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RESUMO: O conto " Reminisção " de Tutaméia alegoriza a autoria com a paródia da teoria platônica das reminiscências que pressupõe um sentido superior como fundamento das formas dos gêneros. Romão casa-se com uma mulher que a cidade satiriza. No final, morre nos braços dela que se transfigura na imagem canonizada de Nhemaria. A representação torna-se hagiográfica desde que Romão morre ou finge morrer com um sorriso verossímil capaz de validar a ficção de uma unidade que produz indeterminação ou deforma a dualidade clássica de forma e fundo. A deformação faz-se como paródia da forma que, segundo Bakhtin, resulta da relação do autor com a personagem; relação que regula a exigência clássica de exotopia com dialogismo e transgrediência. O autor dá acabamento à forma dotando-a de autoridade semelhante à do coro, pluralidade de sentidos, que radica a representação na vida social. A morte de Romão corresponde à do autor de um cânone fingidor.
Na sua novela Sarrasine, Balzac, falando de um castrado disfarçado de mulher, escreve esta frase: «Era a mulher, com os seus medos súbitos, os seus caprichos sem razão, as suas perturbações instintivas, as suas audácias sem causa, as sua bravatas e a sua deliciosa delicadeza de sentimentos. -Quem fala assim? Será o herói da novela, interessado em ignorar o castrado que se esconde sob a mulher? Será o individuo Balzac, provido pela sua experiência pessoal de uma filosofia da mulher? Será o autor Balzac, professando idéias «literárias» sobre a feminilidade? Será a sabedoria universal? A psicologia romântica? Será para sempre impossível sabê-lo, pela boa razão de que a escrita é destruição de toda a voz, de toda a origem. A escrita é esse neutro, esse compósito, esse obliquo para onde foge o nosso sujeito, o preto-e-branco aonde vem perder-se toda a identidade, a começar precisamente pela do corpo que escreve.
Trabalho apresentado na 1a. Jornada Internacional de Estudos do Discurso. Sobre História da Escrita com análise do filme Crimes de Autor.
Na era da interatividade o receptor é dotado de maior poder criativo, o autor sai de campo e refugia-se na apropriação das obras alheias. Será que revê atualmente seu papel decisivo na criação de significados e ressurge como demiurgo? Depois da morte do autor pregada por Roland Barthes e Umberto Eco, e com a ascensão do leitor como criador ativo da obra, o autor perdeu espaço e até mesmo foi decretada sua morte. Atualmente porém, existe uma tendência de retorno à figura central do autor como realizador da obra, que cria uma narrativa conceitual na qual o espectador deve seguir sua lógica com fim de compreender sua arte.
Revista X, 2007
Os professores de literatura costumam queixar-se da falta de interesse e da passividade dos alunos, reforçando uma imagem fortemente influenciada por uma determinada política de significação na formação das subjetividades dos alunos. Neste artigo discuto a possibilidade de interpretar o comportamento passivo e submisso dos alunos como um processo de formação de "habitus", em situações em que os alunos assimilam o discurso legitimado de seus professores e acabam por acreditar nele como a expressão de uma verdade sobre si mesmos. Eu argumento que os alunos (e os professores) precisam encontrar suas próprias vozes, que a linguagem oferece oportunidades de resistência e mudança, e que o conflito pode ser solo fértil para tais mudanças.
Atas da Conferência Internacional A RECEÇÃO INTERNACIONAL DA OBRA LITERÁRIA DE JOSÉ SARAMAGO , Cátedra José Saramago e Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos Faculdade de Filologias Clássicas e Modernas da Universidade de Sófia Sveti Kliment Ohridski, 2023
This study focuses on the thematic areas of translation and authorship, which are relevant to José Saramago's reception. It begins with some general reflections on reception to, in a second part, analyse selected aspects of Saramago as professional translator, (inter)cultural translator (including the issue of appropriation from Byung-Chul Han), and one who also reflected on translation in philosophical terms. The third part deals with the Saramaguian denial of the existence of a narrator, which is put into dialogue with twentieth-century literary theory on the mystification or death of the author (Russian formalism, Barthes, Kristeva, Foucault). Starting from the argument that Saramago can be characterized as practicing forms of cultural translation, it is concluded that both thematic areas should preferably be approached from a translatological perspective.
Trabalho apresentado no Congresso Fazendo Gênero, sobre Marguerite Duras.
O presente artigo realiza um breve estudo sobre o regime jurídico do direito ao reconhecimento da autoria e a figura do ghost writer no direito brasileiro. Para tanto, faz uso das decisões judiciais proferidas no caso Bruna Surfistinha, as quais discutiram a autoria da obra literária “O Doce Veneno do Escorpião”, que relata a vida da personagem Bruna Surfistinha. Trata-se de pesquisa que utiliza metodologia descritiva, baseada fundamentalmente na investigação bibliográfica, o que é feito para analisar a solução judicial dada ao caso objeto do estudo. Os temas mais relevantes da matéria são debatidos, como o direito ao reconhecimento da autoria, a obra protegida pelo direito de autor, bem como as convenções envolvendo a figura do ghost writer. Merece ainda destaque a apresentação de breves notas acerca do problema do ghost writer na Alemanha e na França. Assim sendo, o objetivo desse trabalho é discutir se a solução judicial dada ao caso Bruna Surfistinha foi a mais adequada, considerando o direito de autor, o direito ao reconhecimento da autoria e as convenções de ghost writer.
Revista de Estudos Acadêmicos de Letras
Resumo: na segunda metade do século XX, ascendeu na Literatura a querela teórica a respeito da morte do autor. Com base em Barthes, víamos declarada a autonomia da escrita, que, segundo ele, não demandava que uma voz autoral fosse reconhecida nela; já para Foucault, a morte do autor deixava uma lacuna, que ele, então, preencheu trazendo o elemento da função autoral. Entretanto, Nietzsche já instigava, no século XIX, um abalo nas certezas sobre a figura autoral, através do questionamento da noção de verdade, e postulando a morte de Deus, fato que estimula a pensar na morte dos seres criadores das coisas, dentre eles, o autor. Nessa perspectiva, analisarei o romance O mal de Montano de Enrique Vila-Matas, escritor conhecido justamente por jogar com a autoria, mobilizando realidade e ficção. A hipótese é de que a narrativa passa pela noção de morte do autor, mas isso não basta para a sua análise, sendo preciso que nos fiemos ao critério da função autoral e ao jogo do verdadeiro/não verdadeiro. Palavras-chave: morte do autor, O mal de Montano, ficção.
No momento em que Roland Barthes decretou "A morte do autor", a ideia de intencionalidade autoral já havia sido relativizada e fragilizada por outros teóricos e filósofos, mas a importância capital desse texto está na radicalização da proposta teórica de viés anti-humanista. O pensador francês se opôs franca e abertamente a uma série de ideias consagradas pela crítica literária tradicional. Aproveitando a efeméride dos 50 anos da publicação do famoso ensaio de Barthes – intitulado justamente “A morte do autor” – retomo neste pequeno artigo a discussão original a fim de mostrar sua importância renovadora para a crítica literária, a permanência de sua influência e, principalmente, para problematizar alguns dos seus pressupostos filosóficos.
O livro trata do epistolário de Damião de Góis a partir da constituição retórica de seu prestígio público e da representação de sua ‘auctoritas’, avaliando a dimensão das relações sociais por ele estabelecidas desde sua estadia na Flandres a serviço da coroa até seu retorno a Portugal, cerca de duas décadas mais tarde (1525-1545). Nesse período, investiga-se como pode ter desenvolvido os aspectos técnicos de sua escrita epistolar, assim como seu uso na interação com importantes dignitários e homens de letras de seu tempo. Demonstra-se que sua imagem pública foi formulada a partir de diferentes ‘ethe’ compostos diante das necessidades específicas dos diferentes contextos em que atuou
Este trabalho é um ensaio teórico e de caráter qualitativo, cujo propósito é formar uma opinião sobre determinado assunto. Na filosofia e na psicanálise, o suicídio e a morte são tópicos frequentes. Portanto, optei por um percurso único: comecei o texto com uma questão relacionada à proibição do suicídio, e finalizo com uma questão acerca da proibição deste. Faço algumas considerações com base em leituras filosóficas, elaboro algumas reflexões fundamentadas na psicanálise freudiana-lacaniana e, finalmente, analiso o filósofo do absurdo para finalizar o texto, argumentando que a revolta contra o absurdo da vida pode ser um meio de evitar o suicídio.
Resumo A identidade, oralidade, memória e tradição estão presentes no livro Incidentes da vida de uma escrava de Harriet Jacobs. O livro tinha como objetivo denunciar a escravidão, fazer um combate histórico. Ao contar suas memórias Harriet de forma sutil acaba por revelar todas as representações simbólicas criadas para a manutenção da escravidão. Este artigo procura analisar esse percurso simbólico que está intimamente ligado ao poder de transformarem seres humanos em escravos e seu combate através da construção de uma nova narrativa contra a escravidão. Abstract Identity, orality, memory and tradition are present in the book Incidents in the life of a slave Harriet Jacobs. The book was intended to denounce slavery, to a combat history. In telling their memories of Harriet subtly turns out all symbolic representations created for the maintenance of slavery. This article analyzes the symbolic walk which is closely connected to the power to transform human beings into slaves and their struggle through the construction of a new narrative against slavery. Introdução A História nada mais é do que a construção de uma narrativa sobre os fatos passados. Há que ser levado em consideração os fatores subjetivos, pois a nossa visão sobre os acontecimentos muda a cada momento. O objeto está sempre plasmado pela individualidade, cultura, costumes, trajetória de vida, e experiências do observador. A
que: O conteúdo deste documento é original e constitui um reflexo do meu trabalho pessoal. Declaro que, no caso de qualquer notificação de plágio, autoplágio, cópia ou erro na fonte original, sou o responsável direto jurídico, econômico e administrativo sem afetar o Orientador do trabalho, a Universidade e quaisquer instituições que colaboraram no referido trabalho, assumindo as consequências derivadas de tais práticas.
"O objetivo deste artigo é identificar, descrever e analisar a frente de pesquisa numa subárea do campo da bibliometria: a produtividade dos autores, conhecida também como a “Lei de Lotka”. Identificaram-se os autores que formam a frente de pesquisa deste campo. Esses autores têm 10 ou mais artigos produzidos, qualificando-os como grandes produtores, e, em alguns casos como produtores moderados. Todos eles tem os trabalhos publicados no idioma inglês, e a grande maioria deles nos periódicos da chamada “corrente principal”, isto é, indexados no Science Citation Index ou no Social Science Citation Index. Verificaram-se a existência de covariação entre o nível de produtividade dos autores, os artigos publicados nos periódicos da chamada “corrente principal” e o idioma da publicação concomitantemente com a frequência de citações. Em outras palavras, para qualificar-se na frente de pesquisa deste campo, o autor tem que ser um grande ou moderado produtor, publicar no idioma inglês e nos periódicos considerados de corrente principal. Fora deste contexto, o uso da informação explicitada na forma de citações fica reduzido a um consumo local. "
Você não compreende a morte, só aprende a aceitá-la." (Joseph Campbell) [p. 149] O discurso é uma rede de efeitos de sentidos que vai sendo traçada em meio a suspensões e retomadas. Não se consegue ver onde tudo começou ou vaticinar o seu final. É tentadora a tarefa de medi-lo do início ao fim. Talvez fosse bom tomá-lo como coisa apartada que tem começo e final, uma coisa inteira que posso olhar de longe, de perto, mais de longe, talvez tão de longe que possa usufruir da ilusão de controle sobre ela. Talvez, se fosse possível. Mas não é assim que o discurso se deixa apreender.
Psicologia e Saúde em Debate, 2019
se da obra mais conhecida da autora, que aborda questões a respeito do medo e do temor da morte em pacientes terminais em um hospital nos Estados Unidos. Sendo este um tema que se encontra poucas pesquisas a respeito, não tão vasto, de um conteúdo pouco explorado, é de grande importância conhecermos sobre o luto e como se dá o processo de elaboração do mesmo, embora seja um fato tão temido e evitado: a morte. A obra possui doze capítulos, sendo estes: Capítulo I Sobre o temor da morte, II Atitudes diante da morte e do morrer, III Primeiro estágio: negação e isolamento, IV Segundo estágio: a raiva, V Terceiro estágio: a barganha, VI Quarto estágio: a depressão, VII Quinto estágio a: a aceitação, VIII Esperança, IX A família do paciente, X Algumas entrevistas com pacientes em fase terminal, XI Reações ao seminário sobre a morte e o morrer, e XII Terapia doentes em fase
Revista Criação & Crítica, 2014
O questionamento radical do sujeito cartesiano promovido pela crítica pós-estruturalista a partir da década de sessenta do século passado abriu caminho para a reformulação do conceito de “autor”. Entendido anteriormente como marcado pela imaginação criadora capaz de dar origem a grandes obras literárias, percebidas como expressões universais e supremas do espírito humano, começa o autor a perder a sua força cultural à medida que as novas teorias declaram a sua morte ou restringem a sua atividade anteriormente sacralizada a uma “função autoral” que tem por objetivo a prática repressora da disseminação incontrolável de sentido. O presente ensaio pretende revisitar o momento iconoclasta da morte do autor, com o objetivo de avaliar possíveis contribuições para o pensamento de uma ética da leitura no momento contemporâneo.
Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 1984
Proteção da integridade das obras caídas em domínio público. Adaptações. 2-Direitos morais que se transmitem aos herdeiros do Autor. A quem compete o seu exercício. O executor testamentário. 3-Herdeiros até o segundo grau, cônjuge, legatários e cessionários. 4-Organismos profissionais. Defesa pelo Estado. 5-Obras derivadas das que caíram no domínio público. 6-Conflitos de interesses morais. 7-Necessidade de sanções. 8-Discussão da matéria no âmbito internacional. A contribuição da U N E S C O .
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