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■ RESUMO: O artigo versa sobre a possibilidade de uma história crítica da verdade no pensamento de Michel Foucault, ressaltando seu distanciamento do vínculo tradicional entre sujeito e conhecimento da verdade em benefício da articulação entre práticas históricas (práticas discursivas, práticas sociais e práticas de si) e produção de verdade. Destaca ainda em que aspectos sua investigação está in-serida no projeto crítico inaugurado por Kant e em que medida, paradoxalmente, dele se afasta.
Presença conflituosa das exigências de espiritualidade: ciência e teologia antes de Descartes; filosofia clássica e moderna: marxismo e psicanálise. -Análise de uma sentença lacedemônia: o cuidado de si como privilégio estatutário. -Primeira análise do Alcibíades de Platão. -As pretensões políticas de Alcibíades e a intervenção de Sócrates. -A educação de Alcibíades comparada com a dos jovens espartanos e dos príncipes persas. -Contextualização do primeiro aparecimento, no Alcibíades, da exigência do cuidado de si: pretensão política; déficit pedagógico; idade crítica; ausência de saber político. -A natureza indeterminada do eu e sua implicação política.
RESUMO O presente artigo versará sobre as articulações entre verdade e história no pensamento de Michel Foucault, e seu distanciamento da concepção originária e universalista de verdade. Acontecimento e diferença constituem conceitos decisivos para situar sua demarcação no domínio de estudo das ciências humanas, especialmente em seu primeiro grande livro, História da loucura na idade clássica. ABSTRACT The paper deals with the articulation between truth and history in Michel Foucault's thought, and their separation from the originary and universal concept of truth. Event and difference constitute decisive concepts to situate his demarcation in the study domains of human sciences, especially in his fi rst great book Madness and Civilization: A History of Insanity in the Age of Reason.
RESUMO: Pretende-se analisar como, no pensamento de Michel Foucault, a investigação em torno da ética do cuidado de si pode ser lida como desdobramento da ideia de governamentalidade, problematizada a partir de 1978; procura-se indicar, ainda, que essa ética do cuidado de si é a condição do governo político dos outros, na leitura da tradição socrática, o que possibilita uma revisitação da política. Mas, desde a avaliação que Foucault faz da figura de Sócrates em relação à política ateniense até seu diagnóstico da política contemporânea, essa revisitação tem sido conflitante, pelo menos quando se trata da constatação da maneira como as instituições políticas cuidam dos cidadãos. Esse conflito beira ao paradoxo, posto que, ao mesmo tempo em que a biopolítica afirma uma política da vida, no sentido de proporcionar seu cuidado, preservação, longevidade, observa-se também a atuação de uma política sobre a vida, enquanto vida controlada e submetida ao biopoder. Essa discrepância entre dispositivos discursivos e práticas efetivas demonstra uma ausência do cuidado da verdade, entendido aqui como coerência entre o que se diz e o que se faz. Enquanto desdobramento do cuidado de si, o cuidado da verdade pode ser interpretado como uma chave de leitura fundamental para o diagnóstico dos riscos e perigos que ameaçam recorrentemente a vida humana.
Operando uma disjunção entre instituição e poder, Foucault forja novos instrumentos conceituais para uma analítica do poder nas sociedades contemporâneas. Gestada durante os “anos rebeldes”, esse poderoso arsenal teórico – e político – permite-nos compreender os principais aspectos da crise da chamada sociedade disciplinar, que se expressa pela crise das grandes instituições tais como o Estado, o sistema prisional e a escola, com o advento de uma nova tecnologia de poder que vem presidindo, desde os anos de 1970, as chamadas reformas neoliberais, responsável por novas formas de subjetivação presentes na sociedade atual, onde a liberdade parece constituir o elemento central. O presente artigo procura demonstrar os principais deslocamentos efetuados pelo autor em relação ao aparelho conceitual disponível em seu tempo – ao analisar as transformações que se operaram na transição da prática punitiva do antigo regime para a modernidade na França – e demonstrar, a partir de um novo regime de visibilidade, a existência de uma estratégia geral de poder em nossas sociedades, a despeito da crise se manifestar num determinado momento em uma instituição particular – como atesta o surgimento da prisão no sistema punitivo moderno – , bem como lançar luz sobre a dificuldade do enfrentamento das crises institucionais apartando-as do caráter geral da tecnologia política. De maneira geral, podemos dizer que a crítica foucaultiana atesta, de um lado, a ineficácia do aparato conceitual tradicional para a compreensão das mudanças recentes na alta modernidade, e de outro, a necessidade de uma revisão epistemológica como condição de possibilidade para a transformação social tendo em vista a descoberta da íntima relação entre saber, poder e subjetivação na cultura ocidental.
Neste artigo procura-se pensar a relação, complexa, e mesmo ambígua, de Foucault com a filosofia. Com a filosofia e, neste caso, com Kant e Nietzsche, sendo talvez mais kantiano do que nietzscheano.
2022
LORENA MARTONI DE FREITAS drenadas superficialmente ou se infiltravam no solo, formando lençóis freáticos e novas nascentes. Concomitantemente a toda essa empreitada de navegação fluvial no continente Foucault, outra experiência se constituía na política brasileira que, por sua vez, parecia tomar cada vez mais a forma de um imprevisto tsunami. Após nos lançarmos vitalmente em mar aberto no Junho de 2013, fomos arrebatados por sua ressaca nos Movimentos Contra a Corrupção de 2014, até naufragarmos em uma ilha deserta, depostos em 2016 1. Em seguida vieram o sal e a sede: o desmonte, o desamparo, o desespero, os delírios negacionistas, a milícia armada e os falsos profetas, o fogo, a praga, o isolamento, o sufoco, o genocídio... Esse encontro de águas foi, portanto, crucial para o desenvolvimento deste trabalho, inclusive, para a inflexão que se impôs nos caminhos da pesquisa. E isso porque, inicialmente, esta 1 Refiro-me aqui à tomada massiva das ruas brasileiras em Junho de 2013, inicialmente encabeçada pelo Movimento Passe livre-ligado a pautas urbanas por melhorias no transporte público-, mas que com o decurso dos dias se expandiu vertiginosamenteem especial, após demonstrações violentas de repressão policial-, passando a incluir uma miríade de demandas e manifestações. Já em 2014, outros movimentos como o "Vem pra rua" e o "Movimento Brasil Livre"-com um alinhamento ideológico bastante distinto da esquerda radical que marcou o início dos protestos de Junho de 2012são formados sob a bandeira de "combate à corrupção", e assumiram um importante protagonismo na deposição da presidenta Dilma Rousseff em 2016. Há hoje uma vasta bibliografia voltada a discutir a complexidade dos movimentos de Junho de 2013, seu campo de formação e desdobramentos. Dentre elas, destaco algumas que me parecem fundamentais para a compreensão desse complexo acontecimento: ALBAGLI, Sarita;
PALESTRA PROFERIDA NA II SEMANA DE HISTÓRIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO -ES
psicanaliseefilosofia.com.br, 1982
Michel Foucault pode ser definido como o filósofo das visibilidades ao considerarmos que ele atribuía à filosofia não a tarefa de desvelar o que está oculto, mas tornar perceptível aquilo que de tão próximo e tão intimamente ligado a nós, nos parece invisível. É no exercício dessa tarefa que Foucault diagnosticou o mundo ocidental como "confessante", ao denunciar uma sociedade na qual falamos a verdade àqueles cuja autoridade nos libertará. Em suas incursões arqueogenealógicas, ele argumenta que as práticas hermenêuticas originadas da confissão cristã, são hoje os instrumentos dos quais formas complexas de poder lançam mão para nos dizer quem somos e o que devemos fazer, em outras palavras, são usadas para nos conduzir. Para Foucault, portanto, somos sujeitos hermenêuticos constituídos nas tramas de estruturas de poder. Assim, através do olhar desse filósofo, este artigo busca o conceito de hermenêutica na obra de Michel Foucault. Nesse processo apresentamos a origem de suas práticas na antiguidade e sua face moderna a partir dos mestres da suspeita Nietzsche, Marx e Freud, bem como o seu papel na constituição ética do sujeito. Para tal empresa levamos em consideração as transcrições do curso A Hermenêutica do Sujeito proferido pelo filósofo em 1982 no Collège de France em Paris e outros textos seletos, assim como entrevistas do mesmo filósofo em Ditos e Escritos, volumes I, II, IV e V.
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