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2012, Revista Ghrebh
A excelência fotojornalística do francês Henri Cartier-Bresson tem sido tributada recorrentemente a algumas técnicas que ele utilizava com maestria, em especial a do instantâneo fotográfico que, nele, logo tomou o nome de ‘instante decisivo’, e ao treinamento estético de seu olhar, capaz de detectar agilmente composições de simetria perfeita. O presente artigo propõe uma incursão pelas imagens simbólicas que embasam estes ingredientes e que se epifanizam nas fotografias de Bresson, buscando revelar o segredo mistificador de sua obra e reconduzi-la ao mito. Utilizando-se a mitocrítica, estudam-se 14 de suas fotografias. Conclui-se que subjaz ao trabalho de Bresson uma tensão entre um regime geometrizante e separador de imagens por um lado e um regime vitalista e fusionante por outro.
O cineasta francês Robert Bresson utilizou a música com bastante parcimônia em seus filmes, fazendo, muitas vezes, uma seleção de pequenos trechos de música clássica preexistente. Tal é o caso de A grande testemunha (1966), em que podemos fazer analogias entre a maneira como os trechos da sonata D969 de Schubert são organizados no filme e as formas musicais da sonata original. Enfatizaremos, então, o bitematismo musical associado aos protagonistas Balthazar e Marie, a alternância dos trechos, além de considerarmos os aspectos comuns ao filme e à obra de Schubert, como a presença da natureza e a morte.
Amaltea. Revista de mitocrítica, 2017
Como se originou o seu interesse por mitologia? Não saberia dizer exatamente, porque as narrativas mitológicas foram talvez as primeiras leituras, não que eu fiz, mas que ouvi. Quando ainda pequeno, tinha uma tia que lia pra mim e eu ouvia muitas narrativas. Ela era uma mulher que gostava muito de ler essas histórias pra mim. Depois, li algumas dessas narrativas, mas o que me chamou mais a atenção foi um livro do Roland Barthes que se chama Mitologias, um livro de 57 ou 56, mas que eu só li dez anos depois, em 67, e foi ali que entendi a questão do que interessa na mitologia, o que tem de lastro do mito no tempo, e como é que isso se transforma, como uma mitologia, um tipo de orientação de estado de espírito, se transforma nessas coisas de hoje. A mitologia do Barthes é um carro Citroen, um novo modelo que foi lançado, que ele diz até algo muito curioso: que os franceses, quando viam aquele carro que acabava de sair, não acreditavam, achavam que era algo mágico, caído do céu, como um conto do Voltaire. Então foi ali que eu comecei a me interessar por isso. A mitologia me veio também muito pela pintura. Um dos últimos filmes que eu fiz, por exemplo, o Educação Sentimental, toda a mitologia do Endimião me veio pela pintura. Há um filme do Chaplin, que também estudei muito, chamado Monsieur Verdoux-inclusive na Erva do rato tem uma cena do Monsieur Verdoux, um diálogo em que uma mulher diz do amor dela: "Ele era tudo pra mim. Ele era inválido, e eu que tomava conta dele. Ele era uma religião, se eu tivesse que matar por ele, eu matava". Isso está no Monsieur Verdoux, e eu o pus na Erva do rato. Eu vi muitas vezes o Monsieur Verdoux, o filme é de 1946, e ali tem a primeira grande menção ao mito do Endimião. Ele fala "eu estou aqui vendo a lua, como Endimião". E vi esse mito na pintura, tem muitos que representam isso. Sobretudo um que me chamou muito a atenção, porque foi o primeiro que me apareceu como evidência, que é um quadro que está no Louvre-um museu que sempre frequentei muito e até hoje frequento-, e tem ali um quadro de Anne Trioson que representa o Endimião: a lua está oculta,
Though French director Robert Bresson has been constantly associated to a “spiritual cinema”, in his film Four nights of a dreamer (1972), it was more remarkable to us the transcultural aspect, which is present in its music, with songs in Portuguese by the Angolan- Brazilian group Batuki, rock and other songs in English. That diegetic music functions also as a landmark of the contemporaneity of the film. Actually, the Batuki makes a curious connection between Bresson and Brazilian cinema because of the presence of singer Marku Ribas (from Batuki) in recent Brazilian production. The transculturality of the songs can be observed in the analysis of their lyrics: they refer to the feelings of the main characters in the film and, at the same time, bring to it farther references.
ATUALIDADE TEOLÓGICA, 2014
Cardinal Bergoglio, when he was elected by the other cardinals, chose to call himself Pope Francis, an unprecedented name in the history of the Church. This choice immediately touched everyone: the Pope had chosen to call himself by the name of the most popular saint in the history of the Catholic Church. Behind this name there must be an idea, a project, a secret. The reflection of Prof. Marco Bartoli intends to investigate the history and the life of Francis of Assisi, in order to come to understand the "secret" of the saint of Assisi, which today, after eight centuries, is presented by the Pope as a model for the Church of tomorrow.The most reliable source to understand the intent and the choice of Francis of Assisi is his Testament, which is the text he wrote in the last days of his life to leave for his brothers the memory of the first steps of his evangelical way.
2020
A barrística popular, na sua manifestação verdadeiramente artística, é sobretudo influenciada em Portugal, desde o séc. XVIII por artistas e expressões italianas, desde a construção do palácio convento de Mafra e depois da introdução da representação do presépio no nosso país. Se a Arte é a conceção de objetos e o Artesanato é sua reprodução, a criatividade é a fronteira que separa essas definições. Na barrística popular portuguesa (e na arte em geral) a criatividade quando existe é um processo do consciente ou do subconsciente? Ou de ambos? Porque fazia o ser humano do paleolítico, tão frequentemente, a representação de animais e, sobretudo, a representação também em barro da mulher, as famigeradas Vénus paleolíticas? Poderá esta perspetiva explicá-lo?
Princípios: Revista de Filosofia (UFRN)
Resenha da obra: KANT, I. Primera Introducción de la Crítica del Juicio de Kant. Edición bilíngue. Trad. Nuria Sánchez Madrid. Madrid: Escolar y Maio, 2011.
Revista Concinnitas, 2020
Resumo: Este artigo vai abordar o segredo, ou o que resta dele, a partir de Jacques Derrida, sobretudo nos livros Demorar e Paixões, da psicanálise de MD Magno, a Teoria do Revirão, e do filme Amor à flor da pele de Wong Kar-Wai. O texto aborda a impossibilidade do testemunho, o segredo como aberto e permanentemente inalcançável, como o movimento da différance.
2009
Palavra, silêncio e vida. A "presença" de Bresson no cinema de Oliveira Maria do Rosário Lupi Bello À pergunta de Antoine de Baecque e de Jacques Parsi sobre qual o realizador de que se sente mais próximo, Oliveira não especifica: "Sou muito influenciado pelo cinema russo, americano, francês, italiano, e tento proteger-me um pouco dessas influências pela literatura portuguesa" (Baecque; Parsi, 1999: 80). A resposta é significativa, apesar de vaga, e contém um elemento particularmente interessante: a admissão da existência de influências cinematográficas estrangeiras que, por se revelarem muito marcantes, levam Oliveira a reconhecer a necessidade de as "contrabalançar" com a força criativa que recolhe de autores literários portugueses (cujos nomes conhecemos: Camilo Castelo Branco, José Régio, Vicente Sanches, Agustina Bessa Luís). Se dúvidas houvesse sobre a importância e o peso que a literatura exerce na cinematografia de Manoel de Oliveira, bastaria esta frase para as esclarecer. Mas importa agora sublinhar que, tanto ao longo desta entrevista, como de tantas outras dadas pelo realizador português, alguns nomes de cineastas estrangeiros são recorrentes: Eisenstein, Dreyer, Fellini, Rossellini, Welles, Renoir, Truffaut, para dar apenas alguns exemplos. Com o presente artigo gostaria de destacar o modo como a herança de um deles, Robert Bresson, é "visível" no percurso criativo de Manoel de Oliveira, desde logo por ter sido a descoberta do valor de um procedimento muito usado pelo realizador francêsa câmara fixa-a influenciar profundamente o estilo oliveiriano. "A primeira vez que notei que a câmara fixa criava uma grande força, foi em Le Procés de Jeanne d'Arc, de Bresson. Sensibilizou-me muito. Cria uma estabilidade, uma força, uma coerência muito grandes". (Baecque; Parsi, 1999: 180) Estabilidade, força e coerência são, de facto, valores constantemente procurados por Oliveira e frequentementetalvez não possamos dizer sempreencontrados na sua obra. Vejamos por isso quais os conteúdos e quais os processos estéticos e estilísticos de que o cineasta português faz uso, na sua relação, explícita ou implícita, com o realizador francês, de modo a assentar nesses três grandes valores as suas criações fílmicas. A abordagem comparativa que aqui se faz procura não Imagens e sons não são nunca, para o cineasta francês, a "consequência" natural da reprodução audiovisual de um mundo no ecrã, mas antes a "causa", a forma como esse mundo é recriado e recebido pelo espectador: "Um mesmo assunto muda de acordo com as imagens e os sons. Os temas religiosos recebem das imagens e dos sons a sua dignidade e elevação. E não (como se julga) o inverso […]..." (Bresson, 2000: 85). Robert Bresson está ciente da novidade da sua abordagem, e por isso não se cansa de repetir, por aproximações cada vez mais precisas, o modo como este conceito "pesado", corpóreo, de imagem e de som, é decisivo para a compreensão da sua arte. "O cinema sonoro inventou o silêncio" (Bresson, 2000: 44). Desta asserção parte o realizador francês para anexar, aos dois elementos anteriores, esse terceiro grande factor da criação fílmica: o silêncio. Obviamente que estamos aqui perante um desdobramento da questão sonora contida já no binómio anterior. Mas de que fala Bresson quando fala de silêncio? O que significa o voluntário paradoxo que o realizador enuncia, ao atribuir a uma arte de sons a capacidade de "inventar" a sua ausência? Para Bresson o silêncio é sempre "musical": harmónico, expressivo, dinâmico; nunca vazio, carente, estático. Está umbilicalmente ligado ao ruído, à palavra, nasce por último, como uma ressonância melodiosa, espécie de eco do que é dito e ouvido, na sequência dessa voz que é "alma feita carne" (Bresson, 2000: 59), desse som que se dirige para o interior, ao contrário da exterioridade para que o olhar se dirige 2. "Silêncio musical, por um efeito de ressonância. A última sílaba da última palavra, ou o último ruído, como uma nota suspensa" (Bresson, 2000: 86). É sobretudo a este silêncio, reverberação do som que permanece, que Bresson se refere habitualmente. E chega a esclarecer, para o distinguir do silêncio total: "Silêncio absoluto e silêncio obtido pelo pianissimo dos ruídos" (44). Toda a aposta do cineasta OBRAS CITADAS
Nesta ano em que a Igreja celebra os 50 anos de Canonização de São Luís Maria de Montfort, momento em que os Missionários Monfortinos celebram os 30 anos de presença no Brasil e em que a Igreja do Brasil lança o Projeto Rumo ao Novo Milênio, vemos o lançamento de mais uma das obras deste santo que continua animando missionariamente a Igreja do mundo. Trata-se da primeira edição brasileira do SEGREDO ADMIRÁVEL DO ROSÁRIO, ou também chamado O SEGREDO DO ROSÁRIO. Nesta obra, Montfort deixar conhecer o zelo missionário e o seu extraordinário amor à Virgem através da oração do Santo Rosário. Para S. Luís de Montfort, o Rosário não é somente um modo de oração fácil, que pode ser feita por qualquer pessoa, mas um caminho espiritualmente seguro dentre as formas mais elevadas de união com DEUS, em JESUS por Maria. Percebemos que na sociedade moderna muitas pessoas estão redescobrindo o terço. A meditação e a contemplação dos mistérios salvíficos continuam sendo o modo de oração mais procurado pelos cristãos católicos. No Segredo do Rosário S. Luís Maria de Montfort expõe, de modo prático e didático, os motivos e as formas para se rezar o Rosário de Maria, e ainda mais, nos conta a história do Rosário, animando-nos à oração, falando dos inúmeros exemplos de grandes santos e místicos que, no seu tempo, já o rezavam alcançando muitas graças. Aproveite bem deste livro. Você, com certeza, não vai contentar-se por lê-lo apenas uma vez. Reze com carinho, orientado por S. Luís de Montfort. A oração feita com perseverança ajudará você a encontra-se com o SENHOR e a servi-lo, principalmente na prática da justiça e da solidariedade, indispensáveis na vida de todo cristão.
Cognitio Estudos Revista Eletronica De Filosofia Issn 1809 8428, 2014
dedicou notáveis esforços à relação entre linguagem, conhecimento e ser. 1 Particularmente, trabalhou acerca dessa intersecção entre eles, sobre a qual se ocupa a verdade, constituída como problema. 2 Já é célebre a teoria da verdade sustentada por Strawson, chamada por alguns de "teoria performativa da verdade" 3 e por outros classificada como uma
D iante do fracasso das políticas neoliberais recomendadas pelos países ricos para promover a estabilidade macroeconômica e o desenvolvimento, existe, hoje, na América Latina, um claro movimento de rejeição da ortodoxia convencional. Isto significa que os países mais desenvolvidos e com democracias mais sólidas voltarão ao nacional-desenvolvimentismo dos anos 1950, que tanto êxito teve em promover o desenvolvimento, mas afinal sofreu distorções e entrou em crise, ou podemos pensar em um novo desenvolvimentismo?
Robert Bresson e o cinematógrafo das sensações, 2024
Robert Bresson é, miseravelmente, bem pouco conhecido entre nós. Ao longo de quase cinquenta anos de atividade, criou algumas obras-primas do cinema, além de ter escrito, na forma de aforismos, uma verdadeira e singular arte poética. O presente livro aborda as relações problemáticas do trabalho de Bresson com o teatro, com a pintura, com a literatura e com a filosofia. Encontro necessário para evidenciar a intenção de um dos maiores artistas do século vinte: criar um cinematógrafo das sensações.
orgs.), Texto e tela: ensaios de literatura e cinema, S. Paulo, FFLCH-USP, 2014, pp. 15-31. ISBN: 978-85-7506-241-8
Revista de Antropologia, 2018
Entre novembro de 1938 e abril de 1939, financiado por Robert Lowie, Curt Nimuendajú viajou pelos estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, com o propósito de pesquisar os povos Jê setentrionais. O presente artigo recupera um conjunto de cinco cartas inéditas enviadas por Nimuendajú a Lowie no contexto de realização dessa viagem, tendo como objetivo não apenas a apresentação das informações etnográficas produzidas pelo autor sobre os grupos do nordeste, especialmente os Kamakã, Maxacali e Botocudo, mas também refletir sobre a sua relação com seu principal interlocutor teórico.
Os Segredos dos Paineis de S Vicente de Fora, 2019
O presente trabalho foi o culminar dos três primeiros estudos que publicámos sobre este tema. O seu principal objectivo visou uma melhor arrumação das ideias então expostas e uma maior focalização na exposição do nosso ponto de vista, evitando simultaneamente grandes críticas às duas principais teorias (vicentina e fernandina).
Brazilian Journal of Political Economy, 2002
RESUMO Bresser-Pereira e Nakano argumentam, em seu artigo sobre crescimento com estabilidade, que o ajuste fiscal já foi efetivamente realizado no Brasil. Para eles o que é necessário fazer, ao contrário das demandas ortodoxas por mais ajuste fiscal, é uma política comercial e industrial ativa para estimular as exportações, para complementar a taxa de juros mais baixa e um câmbio mais desvalorizado. É sugerido aqui que controles de capital seriam necessários para manter relativa estabilidade cambial, seguindo as ideias heterodoxas de Keynes.
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