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Eurico, o presbítero, além de ser a obra mais conhecida de Alexandre Herculano, é também um dos mais importantes marcos da literatura portuguesa. Por trás de uma aparente organização dicotômica, tal narrativa abarca estruturas bastante complexas que precisam ainda de ser pesquisadas. Buscaremos, nesse artigo, analisar, principalmente, a interação entre godos e mouros e as consequentes questões religiosas e civilizacionais aí implicadas.
Revista Leitura
Este artigo, a partir da leitura da obra Eurico, o presbítero, do escritor romântico português Alexandre Herculano, discute os limites entre a ficção e a História nessa obra, fundamentando-se em alguns teóricos como Alfredo Bosi (2001), Massaud Moisés (1977, 1979), René Guénon (1948; 1981), Samira Campedelli (1996) e Walter Mignolo (2001).
2009
O presente trabalho analisa a ligação entre o romance histórico de Alexandre Herculano, Eurico, o Presbítero, e o Liberalismo em Portugal. Defensor constante da liberdade, como poeta, romancista, polemista, historiador e soldado, Herculano tem um papel importante nesse período da História de Portugal. Como o liberalismo não é facilmente definível e a ideia de liberdade costuma ser muitas vezes relativizada, é preciso compreender como esse escritor defende suas ideias. Para ele, o liberalismo apresentava problemas e era preciso corrigir seu rumo. A solução para isso era o cristianismo, pela justiça e fraternidade que emprega. Vivenciando um período que impunha limites à liberdade, principalmente à liberdade de expressão, por conta da ditadura de Costa Cabral, sua crítica à sociedade e a defesa de seu acordo social deveriam ser publicados de modo a ser entendido pelos leitores e, ao mesmo tempo, a escapar da censura. Eurico, o Presbítero é um meio de realizar essa difícil tarefa. É um pouco de luz em meio a muitas trevas.
Revista do Centro de Estudos Portugueses, 1986
Quem é bárbaro? Política e identidade na construção da imagem do rei Eurico por Sidônio Apolinário (século V E.C.), 2022
Monografia realizada na área de História Antiga e Antiguidade Tardia para a conclusão da graduação em História na Universidade Federal do Paraná, Curitiba. Orientação por Prof. Dr. Renan Frighetto.
Phoinix, 2018
No passo 262d1-3 do diálogo Político de Platão, o Estrangeiro de Eleia adverte seu jovem interlocutor a respeito daquilo que, segundo ele, constitui um erro comum entre os atenienses: "tomar a raça helena por uma unidade distinta de todo o resto, ao passo que ao conjunto das outras raças (que são inúmeras, distintas umas das outras e não falam a mesma língua), atribuir uma designação única, bárbaros". Além da evidente crítica ao etnocentrismo de tal hábito, perpassa a fala da personagem outro tema politicamente relevante, a saber, o problema das concepções envolvidas em cada designação que por costume utilizamos. Esse é, aliás, um assunto recorrente nos dois diálogos platônicos protagonizados pelo Estrangeiro de Eleia: em que medida as palavras correspondem às coisas designadas? Até que ponto podemos confiar em nossa linguagem comum ao empreendermos uma investigação? Que compreensões estão embutidas nos nomes que empregamos? Perguntas tais como essas vêm necessariamente à mente do leitor dessas obras. Questões que, não por acaso, são suscitadas por um estrangeiro anônimo, conhecido apenas por sua procedência. São esses os temas que pretendo explorar neste artigo, a partir de uma análise minuciosa do trecho aludido.
Revista de Ciências Humanas, 2012
Nós, ocidentais os mais tardios, somos a vigência do último-ismo, pós-posto à última síntese das experiências de realidade trazidas pela tradição histórica, desde a Grécia de Homero, no seu jogo de memória e esquecimento, conservação e transformação, retomada e abandono. O Helenismo é parte de nós. E um nome que circula em nossa biblioteca. E um nó de tensão histórica no qual enxergamos uma peripécia fundamental de nossa própria essência errante. Trata-se do-isnno do primeiro de nós, o Heleno. Primeiro significa: o originário de nós, o inaugural de nós, o nosso principio. 0 Heleno concebeu a Poesia tpica, a Tragédia, a Retórica, a Fisiologia, a Filosofia. Esta última representou para ele a tematização, a problematização, a explicitação da consciência de si mesmo, expressa na linguagem da Poesia tpica, da Tragédia, da Retórica, da Fisiologia. Herdeiro dessa experiência de linguagem que é a Filosofia e, portanto, do caráter de crise que lhe é inerente, o Helenismo é a crise dessa crise. Esta inaugurado o
Omni Tempora, 2018
Resumo Este trabalho abordará os estereótipos que se formaram sobre os povos bárbaros, aquando da sua entrada na Península Ibérica no século V d.C.. As fontes são dois textos da literatura cronística do século V. O objectivo é intuir a forma como a diferença era entendida na sociedade tardo-imperial da Península Ibérica do século V, através das pistas e sugestões que os autores deixam. Palavras-chave: Hidácio de Chaves, Orósio, crónicas, bárbaros, estereótipos, diferença. Abstract This paper will try to analyse the stereotypes that were created about the barbarians at the time of their entrance in the Iberian Peninsula in the fifth century. The sources are two texts of the fifth century chronistical literature. The aim is to understand by the tracks and suggestions these authors leave, the way the difference was perceived then. Keywords: Hydatius, Orosius, chronicles, barbarians, stereotypes, difference.
Philia: filosofia, literatura e arte, 2023
David Konstan states that envy has not always had a negative connotation in the history of literature. In Homer, it is with the envy of the gods that Penelope apologizes to Odysseus for the need of the bed test. Hesiod, in Os Trabalhos e os Dias, makes envy an engine of competition based on a social innovation. Over the centuries, envy gained Christian overtones with Evagrius Ponticus, specializing in a mortal sin, according to Saint Thomas Aquinas. In the work of João Guimarães Rosa, there are several occurrences of the lexicon. In dialogue with classical culture and Christian tradition, I will try to understand the various faces with which envy is presented in the work of the Brazilian writer.
CODEX – Revista de Estudos Clássicos
Tradução de <em>As Fenícias</em>, de Eurípides.
No fim do IV milénio a.C., o Egipto foi provavelmente a primeira civilização a viver a experiência da formação de um verdadeiro Estado unificado sobre um vasto território. Além do processo histórico-político propriamente dito, a emergência e a continuidade da instituição monárquica, hereditária, deixou marcas indeléveis na produção mitológica paulatinamente desenvolvida. Neste sentido, o conhecido mito das lutas entre Hórus e Set, um dos mais conhecidos e complexos episódios do ciclo osiriano, é um testemunho eloquente que justifica uma revisita e uma reescrita mitológico-ideológica conduzida pelo pressuposto da estrutura inicial do Estado egípcio e das suas estruturas-base de sustentação. O que nele está em causa é a essência monárquica conforme era concebida pelos antigos Egípcios.
Dissertação de Mestrado, 2024
A Controvérsia Eucarística ocorrida no século XI deu-se em torno dos questionamentos de Berengário de Tours sobre o pão e o vinho consagrados no altar. Para o arcediago, a transformação deles em corpo e sangue de Jesus Cristo esbarrava na impossibilidade de passarem por uma mudança carnal, material. Baseando-se em textos patrísticos e tratados do Império Carolíngio, concluiu que a transformação se daria de maneira intelectual, o que lhe rendeu diversas condenações ao longo de trinta anos. Este trabalho pretende defender que as causas da querela ultrapassam as questões de ordem teológica. Propomos investigar a relação entre a querela eucarística e os conflitos políticos protagonizados pelo papado no período, em particular, as disputas por sés episcopais e as transformações nos meios religioso e político daí advindas. Assim, analisaremos as posturas pontifícias frente aos principais atores da controvérsia, comparando-as com ações em outros conflitos do período, como contra o nicolaísmo e a simonia, de modo a buscar semelhanças e diferenças que possam elucidar o papel desempenhado pelos personagens a partir de sua posição em uma rede complexa, desigual e volúvel de autoridade. Para tanto, tomaremos por base escritos de Berengário e de seus opositores − sobretudo Lanfranco de Cantuária, Guitmundo de Aversa e Alberico de Monte Cassino −, cartas dos envolvidos e documentos conciliares, textos produzidos principalmente em territórios angevinos e normandos, mas que, assim como seus autores, circularam também por cidades germânicas e italianas. The Eucharistic Controversy that took place in the 11th century occurred around the questioning of Berengar of Tours about the bread and wine consecrated on the altar. For the archdeacon, their transformation into the body and blood of Jesus Christ came up against the impossibility of undergoing a carnal, material change. Based on patristic texts and treatises from the Carolingian Empire, he concluded that the transformation would take place in an intellectual way, which earned him several condemnations over the course of thirty years. This work intends to defend that the causes of the dispute go beyond the theological questions. We propose to investigate the relationship between the Eucharistic Controversy and the political conflicts led by the papacy in the period the disputes for episcopal Sees and the changes in the religious and political environment that resulted from it. Thus, we will analyze the pontifical attitudes towards the main actors of the controversy, comparing them with actions in other conflicts of the period, such as against Nicolaism and simony, in order to seek similarities and differences that may elucidate the roles played by the characters based on their position in a complex, unequal, and volatile network of authority. Thereby, we will take as a basis the writings of Berengar and his opponents - mainly Lanfranc of Canterbury, Guitmund of Aversa and Alberic of Monte Cassino -, letters from those involved and conciliar documents, texts produced mainly in Angevin and Norman territories, but which, like their authors, also circulated in Germanic and Italian cities.
Génese e consolidação da ideia de Europa Vol. I: De Homero ao fim da época clássica, 2005
Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia),OlfJSTfklO nA (1fNOA F. DA TICNOIQGTA Portugal OBRA PUBLICADA COM O APO I O DE: FCT: Fundação para a Ciência e Tecnologia-Ministério da Ciência e do Ensino Superior Apoio do Progrmlla Operacional pm-a a Ciência, Tecnologia, Inovação do III Quadro Comunitário de Apoio II) Inventing the barbarian. Greek self-dejinition through tragedy (Oxford, 1989), 1. (31 O coqjunto de perguntas com que U lisses pretende estabelecer um quadro da vida dos Ciclopes, que é paradigmático de um modelo bárbaro, obedece a critérios que Heródoto igualmente aplica no desenho de comunidades primitivas ou selvagens, nos seus capítulos etnográficos, nomeadamente o regime de vida sedentário ou nómada, o cultivo ou abandono dos campos, a dieta e o desconhecimento do vinho.
This paper presents a reflection on the relationship between tragedy and comedy in classical Greece. We have developed our work through the comparison of three Athenian plays’ final scenes: Aristophanes’ Thesmophoriazusae, Euripides’ Iphigenia among the Taurians and Helen. We examine the role of the duped barbarian, a character common to all three plays, and how his presence determines the plays’ reception. Keywords. Greek theater; Euripides; Aristophanes; exodos; barbarian.
Topoi. Revista de História, 2019
Resumo do livro: MOERBECK, Guilherme. Entre a religião e a política: Eurípedes e a Guerra do Peloponeso. Curitiba: Prismas, 2017.
Romanitas, 2023
In the final section of his Histories against the Pagans, Orosius gave prominence to the actions and events concerning the presence of the Goths in the Western provinces of the Roman Empire in the early 5th century. Special emphasis is given to some passages in his text (notably those between chapters 37 and 43) concerning two main aspects: on the one hand, the way Orosius sought to set his authority as a scriptor historicus and, on the other, the construction of a temporal dialectic through which the Goths stood as agents of Divine Providence to ensure the maintenance of the Roman Empire in the years to come.
Resumo: O texto busca analisar as primeiras representações literárias da guerra na literatura ocidental. Concentra-se primeiramente na Ilíada de Homero, oferecendo um panorama do sistema de valores que a enforma e enfatizando o forte caráter imagético de suas descrições, que intentam delinear uma visão idealizada da guerra. Em seguida, considera exemplos da lírica grega arcaica, a fim de atestar que, embora situados em outro gênero, os expedientes utilizados na épica para representar a guerra também se encontram na poesia lírica, sobretudo a enargia.
Resumo: Busíris é um dos dramas satíricos de Eurípides, incompleto e de data incerta. Este artigo contém um panorama dos mitos sobre Héracles e Busíris e sua iconografia; a tradução dos testemunhos e fragmentos conhecidos; e uma reconstrução conjetural do drama satírico, baseada nos escassos dados disponíveis. Abstract: Busiris is one of Euripides incomplete satyr plays and its date is uncertain. This paper contains an overview of myths on Busiris and Heracles, his iconography, a Portuguese translation of testimonia and known fragments, and a conjectural reconstruction of the satyr play, based on scanty available data.
Classica, 2018
Partindo de considerações sobre a importância de personagens “menores” para o desenrolar da Odisseia (como é o caso de Eumeu e Euricleia), o presente artigo atenta para uma série de nuances presentes no canto XIX e reflete sobre a forma anelar segundo a qual esse trecho se desenvolve, em torno ao reconhecimento de Odisseu por sua velha serva. Contrariando a leitura tradicional dessa passagem, defendemos que esse reconhecimento não apenas é desejado por Odisseu, mas é motivado – de uma perspectiva interna à lógica da narrativa – pela necessidade de restabelecimento das bases fundamentais para que o rei ausente readquira o seu nome e a sua história antes de readquirir o seu poder de fato.
Revista Letras Clássicas USP, vol. 18, 2014
Resumo. O presente artigo trabalha com as tragédias Hécuba e As Troianas de Eurípides, relacionando-as ao contexto histórico em que foram criadas. Investiga possíveis relações entre elas e episódios da Guerra do Peloponeso, sobretudo entre As Troianas, apresentada na Dionísia de 415 a.C., e a conquista e destruição da ilha de Melos no inverno de 416-415 a.C.
By analyzing the tragedy The Persians by Aeschylus, first performed in 472 BC in Athens, we can verify the presence of a speech able to create representations of the barbarian in the Greco-persians postwar context. Through the theater play speech related to the historical and social context of Aeschylus, we are able to perceive probable evidence of representation of the Persians linked to the political interests of social groups that produce dissociated senses about the barbaric figure.
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