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O paradigma realista vestefaliano, assente na geografia das fronteiras, fundamentou ao longo dos anos a separação entre o que é a segurança interna e a segurança externa, focandose essencialmente nesta última e na sua dimensão militar. No entanto, em virtude da sua interdependência e interpenetrabilidade, o conceito de segurança no pós-Guerra Fria passou a abordar perspetivas diferentes da segurança. As várias dimensões da Segurança tendem a explicar o conflito no Mali, não pela deterioração das condições de Segurança do Povo Tuaregue, mas sim pela sua melhoria.
Muiraquitã - Revista de Letras e Humanidades, 2017
Por volta dos séculos V e IV a.C., a nação judaica passou por um processo de reestruturação. Após o exílio babilônico imposto por Nabucodonosor II, os judeus exilados retornaram à Palestina, agora sob a proteção política dos persas. Estes deram apoio para a reorganização do estado israelita e permitiram a atuação de governadores, os quais, mais tarde, vieram a propiciar o surgimento de uma monarquia sacerdotal. Esta reestruturação com vistas à formação de um novo estado implicou a recriação da identidade cultural israelita, de maneira que se processou um levantamento da tradição oral e escrita. Este processo de redescoberta cultural para se estabelecer uma identidade incluiu a junção da antiga literatura judaica com uma nova literatura, sendo que esta última tentava preencher as lacunas daquela e, ao mesmo tempo, conceber uma visão ampla e universal. Como tal compilação partiu da classe sacerdotal, o texto final vinha acompanhado por uma atmosfera religiosa e moral. Assim, nasceu a Torah, que chamamos de Pentateuco, o conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia. O texto da Torah, por ser fruto de uma fusão de textos antigos e novos, espelha em seu conteúdo várias tradições fragmentárias e dispostas conforme o objetivo do compilador sacerdotal. No entanto, estas tradições possuem muitos paradigmas anteriores, adaptados conforme o intuito do redator, colhidos de textos mitológicos de povos estrangeiros e da própria Palestina. Para exemplificar o processo de formação da Torah, podemos analisar o livro de Gênesis, iniciando pelo capítulo 1, que relata a criação do mundo. A ideia de um deus que faz surgir o mundo pela sua palavra já era conhecida dos egípcios, entre os quais dizia-se que o deus Ptah criou o mundo por meio de sua palavra. O cenário primevo de um espírito sobre as águas profundas do abismo lembra o mito do deus babilônico Marduc (o espírito triunfante e forte) que domina a deusa Tiamat (o mar revoltoso). A separação da luz das trevas parece basear-se na cultura persa, no dualismo zoroástrico. A divisão do texto de Gênesis 1 em sete partes correspondentes a sete dias segue a estrutura do poema babilônico Enuma Elish (3º milênio a.C.), que foi composto em sete cantos ou tabletas. Neste poema o homem é criado no sexto canto, assim como no Gênesis o homem surge no sexto dia (Gên. 1, 26-31). Nos capítulos 2 e 3 de Gênesis temos a história de Adão, do jardim do Éden, de Eva, da serpente, das duas árvores e da expulsão do Éden. Nestes relatos vemos a fusão de várias tradições mesopotâmicas e cananeias. O pano de fundo realístico é a legitimação política do governo monárquico pastoril, 1 representado pelo Deus Javé, sobre o povo agrícola da terra de Canaã (os cananeus; Gên. 2, 15), representado pela serpente e por Adão e Eva. Temos também a imposição da religião oficial sobre a religião não oficial, respectivamente (compare com a história de Caim, o agricultor, que oferece a Deus em oblação produtos da terra, e Abel, o pastor, que oferece as primícias e a gordura de seu rebanho; o resultado disto foi a recusa da parte de Deus da oblação de Caim e a preferência pela de Abel; v. Gên. 4). 2 A figura de Adão, um ser exclusivamente vegetariano (Gên. 1, 29), é tomada do herói mesopotâmico Enkidu, encontrado na Epopeia de Gilgamesh (3º milênio a.C.), o qual é formado do barro pela deusa Aruru e vive entre os animais (Gên. 2, 7.19-20). As ideias de um casal e de
2019
Ilhas Galápagos, Equador, 1938. Um naturalista japonês, de nome Nobuiko Minami, em visita às ilhas, encontra alguns ovos de iguana-marinho, espécie típica da região e resolve levar para o Japão. De volta ao seu país natal, Nobuiko deixa a maioria dos ovos no setor de Biologia da Universidade de Tóquio. Porém, dois amigos seus convencem-no a levar filhotes recém-nascidos para viveiros em suas respectivas cidades de residência, Hiroshima e Nagaski. O filhote levado para Hiroshima é um macho, o de Nagasaki uma fêmea. Japão, agosto de 1945. A Segunda Guerra Mundial chega ao seu fim. Em Washington, o presidente Harry Truman, para pôr um ponto final ao mais terrível conflito que a humanidade conheceu, autoriza o bombardeio do território nipônico com a pior arma já inventada até então: a bomba atômica. Seu poder de destruição é inimaginável, não considerando os efeitos a longo prazo da radiação nuclear. Duas cidades são escolhidas para serem os alvos: Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9, respectivamente, daquele mês fatídico! De imediato, cerca de 200 mil mortos, tudo em um raio de vários quilômetros absolutamente destruído. Uma chuva negra cobre as regiões devastadas. Os sobreviventes invejam as vítimas 1
Se um estafado hipotético marciano pudesse ver ingenuamente os habitantes da Terra, talvez ficassem impressionado com o tempo dispendido pelos homens em fazer coisas reunidos em grupos. Notaria que quase todas as pessoas se congregam em grupos relativamente pequenos, cujos participantes moram na mesma casa, satisfazem suas necessidades biológicas fundamentais no interior do grupo, dependem da mesma fonte para o sustento econômico, a criação dos filhos e o cuidado mútuo da saúde. Observaria que a educação e a socialização das crianças quase sempre ocorrem em outros grupos, geralmente maiores, isto é, igrejas, escolas e outras instituições sociais. Verificaria que grande parte do trabalho do mundo
Nascido de um pedido de alunos (e editores) recebido por Eni Orlandi, a proposta inicial deste livro era a de funcionar como uma obra introdutória. Com o passar dos anos, entretanto, o livro, agora em sua oitava edição, tornou-se uma referência para os estudos do discurso. Entretanto, como a autora deixa claro no prefácio (p. 9), ela optou por explorar pontos variados na constituição do campo epistemológico da Análise de Discurso (AD). Para dar conta desses pontos, Orlandi divide seu livro em quatro capítulos, nos quais expõe conceitos e noções do dispositivo teórico da AD. No primeiro capítulo, intitulado " O discurso " , a autora faz um rápido histórico do nascimento da AD. Mostrando as preocupações da linguística (que se preocupa em estudar a língua como uma estrutura abstrata) e da gramática (que, por sua vez, pensa a língua como um sistema fechado de regras formais), Orlandi vai desde as primeiras páginas de seu trabalho apontar o diferencial presente no dispositivo teórico da AD: o trabalho com a categoria discurso, que ela define como " palavra em movimento, prática de linguagem " (p. 15). Em outras palavras, a AD não vai se ocupar do sentido do texto, ou do sentido do discurso, mas sim dos modos e das dinâmicas do texto e do discurso por ocasião da produção de sentidos ao longo do fio da história. Para isso, a autora não pensa a língua como um sistema abstrato e formal, nem o sujeito como a fonte dos sentidos. Os sentidos não são produzidos pelo sujeito, mas sim em outro lugar, anterior e externo a ele.
Resumo O presente artigo aborda a construção do mito de origem de Paragominas narrada por imigrantes e foi retirado dos escritos da dissertação de mestra-do que trata desse sujeito considerado diferente, mas que carrega consigo características próprias do seu mundo vivido. O texto tem por finalidade mostrar o contraponto entre a história oficial e a vivida por narradores pioneiros e participantes da história da cidade. A partir das narrativas de vivência dos imigrantes, pode-se perceber sua necessidade de possuir uma identidade conectada à suas origens que se traduzem em seu esforço cotidiano de perpetuar sua cultura e tradições. De forma a dar respaldo e ressonância ao texto, utilizou-se autores que tratam sobre memória, narrativas orais e mito de origem. As narrativas de vida dos imigrantes permitem compreender suas trajetórias pelo fazer-se da mobilidade e da procura. Dessa forma, a reflexão das histórias de origem da cidade dar-se-á pela perspectiva da vivência e presença desses sujeitos participantes na construção histórica do lugar.
Livro publicado em 2005 e que apresenta a tese de que a origem dos eventos históricos está no viger dos acontecimentos e não na manifestação primeira.
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EDITORA KOTEV, SÉRIE AFRICANIDADES 10/ ENSAIO DIGITAL DISPONIBILIZADO EM FOCO DE FATO, 2017, 2017
AS FAVAS NO CULTO DOS ORISA