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Este artigo visa analisar o uso das fontes históricas no debate entre a corrente filosófica do Afrocentrismo e as críticas que esta recebeu. O Afrocentrismo, principalmente na versão elaborada por Asante, propõe a revisão radical e a superação do paradigma eurocêntrico. O alicerce desta proposta é a ideia de que o pensamento filosófico e científico surgiu em África, nomeadamente na civilização egípcia, considerada “negra”, de acordo com a lição de Anta Diop. As provas de matriz histórica utilizadas pelos afrocentristas foram largamente contestadas. O artigo pretende evidenciar a forte ligação entre elaboração filosófica, aparato ideológico e “invenção” duma tradição histórica por parte do Afrocentrismo, cujo uso instrumental das fontes entra em choque com as regras básicas da ciência histórica. Daqui, as duras críticas recebidas, devido à sua escassa fiabilidade epistemológica e metodológica.
ERIC HOBSBAWM Nada parece mais antigo e ligado a um passado imemorial do que a pompa que cerca a realeza britânica em quaisquer cerimônias públicas de que ela participe. Todavia, segundo um dos capítulos deste livro, este aparato, em sua forma atual, data dos séculos XIX e XX. Muitas vezes, "tradições" que parecem ou são consideradas antigas são bastante recentes, quando não são inventadas. Quem conhece os "colleges" das velhas universidades britânicas poderá ter uma idéia da instituição destas "tradições" (a nível local, embora algumas delas -como o Festival of Nine Lessons and Carols (Festa das Nove Leituras e Cânticos), realizada anualmente, na capela do King's College em Cambridge, na véspera de Natal -possam tornar-se conhecidas do grande público através de um meio moderno de comunicação de massa, o rádio. Partindo desta constatação, o periódico Past & Present, especializado em assuntos históricos, organizou uma conferência em que se baseou, por sua vez a presente obra.
A conformação do fazer artístico e a recepção de obras estéticas apontam para um espaço de relação de proximidade e/ou distanciamento entre o conhecido e o desconhecido, entre o antigo e o novo, apontando para uma analogia entre a tradição e a contemporaneidade. O estabelecimento desses binômios notabiliza a formação do cânone da arte no ocidente, como se identifica desde a Antiguidade, entre as culturas grega e romana e se manifesta no contemporâneo. De modo geral, as ideias de tradição e contemporaneidade são colocadas em contraposição, como antagônicas. Baseado em tensões, distensões, mas também em uma contiguidade, esse binômio é analisado, considerando a premissa que estabelecem correlações produtivas, entendidas como resultado de um diálogo entre a produção dessas temporalidades, a partir de pesquisa bibliográfica, pautando-se nos conceitos de imitatio, contaminatio, (Conte, 1999;, de intertextualidade (Jenny,1979), e de contemporâneo, de Agamben (2013), que considera o tempo, a necessidade de tomar posição que permita tomar distância do agora para percebê-lo em seus vieses bem como para resistir a pressão do passado.
Há ciências cujos "paradigmas", blocos de preceitos e precedentes teóricos que definem a ortodoxia daquilo que Thomas Kuhn chama de "ciência normal") mantêm uma imobilidade congelada até que seus sustentáculos são derretidos pelo calor e pela pressão das evidências acumuladas, verificando-se então uma "revolução tectônica". A antropologia não é uma delas.
TRADIÇÃO E IDENTIDADE, 2011
Evans Pritchard afirma que não há como estudar a sociedade dos Azandes sem falar da bruxaria. A bruxaria é algo do seu cotidiano; não possui o mesmo significado que para um ocidental, não é algo sobrenatural. A noção de bruxaria permeando os diferentes planos sociais de organização dos Azandes pode ser comparado ao papel que a cerâmica ocupa na comunidade de Itamatatiua. Através da cerâmica pode - se entender diversos aspectos da comunidade de Itamatatiua bem como: relações de gênero, divisão sexual do trabalho, o papel de homens e mulheres nesse processo de produção, elementos de construção de identidade entre outros. Os artefatos produzidos com a cerâmica são representados de maneira diferenciada. Há aqueles que são utilizados em rituais, os que representam a própria comunidade e ainda os utensílios utilizados nas práticas cotidianas com um valor mais utilitário.
Palavras chave: Choro, Música Popular, Música Instrumental. RESUMO: O presente artigo pretende identificar e ver mais de perto algumas das modificações que o choro vem sofrendo desde a segunda metade do século XX, tanto em sua concepção e performance como na questão identitária, ou seja,como os chorões de hoje se percebem e vêem a música que praticam e como os mesmos fazem suas associações (atualizações)com o gênero. A discussão da música instrumental brasileira é permeada de um sem número de ramificações de estilos, maneirismos e de autopercepção (identidade) dos seus praticantes. Quando falamos de música instrumental popular no Brasil, abrimos um guarda chuva de variações sem fim. O fato é que essa música existe e é tocada sendo preciso enxergá-la mais de perto para perceber suas sutilezas. Dentro desse amplo espectro de variáveis e escolhas sonoras e de todas as fusões de ritmos brasileiros (como frevo, samba e baião) com as formas e improvisação do jazz (fricção de musicalidades) característico na Música Instrumental-MI 3 -(PIEDADE, 2000), temos uma sonoridade mais tradicional do choro, que está ligada às rodas e encontros em botequins (ambiente informal e popular), tratando-se da execução de peças clássicas consolidadas no período de formação do gênero durante os anos 30 e 40 (PIEDADE, RÉA, 2006). Temos -em contrapartida -um choro que se apossou da instrumentação característica dos conjuntos fusion 4 da década de 70, com a utilização de guitarras, contrabaixo elétrico, bateria; enfim, todo um referencial tido como símbolo de modernidade na época. Aliado a isso, foram enxertadas novas seções para improvisos,
A partir da década de 1970, em diversos países da América do Sul, mas especialmente no Brasil, a politização do discurso indígena e a crescente tomada de consciência étnica de alguns grupos vai resultar em movimentos e lideranças indígenas que reivindicam – através da referência a uma originalidade e a uma " indianidade " geral, apropriando-se de conceitos da sociedade envolvente – direitos e identidades específicos. Dessa forma, a apropriação do horizonte jurídico estatal pelos povos indígenas, através de suas cosmogonias e suas narrativas, corresponde tanto à idéia de uma efetiva agência indígena em sua própria história, como à noção antropológica de incorporação da alteridade pelas sociedades indígenas enquanto algo definidor de sua própria singularidade. Do outro lado, o Estado brasileiro mostra-se desafiado pelos conflitos envolvendo terras indígenas e invasores, situados em um contexto de recente aumento da organização e da violência por parte destes últimos.
RESUMO: A reflexão que ora apresento busca compreender de que forma a congada de Uberlândia-MG, uma prática religiosa usualmente definida como tradicional, é reelaborada contemporaneamente por meio de trânsitos religiosos, políticos e tecnológicos. A partir da interpretação de versões do mito fundador, de rituais e do exame da relação entre os congadeiros e os novos mediadores culturais, procuro entender a dinâmica da congada e os mecanismos que garantem a continuidade desta tradição.
Resenha crítica do filme Jubilee (1978). Artigo publicado no catálogo da mostra Derek Jarman: cinema é liberdade, Caixa Cultural Recife, 2014.
Comentário sobre a morte do tradicionalista Paixão Cortes e o sentido político-ideológico do movimento tradicionalista rio-grandense e dos CTG.
Portuguese translation of "The Invention of Curators" (Translated by Marília Palmeira) A autora realiza um retorno crítico ao momento inicial de instituição do curador como profissão no Império Romano, buscando analogias que possibilitem reflexões sobre o perfil da função e exigências que recaem sobre o curador atualmente, sua posição no sistema da arte contemporânea e a situação ambígua de cuidado e confinamento que o processo da curadoria implica.
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SCANDIA JOURNAL OF MEDIEVAL NORSE STUDIES, 2019
Itinerarios Revista De Literatura, 1998
Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, 2014
EDITORA KOTEV, SÉRIE AFRICANIDADES 15/ CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS DA USP (CEA-USP), 2017
Revista Mexicana de Historia de la Educación, 2013