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2018
Esta dissertação objetiva estudar a fala de sergipanos migrantes residentes em São Paulo e em sua região metropolitana, com o intuito de verificar suas taxas de acomodação (TRUDGILL, 1986) à fala paulistana, no que concerne ao grau de abertura das vogais médias pretônicas (como em “negócio” e “coragem”), tratado como uma variável numérica (a partir dos valores de F1). Para tanto, os pressupostos teóricos variacionistas (LABOV, 2008 [1972]), o conceito de redes sociais (MILROY, 1987; MILROY & LLAMAS, 2013 [2002]) e algumas definições caras à terceira onda (ECKERT, 2012), como o de identidade (KIESLING, 2013), são tomados como norteadores. O corpus da pesquisa é formado por 27 entrevistas sociolinguísticas realizadas com sergipanos migrantes pertencentes a duas redes sociais distintas. A rede 1 é mais fechada (com uma mobilidade geográfica mais limitada e com um contato menos frequente com paulistanos) e é composta por 16 informantes residentes em Taboão da Serra e Cotia, cidades metropolitanas de São Paulo. A rede 2, por sua vez, é mais aberta (tem mais contato com paulistanos) e é formada por 11 sujeitos, moradores de Osasco, Carapicuíba e São Paulo. Partindo da premissa de que os indivíduos estão se acomodando às pessoas com quem estão conversando rotineiramente, a hipótese central do estudo é que as taxas de acomodação dos migrantes estejam correlacionadas à configuração de suas redes. Dessa maneira, como os sujeitos da rede 2 conversam, com mais frequência, paulistanos, eles tendem a estar mais acomodados à fala paulistana. Além disso, a pesquisa lida com o conceito de identidade com o intuito de testar a hipótese de que o migrante que se identifica mais com Sergipe, do que com São Paulo, tende a estar menos acomodado à nova realidade linguística. Tal teste é realizado com um índice chamado “índice de vínculo com Sergipe”, criado a partir de um questionário respondido pelos próprios informantes depois da entrevista sociolinguística. O principal resultado das análises é que a hipótese sobre a configuração das redes não se confirma, ou seja, não faz diferença, para as taxas de acomodação, se o informante pertence à rede mais fechada ou à mais aberta. Verificou-se, nesse sentido, que existe uma grande variação entre os indivíduos de uma mesma rede. Ademais, não foi constatada correlação entre o índice de vínculo com Sergipe do migrante e seu grau de acomodação. A análise mais minuciosa de dois migrantes da rede 2 revela que existe uma concentração de vogal /o/ mais baixa quando os falantes estão avaliando as diferentes pronúncias brasileiras e estão discursando sobre sua origem, sobretudo quando usam a palavra “nordeste” (e suas derivações). Tal descoberta mostra que, em pesquisas sobre acomodação dialetal, é importante voltar-se para a análise do indivíduo e para suas posturas (“stance”).
Tese de Doutorado, 2013
Esta pesquisa analisa o comportamento fonológico das vogais médias pretônicas na variedade do interior do Estado de São Paulo, mais especificamente no dialeto falado no noroeste paulista. Nessa variedade, identifica-se o fenômeno variável denominado alçamento vocálico, em que as vogais médias-altas /e/ e /o/ são pronunciadas como, respectivamente, as altas [i] e [u], como em p[i]queno e c[u]sturando. Dois processos podem acarretar a aplicação do alçamento: (i) harmonização vocálica, em que se verifica a influência de uma vogal alta na sílaba subsequente à da pretônica-alvo, como em an[i]mia e gas[u]lina; e (ii) redução vocálica, geralmente relacionada ao ponto de articulação de consoante(s) adjacente(s) à pretônica-alvo, como em s[i]nhora e c[u]meçamos. O córpus deste estudo é constituído por amostras de fala espontânea de trinta e oito inquéritos do banco de dados IBORUNA, resultado do Projeto ALIP (IBILCE/UNESP – FAPESP 03/08058-6). Para a análise dos dados, segue-se a Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 1991 [1972]), com a utilização do pacote estatístico Goldvarb X. Como resultado geral, destaca-se a atuação da harmonização vocálica para a aplicação do alçamento vocálico, indicada pela seleção da altura da vogal presente na sílaba subsequente à sílaba da pretônica-alvo como a variável mais relevante para o alçamento de /e/ e /o/, independentemente da classe gramatical. Em razão da ausência do abaixamento vocálico em contexto de vogal média pretônica, a variedade do interior paulista pode ser agrupada com os dialetos falados no Sul do Brasil. A partir das ocorrências levantadas, também são testadas duas abordagens não-clássicas da Teoria da Otimalidade (PRINCE; SMOLENSKY, 1993; McCARTHY; PRINCE, 1993): Ordenamento parcial de restrições (ANTTILA, 1997; ANTTILA; CHO, 1998) e Ranqueamento ordenado por EVAL (COETZEE, 2004, 2006). De modo geral, evidencia-se que ambas as propostas não elucidam de forma completamente satisfatória a variação das vogais médias pretônicas na variedade do interior paulista.
Dissertação de Mestrado, 2009
O presente trabalho descreve as vogais médias pretônicas dos verbos na região do município de São José do Rio Preto, noroeste do Estado de São Paulo. Algumas dessas vogais sofrem o processo fonológico de alçamento, por meio do qual as vogais médias /e/ e /o/ são realizadas, respectivamente, como /i/ e /u/, como em d[i]s[i]nvolvendo e c[u]nheço. Como corpus de pesquisa, são utilizadas dezesseis entrevistas do Banco de Dados IBORUNA, resultado do Projeto ALIP – Amostra Lingüística do Interior Paulista (IBILCE/UNESP – FAPESP 03/08058-6). São analisadas amostras de fala espontânea de informantes do sexo feminino que apresentam: (i) Ensino Superior completo ou em andamento; e (ii) uma das seguintes faixas etárias: de 16 a 25; de 26 a 35; de 36 a 55; e acima de 56 anos. A análise é realizada segundo os princípios da Teoria da Variação e da Mudança Lingüística, com a utilização do pacote estatístico VARBRUL, bem como da Fonologia Autossegmental, representada pelo modelo da Geometria de Traços. Como resultado geral, tem-se que alçam 16% das 2455 ocorrências de vogal pretônica /e/ e 10% das 2147 ocorrências de vogal pretônica /o/. Todas as ocorrências são analisadas em relação a uma variável social e a dez variáveis lingüísticas, utilizando-se o VARBRUL. Dos resultados estatísticos, obteve-se que a variável lingüística altura da vogal da sílaba subseqüente à sílaba da pretônica-alvo é a mais relevante à aplicação do alçamento, tanto para /e/, quanto para /o/. Observa-se que, no corpus desta pesquisa, todas as ocorrências de pretônicas alçadas podem ser explicadas: (i) pela harmonização vocálica, em que a vogal sofre o alçamento pela influência de uma vogal alta presente na sílaba seguinte à da pretônica-alvo, como em acr[i]ditar; e/ou (ii) pela redução vocálica, em que a vogal alça pela influência da(s) consoante(s) adjacente(s) à pretônica-alvo, como em [ku]nversam.
55 anos). Para a realização da análise, os dados foram submetidos ao Programa Estatístico VARBRUL e, com base nos resultados gerados pelo programa, interpretamos que a elevação das vogais, no dialeto do noroeste paulista, é resultado, sobretudo, da redução da diferença articulatória da pretônica com relação aos segmentos consonantais adjacentes. Também atribuímos à vogal contígüa à pretônica importante papel na implementação da regra do alçamento, ao acreditarmos que a presença de vogal tônica contígüa, em muitos casos, reforçou a manifestação da regra que eleva o traço de altura das vogais pretônicas.
2008
À Marta, pela amizade, atenção, apoio e orientação sempre cuidadosa. Suas perguntas me fizeram muito bem. E todas as suas anotações e idéias foram valiosíssimas. Ao meu esposo João que, em todos os momentos-do dia e da noite-, esteve mais do que disposto a me ajudar nesse parto duplo: a dissertação e a bela Helena. À minha mãe, Clarice, cujo exemplo tem me ensinado a ser corajosa e perseverante. Aos irmãos da Igreja Fonte de Vida, por serem a minha família em Goiás. À querida amiga Betina Kepler Schorn, pela valiosa ajuda na tradução do resumo da dissertação. Aos professores do curso de Letras Português/Grego da Universidade Federal do Paraná-UFPR, pelo incentivo e compreensão. Aos colegas de mestrado da Universidade de Brasília, especialmente os da área de Sociolingüística, pelos momentos juntos. Aos professores do curso de mestrado que, com suas explicações, deixaram a tarefa de escrever a dissertação um pouco mais fácil. Às ex-mestrandas Caroline Cardoso e Nívia Lucca. O amor pela pesquisa, por vocês demonstrado, foi contagiante. À professora Orlene Sabóia Carvalho, pela ajuda com o programa de contagem lexical Z-text. A todos os meus informantes, que me alegraram não só com seus dados, mas também com suas histórias. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq, pela ajuda financeira que viabilizou minha pesquisa.
Signum: Estudos da Linguagem, 2012
Resumo: O presente trabalho aborda a variação das vogais médias pretônicas em dez cidades do estado do Pará. As análises foram feitas a partir de um corpus de 1975 dados, sendo 1008 para a variável /e/ e 967 para a variável / o/, proveniente do Atlas Linguístico Sonoro do Pará (ALISPA 1.1). Foram considerados na análise os fatores extralinguísticos localidade, idade, sexo, com o objetivo de medir a atuação dessas variáveis no condicionamento da variação fonética das vogais médias no estado. Os resultados obtidos demonstram que no Pará predomina a pronúncia fechada das vogais médias pretônicas. Palavras-Chave: Vogais médias pretônicas. Variação dialetal no Brasil. Português Brasileiro.
Alfa : Revista de Linguística (São José do Rio Preto), 2013
No presente trabalho, analisa-se o comportamento variável das vogais médias pretônicas na variedade falada no noroeste paulista. Nessas vogais, encontra-se o fenômeno fonológico denominado alçamento vocálico, por meio do qual as vogais médias /e/ e /o/ são pronunciadas, respectivamente, como [i] e [u], como em p[i]queno e c[u]sturando. Como fundamentação teórica, segue-se a Teoria da Variação e Mudança Linguística, proposta por Labov (1991 [1972]). Por meio da utilização do pacote estatístico GOLDVARB-X, verifica-se, como exemplo de resultado obtido, a seleção da variável altura da vogal presente na sílaba subsequente à sílaba da pretônica-alvo como a mais relevante para a realização do alçamento, tanto para /e/, quanto para /o/, com altos pesos relativos no que diz respeito às vogais altas, resultado que evidencia uma substancial atuação da harmonização vocálica para a aplicação do fenômeno. Outro resultado relevante é a pouca influência das variáveis sociais para a aplicação do al...
Revista Estudos Linguísticos, 2014
Este trabalho compara as vogais médias pretônicas no dialeto do noroeste paulista e em outras variedades do Português Brasileiro (doravante, PB), a partir de descrições feitas por trabalhos que se fundamentam na Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 1991 [1972]). Para a variedade do noroeste paulista, este trabalho baseia-se no estudo de Carmo (2013), que aponta que essas vogais estão sujeitas ao alçamento vocálico, por meio do qual as médias-altas /e/ e /o/ são realizadas, respectivamente, como as altas [i] e [u], como em p[i]queno e c[u]sturando. De modo geral, a ausência do abaixamento vocálico e a atuação similar da harmonização vocálica faz com que esse dialeto se aproxime dos falares do Sul do Brasil, corroborando a classificação geral proposta por Nascentes (1953 [1922]).
Letras Letras, 2012
Quadro 1-Variáveis selecionadas nas diferentes etapas de análise da implementação do alteamento da média anterior em início de vocábulo Etapa 1 Etapa 2 Análise de todos os contextos : #V(C)$ 1004/1375 (73%) Análise só do contexto #V$ 71/375 (18,9%) Contexto subsequente Vogal da sílaba seguinte Vogal da sílaba seguinte Faixa etária Faixa etária Contexto subsequente Sexo Sexo Escolaridade
Letras De Hoje Estudos E Debates De Assuntos De Linguistica Literatura E Lingua Portuguesa, 2012
Os conteúdos deste periódico de acesso aberto estão licenciados sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição-UsoNãoComercial-ObrasDerivadasProibidas 3.0 Unported. Sobre vogais médias em posição postônica não final na fala popular do Rio de Janeiro On mid vowels in non-final posttonic position in the popular speech of Rio de Janeiro
2016
O presente artigo tem por objetivo descrever o comportamento da vogal mediapretonica posterior com base no falar de informantes de seis capitais da regiao Norte doBrasil (Belem-PA, Manaus-AM, Rio Branco-AC, Macapa-AP, Porto Velho-RR e Boa Vista-RO).Foram usados dados dos questionarios fonetico-fonologico (QFF) e semântico-lexical (QSL),instrumentos de coleta dos dados do Atlas Linguistico do Brasil (ALIB). Os dados foramtranscritos a partir do uso do Transcriber e, em seguida, processados por meio do uso do programade regra variavel Varbrul que forneceu os pesos relativos uteis para a analise e reflexao linguisticavariacionista. Os grupos de fatores instituidos para a descricao e analise linguistica docomportamento das medias pretonicas posteriores foram os seguintes: natureza da vogal tonica,distância entre a vogal tonica e pretonica, segmento do onset da pretonica, segmento do onset dasilaba seguinte, sexo, escolaridade, faixa etaria e procedencia. A pesquisa se justifica pelaimpo...
Revista Estudos Linguísticos, 2019
Este trabalho analisa o alçamento das vogais médias pretônicas na variedade do noroeste do estado de São Paulo. Avança em relação aos estudos de Silveira (2008), Carmo (2009, 2013, 2014) e Carmo e Tenani (2013), por discorrer especificamente sobre o comportamento dessas vogais em contexto de início de vocábulo (cf. BISOL, 1981), como em [e]mergência ~ [i]mergência e [o]portunidade ~ [u]portunidade. Como arcabouço teórico, segue-se a Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 2008 [1972]). O córpus desta pesquisa engloba 38 inquéritos do banco de dados IBORUNA (Projeto ALIP – IBILCE/UNESP – FAPESP 03/08058-6). Com a utilização do pacote estatístico Goldvarb X, observam-se comportamentos diferenciados das pretônicas /e/ e /o/ iniciais em relação ao alçamento, com taxas de 76,8% e 1,7%, respectivamente. Ademais, evidenciam-se resultados distintos aos de vogais médias pretônicas em contexto medial na mesma variedade (CARMO, 2013, 2014; CARMO; TENANI, 2013).
Signum: Estudos da Linguagem, 2019
Este artigo investiga o fenômeno fonético-fonológico variável alçamento das vogais médias pretônicas em contexto medial na variedade falada no noroeste do estado de São Paulo, como em m[i]lhor e c[u]lega. Este trabalho discorre especificamente sobre o alçamento sem motivação aparente, ou seja, que não pode ser explicado por harmonização vocálica, engatilhado por uma vogal alta em sílaba subsequente, como em m[i]nino e g[u]rdu ra.
Os conteúdos deste periódico de acesso aberto estão licenciados sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição-UsoNãoComercial-ObrasDerivadasProibidas 3.0 Unported. Vogais mediais pretônicas no noroeste paulista: o papel das variáveis sociais no alçamento vocálico Medial unstressed vowels in northwestern of São Paulo: the role of social variable on vowel raising
The variation of the pretonic mid-vowels according to social variables in Porangatu and Jataí (GO)
Anais Do Congresso Nacional De Estudos Linguisticos Conel, 2014
O presente artigo analisa, com base na Teoria da Variação e Mudança Linguística, de W. Labov (2008de W. Labov ( [1972 [3], a influência de variáveis linguísticas e sociais sobre a realização das vogais médias pretônicas na fala de Vitória. Confrontamos os resultados de Vitória com estudos da região sudeste e nordeste. Além disso, discutimos a proposta de [4] sobre a inserção de Vitória no subfalar fluminense. Por fim, focamos na análise da atuação do tipo de tônica sobre as médias pretônicas.
Revista de Estudos da Linguagem, 1992
This study addresses a controversial issue of the implementation of the raising role oflhe pretonic vowels/el and/ol in Brazilian Portuguese. The phenomenon has been traditionally regarded as a case of vowel harmony. A strong influence of analogical processes affecting derived words has also been pointed out. More recent studies have suggested however lhat the role is lexically implemented. The data for lhe present study come from the contemporary Portuguese spoken by informants from Brasília, and from Ola Portuguese and lhe Galician. The quantitative analysis of lhe synchronic data has partially confirmed the two conditioning hypotheses that are couched within lhe Neogrammarian view of lhe phenomenon. The alphabetical ordering of lhe tokens however has revealed a residue of words in which lhe variation can only be taken into account by the Lexical Diffusion model of role implementation. The qualitative analysis of lhe diachronic data has accordingly shown that in lhe process of evolution from Latin into Modem Portuguese words with pretonic leI and/o! have followed two' different tracks lhat can neither be explained by phonological conditioning nor by analogy: in some groups of words lhe pretonic vowel evolved into a categorical high or a categorical mid vowel, whereas in olher groups the realization of the pretonic vowels has never become categorical.
Signum: Estudos da Linguagem, 2015
Anais do XIII Simpósio Brasileiro de Tecnologia da Informação e da Linguagem Humana (STIL 2021), 2021
Apresentamos uma análise comparativa acerca da palatalização de /t/ e /d/ em duas amostras independentes, e com tamanho distinto, compostas por dados de fala (n = 8.850) e de leitura em voz alta (n = 831) de estudantes da Universidade Federal de Sergipe. Controlamos as variáveis sociais deslocamento e tempo no curso, e as variáveis linguísticas contexto anterior, contexto posterior, tonicidade e sonoridade, com o objetivo de identificar se os efeitos condicionantes da palatalização da fala atuam na leitura em voz alta. Os resultados sinalizam que, mesmo em amostras distintas, o comportamento dos fatores sociais e linguísticos apresentam estabilidade na mudança e propagação da palatalização na comunidade.
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