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REFLEXUS - Revista Semestral de Teologia e Ciências das Religiões, 2015
Vidal Beato: O meu encontro com Rubem Alves aconteceu dentro do âmbito de nossa participação comum naquele tempo na Igreja Presbiteriana do Brasil. Nós nos encontramos quando ele era estudante de teologia e fazia parte de um grupo que inclusive lutou para que eu fosse lecionar Antigo Testamento no Seminário em que ele estava estudando. Depois nos encontramos no Congresso da Mocidade, ele já pastor, porém eu estava também no início da carreira, um pouco mais adiante em relação a ele. Foi em meados da década de 50, quando eu tinha chegado da Escócia e fui a Campinas para algumas palestras sobre os profetas. Vidal Beato: O que me chamou a atenção era a sua capacidade intelectual. Eu diria que a sua capacidade de ter uma visão crítica, mas não amarga das coisas. Ele tinha uma visão muito crítica, mas não era amarga. Uma coisa nele é que ele nunca se tornou um militante político. Entretanto o seu pensamento é radicalmente político. Um pensamento que pergunta semcomo teológica de aliança com o oprimido. Sempre me pareceu isto. Por vida. E neste tempo que ele era seminarista ao lado oposto do seminário 1 Joaquim Beato foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Secretário de Estado do ES e Senador da República. É também pastor da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), Vitória-ES. Esta entrevista, realizada pelo Prof. Antônio N. Vidal com o professor Joaquim Beato em abril de 2000.
Risco Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo (Online)
Ethnologia europaea, 1983
Jo a quim Pais de Brito 1er-:::. tão vastamente debatido ao longo de CeJ"Ca de um século,~ fado sempre tem permanecido Zonge do interesse das ciências socio-antropoZógicas. Para lá de todas as abo!:. dagens que têm sido feitas-ideológicas, de anáiise musf cai, de ê~sca das suas origens, etc.-e tentando uitrapassar t z Eo s OI! discureos de cariz mal•cadamente vaiorativo que eo br e e fado têm sido tecidos, p.:,:eamos ser ursó'nt~ a sua defir.-:.çã::, como ob ii e e t o de um estud_,; socio-antrOJ!oió~i_ co com a consequente delimitação do seu campo de anãiise, enquanto "e:r:pressâo de uma cultura popular iirbana". Joaquim Pais de Brito, assistente de Antropo-Z.Ogia no I.S.C.T.E., publicou uma série de textos de apoio sobre o Fado, na sequência de ter orientado a!guns trabalhos de investifação sobre esse tema, no ano Zectivo de 79/80, no âmbito de uma cadeira optativa de Antropologia do 4Ç ano do Curso àe Sociologia. A pa1•tir de então e sem interrupção t11m continuado a reuni:r materiais e a formular questões em torno deste t! ma. Maie recentemente prefaciou o lioro d11 Pinto àe Caro~ lho (Tinop), "História do Fado", reeditado pe laa pub 'Licações D. ~-:.i:rote, na nova o o l e c ç ao "Portugal. de Perto-bi_ b l i o t eo a d€ Etnografia e Antropo-Z.ogia", da qual., igual.me!! te, é o r e s p oneàv e l: e onde, proximamer.:e, aerá Zan;ada uma outra o i r-a resu l t a nt:e da já referida p r op o e t.a por ele ox-ien tada. A 3r.trevista que publicamos ter.ta, de acordo com o que foi d~to, chamar a atenção e aensi~ilizar todos aqueles ;u.: ,~ interessam pe~as ciincias a=ciaie para este do minio a:Z r.új~ esquecido e desprezado: e fado. Como abertura desta entrevista gostariamos que nos traçasse resumidamente os aspec&os mais relevantes da hi~ tória do fado: as condi~Ões historico-sociais da sua eme~ gência no século passado cm determinados bairros popu!ares de Lisboa, a sua evoZu~ão, a sua recuperação por estratos sociais mais elevados, a sua mais recente transformação em ruldos, palavras e silêncios), a diversidade dos tenas cà~ tados, as maneiras de cantar, a gestualidade. com estas re servas, que dizem respeito mais particularmente aos começos daquilo de que estamos a falar, vejamos como delinear os seus percursos, as fases da sua evolução/transformação. As pri.Jneiras referências, vindas já dos finais do séc. XVIII, locali~am. o fado no Brasil. Tratava-se sobreobjecto de consumo turístico. tudo de uma dança., acompanhada pelo toque da viola e um
Ponto Urbe, 2014
Revista do núcleo de antropologia urbana da USP 14 | 2014
2017
António Pinto Ribeiro é investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Além das lides académicas tem estado ligado à programação em várias instituições culturais portuguesas, de onde se destaca a Culturgest e a Fundação Calouste Gulbenkian. Também é conhecido pelos seus ensaios sobre cultura, nos quais se incluem por vezes os museus. Num dos seus últimos textos publicados Podemos Descolonizar os Museus?, começa por escrever: «os museus ou são pós-coloniais ou não são nada», aguçando o apetite. Mas é sobretudo na qualidade de comissário-geral de “Passado e Presente- Lisboa Capital Ibero-americana da Cultura 2017” e do movimento que gerou recentemente nos museus em torno da representação da escravatura que surgiu a ideia desta entrevista. Afinal, não é a escravatura um tópico que se situa na esfera do indizível nos museus?
InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, 2013
Poesia e tradução de poesia para mim é uma experiência da mesma naturezaum estado de poesia, que me envolve profundamente." Augusto de Campos Aos 18 anos, teve suas primeiras traduções publicadas no jornal. Hoje, aos 80, Augusto de Campos ainda mantém o mesmo entusiasmo ao traduzir poetas que lhe são caros: acaba de relançar suas traduções de Cummings, acompanhadas de outras inéditas, no livro E.E.Cummings Poem(a)s (ed. Unicamp, 2011). Além da paixão, o compromisso de apresentar e de ressaltar as obras mais significativas para o estudo e para a experiência da poesia movem sua trajetória. Criador -ao lado de Haroldo de Campos, seu irmão, e de Décio Pignatari -da Poesia Concreta nos anos 50, foi co-responsável pela radicalização da experimentação e da invenção na poesia brasileira. O projeto "verbivocovisual" potencializou a estrutura formal do poema, chamando atenção para a sua funcionalidade estética, para sua capacidade de "ser poema". O poeta e o tradutor se confundem em uma proposta que denomina "traduçãoarte", uma recriação estética capaz de produzir uma "equivalência de forma e alma" do texto em questão. Augusto de Campos traduziu nomes como Dante, Pound, Maiakóvski, Mallarmé, Gertude Stein, Joyce, Rilke, Emily Dickinson, Byron, entre tantos outros. O tradutor encantado pela poesia se lança de cabeça/coração à tarefa de repotencializar, em português, a experiência estética proporcionada pelos maiores "inventores" da literatura.
Revista Sacrilegens, 2013
O Prof. Dr. Joaquim Antonio Bernardes Carneiro Monteiro proferiu a Palestra de Encerramento da 2ª Semana de Ciência da Religião do Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião (PPCIR-UFJF), realizada em 19 de setembro de 2013, com o tema “Desafios da Religião para o Século XXI – Panorama Budista”.
Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD, 2019
João Pontes Nogueira possui graduação em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1984), mestrado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio, 1994) e doutorado em Relações Internacionais pela University of Denver (1998). Desenvolveu sua pesquisa de Pós-Doutorado na Universidade de Victoria (UVIC), Canadá, onde atou com professor visitante. É professor adjunto do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio desde 2000. Foi secretário executivo e diretor da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI, 2005-2009), da qual foi um dos fundadores. Atua, principalmente, nos seguintes temas: teoria das relações internacionais, sociologia política internacional, desigualdade na política mundial, humanitarismo, e o lugar das cidades na política mundial. Foi diretor do IRI/PUC-Rio entre 2008 e 2012 e supervisor-geral do Centro de Estudos dos Países BRICS (BRICS Policy Center) durante o mesmo período. Foi editor-c...
Revista Diadorim, 2012
Diadorim: O que significa poesia para você? teria algum conceito ou teoria pa ra defini-la? Joana Matos Frias: Poesia sempre significou para mim uma experiência radical da linguagem. Nesse sentido, não esqueço nunca duas lições que recebi relativamente cedo. Em primeiro lugar, no âmbito da filosofia da linguagem, o dictum de Wittgenstein segundo o qual «Os limites do meu mundo significa: os limites da minha linguagem». Wittgenstein sintetiza aqui todo o poder da linguagem verbal, sem deixar de abrir a possibilidade da força poética, onde a supressão dos limites do mundo equivale justamente à supressão dos limites da linguagem. E é neste ponto preciso que se impõe invocar a outra lição que me acompanha, pela mão de Roland Barthes: «Tenho uma doença: vejo a linguagem». A poesia é simultaneamente o sintoma e o antídoto deste mal, o veneno e o remédio, a única possibilidade que a linguagem nos oferece de cultivarmos uma doença como se investigássemos a sua cura. Diadorim: Considerando a literatura e as artes em geral, o que pensa sobre o esta be lecimento e a revisão do cânone? nas relações entre Brasil e Portugal, levando em conta rupturas no romantismo e Modernismo (segundo antonio Candido), há uma volta ao diálogo? JMF: a. Há duas dimensões no cânone, em qualquer cânone, que dificilmente abrem lugar à possibilidade da sua revisão: a medida e a história. De Policleto a Bloom, equacionar a exis tência e a validade do cânone implica necessariamente reconhecer a precisão mate mática de um instrumento de medida aplicado a uma realidade não-euclidiana, de onde em última instância teria de se suprimir a própria essência da condição hu ma na. Não se mede a altura de uma obra de arte como se mede a altura do homem que a criou, não se avalia o valor dessa obra como se somam moedas, e a «fortuna» crítica
Veritas (Porto Alegre)
Artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Fez em 2015 dez anos que a Convenção sobre a Protecção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais foi adoptada pela UNESCO (Convenção de 2005). Portugal ratificou o documento em 2007. A celebração da efeméride continua em 2016, mas é tempo de balanços e de perspectivar linhas futuras. Qual é a importância desta Convenção? Qual é o seu impacto nas políticas nacionais? Qual pode ser o contributo dos museus? A estas e outras questões dão-nos o seu testemunho Clara Bertrand Cabral, técnica superior da área da cultura da Comissão Nacional da UNESCO e Lurdes Camacho, directora de Serviços de Relações Internacionais do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, e ponto focal em Portugal da Convenção de 2005.
Texto Digital, 2011
Texto Digital, Flo 157 uma "web semântica", em que agentes humanos e artificiais atuam para a disseminação e o compartilhamento de dados, conhecimentos, informações e descobertas.
Muitas Vozes, 2013
CL 1. Por se tratar de um tema e autor que fogem de debates no nível do senso comum, como você definiria seu público-alvo? DG. É um livro de interesse acadêmico e, acho, também geral, para quem tem algum interesse em Michel Foucault, por que não?... Este é um filósofo trabalhado em vários campos do saber e talvez o livro agrade a muitos alunos e estudantes que simpatizam com o autor, nas Universidades. O discurso de Foucault vai desde a medicina, direito, sociologia, até a literatura, que é o campo em que sou mais especializado, juntamente com filosofia. Foucault mapeou, de um modo que apenas ele o faria, todo o pensamento ocidental, toda uma rede que articula discursos ainda hoje, e quando um pensamento se dirige a ele já está enquadrado nesse mapa. Assim, Foucault é um assunto complicado para se ponderar achando-se uma voz do exterior, da Universidade, do Intelectual, por exemplo, pois ele multiplica dissonâncias, e você acaba reverberado nele, mesmo que não queira. Essa foi a dificuldade do meu livro, ser o mais franco possível com o próprio Foucault, porque ninguém precisa ler um manual ou uma historiografia sobre este autor, o melhor é pegar o Foucault na raiz, nos seus textos, diretamente. Então, o problema de escrever sobre Foucault está em aceitar a marginalidade, em se escrever para foucaultianos, de algum modo. Mas ele não escrevia para seus seguidores, não se trata de uma seita, como muitos seguidores querem fazer com o autor. Ele é um autor chave para a academia, para pensar o próprio pensamento nas Humanidades, e não há como passar por qualquer curso universitário sem ter lido algum livro dele. Estou falando de Letras, Sociologia, História, Medicina, Direito, Enfermagem, etc... Outra dificuldade é que quando escrevi o livro, buscava uma editora e um amigo me sugeriu a editora Lumme, de São Paulo, que, no fim, apostou neste trabalho com muito carinho. Há muitos textos e livros harmônicos sobre este autor, por aí, nas livrarias, mas, procurando bem, sempre tem um espaço a mais no mercado editorial para algo meio diferente ou ousado. No meu caso, não é o harmônico, mas firmar a dissonância o que busco.
Magma, 2012
Augusto de CAmpos à revistA mAgmA (maio de 2010) No "NÃOfácio" de seu último livro Não Poemas você escreve: "Às vezes penso que sou menos poeta que músico e menos músico que artista gráfico. (…) O fato é que estes poemas caberiam melhor talvez numa exposição, propostos como quadros, do que num livro. Mas o livro, mesmo bombardeado pelos novos meios tecnológicos, é uma embalagem inelutável, ainda mais para os guetos e guerrilhas da poesia e suas surdas investidas catacúmbicas". Você poderia desdobrar um pouco mais essas afirmações? Em que medida seus poemas rompem com o suporte livro e em que medida eles o conservam? Como a estratégia do "menos" -menos música, menos artista gráfico, menos poeta -é revertida em "mais"? Augusto de Campos. O último poema do livro, "Axel' s Site", remete a poesia aos computadores. Mas só na quarta-capa, como a sair do livro, aparece de fato o poema final, "Sem Saída", que reproduz a imagem de um poema-animado, um "clip-poema" criado já no contexto da linguagem digital e a partir dela. Anexo ao livro há um CDR, com vários dos meus "clips", inclusive o "Sem Saída". O texto do meu "NÃOfácio" e esse material sinalizam para os problemas da comunicação poética na era tecnológica, antecipados pelo projeto "verbivocovisual" da poesia concreta nos anos 50, e apontam para poéticas com envolvimento multidisciplinar. O "menos" faz parte de um idioleto, com que procuro expressar minha oposição às poéticas convencionais. Mas sou otimista quanto ao suporte livro. Acho que pode conviver perfeitamente com a tecnologia digital e até beneficiar-se dela em termos de autonomia criativa, qualidade e reprodutibilidade. Quanto ao "mais", não depende de mim. Só o tempo dirá se fui "mais" ou "menos"… Magma. A negatividade de muitos de seus poemas, em especial o poema "Não" contrasta com a positividade da existência dos mesmos, ainda mais sob a rubrica de poesia. Seria esse artifício uma estratégia em prol da guerrilha que você menciona? Quais são os adversários dessa guerrilha? Há ainda algum potencial nas investidas da poesia? Augusto de Campos. Tendo a ver a poesia como um anticorpo ou um corpo estranho, que contesta a automatização da linguagem cotidiana. Contesta-a não com a pretensão de substituí-la ou destruí-la, mas para criar espaços de liberdade para a imaginação humana, momentos-luz em que a expressão humana pode liberar-se das amarras que a constrangem ao código contratual. Contesta-a para ressensibilizar as pessoas, embotadas pela preguiça e pela padronização repetitiva a
CASA: Cadernos de Semiótica Aplicada, 2023
Entrevista com Edward Lopes ao então Grupo de Estudos Semióticos em Comunicação (GESCom), da Unesp de Bauru para integrar o projeto “Greimas no Brasil”, voltado à reconstrução da história da semiótica brasileira a partir da perspectiva da primeira geração de semioticistas do Brasil sobre a vinda de Greimas ao país em 1973 e a sua atuação como ministrante do curso “Semiótica da narrativa”, a fundação do Centro de Estudos Semióticos “A. J. Greimas” (CESAJG) e da revista Significação, e o papel desses pesquisadores na divulgação das obras greimasianas mediante tradução de seus escritos. A conversa com Lopes revela o percurso acadêmico que o levou a conhecer Greimas e trazê-lo ao Brasil, bem como aspectos concernentes à atuação do entrevistado como professor, pesquisador, fundador de programa de pós-graduação e autor de obras que contribuíram para o estabelecimento dessa disciplina em território brasileiro.
Políticas Culturais em Revista, 2011
Entrevista com Jose do Nascimento Junior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), realizada em 17 de dezembro de 2009, Salvador, Bahia.
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