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Os portugueses costumavam chamar de mouros não só aos naturais do noroeste da África, região identificada como Berbéria ou Mourama, mas também todos os seguidores da religião de Maomé, incluindo árabes ou convertidos de outras nações e etnias, assim como seus descendentes, que a partir do século VIII invadiram e ocuparam grande parte do que veio a se tornar o Reino de Portugal, território que foi sendo paulatinamente reconquistado pelos cristãos até a tomada final do Algarve por Afonso III em 1249. Encerra-se então o domínio islâmico em terras portuguesas, embora continue marcante a presença mourisca na Lusitânia, contribuindo de forma significativa na miscigenação e nas mais variadas manifestações socioculturais, como a inclusão de numerosos arabismos na língua portuguesa, influência significativa nas artes,
Uma quádricaé o conjunto dos pontos P = (x, y, z) em R 3 que satisfaz a seguinte equação
Gados. Figuram na agricultura madeirense, dizia em 1865 o agrónomo Eduardo Dias Grande, todas as raças de animais domésticos do continente do reino, formando a raça bovina o capital mais importante da pecuária distrital. Havia então, segundo o mesmo agrónomo, 25:338 cabeças de gado bovino em todo o arquipelago, regulando o peso vivo de cada cabeça por 238 quilogramas. «Ha boas razões para se acreditar, lê-se no relatório apresentado por Eduardo Grande á Sociedade Agrícola do Funchal, que viessem do Minho (pátria de Zargo) os primeiros indivíduos da raça bovina, e é também de suppor que concorressem outros do Algarve, d'onde nas primeiras epochas accudiram grande numero de colonos. A ser assim, da conjugação d'aquelles dois ramos, proviria a raça da ilha, e a corpulência dos bois do norte modificada pelo aligeirado dos do Algarve, devia ainda ir apoucando-se no vulto, de geração em geração e affeiçoando-se á imagem das raças pequenas dos paizes quentes, de pastos finos e de relevo tão caprichosamente montanhoso. Esforço no trabalho, mediania na secreção do leite, producção abundante de manteiga, são caracteres destas raças.» Miguel Fitzgerald fez vir para a Madeira em 1802 os primeiros bovideos de raças inglesas e pouco depois pedia a cooperação do governo português para o estabelecimento duma granja modelo nesta ilha. Essa cooperação foi-lhe concedida, tendo chegado a celebrar-se um contracto entre o mesmo Fitzgerald e o governador e capitão-general D. José Manuel da Câmara para o estabelecimento da dita granja, mas a empresa não deu resultado, por motivos que inteiramente desconhecemos. Depois de Fitzgerald, outros indivíduos introduziram bovideos de Inglaterra e doutras proveniências na Madeira, os quais tendo-se cruzado com os animais da ilha, deram origem a uma raça de corporatura meã, mas mais desenvolvida que a raça da terra. Os mestiços predominam hoje na população bovina madeirense, sendo conhecidos geralmente pela denominação de gado inglês, ao passo que no Porto Santo é a raça da terra que predomina, tendo ali adquirido dimensões mais reduzidas do que na Madeira. Os bois, como os coelhos e certos vegetais, apresentam no Porto Santo exemplos típicos de nanimo, fenómeno este que bem pode ser atribuído á dificuldade que têm as espécies encerradas num espaço limitado, de fortificarem a sua raça por intermédio dos cruzamentos entre indivíduos variados e numerosos. Há noticia de entre 1830 e 1840 serem introduzidas algumas vacas Ayrshire Dairy na Madeira, tendo mais tarde um criador inglês mandado vir as primeiras Durham. Depois vieram as reses holandesas, as Jersey, as Schwitz, as Alderney e as Taurinas, tendo sido todos estes elementos que misturando-se com a raça da terra em repetidos cruzamentos, deram origem ao novo tipo que, como dissemos, predomina agora na Madeira. Na raça da terra há a assinalar duas sub-raças: a vermelha e a alvaçã. A primeira, a mais comum, acha-se representada em todas as freguesias da Madeira e conhece-se pelos pêlos vermelhos ou dum amarelo escuro; a segunda está limitada aos concelhos do Porto do Moniz e da Calheta e é caracterizada principalmente pela cor branca ou esbranquiçada da pelagem. As reses da sub-raça vermelha também são conhecidas pela denominação de profetas ou do Porto Santo, enquanto as da sub-raça alvaçã recebem muitas vezes o nome de gado maneiro ou da Ponta do Pargo. Os bois para o trabalho usados no Funchal, são quasi todos do Porto Santo; embora pequenos, estes animais prestam-se excelentemente ao serviço rude que se lhes exige e desenvolvem uma actividade que dificilmente se observa em bovideos de outras proveniências. No resto da ilha o trabalho é feito muitas vezes por vacas da raça da terra, as quais não deixam por este motivo de ser votadas também á criação. O gado nascido no Porto Santo desenvolve um pouco a sua estatura quando alimentado nos estábulos do Funchal e arredores, mas os seus descendentes perdem um tanto a rijeza nos cascos que torna os bovideos da vizinha ilha tão apreciados para o trabalho em terrenos acidentados ou pedregosos. Como animais de trabalho, são dignos também de apreço os bois que se importam ás vezes dos Açores, cuja corporatura é mais avantajada que a dos animais da raça da terra. As vacas Corvinas, importadas daquele arquipelago, parece que perderam na Madeira uma boa parte das suas aptidões lactígenas. Os cruzamentos comunicaram mais actividade na secreção do leite á raça terranteza, mas esmoreceram-lhe o ânimo para o trabalho e enfraqueceram-lhe a aptidão para arrastar pesadas cargas nos acidentados terrenos da nossa ilha. Diz-se que as vacas da raça cruzada fornecem entre 900 e 1500 litros de leite anualmente, mas o agrónomo Eduardo Grande admite que esse fornecimento possa ir até 1770 litros nas freguesias desde a Ribeira da Janela até os Canhas, devido á humidade atmosférica, á qualidade das ervagens e a outras circunstancias que aí se dão. A produção diária no período de maior secreção do leite não vai geralmente além de 6 a 8 litros, embora se citem casos dessa produção atingir 14 e 15 litros. Outrora criavam-se nas serras numerosos bovideos da raça do arquipelago, mas presentemente quasi todos esses animais vivem estabulados ou estão sujeitos a um regime misto de pasto e estabulação. No Paul da Serra, nas Achadas da Cruz e nalgumas localidades mais, encontra-se ainda algum gado manadio o qual é destinado geralmente a ser abatido. A criação do gado cavalar tem muitíssimo menor importância na Madeira que a do gado vacum, havendo a distinguir nele os animais nascidos na terra e os que são importados de Portugal, da Inglaterra e de outros países quasi sempre pelos alquiladores. A raça da terra é forte, activa, sóbria e de singular ardência, mas tem pequena procura hoje, por causa da sua pequena estatura.
A madeira é uma matéria-prima importante e versátil em vários setores da atividade humana, pois pode ser aplicada a diversas situações. No Brasil a madeira é um produto pouco valorizado como material de construção, embora seja encontrada em abundância na natureza.
Contação de histórias: tradição, poéticas e interfaces, 2015
Eis que agora os homens trocam entre si palavras como se fossem ídolos invisíveis, forjando nelas apenas uma moeda: acabaremos um dia mudos de tanto comunicar; nos tornaremos enfim iguais aos animais, pois os animais nunca falaram mas sempre comunicaram muito-muito bem. (…) O fim da história é sem fala. 1 1 A morte é condição de fecundidade. As palavras que minha voz murmura, balbucia, pronuncia, mortas como realidade física quando atiradas ao ar no sentido do outro, vivem pelo poder de nossas escutas, fecundam nossos afetos, provocam nossos pensamentos, violam nossas peles, ressoam nossas intimidades, impelem nossas ações. São palavras úmidas, que se opõem à palavra seca, desértica, o pensamento divino, para os dogons, habitantes da África atlântica. A palavra úmida é o som audível, uma das expressões da semente masculina, o esperma: ela penetra na orelha, que é outro sexo da mulher, e desce para enrolar-se em torno do útero para fecundar o germe e criar o embrião. Sob a mesma forma espiral da cóclea, o caracol da orelha interna, ela é a luz que desce à terra, trazida pelos raios do sol. 2 A presença fugaz mas viva da palavra exige a presença dos corpos: bocas e orelhas, olhos e peles, narizes e pulmões, carnes e sangues, pulsações e pensamentos, emoções e desejos. Um risco desenha o limite entre vida e morte. Na época de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, arquiteto brasileiro, risco era esboço de projeto: enquanto prenuncia o perigo, o risco nos projeta. Entretanto, condenadas e protegidas pelo uso cotidiano e por sua condição de informação, as palavras driblam o risco, nem vivem, nem morrem: vegetam. Permanecem anestesiadas, sem peso, sem espessura. Esta voz cotidiana supera-a sem negá-la a voz poética, que se abre ao perigo e ao risco e, portanto, à experiência. O perigo da exposição à singularidade da voz do sujeito poético justifica todos os esforços dos especialistas, dos políticos, dos funcionários, dos jornalistas, para esvaziá-la de conotação, de melodia, de ritmo, de ressonância, de música, de cor, e reduzi-la à condição de portadora de informação, à sua mínima condição utilitária. No dizer do filósofo espanhol José Luis Pardo, desta língua dos deslinguados extirpou-se o seu sabor de boca, pois Para acceder al lenguaje, tenemos que hablar una lengua (la-o las-materna/s, al menos en principio) y hablarla desde dentro, con nuestra propia voz (manifestando nuestros dolores y placeres con ella) y con nuestra propia lengua. Y ello hace que las palabras nos dejen un residuo en la punta de la lengua, un sabor de boca (dulce o amargo, bueno o malo), lo que ellas nos hacen saber (nos dan a saborear) de nosotros mismos y que nadie más que nosotros puede saber, porque nadie más puede saborearlas con nuestra lengua y nuestra boca, porque a nadie más pueden 1 NOVARINA, 1999: 13. 2 CHEVALIER e GHEERBRANT, 2005: 679.
Revista Musas n7, 2016
2. OLIVEIRA, Aécio. Entrevista com Aécio de Oliveira concedida à Joselice Jucá. Dossiê 40 anos da Fundação Joaquim Nabuco, 1988. [Fotocópia, Arquivo CEHIBRA]. Grifos nossos.
Os dados das mais recentes pesquisas realizadas pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), e também por outros institutos, apontam uma curva ascendente para a presença e uso das tecnologias digitais nas escolas brasileiras, especialmente as urbanas. Dentre as questões centrais indicadas em nossas pesquisas, está a concepção de educação presente nas políticas que visam introduzir as tecnologias na educação, concepção esta que não dá conta nem dos desafios tradicionais da escola, que é o de ensinar a ler, escrever e contar, e, muito menos, de compreender e tratar os desafios contemporâneos. Inseridos nesta questão mais ampla, a formação e as condições de trabalho dos professores são dois outros importantes aspectos a serem considerados, que permanecem deficitários e desarticulados, mas que aqui não serão analisados. Destacamos, também, como gargalo nessas políticas, as deficiências de infraestrutura. Esse é um ponto crucial, até porque, com ele encaminhado, as demais questões poderiam ser enfrentadas já contando com o pleno uso da rede. Neste texto centraremos a análise nesses quatro pontos citados, não os tratando de forma isolada.
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Revista Fórum Identidades, 2013