2020, Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia
https://doi.org/10.12957/ek.2020.48887Paul Ricoeur (1913Ricoeur ( -2005 é um dos maiores filósofos do século XX. Certamente, o maior nome da hermenêutica na França. Sua obra é vasta, composta por quase 800 textos, que abordam diversas temáticas. Em sua fase mais madura, Ricoeur se arriscou em um novo gênero literário, as entrevistas, que posteriormente se tornaram livros e que hoje são de grande importância para a investigação de seu pensamento. Este gênero é tardio em sua obra, pois não conta com a precisão, delimitação e exaustiva revisão que sempre estão presentes em seus livros. Por outro lado, tais entrevistas, por não se prenderem à delimitação temática, permitem o enfrentamento de questões mais amplas, como o que é filosofia? Desse modo, a obra aqui resenhada, O único e o singular, sem ser a única, pode ser considerada como uma importante chave de leitura para a obra ricoeuriana, em especial, para uma definição daquilo que Paul Ricoeur define como filosofia. O único e o singular é a transcrição de uma entrevista dada por Paul Ricoeur ao programa belga Noms de Dieux, de Edmond Blattchen, exibido ao final do ano de 1993. No entanto, tal livro, em sua edição francesa, só foi publicado no ano de 1999 e a brasileira, em 2002. O livro é dividido em cinco partes. Cada uma das partes é um bloco temático, nos quais o entrevistador propõe um tema para que, por sua vez, o filósofo francês apresente suas considerações. Os blocos temáticos são os seguintes: (1) Deus sem nome; (2) Um silêncio inquieto; (3) O poder e a fragilidade; (4) O filósofo, o poeta e o político; e (5) A primeira palavra jamais é a nossa. Apresentaremos, em seguida, um resumo sobre cada um deles.