Academia.eduAcademia.edu

Estudantes do Prouni na crise do lulismo

2019, PLURAL - Revista do Programa de Pós ‑Graduação em Sociologia da USP

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2019.138359

Abstract

No ano de 2005, o governo Lula deu início ao Programa Universidade para Todos (Prouni), uma política pública criada com o propósito de formar mão de obra qualificada, abrindo espaço para que 1,4 milhão de pessoas de classes baixas chegassem ao ensino superior privado até 2014. Através do programa, o governo passou a dar isenções fiscais às instituições de ensino em troca da concessão de bolsas de estudo. Neste estudo de caso ampliado, utilizou-se a etnografia em uma grande universidade privada da cidade de São Paulo, em que jovens estudantes de cursos de tecnologia foram questionados sobre modos de vida, opiniões e expectativas sobre educação e trabalho, visões de mundo e da política em particular. Em busca de se manter em condições competitivas no mercado de trabalho contemporâneo, este grupo especialmente incorporado pela reestruturação produtiva vê no diploma uma “fuga para a frente”, negando as características que marcaram o fordismo periférico da geração de seus pais. Palavras-chave Abstract In 2005, the Lula government launched the University for All Program (Prouni), a public policy created to provide skilled labor, opening up space for 1.4 million people from lower classes to reach private higher education until 2014. Through the program, the government began to grant tax exemptions to educational institutions in exchange for the granting of scholarships. In this extended case study, ethnography was used in a large private university in the city of São Paulo, where young students of technology courses were questioned about lifestyles, opinions and expectations about education and work, worldviews and politics in particular. In order to maintain competitive conditions in the contemporary labor market, this group, especially incorporated by the productive restructuring, sees in the diploma an “fleeing forwards”, denying the characteristics that marked the peripheral Fordism of the generation of their parents.