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2020, Revista Araticum
O presente artigo analisa narrativas de natureza autobiográfica publicadas em língua portuguesa assinadas por autores surdos brasileiros com o objetivo de investigar os modos de autorrepresentação da diferença surda, colocando em foco a heterogeneidade de t al experiência. O referencial teórico adotado para dar materialidade ao objetivo traçado dialoga com pesquisas sobre narrativas autobiográficas e outras formas de escrita de si, além das contribuições de pesquisadores vinculados ao campo dos Estudos Cultur ais e em especial dos Estudos Surdos.
Trama, 2018
O presente artigo propõe uma análise de textos escritos por crianças surdas, em fase de aprendizagem da escrita da língua portuguesa. Para realização de análises das produções textuais, escritos por essas crianças, foram realizadas duas coletas de escrita de produções textuais apresentadas em Libras. Os resultados apontaram para a constatação de que, a criança surda que não tem o contato com sua língua natural (Libras) desde o seu nascimento, apresenta dificuldades no processo de aprendizagem de uma segunda língua e por consequência: a escrita da mesma. Logo, essa aquisição implicará em características particulares manifestadas na escrita de crianças surdas. Os seguintes critérios: espaçamento entre as palavras, ausência de artigos, pronomes, conjunções e as combinações de diferentes letras (vogais e consoantes), tornam a escrita do surdo, em processo de aquisição, um diferencial exclusivo da escrita dessas pessoas.
Neste ensaio, trato das imbricações de canções de cunho autobiográfico e da cultura autobiográfica do nosso tempo. Proponho que consideremos aquelas canções que têm como assunto a personalidade ou determinados episódios da vida de seu intérprete como uma declaração sobre si que se soma a muitas outras. Ao longo do artigo, percorro canções que descrevem ritos de passagem geográficos e simbólicos; canções que visam captar a essência de uma personagem; canções que, em conjunto, apontam para a coincidência de percepções acerca de um mesmo indivíduo.
Património Textual e Humanidades Digitais
Todos os textos deste livro foram submetidos ao parecer de uma comissão internacional de leitura, através do sistema de double-blind peer review. A Direcção do CIDEHUS agradece a todos os peritos desse comité e a todos os Autores e Coordenadores da obra a compreensão manifestada perante este esforço adicional. ÍNDICE )n Limine……………………………………………………………………………………………………….. 3 Arnaldo do Espírito Santo -O Viridarium de Francisco de Mendoça, S.J. Apresentação de uma obra injustamente esquecida……………………………………………. 11 Francisco A. Lourenço Vaz -A importância histórica dos manuscritos da Biblioteca de Évora -O Exemplo da Correspondência de Frei Manuel do Cenáculo ………………………. 25 João Paulo Silvestre -A Prosódia manuscrita da Biblioteca Pública de Évora (BPE-CXIII-2-26): um elo perdido da tradição lexicográfica portuguesa ……………………………. 57 Maria Filomena Gonçalves & Ana Paula Banza -Fontes de metalinguísticas para a história do português clássico -O caso das Reflexões sobre a Lingua Portugueza ……… 73 Maria Clara Paixão de Sousa -A Filologia Digital em Língua Portuguesa: alguns caminhos ………………………………………………………………………………………………………. 113 Paulo Quaresma -Análise linguística de documentos da BPE: uma abordagem informática …………………………………………………………………………………………………….
Belas Infiéis
A proposta do presente artigo é problematizar a tradução do pronome pessoal eu, e do consequente eu subjetivo, no romance autobiográfico Une Année Studieuse, de Anne Wiazemsky. Baseando-se na noção de “pacto autobiográfico” de Philippe Lejeune, alguns fatores que podem influenciar a construção desse eu são abordados.
Este é um ensaio, sinteticamente focado (sem desvios) no trabalho de Damásio sobre o "si autobiográfico". Naturalmente, que, na abordagem de Damásio, são excluídos os processos e dinâmicas sistémicas cognitivas orgânicas reflexivas, nas quais estão incluídos os níveis quântico e sub-quântico que lhes subjazem, em termos de suporte cognitivo à unidade sistémica (e respectiva não-localidade) que determina a identidade do organismo, de cada organismo. Contudo, sinaliza-se, como relevante para o pensamento sistémico, o facto de Damásio dessubstancializar a consciência (a entidade é o organismo), abordando o organismo como uma totalidade integrada, em que se destaca a noção de fronteira. Importa, ainda, relevar o "fundo de permanência" referido por Damásio, pela aproximação que pode ser feita, em termos (onto)sistémicos, aos campos quânticos de sustentabilidade que acompanham os respectivos organismos durante todo o seu "tempo" de existência, enquanto presenças e permanências auto-sustentadas. -//-Damásio considera que "aquilo" a que chamamos identidade e pessoalidade e que inclui elementos da nossa história organísmica, disponível desde o nascimento, ou aquela adquirida posteriormente, em permanente interface com o meio, no qual crescemos e aprendemos, baseia-se na memória autobiográfica, construída por cada organismo, ao longo dos seus anos de vida, segundo os seus próprios parâmetros e desenho internos 1 . 1 Damásio, O Sentimento de Si, p.367. O si autobiográfico, descritivamente acoplado à consciência alargada, tem uma base neuroanatómica (configurada durante o processo evolutivo pelos mecanismos orgânicos) que inclui um espaço imagético, em que imagens de todo o tipo, construídas a partir de padrões neurais, ocorrem explicitamente; e um espaço disposicional que contém a base do conhecimento e os mecanismos, através dos quais: as imagens podem ser construídas durante o recordar, os movimentos podem ser gerados e o processamento de imagens facilitado 2 . Ao contrário do espaço imagético, os conteúdos do espaço disposicional são implícitos. Ambos os espaços são apoiados por distintas bases neurais que correspondem, no caso do espaço imagético, a áreas de padrões neurais, activadas nos córtices límbicos e em núcleos subcorticais, e, no caso do espaço disposicional, a zonas de convergência, localizadas nos córtices de ordem superior, e em, igualmente, núcleos subcorticais 3 . Os registos que constituem o si autobiográfico, encontram-se dispersos por várias regiões e circuitos do cérebro, eficazmente coordenados por ligações neurais de modo a que os seus conteúdos possam ser rapidamente recordados sob a forma de conjuntos 4 . Podemos dizer que o si autobiográfico não existe substancialmente, é, antes, uma propriedade organísmica dinâmica e processual de activação e exibição, coordenadas entre si, da história de cada indivíduo e das suas ocasiões de pessoalidade 5 . Os conteúdos que configuram a identidade e pessoalidade de cada um de nós e que nos permitem afirmar que somos estes organismos e que estas são as nossas histórias, resultam de um processo físico, químico e eléctrico, trabalhado no e do ponto de vista de cada organismo que inclui as sombras do si nuclear, profundamente biológico, que acompanha a consciência nuclear, a qual corresponde a uma capacidade de apreensão pouco eficaz, por parte do organismo, no sentido em que o mesmo, apenas, consegue mapear o que ocorre no instante mais próximo do agora 6 , e que inclui, igualmente, o si autobiográfico, bastante mais complexo, acompanhado por uma capacidade de apreensão, igualmente mais complexa, a que Damásio chama consciência alargada, descrita com vários níveis de organização, tais como: a memória 2 op. cit. p. 253. 3 op. cit. pp. 254, 377. 4 op. cit. pp. 255, 256. 5 op. cit. pp. 259, 268. 6 op. cit. p. 139. convencional do espaço e tempo em que nos situamos, como referência ao que ocorre dentro e fora de nós 7 e a memória de trabalho, na qual são incluídos elementos como a atenção, a aprendizagem e a linguagem, e relacionados acontecimentos, factos, situações, escolhas e decisões 8 . Ao contrário da consciência nuclear, a consciência alargada permite o acesso a superfícies de interacção temporalmente mais expandidas, que relacionam, vantajosamente, em termos de decisão estratégica, o passado longínquo com o presente e o futuro distante, antecipado. Segundo Damásio, não é possível obter um rigor descritivo dos padrões neurais, nem das imagens mentais que lhes correspondem, no sentido em que os mesmos são baseados em modificações do organismo, quando este interage com objectos que lhe são exteriores. Cada objecto, em si mesmo, não é captado pelo cérebro, não existe tal coisa como uma percepção pura do objecto 9 . O que o cérebro capta e cartografa é a interacção organismo/objecto, as reacções e os ajustamentos que ocorrem durante o processo, e isto é tudo aquilo que é registado, em conjunto, no mecanismo memória 10 . O si autobiográfico tem, pois, uma base neural que remete, permanentemente, para o que acontece dentro e fora do organismo e que com este se relaciona, do seu ponto de vista. A produção de subjectividade é mapeada e reactivada momento a momento, o que significa que a identidade e pessoalidade é reconstruída, repetidamente, a partir da base neural. A ideia de uma autobiografia, localmente substancializada, não é descritivamente verificável, o que temos é uma sucessão de momentos em constante reelaboração. O fundo de permanência que acompanha a identidade e a pessoalidade envolve o trabalho das múltiplas regiões do cérebro, topograficamente organizadas. Este fundo torna possível ao organismo apreender-se como uma unidade, ou seja, uma coincidência permanente consigo mesmo a qual lhe permite responder com maior eficácia a problemas, postos pelo meio ambiente, que 7 op. cit. p. 175. 8 Damásio, O Erro de Descartes, pp. 201-211. 9 Damásio, O Sentimento de Si, p. 177. 10 op. cit. p. 365.
Revista de História, 2019
O artigo tem como foco textos de caráter autobiográfico publicados em Moçambique a partir de 2001, nos quais as relações entre memória e poder projetamse como uma aliança determinante na condução da história recente do país. Compreendendo a escrita como uma arena, os autores recolhem/selecionam/ produzem as lembranças do período da luta armada de libertação e propõem uma leitura em que a história é delineada por vozes que, mesmo procurando incorporar uma carga de subjetividade aos discursos que registram, confluem no esforço de consolidação da macronarrativa oficial.
Revista Ambivalências, 2016
O presente artigo é parte da análise dos resultados da pesquisa em andamento intitulada "(Auto)biografias e subjetividades: o outro de si mesmo na Esclerose Múltipla", na qual objetiva-se analisar, a partir dos conceitos tempo e memória, os processos de subjetivação das pessoas acometidas pela doença Esclerose Múltipla. A empiria da pesquisa são os discursos (auto)biográficos organizados em redes de Histórias de Vida, visibilizando-as como patrimônios culturais. Essas narrativas fazem parte de um acervo, também em construção, que se somará às mais de 16 mil Histórias de Vida do Museu da Pessoa. São entrevistas coletadas em situação de pesquisa e delas se produzirá um acervo de textos biográficos e material audiovisual. As análises desse artigo fazem parte da elaboração desse acervo e dos procedimentos metodológicos anteriores à elaboração desses textos biográficos. O artigo analisa duas narrativas (auto)biográficas, de um homem e de uma mulher, de 41 anos e 54 anos respectivamente, que vivem com os sintomas da Esclerose Múltipla, há cerca de 20 anos. Destaca-se os processos de singularização, a partir dos fluxos de agenciamentos coletivos de enunciação em que os narradores estão implicados. Essas análises evidenciam o desejo de ser lembrado, mas também o desejo de potência nas experiências com a doença que se apresenta degenerativa com potencial incapacitante. Desejos talhados em um presente com a doença, mas a partir do medo e da insegurança do tempo futuro, das sequelas que são imprevisíveis, que mobilizam tessituras de suas memórias dos passados seguros, anteriores à doença. Em um esforço para refutar o enunciado "superação", as análises apostam nas possíveis singularizações inventadas nas vidas ordinárias, nos processos de subjetivação engendrados nos fluxos dos enunciados mais traumáticos como pode ser um diagnóstico com o da Esclerose Múltipla.
Este artigo objetiva fazer uma leitura de algumas figuras do livro Voiles, de Jacques Derrida. As referências à vida marcam toda a retórica desse texto, avizinhando-se do autobiográfico ao comentar um texto supostamente autobiográfico (no caso, a narrativa Un ver à soie, de Hélène Cixous, também contida no livro), acentuando a possibilidade e a impossibilidade desse registro. As cenas que remontam à “verdade” da existência trazem à tona paradoxalmente o limite ficcional que as atravessa. Essa aporia é marcada tanto pela concepção quanto pela dramatização de que em todo texto “existe um segredo”. Porém, como está tematizado em Paixões, o segredo não é de ordem fenomenológica, ou mesmo psicanalítica; não é um fenômeno que possa ser desvendado nem que possa ser desmistificado pelo outro. Publicado na revista Em Tese, vol. 14, 2009.
Resumo: Nosso interesse se desenvolve em torno da escrita autobiográfica. Este trabalho levanta questões teóricas necessárias ao campo historiográfico acerca do " historiador de si mesmo " , termo cunhado por Pierre Nora quando fala de um processo " psicologização da memória ". Levamos em consideração em como o sujeito autobiógrafo articula enquanto elemento essencial á sua narrativa autobiográfica uma relação com a memória. Quando faz usos do passado, quando " escreve " a si mesmo do passado por sua narrativa, não deixa de manter uma relação com uma noção temporal ficcional na qual articula temporalmente suas experiências narrativas a ponto de se fazer compreensível diante de outros. A escrita autobiográfica está ponderada na relação como passado na experiência de narrar a própria experiência pela relação entre memória, um " si mesmo " e narrativa. Palavras-chave: autobiografia; memória; narrativa. Abstract: Our interest is developed around the autobiographical writing. This work raises theoretical questions necessary to historiography about the "historian of himself," a term coined by Pierre Nora when he speaks of a process "memory psychologizing." We take into account how the subject autobiographer articulated as an essential element to his autobiographical narrative a relationship with the memory. When you use the past, when "write" yourself from the past by his narrative, does not cease to maintain a relationship with a fictional temporal notion in which temporally articulates his narrative experiences about to make understandable before others. Autobiographical writing is weighted in relation to past experience to narrate their experience in the relationship between memory, one "himself" and narrative.
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, 2023
Universidade Federal do Ceará O objetivo deste artigo é discutir circuitos, suportes e identidades literárias, focando na identidade de escritor(a) de jovens artistas de Fortaleza (CE) cujo trabalho literário fazem circular em circuitos e suportes que esses(as) jovens produzem e publicizam, fazendo a literatura escorrer entre becos, ruas e bocas, para além do cânone escolar. Para tanto, utilizamo-nos de abordagem (auto)biográfica de modo a produzir a encenação de si de dois artistas de Fortaleza e sua relação com a literatura acentuando sua construção de si como escritor não legitimado pelas instâncias sociais oficiais. Os resultados mostram a maneira como os dois narradores dobram, desdobram e redobram o conceito de escritor/literatura a partir de uma relação intensa, amorosa, religiosa com a arte para além das instituições legitimadoras/mercadológicas da arte, produzindo e fazendo escorrer arte pela cidade. Como conclusão, percebemos que a literatura vive em seus fazeres, é viva e pulsante não como consumo apenas, mas como produção. Palavras-chave: Escritor. Pesquisa (auto)biográfica. Literaturas subterrâneas.
Acta Scientiarum. Language and Culture, 2008
RESUMO. Este artigo defende a hipótese de que o romance As horas nuas (1989), de Lygia Fagundes Telles, apresenta um sofisticado jogo auto-referencial da obra dentro da obra. As cenas em que Rosa, a protagonista, tenta escrever suas memórias, mas é consumida pelo alcoolismo, fortalecem as idéias de paródia e de descentramento estético, presentes nesse romance. Rosa narra e comenta a superficialidade de suas memórias até abandonar seu projeto de escrita, que pode ser lido como uma paródia das autobiografias. Essa hipótese será sustentada metodologicamente pelos conceitos pós-estruturalistas propostos por Jacques Derrida, que defende a escrita como jogo, remédio, veneno ou teatro, entre outros conceitos. A partir dos suplementos estéticos da encenação de Rosa, o leitor, preocupado com o "como" a obra foi construída, descobre novos roteiros desse romance que se autoquestiona no próprio desenrolar da narrativa. Ao final, interpreta-se o silêncio de Rosa como uma crítica à superficialidade e ao narcisismo do gênero autobiográfico.
ESCRITA DE SI, MEMÓRIA DOS OUTROS: NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA EM SALOMÃO ALVES DE MOURA BRASIL., 2014
RESUMO Salomão Alves de Moura Brasil nasceu na cidade de Jaguaribe-Ce, mas constitui desde a infância sua história em Aracoiaba-Ce. Foi político, professor e advogado, reconhecido como educador ilustre e intelectual da cidade recebe a intitulação de "Papa da educação de Aracoiaba do Maciço de Baturité" em 1990. Vem a óbito em 18 de maio de 2009. Salomão narrado é o eu da história, é o ato do ato, pois protagoniza no espaço vida de maneira que o possibilita atuar no espaço papel. Sua obra autobiográfica "O Menino Que Disse SIM" nos levou buscar problemas e compreender o olhar de Salomão sobre si mesmo assim como acerca do espaço que atuou politicamente durante sua vida. A proposta central deste trabalho se estabelece em torno da análise e compreensão de como Salomão utiliza e articula suas memórias em função de uma auto-representação narrativa em seus trabalhos de escrita de si. Palavras-Chave: escrita de si, memória, autobiografia, narrativa. RESUMEN Salomão Alves de Moura Brasil Jaguaribe-Ce, pero es su historia desde la infancia en Aracoiaba-Ce. Fue un político, abogado y maestro, admitido como educador e intelectual ilustre ciudad recibe la titularidad de la ""Papa da educação de Aracoiaba do Maciço de Baturité". Ven murió el 18 de mayo de 2009. Salomão me está narrada la historia, es el acto del acto, lleva a la vida en el espacio, por lo que la ley permite el espacio papel. Su obra autobiográfica "O Menino Que Disse SIM" nos hizo buscar y entender los problemas de Salomão buscar en sí mismo, así como por el espacio que sirvió durante su vida política. El propósito de este trabajo se establece en torno al análisis y la comprensión de cómo Salomão usa y articula su memoria debido a una representación propia narrativa en la obra de la escritura misma. Palabras-clave: escritura libre, memoria, autobiografía, narrativa.
Educação e Filosofia, 2015
This paper investigates representations of manners of being deaf, circulating in narratives produced in Brazilian Sign Language (Libras), by academics of the Course Letters-Libras, from classes started in 2008. This study is linked to Cultural Studies in Education and Deaf Studies, which problematize the power relations involved in the construction of cultural meanings. Thus, the videos produced by these academics are understood as cultural artifacts, which are constituted as a cultural resource in a territory and claims of cultural codes negotiations. Based on research by one of the authors of this article, entitled Representations in the Deaf Literature: production of the deaf difference in Languages-Libras Course (POKORSKI, 2014), this article examines manners of being deaf, present in nine (9) narratives that analyze deaf experiences. Finally, the representations show cultural practices historically exclusionary; however, emphasize the sign language and the deaf community as recovery marks of their difference.
Revista Iberic@l, 2021
Numéro 19-Printemps 2021 ou a apêndices de uma tradição, caduca, mas que ainda demonstra vigor suficiente para sobreviver, canonizada. Encobertos pelos discursos identitários, o sexo e a sexualidade, afinal, nesses tempos de tanto vigor conservador, parecem ter sido relegados a um segundo plano, em detrimento de identidades ainda necessariamente fixas, ainda urgentemente fixas 4 , apesar de toda literatura nascida e gestada pelo desejo, pelo sexo e pela sexualidade, desde o Cântico dos Cânticos, o Kama Sutra, Satiricon ou o Decameron. Neste dossiê, Iberic@l apresenta um panorama de reflexões necessárias e urgentes, com valiosas recuperações de obras esquecidas e/ou silenciadas, com três contribuições que discutem a autoria, a representação e a sociabilidade lésbica no contexto português e brasileiro, duas que discutem masculinidades dissidentes no contexto brasileiro e argentino, e uma que recupera autobiografias de autores brasileiros trans. Em Por tierras de Portugal com Carmen e Ramón: negociações transibéricas de género 8 Anna M. Klobucka Numéro 19-Printemps 2021 um espaço significativo nas narrativas globais sobre o Modernismo nacional ou transnacional produzidas em Portugal. Sobretudo no que diz respeito aos intercâmbios culturais transnacionais, a esfera das experiências e relações além-fronteiras protagonizadas por mulheres (portuguesas fora de Portugal e estrangeiras em Portugal) encontra-se ainda quase inteiramente por explorar de forma aprofundada e sistemática, de forma comparável às excavações das relações de Unamuno ou Gómez de la Serna com o campo literário e cultural português ou da residência de Almada Negreiros em Madrid 4 .
Resumo: O texto que ora exponho tem como pretensão apresentar o processo metodológico desenvolvido na pesquisa de mestrado intitulada, Narrativas autobiográficas de escritoras de Alagoinhas: Processos de (auto)formação e (re)significação. Este estudo foi desenvolvido na perspectiva da pesquisaação e do mé todo (auto)biográfico para a coleta e análise de dados. Para tanto, nos inspiramos, em parte, no projeto desenvolvido pela pesquisadora Christine DeloryMomberger (2006), com os ateliês autobiográficos, que podem ser entendido como um espaço de formabilidade onde se “registram a ‘história de vida’ em uma dimensão prospectiva, unindo as três dimensões da temporalidade, e visa a dar as bases para o futuro do sujeito e fazer emergir seu projeto pessoal” (DELORY, 2006, p. 99). Assim, colhemos os escritos autobiográficos, produzidos nos ateliês autobiográficos, das escritoras de Alagoinhas, Luzia Senna e Margarida Souza, que participaram desta pesquisa, bem como fizemos as entrevistas narrativas
Psicologia USP, 2003
O objetivo deste ensaio é refletir sobre o uso das variadas modalidades de narrativas de si nos estudos da subjetividade. O escrito autobiográfico é privilegiado como espaço de construção subjetiva. Teóricos como Lejeune, Gusdorf, Miraux e Howarth são convocados à discussão sobre questões conceituais e metodológicas ligadas às vicissitudes das histórias de vida. Com essa finalidade, discorrer-se-á sobre alguns aspectos da delimitação do campo (auto)biográfico, especialmente no que tange a sua contextualização na modernidade. Em seguida, serão discutidos aspectos da escrita de si no terreno complexo da pesquisa em Psicanálise.
Este artigo realiza uma discussão em torno da escrita de si, tal como é apresentada em Michel Foucault, e da autobiografia, conforme é apontado por Philippe Lejeune, buscando evidenciar suas aproximações, limites e conflitos conceituais no que concerne às pesquisas autobiográficas na modernidade. Realiza-se então uma discussão em torno da Escrita de Si em seu aspecto mais geral e a seguir em seus aspectos mais específicos, que seja a sua concepção no universo greco-romano e no universo cristão. Em seguida apontamos para uma reflexão sobre a autobiografia na modernidade, evidenciando suas conceituações e características. Para então apontarmos para uma leitura particular a respeito da relação estabelecida entre a escrita de si e a autobiografia. De modo que o artigo interrompe as discussões apontando para os equívocos e os riscos em se aproximar em uma modernidade, a perspectiva de Escrita de Si de Foucault da abordagem de Autobiografia de Lejeune.
Resumo: Este artigo propõe apresentar uma reflexão em torno do manuscrito de natureza autobiográfica, deixado como espólio, de Abel/Adelaide Herculine Barbin (1838-1868), indivíduo de condição hermafrodita que se suicidou aos trinta anos de idade, no intuito de apontar nele características suficientes para se pensar em estudos comparados tanto na literatura como na história. Seguiremos a trilha do texto de Barbin considerando-o como um documento autobiográfico no qual se configuram e se preservam representações literárias e testemunhais de uma época e de uma condição humana que beira o extraordinário. O empreendimento aqui será no esforço de estabelecer característica do manuscrito de Barbin suficientes para se pensar uma ficcionalização de si. Palavras-chaves: Autobiografia; Herculine Barbin; hermafroditos. É no esteio da produção inacabada da coletânea História da Sexualidade que encontramos o interesse de Michel Foucault pelo "Diário" de Adelaide / Abel Herculine Barbin...
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