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O outro evolucionista

2019, Revista Fapesp

Contribuinte menos conhecido da teoria da evolução, Alfred Wallace esteve entre 1848 e 1852 na Amazônia, onde coletou espécimes, escreveu e desenhou e m abril de 1848, o naturalista britânico Alfred Russel Wallace (1823-1913), que viria a ser conhecido por seus estudos sobre seleção natural, deu início à primeira grande aventura de sua vida. Munido de algumas economias guardadas durante os anos em que trabalhou como agrimensor para a pequena empresa de um irmão, no Reino Unido, ele e o amigo Henry Walter Bates (1825-1892), com quem dividia o interesse pela botânica e entomologia, embarcaram no porto de Liverpool com destino a Belém, no Pará. Eles não sabiam ao certo o que iriam encontrar. "Existia uma ou outra descrição de europeus que haviam viajado pela Amazônia, mas grande parte do território permanecia inexplorado e suscitava curiosidade entre os estrangeiros", diz a historiadora Carla Oliveira de Lima, que estudou a viagem de Wallace ao Brasil em tese de doutorado defendida na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, em 2014. Até os 25 anos, quando iniciou a expedição pela Amazônia, Wallace trabalhou com agrimensura e aritmética, disciplinas que ele chegou a ensinar em uma escola. Além disso, estudava, como autodidata, botânica e zoologia. A leitura de algumas publicações foi importante na preparação da viagem.