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2002, MANA
A diversidade de experiências históricas na tentativa de adoção do modelo ocidental de Estado-nação pelo mundo não-europeu tornou-se tema recorrente no campo das ciências sociais. O que nem sempre tem recebido a devida atenção é a complexidade dos efeitos desse processo de construção nacional no domínio lingüístico. Ainda que a língua tenha sido considerada um dos principais atributos de definição da nação, pouco se tem discutido sobre sua condição enquanto produto de um processo político que implica escolhas e reelaborações diversas de grande impacto sociocultural. O dilema lingüístico vivenciado recentemente em Cabo Verde, os discursos sobre ele elaborados e as propostas que os acompanham, bem como sua repercussão na sociedade cabo-verdiana, conformam o objeto deste artigo. A análise dessas questões, além de lançar um novo olhar sobre o processo de construção nacional em Cabo Verde, busca contribuir para a discussão mais ampla sobre a interação dos domínios da língua e do poder.
Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), 2022
Esta publicação integra a Série E-books ABRALIC, que consiste na organização de textos selecionados por organizadores dos simpósios que aconteceram durante o XV Encontro Nacional e o XV Congresso Internacional desta associação, em 2016 e 2017, respectivamente. A série conta com vinte e duas obras disponibilizadas no site da associação. É permitida a reprodução dos textos e dos dados, desde que citada a fonte. Consulte as demais publicações em: http://www.abralic.org.br SUMÁRIO APRESENTAÇÃO -p. 6 O SACRIFÍCIO EM DO MUNDO NADA SE LEVA E A MULHER FAZ O HOMEM, DE FRANK CAPRA -p. 165 Charles Albuquerque Ponte; Pedro Felipe Martins Pone Desescritas e Desleituras Contemporâneas e o jogo do texto: O autor e o leitor nas suas práticas na contemporaneidade 15 fica o nosso desejo de que a leitura desse volume seja tão prazerosa e estimulante como foi para nós o processo de organização desse volume. RESISTE UERJ!!! Série E-book | ABRALIC RESUMO: O presente trabalho visa compreender o processo de reescrita e a consequente construção do cânone doméstico da autora Angela Carter para o público brasileiro, através da an{lise da tradução dos contos ‚O Sr. Lyon faz a corte‛ e ‚A noiva do tigre‛, presentes na obra A c}mara sangrenta e outras histórias, de Angela Carter e traduzidos por Adriana Lisboa, em comparação a tradução dos mesmos -‚A corte do Sr. Lyon‛ e ‚A noiva do tigre‛ -, traduzidos por Carlos Nougué, presentes na obra, intitulada nessa edição como O quarto de Barba-Azul. Para tal, utilizaremos como base o conceito de reescritura de Lefevere (2007), bem como o conceito de cânone doméstico de Venuti (2002), os quais possibilitam compreender como as escolhas tradutórias reescrevem o Outro.
TRADUÇÃO EM REVISTA, 2016
Na última década o debate sobre a “internacionalização da língua portuguesa” tem ocupado espaço crescente na mídia, na academia, nas instâncias do Estado brasileiro e, além-fronteiras, em outros estados nacionais nos quais se fala essa língua, sendo inclusive assunto central de encontros de órgãos internacionais como a CPLP. Neste trabalho, abordamos esta questão por um ângulo específico: os efeitos produzidos sobre o imaginário de língua nacional pelo imaginário de “internacionalização da língua” quando referidos a um espaço de fronteira. Especificamente, analisamos o projeto de lei 065/2005 apresentado à Câmara Legislativa do Município de Foz de Iguaçu que propõe alterar a grafia do nome da cidade substituindo o ç por ss. O referido projeto provocou um alvoroço na cidade, dando lugar a audiência pública e a debates nos jornais locais, onde se confrontavam posições a favor e contra a alteração da grafia. Finalmente, foi aprovado pela Câmara em 19 de outubro de 2005 e posteriormente vetado pelo prefeito em 14 de novembro do mesmo ano (veto mantido em nova votação da Câmara) com base em uma consulta popular informal. Nossa análise se debruça sobre um corpus de documentos legislativos e matérias jornalísticas. Origem tupi da denominação, mudança nos acordos ortográficos sobre Língua Portuguesa, inserção internacional da língua e da cidade na internet, memória histórica do município e projeção imaginária da identidade local são alguns dos sentidos que se cruzam, articulam e confrontam nos processos de identificação que significam discursivamente tanto a língua quanto seus falantes.
Alfa : Revista de Linguística (São José do Rio Preto), 2012
Recebido em julho de 2011. Aprovado em novembro de 2011.
2018
This article aims to reflect on the processes of subjectivation and objectivation through discursive practices of high school students in the border region, Cáceres, Brazil-San Matias, Bolivia, of the State School 12 de Outubro, regarding the Portuguese Language. For this, we take the studies of Discourse Analysis of enunciative basis, proposed by Maingueneau (2008), we mobilize concepts like interdiscourse, discursive space, as well as the concepts of mother language and national language of Maria Onice Payer (2006) and the transnational language of Zoopi Fontana (2001). In this theoretical way, we take as a landmark the process of globalization in Latin America, specifically, the Southern Common Market-MERCOSUL (1991) event that affects the subject / language relationship at the frontier, producing effects mainly in the Portuguese language, instituting it, permeated by the political, as a capitalization language.
Entretextos, 2011
RESUMO: Neste artigo, temos por objetivo discutir sob os aportes da AD francesa os discursos constitutivos em torno da língua materna da Gramática Normativa e da Linguística como relações de saber/poder envolvidos em jogos de verdade que buscam se firmar na ordem do discurso, ora se contrapondo ora se imbricando. Nesse sentido, tomamos como corpus de análise gramáticas normativas e textos representativos do discurso linguístico, como a gramática descritiva e manuais didáticos de linguística. No entanto, em determinado momento histórico a gramática busca fundamentar o seu dizer com o respaldo da ciência para lhe conferir um saber/poder sobre a língua.
A Deus, pela inspiração durante este período. À professora Rosana Marins, pela sua orientação e incentivo.
Isso [mudar a estrutura] significa pensar no poder de outra maneira. Significa dissociá-lo do prestígio público. Significa pensar de forma colaborativa, pensar no poder dos seguidores, não apenas dos líderes. Significa, mais que tudo, pensar no poder como um atributo ou mesmo como um verbo, não como posse. (BEARD, 2018, p. 93) Entre haitianos e venezuelanos em situação de migração forçada no Brasil, alunos de um curso de português como língua de acolhimento (doravante PLAc) da Universidade Federal da Grande Dourados, na cidade de Dourados, no estado de Mato Grosso do Sul (MS), identificamos um conjunto de crenças sobre o "português escrito" e o "português falado", que parece remeter não apenas à tradicional contraposição entre o português padrão/formal e suas variantes, mas também às diferenças de status social entre a "língua dos pobres" e a "língua dos ricos", ou entre a dos migrantes e a "dos brasileiros"-em última instância, entre a dos que têm ou não o poder. Conforme mostram os depoimentos de uma aluna do último ano da Licenciatura em Letras, na universidade mencionada, e de outra recém-egressa, que assumiram o papel de professoras voluntárias de PLAc, as crenças e visões sobre a língua portuguesa desses alunos imigrantes (muitos deles refugiados) estão pautadas em uma ideologia de correção linguística (tradicional, escolarizada), segundo a qual o português correto é o português escrito, relacionado à língua formal e que os remetem às línguas de maior prestígio em seus países de origem. Essas crenças, por vezes, sobrepõem-se a
Tradterm, 2017
www.usp.br/tradterm uma periferia, para o verbo "poder", que representa capacidade e a oportunidade de realizar algo.
Ideação, 2008
Neste texto procuro relacionar as situações políticas nacionais com as atitudes dos letrados brasileiros em relação à diferenças linguísticas. Surpreendentemente, parece haver uma constante oscilação da cidade letrada: quando vivemos situações políticas de estado de direito, com a distribuição do exercício do poder que chama para seus quadros o mundo letrado, há um acirramento do preconceito linguístico; quando vivemos estados de exceção, ao contrário, os letrados aproximamse do povo e de seus modos de falar.
Parem de podar as minhas folhas e tirar a minha enxada Basta de afogar as minhas crenças e torar minha raiz. Cessem de arrancar os meus pulmões e sufocar minha razão Chega de matar minhas cantigas e calar a minha voz. Não se seca a raiz de quem tem sementes Espalhadas pela terra pra brotar (Eliane Potiguara. Oração pela Libertação dos Povos Indigenas, 2005) I -Introdução: Pensar a relação entre língua e poder em qualquer território geográfico hoje em dia, consiste em antes de mais, colaborar para análises sociais sobre o imperialismo vigente no mundo sem priorizar unicamente os factores estructurais em detrimento dos factores superestruturais, como muitos analistas têm vindo a sublinhar. Têm sido os factores económicos os principais fundamentos das análises realizadas durante todo século XX, ou seja, desde Lenin (O imperialismo, estado supremo do capitalismo, 1917) até Pierre Jalée, (O imperialismo em 1970), como reclamou Calvet 1 em sua análise sobre o processo colonial a nível lingüístico. Não obstante, não intento aqui dizer que a importância conferida à economia não tenha valor relevante, mas sim atentar para o facto de que, ao invisibilizar os factores superestructurais, tais análises perdem o "vínculo orgânico" (Portelli,1972) que liga estructura com superestructura, ou seja, o bloco histórico. Assim, são análises que acabam por retratar como uma câmera fotográfica o faz, o momento de uma sociedade, e que não deixam espaço para compreensões da formação histórica dessa estructura nas relações sociais, ou nas superestructuras, como mostrou e demonstrou a célebre obra de Gramsci, Cadernos do Cárcere (1966). A linguagem é um campo privilegiado de análise para acesso a esse "vínculo orgânico" porque tem validade psicológica, cognitiva, cultural nas traduções das formações de terreno onde os homens movem-se, adquirem consciência de suas posições, reconhecem-se, lutam, transformam-se, e também submetem-se, paralisam-se, 1 Jean-Louis Calvet: "O Processo Colonial a Nível Linguístico" In Internet, 2010.
Diacrítica
Este estudo propõe ampliar a discussão teórica sobre referenciação, analisando artigos de opinião que tratam de temas associados à violência, publicados na mídia em Portugal e no Brasil. Na perspectiva teórica, serão discutidos tópicos referentes à correferencialidade e à inferencialidade necessárias para a identificação dos objetos de discurso, seguindo o aporte teórico da Linguística de Texto e de outras pesquisas com viés textual-discursivo, como Fonseca (1992), Fuchs (1992), Apotheloz e Reichler-Béguelin (1995), Koch e Marcuschi (1998), Mondada e Dubois (2003), Cornish (2011) Maalej (2011), Pecorari (2015), Cabral e Santos (2016), entre outros. Convocamos igualmente alguns pressupostos sobre argumentação, alicerçando a reflexão nos estudos de Ducrot (1988), Charaudeau (2008) e Amossy (2008, 2009). Visa-se descrever o comportamento das anáforas como marcadores axiológicos da condução argumentativa dos textos com temática política, polarizando a complexa rede de poder. Pretendemos...
Gragoatá, 2019
Resenha de: BUTLER, J; SPIVAK, G. C. Quem canta o Estado-nação? Língua, política, pertencimento. Tradução de Vanderley J. Zacchi e Sandra Goulart Almeida. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2018.
Revista de Italianística, 2009
Neste artigo demonstramos o grande poder exercido pela língua, uma vez que ela, através de diálogos ou textos didáticos usados no ensino de uma língua estrangeira, pode ocultar ou explicitar a realidade, menosprezar ou prestigiar aqueles aos quais se dirige, sendo, assim, um instrumento de poder. Por isso, o professor deverá preocupar-se em ter uma visão crítica sobre o conteúdo que está sendo transmitido. Segundo Orlandi (1987), o discurso pedagógico, ou seja, o processo discursivo que se estabelece na sala de aula entre o leitor eo texto de língua estrangeira e sua interpretação, determina o “clima em sala de aula”, as leituras dos textos, as falas e suas circunstâncias. Concordamos com Orlandi quando afirma que o discurso pedagógico aparece como discurso de poder. Esse trabalho se baseia nos estudos de vários pesquisadores de universidades brasileiras, que contribuíram para a compreensão do discurso pedagógico como parte de uma teoria de construção do conhecimento.
Porto Arte , 2020
Como podemos pensar um insconsciente institucional, hoje?; e o que ele nos diz das práticas menores que uma instituição pode abarcar? Pensamos, com esse artigo, que o movimento de instituição e destituição a partir de um inconsciente menor institucional tem mais a ver com um procedimento de passagens, que modifica e arrasta a instituição em direção a um fora. A subjetividade é matéria, é agenciada nesse arrasto, e com os pés no chão, é possível produzir singularidades por contágio e vizinhança. Apontamos como uma saúde menor pode dar passagem a movimentos instituintes, como ela também elabora uma processualidade estética (reconceitualizando afetos na e da arte), e como se pode cartografar seus circuitos, que sempre escapam a intentos de representação. How can we think about an institutional unconscious today? And what does it tell us about the minor practices that an institution can embrace? The movement of institution and destitution from a institutional minor unconscious has more to do with a procedure of making-passage, which in itself modifies and drags the institution towards an outside. Subjectivity is matter, it is rear- ranged in this dragging out, and with your feet on the ground, it is possible to produce singularities through contagion and neighbouring. We point out how a minor health can give way to instituting movements, how it also elaborates a processual aesthetics (reconceptualizing affections in and of art), and how one can map out its circuits, which always escape the intent of representation.
" A senhora pode notar — disse o Dr. Johnson com um sorriso de pugilista — que eu sou bem educado a ponto de ser escrupuloso até no supérfluo. " Qualquer que fosse o grau de adaptação do Dr. Johnson à nova moda das camisas brancas ultralimpas de seu tempo, é certo que ele tinha plena consciência das crescentes exigências sociais no que respeitava à representação visual. A impressão por meio dos tipos móveis foi a primeira mecanização de um artesanato complexo, tornando-se o arquiteto de todas as mecanizações subseqüentes. De Rabelais a More, a Mill e a Morris, a explosão tipográfica estendeu as mentes e as vozes dos homens para reconstituir o diálogo humano numa escala mundial que atravessou os séculos. Encarada simplesmente como um armazenamento da informação, ou como um meio de rápida recuperação do conhecimento, a tipografia acabou com o paroquialismo e com o tribalismo, tanto psíquica quanto socialmente, tanto no espaço como no tempo. Nos primeiros dois séculos, a impressão por tipos móveis foi muito mais motivada pelo desejo de ver os livros antigos e medievais do que pela necessidade de ler e escrever livros novos. Até 1700, mais de 50 por cento de todos os livros impressos eram clássicos ou medievais. Ao primeiro público leitor de obras impressas foram oferecidos livros não apenas na Antiguidade como também da Idade Média. E os livros medievais eram, de longe, os mais populares. Pág 195 Como qualquer outra extensão do homem, a tipografia provocou conseqüências psíquicas e sociais que logo alteraram os limites e padrões de cultura. Fundindo — ou confundindo, como diriam alguns — os mundos clássico e medieval, o livro impresso criou um terceiro mundo. o moderno, que agora ingressa numa nova era de tecnologia elétrica — uma nova extensão do homem. Os meios elétricos de transmissão da informação estão alterando a nossa cultura tipográfica tão nitidamente quanto a impressão modificou o manuscrito
Este artigo aborda o passado multi-linguístico do Brasil colonial e imperial e as políticas glotocidas dos colonizadores e das autoridades lusitanas. Discute as contribuições das línguas gerais, sobretudo de raízes tupi-guaranis e africanas, na formação do padrão culto e popular do português nacional. Analisa sinteticamente a proposta de construção, após a Independência, de uma língua nacional unitária. Reflete sobre a sacralização do padrão culto do português falado e escrito pelas elites e a discriminação dos padrões populares como forma de controle das chamadas classes subalternas. Defende a legalização, dicionarização e gramaticalização das variantes populares como reconhecimento da produção cultural e dos direitos democráticos populares, propondo que tal ação fortaleceria e não enfraqueceria o unitarismo lingüístico e político nacional.
Revista de Estudos da Linguagem, 1998
The present article analyses the linguistic ideology of Lima Barreto's fiction and literary criticism, through a metalinguistic discourse. In fact the linguistic perspective reveals the powerful dimension of the language, and Lima Barreto makes use of this power in order to fight against social and linguistic prejudice. Adopting both the Discourse Analysis and Linguistic Historiography methodologies, this article is concerned with academic style, linguistic purism and grammatical preciosity in the premodernist language.
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