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2017, Brasiliana
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Nascido em São Paulo em 1935, Adolpho Leirner, como relata nessa entrevista de outubro de 2015, começou colecionando tapetes caucasianos. Além da coleção de arte concreta, formou, com sua esposa, Fulvia, uma coleção de art déco.
Celeuma, 2013
a crítica e as artes ensaio visual 98 número 1 volume 1 maio 2013 celeuma por rafael vogt maia rosa Nelson Leirner é um desses artistas cuja biografia se confunde com lendas pessoais. Como se sabe, isso acaba, em muitos casos, por constituir mais uma estratégia poética, um contexto inescapável que se sobrepõe à criação de trabalhos diversos, mas que se mostram coesos. Sua prolongada atuação como professor, seus happenings e depoimentos, tudo parece colaborar para um percurso extraordinário de realizações que permanecem na órbita de um questionamento não apenas formal do fazer artístico, mas, de uma polêmica em curso. Entretanto, diferentemente entrevista com nelson leirner do caráter mítico e iniciático do famoso, historicamente improvável, acidente aéreo de Joseph Beuys, no caso de Leirner, sua entrada nas artes plásticas brasileiras é desmistificada pelo próprio artista. Um pouco ao modo de Oswald de Andrade, que escreve em 1933 um antiprefácio para seu romance-invenção Serafim Ponte Grande -provavelmente a obra mais iconoclasta de nosso modernismo -, em que revê seu percurso artístico sem quaisquer pudores, Nelson Leirner também se coloca em xeque sistematicamente, evocando, de forma indireta, a despeito de um engajamento e das contradições, a figura de um "palhaço da burguesia" que se percebeu envergonhado nessa condição. Na entrevista a seguir, Leirner fala, entre outras, justamente de sua iniciação "às avessas", ou, simplesmente avessa à pintura tradicional -elemento que ressoa em diversas exposições suas -, da inserção e valorização de sua obra no mercado, de ansiedade e envelhecimento. Algumas passagens são conhecidas do público por revisões pioneiras de sua obra -como O Fim da Arte Segundo Nelson Leirner, publicada em 1994, por Agnaldo Farias, e Nelson Leirner: Arte e Não Arte (2002), de Tadeu Chiarelli. Não deixa de surpreender ainda que não percam uma função pseudo-didática ao reiterarem escrupulosamente uma obviedade que resvala no absurdo -quase como um crime solucionado ao contrário, da confissão à falta de provas materiais. a crítica e as artes entyrevista 99 número 1 volume 1 maio 2013 celeuma Com 81 anos -radicado no Rio de Janeiro há 18 -Leirner se diz um "cínico" em sentido amplo e, ao mesmo tempo, com toda a sua experiência, surpreso com um processo de embelezamento geral da arte produzida hoje e com a arrogância de "jovens" artistas e curadores. Em outra ocasião, tentei entrevistá-lo e você sugeriu que as perguntas feitas demandavam uma resposta pessoal minha na forma de um ensaio. E, levantou essa questão a partir de outros depoimentos seus anteriores e da 'repetição' de ideias associadas ao seu trabalho. Pois eu queria tentar partir daí: em seu percurso, será que repetir não é um modo de superar uma premissa de progresso e mesmo da construção de uma carreira? Nelson Leirner -"tornar a dizer... repisar... acontecer de novo... " fazer o mesmo trabalho não em forma de multiplicação ou série mas sim conceitualmente, o que não é a mesma coisa que criar uma assinatura, ter o seu perfil reconhecido, metaforicamente como numa série de televisão que estou vendo, Criminal Minds, na qual os assassinos são pegos por uma análise comportamental, o mesmo que os artista que eu denominaria como os serial killers da arte. Leirner -A ansiedade é com a vida, não é com a arte. A gente tem uma ansiedade vivencial. O tempo vai passando, a gente vai querendo ficar sozinho, mais afastado de tudo. Ao mesmo tempo você tem que lidar com um mundo da arte que é irritante. Então eu acho que a ansiedade está ligada a essa conexão de você, com o tempo, querer se afastar de tudo, você ficar muito mais neurótico, introspectivo... Você fica muito mais querendo ficar na sua, como se dissesse: "você não faz mais as coisas com prazer... " Elas começam a te irritar. O dia a dia, a arte. entyrevista 100 número 1 volume 1 maio 2013 celeuma conseguiu sair de uma para se recolocar. Agora, eu falo para ele, mas se eu parar, dentro da arte, que é uma puta vontade que eu tenho, eu não posso ser médico. Entende? Quer dizer, ele é seu irmão, mas tem um percurso bem diferente. Leirner -Lógico. Então eu preciso encontrar um hobby que me substitua a arte. Porque também ficar parado não dá. Leirner -Não. Nada. Porque meu hobby sempre foi cultivar a arte dentro do processo do próprio hobby. Você deu um depoimento sobre o Geraldo de Barros, em um documentário de Michel Favre, dizendo que admirava nele a capacidade de parar, de fazer outras coisas... Leirner -É..., mas ele criou uma indústria. Ele largou de ser artista e virou industrial. E voltou a fazer arte só depois que teve o derrame. Porque aí ele não tinha mais como ser industrial, como ser diretor da Hobjeto. Aí ele pegava e mandava fazer em fórmica -nem ele fazia -, como ele tinha a Hobjeto, ele desenhava as fórmicas. E ele teve que voltar a ser construtivista, geométrico em função da comunicação dele com quem ia executar. Porque ele não podia pintar, ele não podia fazer nada. Mas podia dizer, "põe um vermelho aqui, põe um amarelo aqui", vamos dizer, ele podia mondrianar, todos os seus trabalhos verbalmente. Ele não podia mais ser gestual, não podia mais mudar. Então ele voltou à época em que ele era geométrico. Agora, é tudo por circunstâncias. Eu te perguntei muito genericamente sobre a questão literária no seu trabalho. Em 1980 você fez uma exposição que tinha um texto seu, de apresentação, Pague pra ver. A exposição foi "embargada". Ou seja, a exposição não aconteceu, mas o texto ficou. Leirner -O texto ficou uma espécie de manifesto, vamos supor. Na galeria Múltipla, que era da mulher do Vlavianos -uma ótima pessoa. Eu fiz o convite, que eram aquelas cinco cartas do baralho, uma escondida. Um royal straight flush? Leirner -Seria um royal straight flush e atrás eu escrevi esse pequeno manifesto, meu, sobre arte comercial. Como se deve fazer arte... a crítica e as artes entyrevista 101 número 1 volume 1 maio 2013 celeuma Comercial Leirner -Comercial: você faz isso, a pintura vale mais que... É..., você fala das diferenças entre as mídias, que você gostaria de agregar o valor usando todas, das dimensões dos trabalhos, preço, estética, do próprio marchand e da crítica. O início é assim, quer ver?: "Consegui. Vinte anos de tentativas para finalmente chegar aonde queria: VENDA GARANTIDA, ARTE COMPROMISSADA, ARTE COMERCIAL PURA." Leirner -Quando ela leu esse texto, viu que ia contra o estatuto da galeria. Era um texto crítico a todo o sistema de arte.
This study aims to understand the trajectory of industrial immigrant Isai Leirner in the constitution of the cultural field of the city of São Paulo in the mid-twentieth century. Establishing the connexions between Isai Leirner's professional and personal career and the complexity of the cultural, economic and artistic field of a given moment in the Brazilian reality is the motto of this research, aiming to understand ruptures and convergences between public and private. To this end, it seeks to approach its trajectory from some major axes: 1) Isai as a significant case for understanding the importance of Jewish immigration in São Paulo in its contribution to some specific universes, such as the artistic field; 2) In this sense, the founding of the Leirner Prize for Contemporary Art (1956) and the Galeria de Arte das Folhas (1957) are relevant moments to understand Isai Leirner's insertion in the field and the way it articulates the economic world with the cultural one. Finally, 3) seeks to unravel how the family relationships of the Leirners contributed to the rise of individuals who are part of this "clan". Starting from the idea of Gilda de Mello and Souza's "contamination of prestige", special attention is given to the partnership between Isai and the female artist Felicia Leirner, which may be indicative of the articulations between economic and cultural elites and the cleavages of gender in the São Paulo environment at that time.
2007
No âmbito da exposição da escultura romana "Mensagens e Imagens" conversamos com vários escultores
Pretende-se aqui analisar a obra de Jac Leirner a partir de uma tensão por nós identificada entre exibição e ocultação de objetos banais que são submetidos a procedimentos repetitivos de acumulação, classificação e exposição pela artista. Para tanto, a partir de análises das obras e da fortuna crítica dedicada ao trabalho de Leirner, recorremos ao discurso curatorial para propormos três conceitos que nos possibilitasse abordar essa tensão mencionada. São eles destilação, acumulação e interceptação. Palavras-chave: Jac Leirner; objeto; coleção; crítica institucional. Our intention here is to analyze the Jac Leirner's work from a tension that we have been identified between displaying and hinding of commonplace objects that are subjected to repetitive accumulation, classification and exhibition procedures by the artist. Therefore, based on work analysis and on critical fortune dedicated to her work, we used the curatorial discourse to propose three concepts that would enable us to address this tension. They are distillation (destilação), accumulation (acumulação) and interception (interceptação).
Esbocos Revista Do Programa De Pos Graduacao Em Historia Da Ufsc, 2008
João Evangelista de Andrade Filho é um dos nomes importantes no circuito das artes visuais em Santa Catarina. Atualmente diretor do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), já exerceu o mesmo cargo de 1958 a 1963, quando ainda se chamava Museu de Arte Moderna de Florianópolis (MAMF). É artista, professor, curador e crítico de arte. Nesta entrevista, concedida na biblioteca do Museu de Arte de Santa Catarina, João Evangelista falou sobre sua concepção de museus, o papel educativo destas instituições bem como sobre os critérios que devem balizar a formação dos acervos. Abordou, ainda, um tema bastante polêmico e pouco discutido no meio museológico: como proceder com o descarte de objetos no interior dos acervos? ANA LÚCIA VILELA E FERNANDO C. BOPPRÉ: O senhor poderia falar um pouco da sua formação? JOÃO EVANGELISTA DE ANDRADE FILHO: A minha formação foi primeiro obrigatória e depois libertatória. O meu pai me obrigou, por uma coação gentil e familiar, a fazer direito. É uma coação forte porque paterna. Eu fiz a faculdade de direito e entreguei a ele o diploma. Eu pude fazer, concomitantemente, a faculdade de letras neolatinas, chamava-se assim na época e se estudava francês, italiano, latim, etc. E depois eu fiz vestibular para cursar história e foi quando me ofereceram uma bolsa para estudar na França. Eu fui para lá e em vez da graduação eu fiz a pós-graduação em história da arte. Na França fui orientado por André Chastel que estava trabalhando sobre o renascimento italiano que era a especialidade dele. Isso convergiu com os meus interesses; o renascimento italiano já me interessava há algum tempo. Depois disso eu fui para à Itália e estava lá, sem um tostão, quando fui surpreendido pelo convite de Jorge Lacerda, então governador, para ingressar na Faculdade Catarinense de Filosofia para lecionar italiano também por causa da minha formação em letras neolatinas. Um currículo em letras e a propensão e a vontade de lecionar e estudar história. Eu acompanhei a criação da Universidade Federal de Santa Catarina, fui um dos fundadores. E fui professor, depois, do Departamento de História que, por sinal, cheguei a dirigir. Depois, fui indicado para lecionar história da arte no Instituto Central de Artes e também no Departamento de Arquitetura da Universidade de Brasília, com outros como o Darcy Ribeiro. Depois eu vim para cá dirigir o Museu de Arte Moderna de Florianópolis. ANA LÚCIA VILELA E FERNANDO C. BOPPRÉ: Qual era a situação do acervo nos primeiros anos do Museu?
Teoria e Cultura, 2019
Neste artigo, analiso o projeto curatorial de Sheila Leirner para a 18ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, realizada em 1985. Partindo de um estudo mais amplo sobre as práticas discursivas da crítica de arte e curadora, concentro a atenção nos seus textos veiculados na imprensa, que articulo com textos para catálogos de exposições e com sua produção artística, cobrindo um período que vai de 1975 a 1987. Do conteúdo textual resultante de suas práticas, enfoco suas concepções sobre a constituição da produção artística contemporânea e das atividades de criar, criticar e curar obras de arte. Meu objetivo neste artigo é situar a 18ª Bienal e a atuação de Leirner no desenrolar de um debate que mobilizou e envolveu diferentes componentes do universo artístico nacional, especialmente críticos/as de arte. Refiro-me à discussão que circundou a função e os limites da curadoria de exposições de artes visuais e sua relação com a crítica de arte no Brasil. A partir do caso da 18ª Bienal, ...
Newsletter da Alagamares, n.º 2. , 2020
Entrevista concedida para o site da Alagamares-Associação Cultural. Newsletter n.º 2.
6 Agradecimentos 7 Introdução 8 Lagoa Henriques: O Coleccionador e a Casa-Museu
Belas Infiéis, 2016
Álvaro Silveira Faleiros nasceu em 1972, em Viña del Mar, Chile. Sua história está intimamente ligada à ditadura militar no Brasil e aos períodos de exílio de sua família em diferentes países. Em 1973, com o golpe de Pinochet no Chile, a família se mudou para a Holanda, por um ano. Após esse período, fixou-se no Canadá, mais especificamente na província do Québec de 1974 a 1979, onde Faleiros teve seu primeiro contato com a língua francesa.
Revista Apotheke, 2018
Artista Visual e Designer Gráfico. Doutor em Arte e Cultura Visual [2016] pela Universidade Federal de Goiás, Mestre em Cultura Visual [2009] e graduado em Artes Visuais com habilitação em Design Gráfico [2003] pela Universidade Federal de Goiás - FAV/UFG. Tenho experiência nas áreas de Artes Visuais e Comunicação. No campo da pesquisa, meu interesse reside no fortalecimento de práticas de criação com enfoque nos processos e na mediação de experiências com desenho, direção de arte, história da arte e teoria da imagem. Minha atuação docente transita pelos seguintes temas: design thinking, editorial, identidade visual, estudos da imagem, processos autorais e autobiográficos e à pesquisa com desenho contemporâneo. Atualmente vivo e trabalho em Goiânia/GO.
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Deleted Journal, 2021
PORTO ARTE: Revista de Artes Visuais, 2018
Revista Polis e Psique
Anais do 18º Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia, 2017
Museologia & Interdisciplinaridade, 2015
Revista Plurais Virtual, 2014
ARTis ON, 2017
Atos de Pesquisa em Educação, 2016
Littera On Line, 2019
Cadernos de Literatura em Tradução, 2008
Revista Valise (ISSN: 2236-1375), 2014
Complexitas – Revista de Filosofia Temática, 2016
Estudo prévio-Revista do Centro de Estudos de Arquitectura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, 2021