Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
Este estudo define-se como uma análise de contos fantásticos do século XIX, quais sejam, “A noite”, de Maupassant, “O elixir da longa vida”, de Balzac, “O coração denunciador”, de Poe, “É de confundir!”, de Villiers de l’Isle-Adam e “Os amigos dos amigos”, de Henry James, todos extraídos da antologia Contos fantásticos do século XIX, de Italo Calvino. As exceções estão constituídas por “Horla”, de Maupassant, pelas referências à obra de Robbe-Grillet e pelo conto “As irmãs Vane”, de Nabokov, incluídos na medida em que participam das considerações individuais e comparativas com vistas à discussão das teorias sobre o modo fantástico e a inclusão do fantástico do século XX. Nesse sentido, elaboramos tanto uma análise individual dos contos, procurando perceber como – e se – o conto possui características que o definem como fantástico de acordo com os estudos utilizados, quanto uma comparação entre os contos que nos permitisse discutir as abordagens mais reconhecidas sobre o fantástico, especialmente a de Remo Ceserani em O fantástico. Como aporte decisivo às análises das narrativas, utilizamos o Discurso da Narrativa, de Gérard Genette, já que abrange procedimentos e categorias universais da narrativa. É preciso acrescentar que os precisos comentários de Calvino nas notas introdutórias nos forneceram a possibilidade de desdobrá-los em nossas análises.
Brazil Journal of Development, 2020
Antes dos estudos de Todorov acerca do gênero fantástico, na década de 1970, quaisquer narrativas não identificadas como a estética positivista do real eram consideradas como fantástica. Caracterização bastante abrangente, que englobava desde o onírico ao sobrenatural, tendo sido usado para designar as mais diferentes manifestações literárias, às vezes de gêneros não afiliados entre si. Além do mais, o termo fantástico foi muitas vezes usado como sinônimo de excêntrico, mirabolante e exagerado. Por isso, o termo foi em alguns autores tomado como equivalente a fantasia e vice e versa. Se não há uma mesma realidade, com o mesmo valor cultural para todas as épocas, seria um gravíssimo erro opor fantástico a real sem considerar as implicações sócio-históricas e culturais pertinentes, uma vez que a realidade é uma construção complexa. Sendo assim, o gênero fantástico não é e nem pretende ser antônimo de real. Paradoxalmente parte de um sistema realista para questionar o que se entende por realidade num dado momento histórico e cultural. Isso posto, verificamos que ainda hoje há uma flutuação entre aquilo que se considera ou não como fantástico, haja vista os pontos de encontro entre o fantástico e outros gêneros literários como o gótico e o realismo mágico, por exemplo. Ademais, os estudos do gênero em causa, desde Todorov, parecem seguir duas tendências contrapostas. A primeira limita o gênero a determinadas estratégias narrativas e temas, e o localiza historicamente no século XIX. A segunda o alarga de tal modo a abranger não somente outros períodos históricos como a abraçar os outros gêneros com os quais se imbrica, como uma espécie de macro-gênero ou modalidade literária. Ciente disso, o presente trabalho, seguindo a primeira tendência, ocupar-se-á da discussão acerca de um fantástico genológico a partir das considerações teóricas de Tzvetan Todorov (1970), Jean Bellemin-Noël (1072), Filipe Furtado (1980) e Pampa O. Arán (1999).
Este trabalho se propõe a apresentar o aporte teórico da pesquisa “Representações do Fantástico: vampiros”, realizada com bolsa do programa de Iniciação Científica UEMS/FundectMS/CNPq, sob orientação do Prof. Dr. Fabio Dobashi Furuzato. Valemo-nos das contribuições teóricas de Tzvetan Todorov, presentes em sua obra Introdução à literatura fantástica e da teorização do fantástico de David Roas, em A ameaça do fantástico: aproximações teóricas. O primeiro desenvolve sua concepção, partindo de uma abordagem mais estruturalista. Com parâmetros rígidos, o fantástico passa a ser delimitado a partir da incerteza e da hesitação que devem permanecer sem resolução. Em contrapartida, Roas estabelece o fantástico a partir da relação conflituosa entre a obra literária e o real, tal qual o leitor o compreende e percebe. Dessa forma, o fantástico será a representação da transgressão do real.
Memento, 2013
Resumo: Presente nas narrativas da humanidade desde a oralidade, o gênero fantástico já estava presente nos mitos e destacou-se ao longo do século XVII. Trata-se de um gênero que contrapõe o real e o sobrenatural, porém não os esclarece. Apropriando-se de elementos do maravilhoso e do estranho, o fantástico não se permite definir facilmente. Importantes teóricos, como Todorov, Ceserani, Furtado e Rodrigues esboçam características comuns ao gênero e concordam quanto à dificuldade de uma definição. Neste trabalho, buscaremos contextualizar historicamente o destaque do gênero fantástico e a tentativa de defini-lo enquanto gênero. Há também presente o estudo de alguns elementos retóricos comuns e presentes nas narrativas do gênero e que colaboram para a sua construção. O objetivo é perceber, dentro deste gênero, como ele se estrutura possibilitando futuras análises de contos pertencentes ao mesmo. Palavras-chaves: fantástico; definições; narrativa; construção.
O diálogo entre a literatura e a psicanálise nos oferece uma melhor compreensão do homem e suas expressões artísticas. Este artigo se propõe a discutir o diálogo que se estabelece entre a psicanálise freudiana com a teoria da literatura fantástica, a par-tir do ponto comum entre ambos: o estranho. Para Sigmund Freud (2006), o sentimen-to de estranho, desperto em diferentes situações, relaciona-se com o assustador, o amedrontador e com o que causa horror. Nesse contexto, compreende-se que o estra-nho ficcional contém o estranho da vida real e vai além, uma verdade encoberta. Por outro lado, a literatura fantástica tem no estranho sua excelência, pois, dentre os sen-timentos que se espera despertar no leitor, desde o medo e o terror, a hesitação ou o conflito com a realidade, passando pelo conteúdo da trama e seus temas, de alguma maneira, é a estranheza frente à realidade do leitor a marca do fantástico. Pretende-se ilustrar a relação que se estabelece entre os conceitos de estranho, para a psicanálise, e de fantástico para Tzvetan Todorov (2008) e David Roas (2014), a partir da narrativa de " O Homem de Areia " de Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann (2010), para então compreenderemos como o estranho perpassa o fantástico e se estabelece como a impressão registrada deste tipo de narrativa. Palavras-chave: Estranho. Psicanálise. Literatura fantástica.
Revista Guará, 2019
O nome de Aluísio Azevedo tem sido apontado pelas historiografias e pelos manuais escolares como o principal nome do Naturalismo no Brasil. Entrementes, cabe-nos perguntar: teria Azevedo escrito somenos literatura naturalista? Ou teria ele enveredado por outras vertentes literárias? O presente artigo se ocupará em responder a tais questões, apresentando inclusive alguns aspectos de outro tipo de literatura produzida pelo autor.
O artigo tem por objetivo discutir alguns aspectos do método filosófico de Giorgio Agamben, em especial a noção de paradigma. O italiano toma de empréstimo esse noção, assim como outras, de Michel Foucault, no entanto a redefine, em função de sua própria filosofia. Nos deteremos, portanto, na análise desse termo feita por Agamben, cotejando-a com outros comentadores que, assim como o italiano, se detiveram sobre a filosofia foucaultiana, sobremaneira na noção de paradigma.
In order to consult with the Tiresias vate, Odisseus goes to Hades following instructions from the goddess Circe to learn how he could return to Ithaca after more than ten years away from home. Upon arriving in the Kingdom of the dead he meets the souls of known people and even loved ones, as their own mother. Souls describe their deaths, provide details of their stay in Hades. Tiresias who had their gift of seeing the future preserved even in the world of the dead gives advice to Odisseus about his return. Similarly, Agamemnon due to his tragic death perpretated by his wife, Clitmenestra, also urges that Odysseus must be careful in his return to Ithaca so that he does not suffer the same fate in the hands of Penelope. There is still a talk with the heroic Achilles, who regrets his premature death. Such reports are found in Book XI of the Odyssey and its analysis can provide us with an image of Hades through Homeric view. This view, which is one of the main sources of our knowledge of the Greek mythological world, so that by understanding it we can have a glimpse of the vast corpus of ancient Greek mythology present in the work of Homer. There are some peculiar characteristics in those souls, which allows us to classify them as ghostly. The elements that stand out here in relation to these characteristics are: the lack of bones and flesh, impossibility to be touched, as a kind of ectoplasm; The remembrance that the dead have of their life before Hades and the feeling of sadness and repentance that is present in these characters; and the thirst for blood demonstrated before the sacrifice offered by Odisseus, as a representation of their thirst for life. This conception represents a pre-scientific mode of thought that is characteristic of the time, and therefore with religious appeal in a way that is subsequently criticized by Plato in the Republic. In this sense, we will see that the Platonic criticism is specifically related to the consequences in the pedagogical context that this conception entails, but that does not invalidate the description made by Homer of the current belief at the time in the form of the ancient Greek religion.
No trabalho que apresentei em nosso encontro anterior do GTDis 2 , procurei apresentar de maneira resumida alguns aspectos da pesquisa que venho desenvolvendo em torno da questão da ideologia e do funcionamento ideológico na sociedade contemporânea. Em síntese, eu partia de algumas formulações de Pêcheux que considero fundamentais para se pensar a relação entre a Análise de Discurso, a Psicanálise e o modo como opera o poder em nosso momento histórico.
Temática, 2017
A partir da alteração da relação entre produto e audiência, vislumbra-se a necessidade da indústria midiática criar oportunidades para a participação imersiva do consumidor desde a concepção do produto audiovisual. Verifica-se a expansão dos limites de criação e reinterpretação do conteúdo das narrativas ficcionais através da produção de fãs; quebram-se, assim, as noções convencionais de autoria. Esta revisão bibliográfica é baseada nos conceitos definidos por Jenkins, Fiske, Grossberg e Derecho a respeito do fenômeno da fanfiction e buscará elucidar a importância desses textos não canônicos dentro da atual Cultura Participativa.Palavras-chave: Produção de Fãs. Cultura Participativa. Comunicação. Ficção Narrativa.
Resenha de: DAVID, Alison Matthews. Fashion victims: the dangers of dress past and present, Londres, Nova Iorque: Bloomsbury Visual Arts, 2017, 220 páginas.
Anais do V Seminário dos Alunos dos Programas de Pós-Graduação do Instituto de Letras , 2014
RESUMO Grande parte dos estudiosos do gênero fantástico no Brasil consideram os contos de Noite na taverna e o drama Macário, de Álvares de Azevedo, como aqueles que inauguram uma produção fantástica no âmbito da literatura brasileira, embora seus contos não correspondam plenamente às principais teorias do gênero. Fantásticos ou não, o fato é que a publicação da obra ensejou uma série de narrativas que, em algum momento, foram igualmente consideradas como fantásticas, embora enfrentem o mesmo problema de enquadramento teórico. Diante disso, surge a questão: o que se entende, no Brasil, por literatura fantástica? A resposta a essa questão poderá levar a uma segunda: há um "fantástico à brasileira"? Se sim, quais são as características desse gênero nas letras nacionais? Quais são os autores que o praticaram e o praticam? Nossa hipótese, baseada nas observações feitas às críticas recebidas por Noite na taverna, é a de que o termo "fantástico" é usado sem nenhuma precisão conceitual, às vezes como sinônimo de mirabolante. Se estivermos corretos, a imprecisão das nomenclaturas-gênero fantástico, modo fantástico, fantasia, horror, terror, gótico, etc-pode ter dificultado a percepção das particularidades desse tipo de literatura no Brasil. O presente trabalho pretende, portanto, a partir da consideração de alguns aspectos da literatura fantástica brasileira e de algumas teorias do gênero, demostrar que desde o século XIX temos tido a prática do gênero, desde de contos de Álvares de Azevedo até a produção contemporânea de Flávio Carneiro, Rubens Figueiredo e Bráulio Tavares. Palavras-chave: literatura brasileira; fantástico; história da literatura; crítica literária. ABSTRACT Most of the researchers of the fantastic genre in Brazil consider the tales of Noite na Taverna and the drama Macário of Álvares de Azevedo, such as those that marked a fantastic production within the Brazilian literature, although his stories do not fully correspond to the major theories the genre. Fantastic or not, the fact is that the
Alex Ramirez, 2021
RESUMO: Este artigo propõe uma reflexão sobre duas proposições: a primeira refere-se à própria constituição da fotografia de moda, sobre a estética e função enquanto produto midiático de moda; e a segunda proposição trata do fetichismo como linguagem e como artifício estratégico de sedução, buscando uma reconfiguração da geografia cultural do termo fetiche. O artigo faz uma análise sobre o processo de fetichização da fotografia e o que torna a fotografia de moda um produto fetichista. O fetichismo que está fora e não somente dentro do espaço da fotografia. ABSTRACT: This article proposes a reflection on two propositions: the first refers to the very constitution of fashion photography, about aesthetics and function as a fashion media product; and the second proposition deals with fetishism as a language and as a strategic device of seduction, seeking a reconfiguration of the cultural geography of the term fetish. The article analyzes the fetishization process of photography and what makes fashion photography a fetish product. The fetishism that is outside and not only within the space of photography.
Dentre as várias possibilidades de atuação no ciberespaço, é possível identificar bancos de dados nos quais estão contidos incontáveis textos amadores, escritos por consumidores que se autodenominam fãs. Esses textos tomam emprestado universos e personagens criados por empresas de mídia e dão continuidade ou reelaboram narrativas. O presente artigo abordará as convergências e divergências entre as definições de Henry Jenkins, John Fiske, Lawrence Grossberg e outros autores a cerca de fanfiction. Esse fenômeno é característico da Cultura Participativa contemporânea, na qual os consumidores apropriam-se de universos narrativos, e está sendo incorporado, cada vez mais, como passatempo na rotina de fãs.
RESUMO: Este estudo tem por objetos a Imaginação e a Fantasia entendidas como princípios de representação nas artes visuais, e enfocada num recorte temporal que parte do Maneirismo ao advento do Rococó. Como ferramenta de análise optou-se pela observação da ornamentação de origem fitomórfica. Nesta abordagem a condição seminal da Fantasia está atrelada historicamente ao conceito de desenvolvimento e variação, que indica uma articulação de gênese criativa direta para com a Fantasia. Desenvolvida como um “Corpus” com auto-suficiência estrutural, o ornamento entre os séculos XVI e XVIII derivou numa maneira rigorosa de organização das formas e ordenou linguagens distintas. Como resultado observou-se o desenvolvimento de um gosto regido por afinidades com as variações da curva e também o advento da transição do ornamento enquanto elemento agregado para a condição de estrutura. O estudo é situado num recorte temporal quando, por um princípio de primazia técnica, se privilegiou o gosto pela imagem de caráter pictórico em sobre a linear. PALAVRAS-CHAVE: Ornamento; Fantasia; Imaginação; Poética ABSTRACT: The objects of this study are the conditions of Imagination and Fantasy as principles of representation in arts between the Mannerism and Rococo. The analysis was focused in the ornamentation by floral inspiration. In this case the seminal condition of the Fantasy was historically joined to the concept of development and variation. Studied as a “Corpus” with structural self-sufficiency, the ornament between centuries XVI and XVIII has derived in a rigorous way from organization forms and its commanded distinct languages to them. Was observed the development of a conducted taste for affinities with the variations of the curve and also the advent of the transition of the ornament while structure condition. KEYWORDS: Ornament; Fantasy; Imagination; Poetic
Claudia Schemes 2 RESUMO Este artigo trata das relações entre o grafite e a moda contemporânea. Ele procura realizar algumas reflexões sobre esse tipo de arte de rua e como ela pode influenciar estilistas no mundo todo. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica e fotográfica de produtos de moda que foram influenciados por essa forma de arte. Palavras-chave: Moda. Grafite. Arte.
A moda não é roupa, é um conceito abstrato de comunicação corpórea. É um corpo cheio de mentes e de signos que o homem constrói para seduzir, para trazer a si. É um sistema de comunicação corporal ligado à arte e à metrópole. É o corpo cheio de mente que se coloca numa rua desterritorializada onde se coliga a um tipo de arte, arquitetura e comunicação polissexual. (MASSIMO CANEVACCI) 1 O primeiro capítulo da obra Fashion and Communication, do inglês Malcom Barnard, é dedicado ao estudo etimológico da palavra fashion. Barnard ressalta que a etimologia dessa palavra remete ao latim factio, que significa fazer. Sendo assim o sentido original do conceito fashion, refere-se a atividade: fashion é algo que alguém faz, diferente dos dias de hoje, onde significa algo que alguém veste. Por outro lado, também pode significar fetiche, palavra derivada de facere, que por sua vez tem como raiz também factio.
Fã ativismo e o engajamento de fandoms em eventos de protestos, 2023
Este artigo busca olhar para os fãs, pessoas apaixonadas por um artista ou produto midiático em comum, a partir do seu engajamento em causas sociais e políticas buscando compreender suas motivações e as ferramentas e possibilidades de mobilização em eventos de protestos oferecidas pelos fandoms, meio onde esses grupos interagem e tecem redes de sociabilidade. O estudo se concentra nas mobilizações de fãs ocorridas após o assassinato de George Floyd em maio de 2020, mas que vão além das questões raciais e do movimento Black Lives Matter (BLM) nos EUA e América Latina. Assumindo a definição de Henry Jenkins para esses grupos enquanto exemplos de cultura participativa e os seus processos criativos dentro da noção de produsage de Axel Bruns, busco, portanto, compreender quais os usos e sentidos que esses grupos de pessoas organizadas em torno de uma paixão comum sem origem política fazem das ferramentas e possibilidades de mobilização que possuem e qual o espaço que ocupam no debate político público ou institucional em um esforço para enriquecer o debate tanto dos estudos de fãs quanto de eventos de protestos e mobilizações políticas.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.