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Identidades femininas na rede: as crianças falam!

2020, ÁMBITOS REVISTA INTERNACIONAL DE COMUNICACIÓN

Nesse texto, apresenta-se a abordagem teórico-metodológica e alguns resultados da investigação realizada no doutorado em Comunicação, Brasil, que teve como objetivo analisar as apropriações e os sentidos produzidos por crianças acerca das identidades femininas no âmbito da recepção midiática. Partiu-se do pressuposto de que a mídia afeta a construção de subjetividades, intersetadas por modelos de identidades femininas hegemônicas em circulação na sociedade, conforme Queiroz (2013, 2019), Louro, Felipe e Goellner (2007), Xavier Filha (2011). Nesse sentido, aportou-se na investigação qualitativa e de campo na perspectiva de Winkin (1998), Minayo (2011), Lopes (2014), Guber (2004, 2011) e transmetodológica (Maldonado, 2013, 2015), que compreendem a realidade na sua multidimensionalidade e interdisciplinaridade, e reconhecem que os sujeitos da investigação estão ativamente imbricados em uma teia de relações que emergem de suas ações. Para a geração de dados, recorreu-se a diversas fontes, como o diário de campo, o questionário, o desenho, a produção de texto, a seleção de imagens na internet e as rodas de conversa. Participaram da investigação dezessete crianças, entre nove e treze anos de idade. Os resultados aqui apreciados correspondem às imagens de mulheres/pessoas selecionadas pelas crianças na internet, via Google e Google Imagens. Preponderaram nas suas escolhas gostos por mulheres/pessoas jovens, brancas, magras, ricas e famosas, em especial cantoras, apresentadoras de televisão e atrizes, nacionais e internacionais. Elas explicitaram ser essas pessoas bonitas, estilosas e de ‘boa aparência’. As conclusões indicaram fortes afetações das mídias no reforço de modelos hegemônicos em circulação na sociedade.