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Etnicidade em Assentamentos do Rio Grande do Sul

Abstract

De forma homóloga à realidade geral da sociedade brasileira, por meio de um diagnóstico de sistemas de produção, realizado na safra 2004/2005, para uma amostra de 13% da população total, observamos, nos assentamentos do Rio Grande do Sul, um diferencial de renda (neste caso, agrícola) entre brancos e não brancos. A discussão desse resultado permitiu perceber que o processo de dominação simbólica (o racismo) na reforma agrária se dá pela construção de um tipo-ideal de assentado (o colono de origem europeia), tendendo a promover a desmoralização, individual e coletiva, dos chamados "brasileiros"-mais voltados a uma economia de aprovisionamento-, seja pelo efeito de destino que engendra entre os estigmatizados, ou mesmo na própria (não)ação dos agentes de desenvolvimento. Tal situação nos proporcionou desenvolver uma discussão voltada à análise das contradições de políticas públicas universalistas que ignoram o viés étnico. PALAVRAS-CHAVE: Racismo. Reforma agrária. Renda agrícola ABSTRACT: From an homologous form to the brasilian society general reality, using a production systems diagnostic, in the 2004/2005 harvest, for a sample of 13% from the total population, we observed in the Rio Grande do Sul settlements, a differential income (in this case, agricultural) between white and non-white people. The discussion results has permitted to perceive that the simbolic domination process (the racism) in agrary reform works by means of a settled ideal-type construction (the european origin farmer), tending to promote the desmoralization, individual and coletive, of the called "brazilians"-more inclined to an provisioning economy-, as the destiny effect that engender among the stigmatizated, even in the same (non) action of the development agents. Such situation has proportioned to develop a discussion turned to analysis of the universalistic public policy contraditions that has ignored the ethnic bias.