Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2009
Consideramos que este livro pode preencher uma lacuna na divulgacao de trabalhos na area da Antropologia da Doenca e da Antropologia Medica, desejamos que contribua para melhorar a comunicacao entre representantes de diferentes áreas do saber que se cruzam no terreno (mas que nem sempre cruzam os resultados das suas investigações, inviabilizando uma visão mais informada sobre o doente, ou a pessoa que vive em aflição), e, finalmente, que seja um instrumento útil para a formação de alunos e trabalhadores da área da saúde e das ciências sociais.
Processos Identitários Diferenciados: etnografias contemporâneas a partir do extremo norte brasileiro, 2020
O presente ensaio busca lançar algumas ideias a respeito da pesquisa antropológica com o tema dos encontros e cruzamentos entre diferentes saberes e práticas de saúde. O texto se encaminha sutilmente para uma discussão mais específica sobre encontros entre biomedicina e conhecimentos tradicionais. Utilizo de modo crítico a expressão “artes de cura” para indicar a pluralidade de saberes que se remetem ao universo da saúde ao mesmo tempo em que também problematizando o lugar de explicações biomédicas. Evoco, também criticamente, imagens sobre os “encontros de saberes” por meio dos conceitos de pluralismo, intermedicalidade e itinerário. O ensaio busca reforçar a ideia de que fronteiras e cruzamentos entre práticas de saúde emergem dentro de quadros sociais, existenciais e discursivos específicos e não como inerentes a sistemas de saúde/doença. Sugiro que uma abordagem antropológica das artes de cura do Norte pode se beneficiar de uma abertura ao universo cosmológico e de uma melhor compreensão de como estão distribuídas as responsabilidades dentro do contexto destas relações entre práticas de cura. Por fim, o que se encontra no ensaio busca indicar pistas teóricas e reflexões para instigar a pesquisa em antropologia da saúde a partir do extremo-Norte.
2006
The main purpose of this essay is to analyze the courses of Hipocratic medicine throughout the western medical knowledge. It was aimed, through the analysis of literary texts and documents, to understand how concepts of life and health-sickness process, derived from the same origin, developed themselves into medical systems, based on distinct paradigms. The birth and development of Hipocratic medicine are studied, emphasizing its clinical observation method and therapeutic proposition. Following, the account of historical and dimensions of medical rationalities were studied -Homeopathy and Biomedicineappraising the role of those concepts on physis, life and vis medicatriz naturae, in each paradigm. Canguilhem and Jacob were the principal theorical support to undertake this study. Conclusions: Both Homeopathy and Hipocratic medicine consider that illness and healing are part of human life, a matter of more or less equilibrium, an unique and individual process in one's life. Hahnemann created a therapeutic system based on recognizing the sick one as a singular and unique person, with peculiar ability, to restore and maintain his life, observing the concept of nature, that appears as plural singularities, at each moment, originating a therapeutic prescription which is individual and mobilizes the vis medicatriz naturae. Homeopathic rationality shares Hipocratic concepts, both diagnosis and therapeutic systems. Although biomedicine has its basis settled down on Hipocratic medicine, as long as it became the science of illness, biomedicine neglected its origin: a positive health approach as personified therapeutic, for an unique individual is no longer allowed. Homeopathy affirms itself as a medicine that places health as the central category in its paradigm, instead of illness, both part of life's phenomena. Therefore, at this path, life gains value and heads towards the "Great Health's" way, assuming its creative potential, able to "transmute values".
2019
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação digital) sem a permissão prévia da editora.
Psicologia USP, 2017
Resumo O presente trabalho constitui uma pesquisa de cunho teórico, na qual é traçado um breve percurso histórico das práticas de cura tradicionais e se faz também uma discussão sobre sua permanência e eficácia na contemporaneidade, apesar dos avanços na área da ciência médica. Tendo em vista a importância crescente da subjetividade na medicina contemporânea, nossa hipótese visa salientar que a objetivação do sujeito doente, operada pelas práticas médicas, condena a subjetividade a um segundo plano e representa uma lacuna importante nas propostas terapêuticas do modelo biomédico. Nosso objetivo é interrogar o lugar das práticas tradicionais de cura nessa lacuna deixada pela medicina e no que tais práticas podem contribuir para o modelo médico.
Mana, 2017
Resumo Este artigo questiona o uso de alguns conceitos teóricos na investigação dos processos de cura na contemporaneidade. O argumento principal que apresento é que os modelos interpretativos ancorados em dicotomias e classificações podem “engessar” conceitos como corpo, sujeito e experiência, pouco auxiliando a investigação e compreensão das mediações e eficácias mobilizadas nos contextos terapêuticos. Para dar suporte a este argumento, começo apresentando alguns dilemas em torno da própria constituição do objeto da antropologia do corpo e da saúde, nas “escolhas” terapêuticas em situações etnográficas de populações indígenas e em contextos de adesão religiosa; a seguir, passo pela crítica de alguns conceitos-chave daquele campo da antropologia; ao final, proponho o conceito de agenciamento terapêutico como abordagem alternativa às discussões sobre experiência e itinerário terapêuticos.
Revista Do Nufen, 2012
Resumo Resumo Resumo Resumo Este artigo apresenta uma reflexão sobre as contribuições da antropologia da saúde e da doença para a construção de novas práticas em saúde. Para tal, apontamos os conflitos e intercâmbios entre os saberes da biomedicina e dos terapeutas populares, mostrando a importância da antropologia da saúde/doença neste debate. A análise aborda também o desenvolvimento dessa área do conhecimento, e sua contribuição para a prática mais consciente dos profissionais de saúde, a partir do reconhecimento da saúde e doença enquanto processos socioculturais. Portanto, a antropologia da saúde e da doença apresenta possibilidades de se repensar em políticas de saúde mais humanitárias, além de possibilitar a ressignificação das atividades cotidianas dos profissionais de saúde.
O artigo foi construído pelo olhar de três especialistas locais-Catarina, Mariquinha e Eliana (curandeiras, parteiras, remedieiras, benzedoras etc.). Mulheres ribeirinhas residentes dos ambientes insulares da cidade de Belém/PA-Combu e do Murutucum. Suas vivências são refletidas em seus ritos de curas tradicionais, pautados nos usos de seus conhecimentos botânicos e crenças coletivas e individuais. O objetivo primário do trabalho é situar o leitor para o cenário de cura vivenciado por estudos em populações tradicionais na Amazônia e a partir desse ponto expor o contexto religioso das ilhas, suas diversidades de crenças, mudanças e tensões que influem nos ritos de cura dessas senhoras. Pela análise de dados percebeu que as religiões permeiam suas práticas curativas, que são constantemente confrontadas por novos movimentos religiosos que se expandem vertiginosamente pelos setores periurbanos da capital paraense. Palavras-chave: ribeirinho; especialistas; Amazônia; religião; cura. * Graduado em Administração (UNAMA)Mestre em Ciências da Religião (UEPA)Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (UFPA).
2007
All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. Parte II-A direção da cura nas estruturas e nos quadros clínicos Uma história para se incluir: a direção da cura na clínica das psicoses Rosane Monteiro Ramalho 79 ROSANE MONTEIRO RAMALHO Uma história para se incluir: a direção da cura na clínica das psicoses Em primeiro lugar, queria apontar algo que considero muito importante quanto ao cuidado que devemos ter na formulação de um diagnóstico: é preciso fazê-lo com calma, sem pressa. Um diagnóstico feito de maneira precipitada acaba produzindo um certo ensurdecimento: tendemos naturalmente a escutar aquilo que confirma nossa impressão inicial. De uma maneira sutil, sem que nos demos conta, ocorre uma diminuição da abertura e da acuidade da escuta. A possibilidade de nos surpreendermos se reduz. Não é difícil compreender isso e, no entanto, diagnósticos precipitados são, infelizmente, muito freqüentes. Estas precipitações parecem decorrer da angústia de quem escuta um outro falando de um sofrimento ao mesmo tempo intenso e enigmático. Ou seja, a rapidez no estabelecimento de um diagnóstico parece muito mais servir para aplacar a aflição de quem escuta do que para orientar a ação clínica. Quando é assim, ele deixa de cumprir sua função essencial, que é formular uma hipótese, a ser confirmada ou não, de forma a nortear o tratamento-pois sabemos que a direção da cura será muito diferente caso se trate de uma neurose ou de uma psicose. Creio que seja ilustrativo dessa questão um caso clínico que certa vez me foi relatado por um colega. Era sobre um nordestino do interior (vamos chamá-lo Raimundo) que, após juntar todas as suas economias, mudou-se para o Rio de Janeiro, para tentar uma vida melhor. Ele decidiu ir antes, de forma
Cadernos de Saúde Pública, 1994
This paper discusses the relevance, specificity, and potential of the anthropological approach to health and illness. Medical anthropology is shown as complementary to other approaches that currently deal with public health problems. The impact of social and cultural factors on healthrelated perceptions and behaviors is illustrated and commented. A conceptual and methodological framework is also proposed to systematize the study of representations and practices of communities in the area of public health. The specific contribution of the anthropological approach is discussed in terms of the effectiveness of public health programs.
Resumo: Os conceitos de saúde, doença e cura relacionam-se com diversas outras manifestações das ecologias e das culturas em que se desenvolvem. Assistimos no ocidente a uma procura significativa de terapêuticas oriundas de outras culturas, e o número crescente de populações imigradas traz consigo uma diversidade importante de práticas médicas e psicológicas, com origens em outras tradições culturais, que convivem com o sistema médico dominante. Esta realidade levanta diferentes questões teóricas e práticas. O presente artigo pretende iniciar a discussão sobre estas questões a partir de dois objectivos principais: i) organizar as concepções de saúde, doença e cura a partir da análise estrutural das culturas proposta por P. Descola (2005); ii) identificar alguns factores transversais a estas concepções e levantar hipóteses que possam explicar a procura das medicinas tradicionais, no ocidente. Palavras-chave: sistemas culturais de identificação, terapias convencionais, terapias tradicionais, processos transculturais de cura. Abstract: The concepts of health, illness and healing relate to various other manifestations of the ecologies and cultures in which they develop. There is a significant demand for traditional therapies derived from other cultures in the West, and immigrant populations bring an important diversity of medical and psychological care practices originated from other cultural traditions that coexist with the dominant medical system. This situation raises different theoretical and practical issues. The paper aims to initiate discussion on these issues i) by organizing the different health, disease and healing conceptions upon the structural analysis of cultures proposed by P. Descola (2005); ii) by identifying some of their cross-cultural factors and by raising hypothesis that can explain the demand for traditional medicines in the West.
Razón y Palabra, 2016
espanolEn el imaginario social, es la biologia, o el fisiologico, que prevalece como responsable solo por las configuraciones fisicas y formas de comportamiento de las personas. Este articulo analiza las implicaciones de la vida social, fisiologica y psicologica para la construccion del ser humano. La pesquisa bibliografica abordo aspectos relativos a la relacion de la cultura con el cuerpo, la mente y la sociedad, la medicina tradicional y la medicina alternativa, la subjetividad y la curacion simbolica. Se encontro que para la literatura, la construccion del ser humano esta ligada al biologico preponderantemente. Sin embargo, en la "nueva era" ya se puede ver un enfoque de sistema de salud relacionado con otros aspectos generales de la cultura. EnglishIn social imaginary, it is biology, or physiology, that prevails as the only responsible for the body and behavioral configurations of people. This article discusses the social, physiological and psychological implications ...
Oficina Do Historiador, 2010
RESUMO: Na Europa, desde o século XVIII, as práticas de banhos terapêuticos em águas termais ou marítimas, foram utilizadas pela medicina para o tratamento de uma variedade de doenças. No Rio Grande do Sul, a difusão das técnicas hidrominerais, obteve repercussão no final do século XIX. No entanto, seu uso passou a ser empregado e intensificado no início do século XX, quando a procura pelas águas "milagrosas" de Iraí ou os banhos nas águas geladas das praias do Rio Grande do Sul, tornaram-se frequentes, conforme a prescrição médica, para a cura das moléstias ou simples profilaxia. O presente trabalho pretende mostrar, através da bibliografia especializada, fonte Oral, anúncios em jornais (Correio do Povo e o Almanaque Kalender) e matérias da Revista do Globo, como a difusão das práticas hidroterapêuticas em voga no início do século XX foram incorporadas por curistas, que adotaram inicialmente o tratamento de cura, que sem demora passou a ser praticado nos modos ludoterápicos.
BIB - REVISTA BRASILEIRA DE INFORMAÇÃO BIBLIOGRÁFICA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, 2020
O tema dos processos de adoecimento, saúde e cura, incluindo todos os aspectos que se ligam a ele, tanto relacionados à ex-periência subjetiva, como dor, aflição e sofri-mento, quanto aqueles mais evidentemente do mundo social, tais como os diferentes sistemas médicos e de cura e as políticas e micropolíticas em saúde, sempre foi um de-safio para a antropologia. Em primeiro lugar, por ser um tema cuja narrativa hegemônica está em outro campo, o biomédico, e com o qual os estudos antropológicos de saúde se defrontam e, eventualmente, confrontam ou dialogam. Em segundo lugar, está ligado, em muitos momentos, às tênues fronteiras entre a antropologia da saúde e outras áre-as, como a saúde coletiva, o que se acentuou nos últimos anos com a entrada significativa de antropólogos(as) em programas e cursos dessa e de outras áreas, deixando-nos a per-gunta de qual seria, então, a especificidade da antropologia diante dos outros estudos sociais da saúde. Em terceiro lugar, para falar de um desafio ou mais propriamente de um dilema interno à própria disciplina, ligado à especificidade do tema da saúde ou à sua diluição em outras dimensões da experiência social, está a indagação do quanto os estudos antropológicos sobre saúde constituem, ou não, uma subárea ou um campo específico da disciplina. Como veremos mais adiante, essas ques-tões estão presentes nas várias narrativas sobre a trajetória da antropologia da saúde no Bra-sil, mas parece ser consenso, nos últimos ba-lanços feitos, a ideia de que ela já se constitui em um campo ou programa próprio de pes-quisa, ensino e produção acadêmica na antro-pologia brasileira. A análise da produção an-tropológica sobre saúde nos últimos dez anos nos apontou alguns aspectos desse campo que serão retomados mais adiante no detalhamen-Antropologia da saúde: entre práticas, saberes e políticas
2015
O artigo apresenta o dossie, com os respectivos autores e textos, bem como traz questoes de cunho teorico e metodologico que dizem respeito as possibilidades de uma antropologia das doencas de longa duracao.
Revista Brasileira de Filosofia e História
O presente artigo tem por objetivo, à luz do etnoconhecimento, apresentar uma análise do papel e dos desafios que mulheres consideradas bruxas tiveram ao longo de alguns períodos históricos e em diferentes sociedades, devido aos seus conhecimentos na manipulação de ervas e plantas medicinais, evidenciando, assim, a importância de resgatar tais conhecimentos como forma de reparação histórica. Discutirá ainda sobre a importância do reconhecimento deste tipo de conhecimento popular não-científico relacionados às mulheres ditas bruxas para a atualidade.
Certo dia de 1994, vivia eu numa aldeia da etnia Baga, na Guiné Conacri, surpreendeu-me que um ancião, que visitava a casa onde vivíamos, saudasse Arafan, o pai da família, com a frase initoro e que Arafan tivesse respondido iyoo, initoro. Geralmente, entre os Baga, quando se recebe um estrangeiro é utilizada a expressão jovial inisene, que significa 'bem-vindo' e não initoro, que é uma expressão de condolência usada, sobretudo, para transmitir pesar por um falecimento ou para dar apoio a alguém que está gravemente doente.
O dossiê que ora apresentamos tem por intenção provocar a reflexão antropológica sobre os sentidos, as práticas e as redes de relações produzidas a partir de adoecimentos de longa duração. As doenças crônicas, de longa duração, ou, como nossos informantes às vezes preferem chama-las, as doenças compridas são aflições que não podem ser curadas, mas sim "controladas" graças aos avanços da biotecnologia e da medicina. Por isso, elas se estabelecem na vida dos sujeitos como condições com as quais é preciso conviver por extensos períodos de tempo, nomeadamente desde seu diagnóstico ou emergência até a morte, que pode advir, ou não, de complicações decorrentes dessa mesma doença.
2005
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História das Ciências da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: História das Ciências. Aprovada em agosto de 2005. RESUMO Este trabalho reflete sobre questões relacionadas às crenças que sustentam a manutenção de práticas populares de cura e de como esse saber atravessa gerações sociológicas através da cosmovisão de rezadeiras e receitadores no município de Nova Friburgo. Como esse saber se constituiu e como se manteve ao longo do tempo e qual sua influência na formulação do conceito de saúde e doença pelas pessoas em seu cotidiano. Os saberes-científico e intuitivo-são originados de lógicas fundamentais que se distinguem quando o primeiro tenta fragmentar a totalidade em partes menores, enquanto o segundo apreende essa mesma totalidade de um modo integrado. Assim, a medicina moderna, ao possuir uma visão fragmentária do ser humano, focaliza principalmente os sintomas apresentados pelo paciente enquanto que as rezadeiras populares o entendem intuitivamente. Para resgatar tal aparente conflito, utilizo a história oral, que como recurso metodológico nos permite percorrer o caminho do outro como uma ferramenta na divulgação das experiências vividas por este outro.
Self - Revista do Instituto Junguiano de São Paulo, 2016
Auxiliar uma pessoa que se encontra na condição de sofrimento é tentar, a partir de sua história, ajudá-la a dar um sentido a sua vida. Ao estudarmos outras culturas e seus mitos, estamos enriquecendo as possibilidades de nos aproximarmos de nosso paciente, ajudando-o assim a encontrar e a acolher o mito que regerá sua própria vida. A figura do xamã apresenta correspondência no mito do curador ferido em várias mitologias. Sua figura nas sociedades é a do sacerdote, médico, conselheiro e mantenedor das tradições da cultura do grupo. Mas o xamã deve passar primeiro por um processo iniciático, uma jornada heroica, antes que possa se tornar um curador. A função religiosa se manifesta nos processos iniciáticos e define quem está apto a ser representante: ela surge da necessidade da compreensão dos símbolos e de seus significados, originários dos conteúdos universais do homem. Na formação junguiana, a busca por ser um analista se dá na necessária junção da teoria e da vivência analítica, ...
O presente trabalho ambiciona localizar os conceitos de terapia (θεραπεία) e fármaco (φάρμακον, remédio/cura) na filosofia antiga. O estudo proposto percorrerá, brevemente, os escritos da tradição médica grega, dedicando-se mais, porém, ao estoicismo e ao epicurismo. Nessas escolas filosóficas, houve uma profunda elaboração teórica dos conceitos médicos, trazendo-os para o cerne da prática filosófica. Ao termo desse trabalho, nossos esforços estarão concentrados em questionar os sentidos e usos atuais do fármaco e da terapia à luz de suas concepções antigas, com o intuito último de ressaltar o depauperamento do sentido atribuído às práticas terapêuticas e ao fármaco na modernidade.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.