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Nuances: estudos sobre Educação, 2013
Resenha livre da obra SANTOS FILHO, José Camilo dos (Org.). Projeto educativo escolar. Petrópolis: Vozes, 2012.
RESUMO: Vinculado a uma das linhas de pesquisa do grupo "Literatura, Cultura e Educação: Caminhos da alteridade" (UNIR), o presente trabalho propõe a leitura da obra Por mares nunca dantes (2000), de Geraldo Carneiro (1952), com o objetivo de investigar como nela se opera a ruptura das fronteiras que convencionalmente delimitam os gêneros, os estilos, as temporalidades e os universos culturais representados ao longo da extensa tradição literária brasileira, desde do período colonial até a contemporaneidade. Situando-se às margens do cânone, Por mares nunca dantes narra ficcionalmente o acidente que conduz Luís Vaz de Camões ao Rio de Janeiro do século XX, relatando assim as impressões e as surpresas do escritor português ao se deparar com uma realidade que lhe parecia complemente estranha. Ao recriar parodicamente o caráter épico de Os Lusíadas, valendo-se ainda de outros intertextos com as produções da literatura brasileira, tais como a Carta de Pero Vaz de Caminha, por exemplo, o poema de Geraldo Carneiro instaura um discurso que, desde os limiares das convenções estéticas e genéricas, busca reconfigurar a paisagem identitária do Brasil, fundamentando-a sobre as bases da heterogeneidade e do hibridismo cultural. A dinâmica antropófaga e carnavalizadora operada em Por mares nunca dantes logra pois questionar, deslegitimar e até mesmo romper as barreiras que, conforme a racionalidade ocidental, definem o passado e o presente, o clássico e o popular, a linguagem culta e coloquial, o sagrado e o profano, tradição e modernidade, o centro e a periferia, entre outros pares dicotômicos. Assim, verifica-se que, na obra de Geraldo Carneiro, a busca pela alteridade concretiza-se mediante a subversão e a ruptura de princípios eurocêntricos que arbitrariamente tendem a ocultar, subestimar ou estigmatizar aspectos da cultura do outro, para assim endossar o status de superioridade e o poder de dominação das metrópoles. Amparando-se principalmente pelo conceito de "entre-lugar", formulado por Silviano Santiago (2000) e Homi Bhabha (1998), bem como pelas contribuições teóricas de Linda Hutcheon (1985) e Mikhail Bakhtin (1981;1987), sobre as noções de paródia e carnavalização, esta proposta de pesquisa pretende observar como, ao atravessar as fronteiras vigentes no imaginário ocidental, a obra de Geraldo Carneiro parece reivindicar o lugar do discurso literário brasileiro em meio a imposição das vozes imperialistas da cultura globalizada.
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Educação do Campo & Educação Patrimonial (Regente: Prof. Danilo Asp, 2017)
Journal of Information Systems and Technology Management, 2015