new classification of animation.
Motrivivência
O estudo indica que os japoneses ressignificaram a imagem do samurai na era Meiji. Esse artifício mostrou-se eficiente para unificar a nova identidade japonesa dentro e fora do Japão com foco no Yamato Damashi, cuja força, mesmo fora do Japão, manteve o sentimento de pertença. O estudo indica que esse sentimento renova-se com a prática de artes marciais como o karatê que, mesmo esportivizado, mantém vivos os valores, os ritos e os rituais que reforçam a crença subjetiva numa origem comum.
2022
Este trabalho tem por objetivo investigar o conto “Japonesa”, de Lúcio Cardoso, publicado no periódico A Noite, em 6 de junho de 1953. Em um primeiro momento, recapitulou-se informações sobre a produção de contos do escritor mineiro e sobre a coluna “O crime do dia”, sugerindo uma possível motivação para a escolha deste nome e refletindo sobre o espaço que abarcava o real e o ficcional. Em seguida, foram identificadas e expostas as fontes factuais que inspiraram o escritor mineiro a produzir o texto em questão, sendo apontado o caso de Yoko Oda – mulher acusada de cometer oito assassinatos em Ilha Grande, Rio de Janeiro – como a história que inspirou o autor a escrever “Japonesa”. Posteriormente, buscou-se apresentar sinteticamente o conto, de modo a estabelecer um confronto entre os elementos do texto ficcional com as informações oriundas das reportagens policiais, especialmente aquelas com as quais Lúcio teria entrado em contato através do jornal supracitado. Em consonância a estudos anteriores e somando a eles novas informações, mostrou-se, por fim, como a personagem apresentada no conto assemelha-se a outros tipos presentes tanto na obra contista quanto romanesca do autor, indicando as similitudes entre Ioko, de “Japonesa”, Dona Ruth, de “Abismo”, e Donana de Lara, de O viajante.
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