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2020, Cadernos de Filosofia Alemã
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Este artigo orienta-se pelo esforço de esmiuçar as características da contraposição entre mundo antigo e mundo moderno formulada por Lukács em sua obra A teoria do romance. Para esse objetivo, parte-se de uma recuperação de certo debate estético alemão no século XVIII, momento no qual a busca pelos fundamentos da arte moderna leva à formulação do contraste entre uma cultura orgânica e plena de sentido, localizada em uma Grécia mítica, e um mundo cindido e fragmentado, que corresponderia à época moderna. As reflexões de Friedrich Schlegel ganham atenção especial aqui, na medida em que tratam essa contraposição de maneira mais histórica do que as de seus contemporâneos. Em seguida, são apontadas as especificidades da abordagem de Lukács acerca da questão, baseadas em uma apreensão mais atenta aos fundamentos histórico-sociais que envolvem a perda de um sentido unitário para a vida na modernidade. Essa percepção permite a Lukács apontar os limites da solução aventada pelos românticos para a superação do caráter cindido da modernidade.
Revista de Iniciação Científica da FFC - (Cessada), 2009
O presente trabalho se ocupa em compreender a noção de modernidade e suas implicações na concepção da forma moderna do romance, presente em A teoria do romance, do filósofo húngaro György Lukács. Nesta obra Lukács retoma do romantismo alemão a concepção da arte alicerçada na oposição entre antigos e modernos. Os antigos viveram numa unidade de sentido presente no mundo e, na modernidade o que se vive é a fragmentação desse sentido, uma vez constatada sua possibilidade num mundo prosaico. Lukács transpõe essa distinção para a arte: a epopéia é a forma de expressão da unidade no mundo grego. E, cabe ao romance, portanto, ser a forma de expressão dessa modernidade problemática, e expressão da possibilidade de uma busca do sentido perdido.
Este livro de título simples e objetivo pode ser considerado o mais clássico dos estudos sobre o ro mance, gênero intimamente associado ao adven to da era burguesa. É também a ele que o nome do húngaro Georg Lukács ligou-se de maneira pa radoxal. Reconstituindo a sua gênese num texto de 1962, Lukács explicita as duas grandes corren tes que nortearam o estudo que empreendera meio século antes: "Que eu saiba, A teoria do romance é a primeira obra das ciências do espírito em que os resultados da filosofia hegeliana foram aplica dos concretamente a problemas estéticos". A adesão ao marxismo, sob o influxo da Revo lução Russa, levou-o a distanciar-se da obra escri ta em um "estado de ânimo de permanente deses pero com a situação mundial". Paradoxalmente, porém, tal refutação não foi empecilho para que o seu estudo se constituísse em referência fundamen tal para reflexões estéticas posteriores (inclusive as de inspiração marxista). Na retrospectiva de 1962, Lukács alude à situação "algo grotesca" de ver Ernst Bloch reivindicar A teoria do romance para fazer frente, durante a polêmica sobre o Expressionis mo, às posições do "Georg Lukács marxista". A esta mesma obra recorre Walter Benjamin, no antoló gico ensaio de 1936 sobre o "Narrador", para con trastar o romancista com aquele ancestral enraiza do nas tradições orais e, assim, nuançar as diferen ças no "estatuto histórico das formas artísticas". Também para Adorno, A teoria do romance jamais perdeu a validade enquanto parâmetro crítico: re tomando, no início dos anos 50, a delimitação de funções das formas épicas proposta pelo jovem Lu kács, Adorno desenvolve, em "A posição do narra dor no romance contemporâneo", a tese da neces sária "capitulação" do romance diante do "super-poderio da realidade", que só pode ser transformada na práxis e não mais "transfigurada na imagem". Tais exemplos permitem remontar o fascínio desse livro à extraordinária amplitude de sua pers
Ciências Sociais Unisinos, 2019
No presente texto discutiremos, em linhas gerais, as implicações histórico-sociais da análise empreendida pelo filósofo marxista húngaro György Lukács sobre o gênero romanesco. Para isso faremos uma breve retomada do contexto do surgimento de sua obra estético-literária, que surge com flagrante contraste às teorizações prévias, realizadas no campo do marxismo, sobre a referida temática. Na sequência, realizaremos uma retomada da concepção lukacsiana mais ampla do romance, destacada sobretudo no texto "O romance como epopeia burguesa", publicado em 1935, para posteriormente adentrarmos na questão mais específica do gênero romanesco que mescla história e ficção, registrado no livro O romance histórico, publicado em 1937, ambos durante período de exílio de Lukács nos anos 1930 na União Soviética.
2001
Following the different concepts of novel and discussions about genre throughout Lukacs’ works, the aim is to show that although in his early books such as The Mind and its Forms and the Theory of Novel forms were understood as non-temporal and idealised structures (they already were taken as problematically, given that the discussion concerning forms gives rise to a reflection on temporality. In the Historical Novel, published in the 30’s, the modern manifestation of the genre is defined as Epic, as a pre-history of the present, a definition that brings elements to the formation of an autonomous Marxist aesthetics. In doing so, Lukacs doesn’t break up with the previous reflections upon the subject but rather radicalises the historical element present on the reflection on forms.
Revista Tempos Históricos, 2012
A relação entre a Literatura e a História, por mais prolífica e fecunda que possa
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
A matriz moderna literária da ironia, como se sabe, decorre de Rabelais e Cervantes e, sobretudo, da provocação de Lawrence Sterne
Vol. 41, 4, 2018
Hegel à luz da Teoria do romance do jovem Luckács Artigos / Articles A filosofiA de Hegel à luz dA Teoria do romance do jovem luckács Antonio Vieira da Silva Filho 1 Resumo: A partir da Teoria do romance do jovem Lukács, o artigo desenvolve uma discussão com a filosofia de Hegel, no que concerne, de um lado, à herança da dialética histórica hegeliana, presente na Teoria do romance, e, de outro lado, ao distanciamento do autor húngaro das conclusões de Hegel sobre a unidade efetiva entre indivíduo e Estado moderno. A herança hegeliana na obra de Lukács é definidora na sua compreensão da relação imanente e necessária entre forma artística e conteúdo histórico. Para Hegel, a modernidade e a instituição do Estado aparecem como o mais alto índice da liberdade do homem, na história; para Lukács, ao contrário, a modernidade se apresenta como o coroamento da dissonância entre indivíduo e as suas estruturas sociais, processo de separação que se inicia quando o mundo da epopeia é suplantado pela Grécia estatal da tragédia e da filosofia.
2020
This paper aims to analyze the Sociology of Novel, based on the studies of the hungarian thinker Gyorgy Lukacs (1885-1971). Thus we start from his classic youth study of romance, The Theory of Romance, until he comes to his marxist writings on the novel form. In this sense, this text aims to discuss the relationship between the aesthetic, internal or formal elements of the novel, and, on the other hand, the extra-aesthetic or social elements, and how this synthesis is the work of art. Thus, the novel becomes a privileged object for sociology, in the sense that it opens possibilities for us to understand the social reality itself that is mediated by the novelist's created subjectivity.
Eutomia, 2015
O meu objetivo neste artigo é esboçar uma delimitação do fenômeno romanesco na Antiguidade, elencar critérios e parâmetros sob os quais ele é definido, verificar a formação de um cânon, bem como os modos distintos de pensar o cânon, indicar as características precípuas de tais obras e discutir outras espécies de narrativas romanescas, aludindo aos paralelos, correspondências e contrastes com os romances reputados como canônicos.
2017
The historical understanding of literature in German Early Romanticism arises, among other things, from the writings of Winckelmann, Herder, Lessing as well as of the dialectical interplay between classic and romantic established by Goethe and Schiller. In this context, the antithetic approximation of ancient and modern plays a central role in the determination of the major romantic theories of literature. This paper investigates and discusses the importance of the antinomy of ancient and modern in the constitution and development of literary theories of Friedrich Schlegel in German Early Romanticism.
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Kriterion: Revista de Filosofia, 2005
Alea : Estudos Neolatinos, 2014
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2017
Verinotio – Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas
FronteiraZ. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária
Aletria: Revista de Estudos de Literatura
Cadernos Cajuína, 2017
Literatura em Debate, 2023
Anuário Lukács, 2023