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Reconhecer a cidade andando

Em sintonia com o topo-centrismo pós-moderno e com a neo-liberalização do espaço, observa-se nos últimos anos, também na cidade do Porto, um crescente uso e apropriação pública e privada do espaço urbano, público e privado, por diversas práticas culturais, criativas e de lazer imprimindo, e fazendo ressoar, um ritmo lúdico nas dinâmicas e geografias urbanas. Inscritas em práticas discursivas enaltecedoras da revitalização do centro da cidade, ações performativas tomam o espaço urbano público e privado como palco e chão do uso lúdico e preenchem a agenda da cidade nos últimos anos. O ator urbano, do (novo) turista ao morador, é convidado a passear na cidade, a usá-la de forma lúdica e móvel, dinâmica. Conseguirão estes eventos e atividades contribuir para fazer de uma cidade, durante décadas, desamparada desconhecida, invisibilizada e aparentemente estática, uma cidade móvel, visível, participada, ou farão também eles parte da agenda enobrecedora dos centros das cidades ocidentais? Palavras chave: lúdico, enobrecimento, itinerância