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Sequência Didática: possibilidades no ensino de Estatística

O grande volume de informações presente na sociedade contemporânea confere à educação a responsabilidade por desenvolver habilidades para tratá-las adequadamente, o que por si só justifica a presença de conceitos de Probabilidade e Estatística em todos os níveis de ensino, com o objetivo de possibilitar a representação e análise de dados e compreender fenômenos que envolvem variabilidade e incertezas, de modo a predizer comportamentos e inferir resultados. Embora pareça clara a relevância dessas habilidades, o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF), divulgado em 2009, revela uma realidade preocupante. Considerando quatro níveis de desenvolvimento, esse indicador aponta que apenas 25% da população brasileira é capaz de resolver problemas que envolvem percentuais, proporções e cálculo de área, e de interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos, características do nível de alfabetização plena (IPM, 2009). Esses pressupostos nos levaram a investigar as possibilidades de uma sequência didática para o tratamento da Estatística no Ensino Fundamental, visando a proporcionar situações favoráveis à percepção e apreensão das ideias, estruturas e habilidades abordadas por esta área do conhecimento. Não obstante a teoria das sequências didáticas sofra críticas, em sua maioria amparadas na conjectura de que ela pode engessar o ensino, sobretudo o de Estatística, haja vista o pressuposto de um modelo demarcado e que não se ajusta à realidade de sala de aula, entendemos que a ordenação articulada das atividades pode ser o elemento diferenciador nas questões metodológicas e didáticas (ZABALA, 1998), uma vez que possibilita a vinculação entre estruturação, implementação e reflexão no decorrer das ações pedagógicas, constituindo um referencial norteador para as atividades em sala de aula, sem necessariamente caracterizar um modelo rígido e/ou meticulosamente delineado. Na busca de evidenciar as características que aperfeiçoam esta opção metodológica e sistematizando nossas ideias trazemos para o presente trabalho uma 1 ESTEVAM, E. J. G.; FÜRKOTTER, M. Sequência Didática: possibilidades no ensino de Estatística. In: RIBEIRO, A. I. M.; VIOTTO FILHO, I. A. T; FÜRKOTTER, M.; LEITE, Y. U. F. (Orgs.). Educação Contemporânea: caminhos, obstáculos e travessias. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. p. 121-141.