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2018, Biodiversidade Brasileira
Poucos temas despertam tanto conflito de opiniões na arena ambiental quanto a caça. Existem inúmeras formas de caça em um gradiente difuso de interesses, métodos, efeitos sociais e ambientais, graus de formalização e graus de aceitação social. O debate moderno sobre a caça, inclusive no Brasil, concentra-se em questões morais, porém questões ambientais e sociais também são relevantes. Uma reflexão sobre a caça passa pela superação das formas ambíguas como a biodiversidade e os animais são representados nas sociedades modernas. Tratando-se de um tema recentemente incorporado ao domínio ético é um campo ainda em construção sobre o qual não existe uma moral consolidada. Neste artigo, argumento que (1) existe uma grande diversidade de matizes de relacionamento entre humanos e animais e de motivações para estes relacionamentos em sociedades modernas, de tal forma que o conceito de caça precisa sempre fazer referência a um contexto explícito; (2) os argumentos e juízos a favor ou contra determinados tipos de caça incluem contradições e conflitos com aqueles usados em outras questões ambientais; (3) o tratamento superficial do tema e a falta de consenso resultam frequentemente em posicionamentos e decisões inadequadamente embasados; (4) a construção social moderna dominante é condicionada pelo modo de vida urbano, que se caracteriza pelo afastamento ou até alienação dos contatos de primeira mão com ambientes e espécies silvestres e enfatiza a noção de crueldade; (5) que todas as formas de caça apresentam desafios e oportunidades de satisfação de interesses sociais e de contribuição ou ameaça para a conservação da biodiversidade, de tal forma não é possível julgar a priori qualquer tipo de caça como em si mesma conservacionista ou degradadora.
patrimonio.pt, 2022
Publicar e esconder ou o jogo da caça ao livro Para que serve a publicação? A pergunta é muito vaga e pode ser respondida segundo muitas perspectivas e de muitas maneiras. Aliás, pode imediatamente suscitar outra pergunta: o que é uma publicação? Ou, de outra forma, que publicações estão em causa? Por isso, vou precisar o contexto em que surge a minha questão. Em primeiro lugar, estou a pensar naquele produto de determinadas actividades académicas e profissionais que supostamente tem como objectivo tornar público e divulgar essas mesmas actividades. Tradicionalmente, conforme as áreas do conhecimento, corresponde, antes de mais, a artigos (Ciências) e livros (Humanidades), especialmente dedicados aos pares e a todos os que têm profundo interesse nos assuntos, e, num segundo momento, a obras ditas de divulgação, com características e destinatários muito diversificados. Em segundo lugar, estou a pensar nas publicações de instituições ligadas ao Património Cultural que têm como principais objectivos a salvaguarda, o estudo e a valorização desse mesmo Património, sendo a edição uma actividade marginal. Nas editoras comerciais, um dos objectivos imediatos é, certamente, o lucro, no mínimo o que permite manter a actividade, mas mesmo nestes casos, como é especialmente evidente no gosto que move alguns, é de supor que há subjacente uma intenção de tornar público, de disseminar, de partilhar as obras publicadas e o que a elas está associado ou delas deriva. Numa instituição pública com responsabilidades na gestão do Património, parece-me que
Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia, 2019
Resenha: NEVES, Barbara Coelho. Inclusão digital na Educação: ciborgues, hackers e políticas públicas. Curitiba: Editora CRV, 2019. Prefácio.
Setembro 2016 4 4 T E C N O L O G I A om o avanço tecnológico, os dispositivos móveis são ferramentas úteis para atividades que vão do trabalho ao entretenimento. Entre as múltiplas funções desses aparelhos, as grandes companhias não poderiam deixar de explorar o nicho dos games para celulares. Uma iniciativa dessa natureza alcançou popularidade inesperada com o lançamento do jogo Pokémon Go, uma parceria entre as empresas Nintendo, Pokémon Co. e Niantic. O game toma como base o desenho animado japonês Pokémon (Poketto Monsuta, literalmente "monstros de bolso"), em que o protagonista decide sair de casa para capturar criaturas com poderes especiais e se tornar um treinador renomado. Similarmente, após o lançamento do jogo, em menos de uma semana, milhares de crianças, jovens e adultos saíam às ruas a fi m de capturar e treinar seus pokémons.
A Organização Mundial da Saúde, em relatório publicado no ano de 2015 1 referente a períodos anteriores, apresentou dados que atestam ser o Brasil o país líder da América do Sul em números de acidentes de trânsito. Só no ano de 2013 mais de quarenta mil pessoas faleceram nas vias públicas brasileiras vitimadas por desastres veiculares. Foram inúmeros os fatores apresentados no documento como causas de tais acidentes, aparecendo, dentre eles, a infeliz ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir. O legislador, na tentativa de oferecer resposta para os dados divulgados pelos estudos empíricos, atuou no sentido de promover sucessivas mudanças textuais para incrementar o rigor da lei com os motoristas alcoolizados. Em tal sentido, a normativa de trânsito foi sendo gradualmente convertida de uma lei não tão seca para uma lei cada vez mais seca. Destacaram-se, aí, as modificações colocadas no Código de Trânsito Brasileiro-CTB nos anos de 2008 e de 2012. As mudanças legislativas mencionadas ressaltaram o rigor na tipificação de condutas e na apuração de ilícitos ligados ao tema da direção sob efeito de álcool. Não apenas os tipos penais foram incrementados, mas também as infrações administrativas. E são estas infrações e a sua apuração que correspondem à abordagem central do presente escrito. O CTB, como consequência do novo, atualmente tipifica como infração administrativa gravíssima o ato de dirigir sob a influência de álcool, lhe direcionando a penalidade de multa no valor de dez vezes e a suspensão do direito de dirigir por doze meses, bem como as medidas administrativas de recolhimento do documento de habilitação e de retenção do veículo. Ainda no âmbito administrativo, segundo expõe o CTB, qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades apresentadas. E, no intuito de aferir tal fato, a legislação atesta que não apenas o bafômetro é meio idôneo, como também imagens, vídeos, a constatação de sinais que indiquem alteração da capacidade psicomotora ou a produção de quaisquer outras provas em direito admitidas. Como bem se pode notar, a política atual parece ser de tolerância zero! Dentre tantas mudanças escritas pelo legislador, uma em especial foi alvo de críticas reiteradas. A partir dela, a normativa passou a determinar que o condutor que se recusar a se submeter a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita 1 O relatório em questão pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico:
Caçando os devoradores. Agência, "meninas indígenas" e enquadramento neocolonial resumo Este artigo é resultado de uma pesquisa antropológica sobre gênero e territórios de fronteira conduzida desde 2010 na Amazônia brasileira. Aqui me aproximo da violência através de uma análise das relações entre "indígenas" e "brancos" no enquadramento da construção de uma cidade amazônica, como expressões de políticas corporais (neo)coloniais. Focando na perspectiva de mulheres indígenas que habitam a cidade, presto atenção a seus envolvimentos conjugais, sexuais e econômicos com o "mundo dos brancos" (incluídos os corpos, a cidade e o Estado). Estes envolvimentos são entendidos em termos de agenciamentos indígenas e generificados: a capacidade dessas jovens de lidar com, resistir, sofrer e se apropriar dos bens, dos presentes e dos corpos do projeto colonial. palavras-chave Gênero, sexualidade, violência, exploração sexual, Amazônia, fronteiras.
Revista Dialogos, 2012
A crise econômica iniciada em 2008 agrava a situação da juventude como grupo vulnerável. A geração mais escolarizada e preparada enfrenta o desemprego e a pobreza desiludindo-se ante a escola como elevador social, no momento em que a população mundial, inclusive a do Brasil, envelhece. Desvanecidas as esperanças, a educação escolar perde vários esteios, prenunciando a necessidade de profundas mudanças. Nesse sentido, cabe uma perspectiva da educação como um todo, em vez da visão da escola nos termos da modernidade.
Cadernos do CEOM/Cadernos do CEOM (Impresso), 2024
Resumo: As etnogra as com comunidades pescadoras tradicionais da faixa atlântica do Brasil Meridional realizadas, tanto pela Antropologia como pela Socioantropologia da pesca demonstram, reiteradamente, que a agricultura é essencial para a consolidação de um modo de vida. Na Arqueologia é voz corrente, desde o XIX, que os sambaquis materializam práticas milenares de pesca e coleta de moluscos, caracterizando as mais antigas comunidades pescadoras do litoral. No entanto, foi apenas no início do XXI que a Arqueologia passou a identi car micro vestígios vegetais nesses sítios. Hoje é possível cruzar os dados de mais de duas décadas de pesquisas em Antracologia e Paleobotânica com as dinâmicas sociais registradas pela Etnoecologia e etnogra as, para seguir avançando na tentativa de compreender os modos de vida das sociedades que deram origem aos sambaquis do Brasil Meridional.
Revista Brasileira de Geografia Física
Ecossistemas de regiões semiáridas, como a Caatinga, estão sendo afetados pelas mudanças climáticas globais, causando alterações na evapotranspiração (ET) e nos fluxos de CO2. Desse modo, o trabalho objetivou quantificar os fluxos de CO2 e ET, com o intuito de observar se a Caatinga atua como fonte ou como sumidouro de CO2. As medidas foram realizadas numa área de Caatinga, durante um período de 13 meses, no município de São João/PE, utilizando-se a metodologia da correlação dos turbilhões, com um analisador de CO2 e H2O e um anemômetro sônico tridimensional. Além disso, foi medida a umidade do solo nas profundidades de 10 a 50 cm. A ET variou de 0,4 a 4,7 mm d-1, com uma média de 2,33 mm d-1 e total de 933 mm. A ET também seguiu as variações da precipitação pluvial, com os valores mais elevados no período úmido e os menores, no período seco, possivelmente devido à baixa capacidade de retenção de água no solo. A variação do fluxo de CO2 na Caatinga indicou que a vegetação atuou ora ...
2016
Muitos prognósticos assustadores têm surgido nos últimos meses, decretando uma crise que se tornará um imenso choque no mercado brasileiro e, consequentemente, na América latina. Porém, o caminho certo é se assustar ou se preparar para ganhar mercado? Os que se assustam com o prognóstico de uma recessão são aqueles que foram reativos até o presente momento. Perceba: já está desenhado há anos o cenário atual. E, se o pior ainda está por vir, por que os empresários, em geral, não se prepararam? Amigo leitor, temos aqui dois perfis de gestores a analisar (Vamos excluir aqueles que trabalham em mercados estáveis, commodities ou no setor financeiro, nos atendo à nossa realidade-somos predadores disputando cada palmo do mercado): 1) Inovadores, que buscaram novas técnicas e estratégias para guiar seus negócios (e esses, apesar de todo o cenário negativo, não estão com medo). 2) Reativos, que quando surge uma variação econômica se assustam, demitem, perdem grande parte de sua rentabilidade e correm atrás de soluções mágicas para seus negócios. Para uma empresa em um mercado altamente competitivo, só interessa a inovação. Sim amigo, você precisa inovar e se diferenciar, seja em termos de produtos, serviços, logística ou gestão de tempo dos seus clientes. John D. Rockefeller, um dos gigantes da história da indústria, teve seu auge nos negócios justamente quando seus concorrentes se desesperaram com a crise econômica sem precedentes que atingia seus negócios. Com sua empresa, a Standard Oil, chegou a refinar quase 90% do petróleo mundial. E por quê? Porque a crise era uma oportunidade de expandir seus negócios: de comprar empresas em situação falimentar, de impor negociações desiguais a seu favor. Ele estava preparado para a crise e havia planejado todos os detalhes do seu processo de expansão. Os demais foram tragados por um cenário econômico desfavorável.
Fórum de direito urbano e ambiental, 2009
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), 2012
RESUMO: Revisão de aspectos da trajetória dos adolescentes em conflito com a lei pela rede de justiça juvenil, desde a sua "seleção", até sua possibilidade de egresso, caracterizando pontos críticos em termos de políticas de segurança pública e discricionariedade dos operadores jurídicos e sociai.
Caça. O mundo das histórias de caçador. Revista O Macaqueiro Kids, XXI (84), Edição Especial. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Brasil. , 2020
Editorial 04 Linha do tempo Conheça a história da caça 07 Para colorir A alimentação dos povos da floresta 19 Jogo Siga a trilha 14 Jogo Like ou dislike? 08 Perfil Os tipos de caça 20 CAÇA-palavra 15 É hora da música A canção da caça 10 Reportagem História de caçador 16 Segurança alimentar e conservação da biodiversidade
Scientia Traductionis, 2013
Resumo: Da tradução dos clássicos na Antiguidade à tradução dos clássicos hoje, o Ocidente conheceu distintas concepções e modos de traduzir. Chegados ao atual momento histórico e maturidade linguística, com a possibilidade/necessidade de retraduzir os clássicos e reabrir o acesso a eles, deparamo-nos com o desafio de adentrarmos outras concepções e modos de traduzir, de ousarmos produzir "traduções-textos" (Meschonnic).
Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 2018
Resumo: Este artigo tem como objetivo discutir a noção de verdade para a psicanálise em sua interface com o direito, para o qual a verdade é buscada nos fatos através de investigação; a psicanálise, por seu turno, busca desvelar a verdade nos ditos do sujeito. Tomaremos o filme A caça (Jagten), pois sua trama é tecida a partir da busca de comprovação de um fato supostamente ocorrido e baseado na fala de uma criança, tomada inicialmente como verdade. Assim, interrogamos a prática do Depoimento Sem Dano, que consiste em um inquérito feito com crianças, visando estabelecer a verdade dos fatos.
Nau Literária, 2017
Este ensaio defende a centralidade da categoria de tempo em Caetés (1933), primeiro romance de Graciliano Ramos. O foco do texto é investigar as relações entre a monotonia de Palmeira dos Índios, e a subjetividade de João Valério e sua forma de narrar, articulando as esferas da forma e do conteúdo em torno de uma temporalidade supostamente dinâmica, mas efetivamente estática. Dessa investigação surge a hipótese de que Caetés se desenvolve enquanto romance de uma "não-história", ou melhor, figuração estética de uma conjuntura com formas sociais híbridas, a um só tempo arcaica e moderna.
Medievalista, 2024
Estudar a caça régia segundo os seus espaços e oficiais [Studying royal hunting through its spaces and its officials]
Maloca: Revista de Estudos Indígenas
A publicação de Crônicas de caça e criação, de autoria de Uirá Garcia, deve ser celebrada. O livro é o resultado da trajetória de pesquisa e reflexão do autor com os Guajá por cerca de quinze anos. Além de ser um texto bem escrito, detalhado e bastante denso, a etnografia cobre uma série de temas hoje centrais ao pensamento etnológico. GARCIA, Uirá. Crônicas de caça e criação. São Paulo: Editora Hedra; Fapesp, 2018.
Brazilian intertropical region shows high diversity, but it is threatened by a number of factors, including hunting pressure, which has reduced the abundance and diversity of species in different areas of Brazil. Hunting is prohibited in Brazil there is a push for its legalization in special situations. The names of some protected areas make direct reference to the fauna, such as the Fauna Reserve and Wildlife Refuge. Paradoxically, the law prohibits professional hunting and at the same time stimulates the creation of amateur hunting groups, which confuses the understanding of certain articles. Given this situation, the present study aims to critically analyze the theme of hunting in the relevant legislation, addressing the chronology of major laws pertaining to wildlife management, the influence of hunting pressure on the diversity of native species, and finally, the relationship of Conservation Units and exploitation of wildlife resources.
A história aconteceu na aldeia Juriti, durante o "verão" de 2008, 1 em um quente mês de novembro. Um homem, excelente caçador, procurava na mata por um grupo de guaribas (warí [Alouatta belzebul]), cujo característico som gutural (o "canto", dizem os Awá) tinha sido ouvido ao longe na tarde anterior. Enquanto caminhava, este homem se deparou com o rastro de porcos queixada (txahó [Tayassu pecari]), porém, por estar relativamente longe da aldeia e não estimar com precisão a que distância estariam os animais, resolveu seguir sozinho ao encalço da vara. Tratava-se de uma atitude não usual, pouco recomendada para uma caçada como aquela, cuja tendência é ser preferencialmente coletiva, reunindo o maior número possível de homens (e por vezes mulheres).
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